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sexta-feira, 27 de março de 2015

SISTEMATIZAÇÃO DO PROCESSO EVOLUTIVO (parte 2.2)

Caso 1.a

Quando atinge-se um apogeu intelectual menor do que a sociedade / o seu meio vê como importante para o sucesso pessoal, podem haver várias críticas por parte dos amigos, familiares, colegas do trabalho e desconhecidos. A pessoa é vista como pouco ambiciosa por parte do mundo - e portanto menos passível de ser realizada. Tudo isso segundo os padrões vigentes. Você já deve ter ouvido falar de alguém assim na sua árvore genealógica, ou entre seus colegas, ou simplesmente viu ou leu uma história desse tipo em algum lugar: a pessoa que é "menos" para ser mais e fazer mais.


Figura 4: antecipação consciencial sem necessidade de grande
conhecimento. Humildes sábios.
Mas a questão é: o que leva alguém a (por exemplo) deixar a faculdade para se dedicar ao artesanato? Ou deixar de ser um empresário bem sucedido e remunerado para cursar letras ou música ou filosofia (sei lá)? E guinadas do tipo...

Será que essas pessoas encontraram a si mesmas enquanto cumpriam as obrigações que o mundo passado estabeleceu e o mundo presente perpetua? E com isso (esse grande encontro) se descobriram, sendo capazes de orientar suas vidas de acordo com valores íntimos, subjetivos - mas ainda assim usando recursos do mundo.

Essas pessoas provavelmente tem muitos motivos para abandonarem o certo e iniciarem uma jornada incerta. E quanto maior a reflexão pré-abandono e a sinceridade e gosto com que executam suas novas tarefas na sua nova rotina, maiores as chances de terem sucesso e ficarem futuramente conhecidas como aqueles que ousaram abrir caminhos verticais e ascender por eles para iniciar uma vivência em novas horizontalidades, criando condições - antes pessoais e depois, por consequência - para futuros bandeirantes.

Bom, o que ocorre?

O aprofundamento da consciência aliado à ampliação dos horizontes vislumbrados leva o indivíduo a captar a essência dos fenômenos com mais facilidade. Ele consegue intuir como um fenômeno tende a se desenvolver (gênese do profetismo), pois vê com maior profundidade. As causas são menos nebulosas e mais rastreáveis e isso tende a lhe aguçar o gosto pela investigação de si mesmo e dos outros. As relações passam a ser mais intensas e mais sinceras. O uso de recursos mais eficiente, sendo o supérfluo identificado com maior facilidade e o gosto pelo mesmo reduzido cada vez mais. É profunda maturação interior que o exterior nada capta.

Com uma diminuição do conhecimento e um aprofundamento da consciência o progresso se dá mais rápido: concentração gerando potência ascensional. Isso é simbolizado pelas setas vermelhas, que simbolizam velocidade ascensional - inversamente proporcional à amplitude intelectual horizontal.

No caso "normal", a potência ascensional ainda estaria desacelerando e seria menor, até chegar ao ponto máximo, onde as setas verdes representam uma taxa de conscientização menor devido ao gasto de energia maior com as externalidades do mundo (sensitivo-intelectual).

Dessa forma, enquanto o trajeto azul atinge seu zênite intelectual e passa a ser guiado pela consciência, o trajeto laranja está ardendo por ascensões, altamente potenciado e cada vez mais realizado, se lançando a empreitadas evolutivas ousadas.

Quem segue esse trajeto se concentra mais em si do que no mundo, mas justamente por isso é quem mais pode ajudar o mundo. O pouco estudo que tem é suficiente para mover alavancas, pois é um pouco material sustentado por um intenso espiritual.

Ou, como Huberto Rohden disse:

Nada pode esperar o mundo do homem que algo espera do mundo.
Tudo pode o mundo esperar do homem que nada espera do mundo.

Nesse caso, quando um pequeno y e pouco x já causa o início do processo de seletividade consciente, tem-se uma criatura de enorme humildade e simplicidade, voltada para o interior, capaz das maiores descobertas sem as ferramentas e métodos do mundo. É o caso dos santos e místicos.


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Caso 1.b

Esse caso seria idêntico ao anterior, exceto pelo fato de ter seu zênite atingido após a referência (normal).

Trata-se de pessoas menos preocupadas em aumentar sua taxa de conhecimento, estudando lentamente, conhecendo o meio e os fenômenos lentamente, racionalmente, sem muito desgaste, de forma a não perder o equilíbrio comum a muitos nesse mundo à beira do colapso psíquico-nervoso.

Figura 5: caminhar vagarosa pela intelectualidade
ao passo que consciência cresce. Racionais equilibrados.
Caminhar devagar na assimilação do mundo e no desenvolvimento da técnica indica maior introspecção e menor extroversão. Ser menos competitivo e que no entanto, por mais tempo, se desenvolve no universo intelectual. Minha idéia é que nesse caso devem haver muitos ateus porque a sua consciência elevada ainda não foi assimilada pelo concentrado intelecto, e portanto, apesar de bons e operários do progresso, não estão compreenderam o aspecto místico-unitário do Universo e de cada vida. Mas isso não lhes impede de serem criaturas que agem de forma mais sensata do que muitos "crentes" e "sapientes".

Quando pessoas desse tipo atingem o máximo intelectual, o saber externo deixa de ser prioridade - apesar de ainda ser útil e interessante - e sua alta consciência lhes permite potenciar enormemente sua jornada ascensional. É um grau no qual a busca por novas idéias e a aquisição de concepções é tremendamente veloz. Pura emoção. Pura energia convertida em iluminação interna e (depois) externa.

(continua)

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