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segunda-feira, 9 de maio de 2016

Informação: uma faca de dois gumes

Um tópico de grande importância - mas que raramente é encarado como fator influente no processo de mudança da sociedade e suas instituições - é a difusão e intensificação das tecnologias de informação. Nisso o artigo abaixo pode iniciar uma reflexão por parte das pessoas em busca de esclarecimento:

http://outraspalavras.net/capa/nas-guerras-de-quarta-geracao-o-inimigo-somos-nos/

A oligopolização da economia anda de mãos dadas com a oligopolização da informação. Grandes empresas como Microsoft, Google, Facebook, entre outras - se não me engano mais duas grandes - possuem bancos de dados capazes de saber tudo sobre qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. Pelo simples fato de conhecer seu IP o Google, por exemplo, baseado nas suas buscas - que podem ser secretas para seus familiares, filhos, pais, amigos, namorado(a), etc, mas são abertas para esse grande olho virtual - é capaz de traçar o que você consome, com que frequência, onde, seus gostos e aversões e até mesmo até que ponto (físico, material, intelectual, financeiro) você estaria disposto a ir para adquirir um determinado produto ou serviço. Isso é algo a se discutir em nossos dias de informatização crescente da sociedade..

A informação é neutra, mas nós estamos
transformando-a em algo destrutivo. Aqueles que
mais possuem (corporações) mais dever tem
de se auto-controlar e melhorar o planeta.
Mas o povo também deve agir - e logo.
Devemos antes de tudo mergulhar no nosso interior.
Por outro lado, a vida é (obviamente) inviável se evitarmos fazer qualquer coisa que possa expor nossas informações pessoais. A verdade é que recebemos centenas e milhares de propagandas e informações de mega-empresas e bancos que jamais sequer ouvimos falar ou tivemos algum tipo de ligação. Isso se dá provavelmente porque: (a) as informações que somos obrigados a fornecer para instituições de grande envergadura vazam entre instituições. Como a legislação estatal não atinge quem possui mais (poder) do que o Estado, ela não é capaz de ser implementada nem à força, e assim ficamos reféns das circunstâncias do sistema operante. Por outro lado (b) nosso ego humano tem uma enorme necessidade de participar de atividades sociais, e nosso íntimo Eu espiritual quer ser parte de "algo maior". Mas buscamos (quase) sempre esse "maior" nos lugares errados...Dessa forma acabamos fornecendo informações a estranhos além-da-conta, nos tornando reféns de nossos próprios instintos de participar.

Eu vejo tudo da seguinte forma: querendo participar excessivamente do mundo externo, submetemos nossos maiores tesouros - nossos valores, nossa consciência, detalhes íntimos e pessoais - em maior ou menor grau a assaltos por parte daqueles dispostos a se aproveitar. Isso é humano e está dentro de você, de mim...e de instituições. A questão central é estar consciente desse fenômeno e reconhecê-lo. Sem esse primeiro e imprescindível passo dificilmente daremos outros - que resolverão esses problemas, gradativamente, sem necessidade de dor.

Nossa descrença em nosso poder interior nos torna reféns das circunstâncias impostas pelo sistema.

Nossa intuição espiritual aceita essa verdade simples.
Nossa mente intelectual não compreende essa frase complexa.

Mas não precisamos sistematizar uma idéia para guiarmos nossas vidas a partir dela. Basta parar um momento e refletir sobre tudo. Crer que existe algo a mais que nos sustente. E a partir daí viver uma vida um pouco mais consciente. Trata-se sobretudo de conquistar a intuição e, a partir dela, chegar à análise. Uma análise mais elevada que a atual. Dessa forma o caminho geralmente seguido pela humanidade (análise -> intuição) pode ser facilitado por um caminho mais eficaz, porém árduo (intuição -> análise).

Devemos guiar nossos estudos, nosso trabalho, nossas relações, nosso cuidado com o corpo, as finanças e vida a partir de um conceito que transcenda todas nossas finitudes humanas. 

Ao sermos mais conscientes estaremos menos sujeitos aos males que assolam a humanidade, podendo servir de exemplo e guia para outros. Pessoas equidistantes das: suspeitas-sobre-tudo e das abertas-a-tudo. 

Devemos denunciar e combater qual a finalidade do aumento dessas tecnologias. Mas ao mesmo tempo não devemos destruí-las, mas sim usá-las na medida do necessário para nosso bem-estar e para promover transformação social. 

A informação, imaterial, assim como os objetos, materiais, é algo neutro. Inconsciente portanto. Quem dá a ela a faceta de boa ou má somos nós, humanos, conscientizáveis (mas ainda não-conscientes). O que devemos superar é essa tendência de usar informação para satisfazer desejos vazios. Especialmente por parte de grandes corporações poderosíssimas, que interagem com poderes militares de governos poderosos em vistas de interesses de mercado. É um dá-cá-pega-lá sem fim: um tem interesse no controle e imposição de uma ideologia/cultura (governos poderosos em conjunto com outros países), outro se interessa "apenas" no controle do seu mercado e da vida individual das pessoas (mega-corporações). Enquanto a sociedade, reproduzindo isso em menor escala, de forma menos profissional e mais inocente, nem sequer reconhece essa realidade.

Bastaria pararmos de "ganhar tempo" com "assuntos importantes" (banalidades transitórias) e começarmos a nos abrir para "perder tempo" com "questões inúteis" (profundas), e o mundo começaria a se transformar efetivamente - para melhor!

Agora um ponto é verdade: essa transformação gera dor e incômodo. Mas ele é necessário para a dilatação da consciência individual-coletiva. É o método de aprendizado que nos garantirá as ferramentas (teorias, tecnologias, idéias, sistemas políticos-econômicos, instituições) que podem construir uma sociedade verdadeiramente sustentável, equilibrada e em paz - não apenas consigo mesma, mas com todas espécies e todo planeta. 

Devemos nos subordinar à Realidade antes que esta nos subordine à força. 

Porque a evolução das circunstâncias indicam contradições e limitações de nosso modelo atual - seja ele mental-individual ou sistêmico-coletivo.

Eis a grande questão.



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