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quarta-feira, 14 de outubro de 2015

V - EM BUSCA DA UNIDADE DAS CONSCIÊNCIAS

V de Vingança é um daqueles filmes que são um pico discreto num mar de produções milionárias com baixo teor de emoção e conteúdo humano. É a forma que um ideal encontrou de se inserir no mundo sem sofrer nenhuma censura da forma mental dominante - uma ideia que se materializou em celuloide de modo a manter sua essência e potência de ação. Trata-se de um grande feito de síntese entre a realidade técnica regida por leis férreas e o ideal criativo e destemido que segue um impulso ascensional. Superação de si mesmo para que o mundo supere a sua realidade presente, criando uma nova realidade. Mais sincera, mais reta e mais eficaz.

Quem é o V? Evey responde ao inspetor irlandês: V é ela; é seu pai; é ele (o inspetor Finch); é Tudo e nada. V é o ímpeto ardente que se desenvolve em cada alma humana e busca a cada ciclo de vida a superação de uma realidade cada vez mais triste e superficial. V é um ímpeto que se forjou após receber marteladas incessantes. V é o Espírito destrutivo que após descobrir o Amor se reconhece como tal, mas ao mesmo tempo precisa cumprir sua função para que ele (o Amor) possa construir um novo mundo, completamente diferente deste e dos que houveram. Um mundo pautado por outras prioridades e dono de grande sensibilidade. 

V: em busca de vingança.
Com isso, serve a fins superiores.
Ferramenta de ascensão. Além do bem e do mal.
Estamos diante de um filme que dialoga com sua época: faz uso dos efeitos visuais e sonoros; possui uma trilha sonora intensa; possui diálogos rápidos e incisivos; tangencia temas universais e - acima de tudo - possui personagens atuantes profundos

V de Vingança é mais do que um filme; É um filme que capta o transformismo que rege o Ser humano. De 5 a 5 de Novembro, no espaço de um ano, o triângulo transformante e transformador (V, Evey e o inspetor Finch) cumpre sua função de mudar sua perspectiva, ou melhor, ampliá-la, o que ocorre à medida que o catalisador (V) dá uma declaração convicta do que pretende fazer em rede nacional: explodir o prédio do Parlamento - uma referência à queda da Bastilha talvez...

Visões diversas são mostradas no decorrer do filme de forma sucinta. Percebemos a mídia alienante que reproduz notícias em função do interesse do Poder. Percebemos o poder da Igreja que se aproveita dos ideias para exercer os instintos; Vemos o povo, no íntimo de seu lar ou grupo de amigos, sujeitos a uma rotina maçante mas necessária. Necessária porque até aquele dia ninguém foi ousado o suficiente para externalizar sentimentos universais e cada vez mais desejosos de ter sua gênese declarada pelos sentidos do mundo. Percebemos o que ocorre nos bastidores - local onde a lógica do poder traça suas diretrizes. 

Evey: em busca da compreensão. Amor em busca de
explicação. 
O que acontece na cena final, quando todos militares - armados até os dentes - se deparam com um povo convicto? Um povo sem medo nem esperança - e portanto invencível. Um povo que num momento histórico está além do dualismo, se desprendendo tanto de positivo quanto negativo para ascender e gerar um novo positivo e um novo negativo. Pólos mais elevados na verticalidade evolutiva. Esses militares, sem líderes...sem saber o que fazer...simplesmente aderem ao bom senso: baixam as armas. Se comportam como a natureza quando se depara com seres altamente conscientizados, abrindo caminho. Caminho para transformação do Ser que se dá com duas ações simultâneas: 

Destruição da matéria, pela matéria - Construção do espírito, pelo espírito

Destruição do Símbolo - Construção do Simbolizado

Desprendimento do passado - Fluxo para o porvir

Disse um sábio há muitos séculos:
"Se o grão de trigo que cai na terra não morre, ele fica só. Mas, se morre, produz muito fruto."  (João 12,24)

O que é destruído não é a Vida. É apenas um invólucro. É aquilo que (ainda) louvamos nesse mundo. É a posse desmensurada, as relações vazias, as atividades alienantes, os processos sem finalidade, as ações de espetáculo. Eis o porque do mundo considerar terrorismo e violência um ato de abandono e rejeição das coisas deste mundo. ´Trata-se de uma carência no seguinte sentido: não somos capazes de conceber formas de vida (relações, profissões, discursos, ideias, organizações) mais elevadas. 

Ansiamos pela verdade mas somos incapazes de vivê-la.

O novo mundo terá defeitos. Mas serão novos defeitos. Serão problemas que justificarão a existência de seres mais sensíveis psiquicamente. Seres à altura para trabalhar no plano dos conceitos e ideias. No plano da eficiência e integração. No plano da síntese e intuição.  Eis porque V deixa o mundo e Evey permanece.

V é o produto do mal que acaba se voltando contra seus criadores pelo bem daqueles que não tem a potência necessária para enfrentar o rolo compressor do mundo. 

V é UM mal mas não é O mal - por isso ele ama e Evey se convence de suas ideias.

