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quinta-feira, 18 de junho de 2015

MONISMO

Trabalhar sob inspiração é compensador por si só. Aliás, é gratificante trabalhar sob e em prol da inspiração. Porque esta tanto influencia o canal (autor) quanto se faz tangível para o receptor (leitor/a) capaz de extrair o significado subliminar das palavras.

Ubaldi: homem integral. Venceu o mundo, superando-o.
Uma nova concepção do Evangelho. Atualização necessária
para nosso mundo continuar o progresso.
Este blog, prestes a completar 2 anos, já possui quase 200 ensaios que falam sobre Tudo, Nada ou algo entre esses limites. O julgamento demonstra a natureza daquele que recebe a mensagem - seu grau de consciência individual, sua história, seu meio e sua constituição genética definem a capacidade de seu recipiente finito.

Eu ainda tenho dificuldade em compreender como funciona o processo inspirativo que rege essa espiral ascensional construída em formas de palavras. É tão gratificante quanto imprevisível sentar aqui, diante do computador, mãos no teclado, mente vazia e ausência de sentimentos, e descarregar uma visão profunda sobre um tema simples - em poucos minutos. Fornecer uma nova visão para temas desgastados mas - ao mesmo tempo - cada vez mais inquietantes. Temas metafísicos que influenciam tanto o mundo metafísico quanto o mundo físico. Sem nenhum planejamento ou revisão bibliográfica detalhada. Baseado apenas na sinceridade e vontade de cumprir um dever - o imperativo categórico.

É gratificante, pois o próprio ato de escrever é imprevisível, desafiador, incerto e exigente. É um princípio potente que se lança num abismo enorme e constrói apoios e auxílios sem essa intenção. E com isso chega-se ao fim da idéia-base de forma satisfatória. Conclui-se com uma nova visão, mais vasta, construída após um mergulho numa realidade profunda - A Realidade. Toda satisfação já é recompensa - de dever cumprido, perante o Espírito e o mundo. Aquele reconhecendo o valor hoje, este reconhecendo o valor amanhã.
Com a alma abraçamos e amamos o Universo.
Com a mente concebemos o Universo.
Com a matéria atuamos no Universo.

É imprevisível pelo simples fato de não se tratar de métodos da mente. Nada de sistematização inicial - que pode até ser gerada no decorrer da idéia. Nada de desejo de recompensa. Nenhum medo de errar ou ofender - pois tudo se baseia num desejo ardente de unificação e de eduzir a verdade da própria alma. Trata-se de um trabalho de auto-descobrimento, ou melhor, auto-conhecimento.

O autor escreve para si mesmo. Ele se conhece e se realiza em seus textos. Textos vividos ou a serem vivenciados. Textos vívidos e intensos justamente por brotarem de uma experiência interior vulcânica. Nada de fórmulas, receitas ou formalismos. Nada de técnicas ou seguir tendências coletivas. Nada de se basear continuamente em "casos de sucesso" - exceto quando reconhece-se conscientemente a universalidade e imparcialidade de um método. Em suma, a profundidade da vivência leva ao transbordamento das palavras.

Há muitos meses escrevi sobre o Monismo. Minha concepção ainda era limitada. E por isso me sinto estimulado a (digamos) parir um novo ensaio sobre o assunto.

Para começar, devo esclarecer alguns pontos que devem estar se cristalizando em algumas mentes.

O monismo não é uma seita, ou partido, ou corrente filosófica (apesar de alguns "gênios" terem transformado o termo nisso), ou etnia, ou raça, ou sistema político/econômico/social ou pessoa. Ele é (simplesmente) um estado de consciência que engloba tudo e todos, e portanto capaz de transformar a vida de qualquer ser humano disposto a sair do labirinto físico-mental-emocional que se encontra. 

Segundo a Wikipedia:

Monismo (do grego μόνος mónos, "sozinho, único") é o nome dado às teorias filosóficas que defendem a unidade da realidade como um todo (em metafísica) ou a identidade entre mente e corpo (em filosofia da mente) por oposição ao dualismo ou ao pluralismo, à afirmação de realidades separadas.

