4 de
Outubro de 1957.
Unidade
de Testes de Foguetes da União Soviética.
(mais
conhecido como Cosmódromo de Baikonur)
Um
foguete – o Foguete Sputnik – de dois estágios, 19 metros de
altura e 137 toneladas de massa (com combustível), movido a oxigênio
líquido e querosene foi lançado*.
O
sistema de controle do Foguete Sputnik foi ajustado para uma órbita
elíptica com perigeu de 223 km e apogeu de 1.450 km, com período de
101,5 minutos. Esses parâmetros foram calculados por Georgi
Grechko*.
Agora
eu, aqui em casa, nascido quase 28 anos depois desse evento
memorável, me ponho a imaginar quão envolvente deve ter sido o
lançamento desse foguete, que colocou em órbita um aparato feito
pela nossa espécie. Um aparato...um satélite. Cheio de tecnologia.
Cuja função era transmitir sinais de rádio capturáveis por
qualquer radioamador. Ele enviava bips (bip bip bip...). Uma nova Era
começava a florescer.
Sputinik: o primeiro satélite artificial. |
O
Sputnik provou que era possível colocar um artefato em órbita, e
que este artefato era capaz de cumprir uma missão. Ou seja, ser útil
para nós aqui em baixo.
Você
sabe como É COMPLICADO colocar um satélite em órbita???
E
mantê-lo lá em cima, operando, em condições ALTAMENTE HOSTIS?
Sim, hostis: extremos de temperatura (-200 a 300 graus...ou coisa
assim); velocidades da ordem de 28.000 km/h (daria pra chegar na
China em meia hora); nenhuma atmosfera; nenhuma parada para reparos.
Só o Espaço. Todo Universo mais perto. E o impacto com alguma
partícula seria o fim. E um desvio de trajetória poderia acabar com
sua missão. E a falha das baterias impossibilitaria os bips. E
milhares de outros detalhes importantes. Experimente esses extremos
de temperatura e velocidades. Experimente criar uma máquina capaz de
resistir a eles e transmitir informações. Experimente calcular uma
trajetória elíptica desse tipo teoricamente, no papel, considerando
as massas, as trajetórias, os arrastos aerodinâmicos, a variação
de massa, o impacto da separação dos estágios, a variação da
força gravitacional, a geometria, os ângulos, a estabilização
depois de sair da atmosfera. E etc. Experimente.
Então o
que eu quero dizer é que esse foi um evento MUITO IMPACTANTE sim. A
ponto de merecer uma dedicatória aqui. Especialmente porque eu
realmente acho legal toda essas coisas de Espaço e foguetes e
satélites e Universo e vontade sobre-humana.
Enquanto
isso, do outro lado do mundo, os EUA e sua população viram o evento
como algo pavoroso. Exceto aqueles que viam o verdadeira significado
daquilo tudo: progresso da ciência. O uso de tecnologia de ponta
para gerar bem estar a todos.
É claro
que Nikita Kruschev e seu partido estavam muito mais preocupados em
propagar o evento com a finalidade de mostrar ao mundo que esse
lançamento significava o sucesso do seu povo e seu regime e tudo
mais. Não se tratava disso. O que realmente importava eram os frutos
que esse sucesso científico traria para a área espacial.
No final
das contas o Sputnik – aliado ao voo de Yuri Gagárin – estimulou
os EUA a iniciarem o seu programa espacial, criando a NASA (Agência
Espacial Norte-Americana) e investindo nas tecnologias espaciais.
Muitas descobertas foram repassadas para a sociedade. E essa é a
maior função dessa área: melhorar nossa qualidade de vida.
E também
fascinar mentes humanas.
Referências:
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