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domingo, 28 de setembro de 2014

AMOR: PROFUNDO, LENTO, DISCRETO.

Amor é uma palavra que resume um sentimento inexprimível. Que se traduz numa série de atitudes tidas como irracionais. Porque não geram benefício para aquele possuído por esse sentimento profundo e indecifrável – ainda – em sua essência.

Amor não se traduz em desejo. Este se encontra longe daquele. Enquanto o primeiro se satisfaz com a simples existência e convivência com o ser amado, o segundo se traveste de altruísmo e utiliza-o para satisfazer as mais variadas espécies de necessidades instintivas. Um dá plenitude sem esforço. O outro drena e aprisiona (ambos). Um é independência, portanto tranquilidade. Outro é dependência, portanto desespero – em possuir e controlar e desviar.

Quando Deus decidiu permanecer conosco, em nosso íntimo, nesse universo caótico de matéria e lutas e incompreensão, caindo na imanência amorosa mas ao mesmo tempo se mantendo senhor da situação em sua transcendência poderosa, ele realizou o maior ato de amor. Porque isso significa que Ele decidiu desabar conjuntamente com sua criação para que ela conquiste a salvação.

Puxar para cima mesmo sendo incompreendido.
Deus poderia pensar: “Ahh..eles que se revoltaram. Que se percam para sempre e permaneçam desnorteados!” Nada seria afetado em seu Sistema perfeito. Sistema infinito, independente daqueles que O abandonaram, desejando experimentar o egoísmo (todos nós nesse Universo...). Mas não. Ele fez questão de se manter dentro de cada ser revoltado. Lá no fundo. Lá no íntimo. Indecifrável, irreconhecido, mas infinitamente influente em cada gesto ascensional dado por cada um de nós. Por que? Não sei. Mas dou graças a Ele por isso.

À medida que evoluímos construímos uma forma mental mais avançada. Primeiro intelectualmente, depois moralmente. O amor – que sempre existiu – começa a ser compreendido em sua real acepção . Ele não muda, mas a ideia que temos dele se aproxima de seu real poder absoluto. Fazemos isso mais pelo sentimento do que pelo raciocínio. Tão alto ele está! Para atingi-lo nos calcanhares necessitamos adotar a intuição.

O amor é uma manifestação da centelha divina. É profundo no significado.
O amor é uma descoberta via experiências. É lento no florescer.
O amor é sereno e tranquilizante. É discreto na manifestação.

O amor promove ascenção na verticalidade espiritual.

É um ato causado por uma sensação. Um dever seguido imperiosamente, por livre convicção, que não mede esforços nem teme alturas. Ele pensa de outra forma.

Muitos dizem que ele é irracional. Talvez porque julgaram senti-lo num dado momento de suas vidas, sem no entanto o conhecerem em seu mais amplo e profundo significado cósmico.

É buscar o ser até no inferno.
O tempo e a distância inexistem.

As supostas ofensas são compreendidas.
A falta de reconhecimento faz entristecer, mas jamais emudecer a sinfonia cósmica que se manifesta de mil formas sinceras e criativas.

É a potência fundamental dentro de nós. Poder infinito em concepção, infindável em dedicação e insondável em representação.

É o que o verdadeiro místico reconheceu e vive a cada dia.

É acima de tudo simples e transformador.

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