O Ser realmente consciente se dará conta de que o monismo engloba o dualismo, sendo mais vasto e portanto potente do que esse último estado de consciência. Logo, o verdadeiro monista jamais será separatista e segregador em sua essência - ao contrário do dualista ou pluralista, que deseja impor um finito de interesse a outros finitos.

Um Ser integral é Corpo e Espírito.
Monismo é submissão do ego finito ao Ser Divino que reside dentro de ti (Deus).
Dualismo é ignorar o Ser Divino dentro de ti e (por isso) submeter os egos adjacentes ao seu ego.

Monismo é integrar o bom das diversidades.
Dualismo é desconsiderar as diversidades.

O monista tem uma concepção metafísica da Divindade.
Ele vê Deus no diabo e o diabo em Deus - apesar de Deus ser muito mais do que o diabo.

"Eu e o Pai somos um. Eu estou no Pai e o Pai está em mim. Mas o Pai é maior do que eu."
Jesus, o Cristo.

Cristo era monista, admitindo a Divindade Transcendente e o Deus Imanente. Deus imanente em cada Ser - em estado potencial, latente ou dormente na imensa maioria dos indivíduos desta humanidade. Mas atualizável, realizável. Basta a conscientização da Verdade Libertadora. Nada mais, nada menos...

Existem pessoas simples que são monistas sem o saberem. Percebem a unidade do mundo nas inúmeras diversidades. Não há oposição, apenas complementação.

O monismo considera o Além, e por isso o "Deus dos monistas" é intangível, inominável, indescritível. Porque quem atingiu a consciência monista (que todo ser humano, se quiser se salvar, irá atingir) iniciou o cultivo da humildade profunda, que admite que o ego humano é incapaz de conceber algo além dele. O intelecto e os sentidos não levam à vivência da Realidade Eterna e Infinita. Apenas a intuição é capaz de superar o labirinto de problemas e infelicidades que (aparentemente) governam nosso mundo e nossas vidas pessoais. Porque ela nasce da bondade.

A intuição é a base para se chegar a uma consciência monista do Universo. E antes dela, retidão convicta e sinceridade ardente, independente dos vitupérios ou elogios - circunstâncias sem importância para o sapiente que colocou o intelecto e os sentidos a serviço da Fonte Infinita de bondade.
Spinoza: visão integral, vivência
integral.

Quem leu, refletiu e vivenciou "Queda e Salvação" de Pietro Ubaldi percebeu que o dualismo (Anti-Sistema, AS) rejeita o monismo (Sistema, S); mas este engloba aquele, e justamente por isso triunfará.

O monismo afirma o mais e reconhece o menos.
O dualismo afirma um menos e ignora o mais.

Quem se interessa por Ciências Humanas (carro-chefe do futuro, a meu ver*) nota claramente que a humanidade progrediu do politeísmo para o monoteísmo, e este conviveu com um hiato materialista (séc. XIX e XX) ainda presente em muitos meios eruditos. E nesse desenvolver "nasceu" e se difundiu o conceito de monismo, capaz de eliminar rivalidades e resolver os problemas últimos da humanidade atual, afogada em aparências, consumo, tecnologias e tecnologismos.

POLITEÍSMO --> MONOTEÍSMO DUALISTA --> MATERIALISMO --> MONISMO --> ?

O "?" significa que provavelmente haverá mais. Uma concepção tão vasta e profunda, com um poder cósmico, que escapa a qualquer tentativa de descrição.

Por ora nos contentemos em compreender o monismo e permear a nossa vida com ele, transformando o nosso Ser de hoje no Novo Ser de amanhã. E com isso superando: 1o) a forma mental atual e; 2o) o sistema atual.

O monismo é tão simples que se torna complexo para a mente hodierna**.

Para compreendê-lo devemos ser:
Sinceros na vivência.
Reto no agir.

Nada mais, nada menos.


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* http://leonardoleiteoliva.blogspot.com.br/2014/08/e-chegado-o-tempo-das-ciencias-humanas.html
** hodierna: atual, moderno.
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