quarta-feira, 15 de junho de 2016

Avanço do Fascismo e do Conservadorismo com Marcia Tiburi - Parte 1

Essa palestra com a Márcia Tiburi é esclarecedora.



O seu discurso trata dos temas mais críticos - e aparentemente insolúveis e insondáveis - da atualidade. E talvez justamente por esse motivo o tema deva ser tratado de forma contínua, profunda e madura.

Ela complementa a abordagem ecológica-espiritual de Boff, explicitando o implícito que é causa das agressões contínuas de um pelo outro. Mas acima de tudo: ela conecta o aspecto individual com o coletivo, revelando sua complementaridade. Mostra que devemos sim, combater os grupos de poder que finalmente - ou melhor, oficialmente - assumiram controle do aparato institucional. Suas intenções são "salvar o país da crise", "reformar", "ordenar". Mas as receitas adotadas são a velha fórmula neoliberal de anular qualquer voz dissonante; calar qualquer movimento social; imputar continuamente um discurso que forme um consenso nas classes sociais razoavelmente abastadas e influentes - que poderiam causar alguma instabilidade na plutocracia que deseja tomar as rédeas para iniciar um novo ciclo neoliberal. um ciclo pautado por privatizações de bens públicos, anulação dos pobres, massificação e homogeneização da cultura e educação.

O momento atual é  muito perigoso para nós como civilização. O que vêm ocorrendo no mundo é um sinal de esgotamento de modelo político e, acima de tudo, econômico, que vigorou e se plasmou magistralmente ao longo dos últimos 2 séculos. No entanto, atingiu-se o clímax: o planeta (solo, rios, atmosfera, espécies, dinâmica ecológica) não vem sendo respeitada. E nós dependemos dela, imensamente. Outra assíntota: a informação se difunde de modo tão rápido e fácil, o que tem gerado uma enchente de novidades e "conhecimentos" vazios, cujo único propósito é serem gerados e espalhados por si mesmos. Não há uma orientação. Uma finalidade. Uma meta a ser atingida.

Submetendo nossa humanidade às nossas tecnologias e forma mental, servimos à matéria. O espírito é ignorado, afogado. Temido. Temido por falta de sensibilização. Por falta de tempo e energia. Por falta de vontade. Ansiamos pela verdade mas somos incapazes de vê-la cara-a-cara. Muito menos de vivê-la. Quem percebeu isso avança sozinho, se conformando à triste realidade. Realidade forjada e reforçada pela mente hodierna, extremamente inteligente e astuta, cujo egoísmo se torna a cada dia mais destrutivo. O grosso da humanidade delira, caindo nos esquemas de agentes mais ordenados e inteligentes. Estes, por sua vez, ganham e riem e vencem. Mas seu ponto de vista é o do mundo. Um mundo caótico, sem sentido, onde o mais forte vence, seja essa força física, econômica, numérica ou psicológica - mas sempre a força. Eles se arvoram nos altos ideais da justiça - e apenas isso.

A insaciabilidade humana realimenta o modelo econômico. Justifica-o com eloquências mundanas e fatos ocos. E com isso procrastina as tarefas que a natureza divina exige: evoluir na verticalidade interior.

Não há maturidade, apenas ociosidade - apesar de todo movimento. Pois (quase) tudo é automático, reprodução de conceitos ultrapassados, executados dia após dia com desespero cada vez maior. Com raiva cada vez mais intensa. Sem questionamento. Sem reflexão. Sem transformação. Sem ascensão...Tudo por um motivo: tememos nosso Eu crístico.

Vagarosamente damos passos rumo a um abismo físico. Sabemos no íntimo, mas continuamos. Pois nos foi dito: "marche ou morra!". Imposição esta mais interna do que externa. Somos escravos de uma forma mental. Isso nos torna miseráveis.

Enxergo miséria em tudo, inclusive em mim. 

Miséria no sentir e no viver, que desemboca em desperdícios faraônicos.
Ao mesmo tempo, quem começa a perceber do que realmente se trata, se vê impotente diante do desafio titânico de evoluir.

Nós por nós mesmos não somos nada...Precisamos de algo que venha de uma Fonte Infinita.
(assim disse um iluminado há dois milênios)

Estaremos prontos para realmente avançar?

Patch Adams diz muito falando pouco.



Pietro Ubaldi viveu o Evangelho do Cristo num grau nunca antes vivido, de forma adaptada aos tempos modernos. Essa vivência foi materializada numa Obra de 24 volumes que abordam de forma magistral e destemida os Últimos Problemas. Isso é fantástico.

Huberto Rohden deu outro grande passo. Complementa Ubaldi, revelando qual o propósito da vida. Escreveu obra vasta e vivificante.

E nós? Nós não precisamos SER mais intensamente. Mas bem que poderíamos TENTAR isso, na medida de nossas possibilidades.

Esse é o convite que Márcia Tiburi faz a eu, a você, a ela mesma.








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