V é aquele que atua pelo bem da forma mais eficaz - porque não perde tempo em sinuosidades.

V é aquele que conduz a dor do melhor modo possível - para que um pico intenso na história evite uma estrada longa, superficial e desnecessária.

V é necessário, mas não suficiente - porque o novo mundo é tudo que ele viabiliza mas ao mesmo tempo não vivencia.

Maravilhoso paradoxo! 
Aqueles que mais viabilizam o Novo Mundo são tão empenhados em sua atividade que não podem se dar ao luxo de se prepararem para atuar no mesmo. Eles abrem portas, portões. Derrubam muralhas e despertam mentes. São ferramentas que servem algo maior. Como tudo e todos. Eu, você, o vizinho, a família, os amigos, os governantes, os empresários, os cientistas, os poetas, os filósofos,..o povo. Toda humanidade.

Inspetor Finch: um homem bom que busca um
sentido em seu trabalho. Não é coincidência a semelhança
com o capitão Gerd Wisler de A Vida dos Outros
e o inspetor Javert de Os Miseráveis.
Quem é V? V é tudo e nada. Depende da profundidade de visão. Depende da sensibilidade daquele que recebe a mensagem. Por isso não é definível - como tudo que é Fantástico.

Quem é Pico e Vale vive Picos e Vales. 

Sem meio-termos. São aqueles que compreendem o mundo. Assimilaram a essência do passado que rege o presente e se lançam na Eternidade e no Infinito no intuito de encontrarem as forças criativas que estão subjacentes. 

O processo de transformação - despertamento - de Evey exige dor. 
É algo que vai além do entendimento intelectual e clama por um despertamento espiritual.

Se muitos pregam tanto que as dificuldades nos elevam, porque se abismam com uma ação intensa ,mas bem conduzida, que leva à ascensão? Somos ingratos às nossas dores. Elas nos elevam. Elas permitem nossa purificação. V tinha plena consciência disso ao fazer o que fez para Evey. Tanto é que ela o ama mais intensamente após passar pela sua catarse mística. Porque após superar essa barreira do som interior ela pode amar sinceramente e intensamente. Ela pode caminhar no mundo sem medo nem esperanças, livre do mundo para construir no mundo.

V de Vingança é uma "diversão" que clama por Trabalho. 

É o mais emocionante mergulho na Realidade.

Não é diversão nem ocupação - está acima dos dois. 

E por isso é o mais do ideal que abraça o menos do real, elevando-o.

Explosivamente,
Magistralmente,
Amorosamente...

Compreenda-o quem o puder...
Sinta-o quem o quiser...
Viva-o após compreender e sentir.


Zig

Estou divulgando uma vaquinha da minha namorada Vanessa para arrecadar recursos para o tratamento de seu gatinho chamado Zig. Como o tratamento é caro e ela no momento está sem ocupação, isso é muito para ela. Eu já contribui com R$30,00 e pedi para alguns familiares ajudarem se possível. Divulguei no face também para ajudar. 

https://www.vakinha.com.br/vaquinha/zig-o-gato-precisa-de-tratamento-urgente

Se alguém se importa com causas animais ou conhece alguém sensível à saúde desses seres, peço que a ajudem na medida do possível. 

Caso alguém tenha alguma dúvida pode escrever para mim - leonardoleite.oliva@gmail.com

LLO

domingo, 11 de outubro de 2015

A PROVIDÊNCIA DIVINA ABRAÇANDO A PREVIDÊNCIA HUMANA

O Drama Milenar da humanidade é superar sua cegueira intuitiva. Nada mais, nada menos. Esse é o ponto fundamental; a questão inicial que levará às conclusões finais e atuação convicta e criativa. Uma atuação sem medo do mundo porque apoiada em ideais de outro mundo. Um mundo possível, realizável, e desejoso de nascer - cada vez mais intensamente.

De um simples problema comum, e portanto universal - a dor causada pela inconsciência - temos a oportunidade de partir para uma descoberta ímpar dentro de nós mesmos. E com isso ensaiar esboços de ideias. Ideias baseadas em conceitos fundamentais que norteiam os seres conscientes desde o advento da humanidade. Viver para Ser. Ser para Agir. Agir para Transformar. Transformar a si mesmo e ao mundo.

É um erro desejarmos eliminar a bipolaridade que impera em várias esferas da vida. Uma serve de contraponto para o desenvolvimento da outra. É impressionante perceber quantas pessoas "de bem" e "educadas" que advogam o equilíbrio e a compreensão tentarem ignorar e eliminar (discretamente) aquelas instituições ou indivíduos que não defendem a sua concepção da vida. Por que ao invés de entrar nessa guerra de eliminação essa pessoa não se dedica a um trabalho de cooperação? Se suas concepções forem realmente englobantes, com perseverança e paciência ela tenderá a aproximar os pólos, fazendo-os operarem em prol de algo Maior (Finalidade).


