A
proposta desse tópico é expor a público textos que eu desenvolvi
baseados em temas (frases simples, provérbios, ensinamentos sujeitos
à interpretação de quem os lê). Esses textos foram sendo
desenvolvidos ao longo de um curso que eu participei. Se bons ou não,
acredito que seja útil expô-los neste espaço. Nada há de pessoal
nem sigiloso. Além disso, nenhuma ideia demonstra espírito de
cisão ou expõe detalhes sobre particularidades do próprio curso.
Gostaria
de expô-los aqui porque as idéias que desenvolvi neles são minhas,
portanto coincidem com a pirâmide de ideias sendo edificada neste
blog. Um blog que não é um simples despejar de sensações
particulares, mas uma tentativa de construir uma moradia de
compreensão para leitores – e autores – das mais diversas
tendências. A preocupação é com o Todo, e não apenas comigo
(pelo menos é o que tento...). Porque o egocentrismo expandido ao
máximo se torna altruísmo. É uma preocupação SUA – sim, sempre
seremos assim – mas se relacionando com o Universo, por percepção
de que o Todo e o Eu são integrados.
Ao todo
foram dez. E aqui vai a primeira reflexão.
“Nas
lutas habituais não exija a educação do companheiro, demonstre a
sua.”
Sim.
Não devemos exigir essa educação – nem qualquer outra atitude
que julgamos elevada – das pessoas porque o alcance de nossas
palavras é limitado. E o desgaste seria muito grande para nós,
gerando outro desgaste no lado oposto.
Eu
acredito que a melhor forma de atuarmos para transformar a sociedade
(ou grupo, ou família e governo) seja através de nossos afazeres
cotidianos. Pois convivemos 24 horas por dia conosco. E existem
incontáveis atividades interessantes e úteis e poéticas e belas
(sem custo, ou baratas) que expandem nossa mente e contatos e
amizades. E portanto nos deixam em melhores condições de saúde.
Isto é, menos preocupados com a vida dos outros e mais com a nossa
própria. Uma comparação-compreensão do nosso Ser através do
tempo, ao invés de uma comparação-competição do nosso Ser com o
mundo.
É
claro que atingir esse nível de percepção da vida exige tempo. Eu
chutaria dez anos de trabalho duro de maturação interior.
Assimilação de experiências e tentar encontrar uma lógica
coerente no mundo, pesquisando as diversas correntes filosóficas,
concepções religiosas do mundo e aspectos científicos da
realidade. O natural será das duas uma: depois de uma busca curta
estacionamos naquilo que mais nos agarde, nos satisfazendo em viver
no mundo e ignorar os problemas últimos e fundamentais – que um
dia, nesta vida ou nas outras irão nos martelar; ou traçamos um
caminho cada vez mais solitário, nos conectando à nossa essência
divina (nosso interior), tão preenchedora para quem se dispõe a
realizar uma investigação até as últimas consequências.
Mente
aberta e paciência são as características de uma personalidade que
atingiu um grau supraconsciente. Isto é, não se prender
dogmaticamente a nenhuma corrente de pensamento (abertura mental),
seja ela uma ideologia, uma religião, um nicho da ciência, uma
corrente filosófica ou qualquer outra coisa que apresente
antagonismos – diga-se: tudo em nosso mundo. Isso não significa
que defender uma visão de mundo e adotar um lado veementemente te
transforme num defensor radical de um modo de vida. O valor de
defender uma posição reside na capacidade do seu defensor expor
suas idéias de forma clara, revelando contradições nas
anteriores, mas ao mesmo tempo revelando verdades relativas em cada
uma delas, moldando uma nova, mais completa, mais integrada, capaz de
atender todos anseios e explicar todos conflitos aparentes.
A
paciência é consequência de uma compreensão profunda da realidade
das pessoas. É um entendimento da mecânica das relações sociais,
do desenrolar da história individual (sua) e coletiva (seu povo, sua
nação, a humanidade). É um autoconhecimento. Sabemos separar nosso
subconsicente, nosso consciente e nosso superconsicente. Temos clara
noção quando um tenta manipular o outro e passamos a respeitá-los
e controlá-los na medida adequada ao nosso desenvolvimento. Isso
significa que nem tentamos suprimir por completo nossos baixos
instintos, com medo de gerarmos uma distorção e possivelmente
gerar futuros traumas – desnecessários – nem deixamo-los livres
para se manifestar completamente, causando repressão por parte da
sociedade, via leis. Ao mesmo tempo, deixamos nossa intuição agir
na hora certa, revelando pensamentos profundos para as pessoas certas
(se houverem) e ambientes apropriados, conforme nossa capacidade de
exprimir sentimentos e idéias.
Devemos
dar menos peso para as particularidades da vida alheia, para os bens
materiais e para as vaias e aplausos do mundo. Isso é o que levará
a pessoa a se preocupar mais consigo mesma do que com os outros. E
levará cada um a conduzir o seu trabalho de modo concentrado,
possibilitado atingir o máximo de si. Se o mundo responder com
indiferença, com condenações ou com bonificações é problema
dele. O único julgamento realmente válido virá de outro plano, no
qual a concepção é (infinitamente) mais vasta e a compreensão é
(infinitamente) mais profunda.
É
entre Eu e Deus. É entre Você e Deus. É entre cada Ser e Deus.
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