O rio de nossa vida é banhado pela luz divina quando
a nossa consciência se torna universal e transformadora.
O trabalho de conscientizar seres é tarefa árdua e ingrata. Quanto mais paciente e persistente, mais medo da parte daqueles que desejam se manter presos à "realidade" - uma realidade superficial que massacra cada vez mais vidas por se considerar a última realidade. Não querem ver a Realidade, que mais intensamente se manifesta nos momentos de diferenças de ideias, na miséria das ruas, nas crises mundiais. Em vez de escutar e tentar compreender, foge-se da luta. Tolerância zero, conforto máximo. Mas queremos passar a idéia de sermos pessoas extremamente batalhadoras, que enfrentam as mais diversas adversidades do dia-a-dia e nenhuma satisfação devemos ao estado calamitoso do mundo - mas sempre tentamos relacionar nossos nomes e ações a algo bom que ocorreu por onde passamos...

Almas desesperadas são aquelas que criam valores e lutam incessantemente pela unificação do mundo. Isso pode significar mostrar as misérias e suas causas - o que incomodará muitos - e estabelecer a relação entre eventos "não-relacionados" (à priori). Significa ser Previdentemente humano para não pesar aos outros e dar exemplo, e ao mesmo tempo crer na Providência divina - sem jamais abusar da mesma. 

Ser Previdente. Crer na Providência.

O erro da humanidade é abraçar fervorosamente um pólo e abandonar outro.
Vive-se pobremente (espiritualmente, materialmente. ou de ambos...).
Somos assim...seres de pequena envergadura interior...
Não somos capazes de nos expandir e tocar ambos pólos, aproximando-os gradativamente.

Ser Previdente é aceitar a matéria sem (no entanto) afirmá-la como ponto culminante.
É reconhecê-la sem adorá-la. 
É se conscientizar das necessidades de acordo com suas potencialidades.
É dar o devido valor a um meio.
É reconhecer que precisamos de menos do que imaginamos para vivermos bem.

Crer na Providência é sentir o transformismo que rege a Vida. 
É aceitar o poder do imponderável.
É garantir a sobrevivência da única coisa imortalizável: Sua Alma.
É ser ousado para seguir sua consciência, suas convicções mais íntimas, seus sonhos e ideais.
É fazer ensaios, tentando transformar em teorias, palavras e atitudes todas suas visões.
É integrar o que o mundo vê como antítese.
É elaborar uma síntese.

É reconhecer que tornar o necessário difícil é atrasar o trabalho evolutivo - o Verdadeiro Trabalho.
É amar a miséria não pela miséria em si - mas sim porque nela se revelam as verdades mais Profundas. Verdades que são a chave para a transformação de si - e do mundo...

Combinar os dois é difícil porque a mente humana é puramente analítica e intelectual em seu atual estágio evolutivo. Ela não vê nada além. Ela só crê em dados e fatos. Ignora o subjetivismo e enaltece o objetivismo - e com isso as causas permanecem distantes.

Se um ser se dedicar integralmente à melhoria do mundo e possuir condições para isso, é certo que a essa pessoa nada faltará para cumprir sua missão. O mundo pode lançar ataques e armar ciladas das mais diversas, mas em momentos críticos, contra todas as circunstâncias construídas pelo intelecto luciférico, as forças que deveriam atingir um alvo completamente desprevenido (por se dedicar a fins máximos) inexplicavelmente se voltam contra os agentes. E assim o pequeno ser é protegido pela providência. Isso ocorreu com algumas personalidades ao longo da civilização. De forma magistral. Somos incapazes de explicar, atribuindo ao acaso. Mas quantos "acasos" precisos tivemos com os seres mais retos !

O mecanismo é complexo para a mente humana. Não atingiremos a noção de sua potência com pensamento puro. Precisamos refletir e sentir os fenômenos evolutivos que governam a vida, conduzindo sabiamente nossos estudos e pesquisas.

Persistir sinceramente é se abrir ao diálogo e elaborar algo a mais. Não devemos reproduzir além do necessário - ideias, invenções, estudos, modos de vida. Precisamos dedicar o necessário do tempo, energia e mente para nos mantermos bem no mundo, e lançar todo restante para esse "Mais".

Ai de quem tem (recursos, condições, instrução) e nada faz !
A esses será maior o peso da Realidade.

Não é fácil. Muito pelo contrário. Mas num dado momento a consciência se dilata a ponto de nos convidar irresistivelmente a arriscar numa jornada ímpar. Uma jornada interior tão intensa que se revelará exteriormente em silêncio. Mas o mundo se engana quando avalia. Porque ele faz isso com base no barulho imediato e nas ações sem convicção. Estas tendem a ruir com os dias, meses, anos ou séculos. Não perduram. Mas grandes potências se organizam nesse período de incubação. Somente quem sentiu sabe.

Sejamos Previdentes, rejeitando o consumo de bens inúteis e desagregadores.
Tenhamos crença na Providência, para nossa vida não ser vazia e sem sentido.

Rumo à consciência intuitiva-sintética para solucionarmos os mistérios ainda não desvendados pelo intelecto analítico.

Compreenda-o quem o puder.