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domingo, 26 de fevereiro de 2017

Muito além da Engenharia e do Ensino.

Iniciar-se-à um novo movimento em breve. Será uma tentativa - ousada - de colocar em prática princípios no qual acredito. Será um período de tempo semanal no qual pretendo abrir as portas para dimensões superiores de concepção - para mim e para quem participar de meu curso. Não há nada de novo, exceto em termos de ousadia, vontade e criatividade em organizar elementos já presentes, falados e estudados - isoladamente, à fundo. 

Foi me dado um espaço para exercer liberdade. Pretendo exercê-la da melhor forma possível. Máxima eficiência, dedicação, organização. Intensidade do início ao fim do curso a ser ministrado. Sinceridade e aprendizado. Aprender ensinando - e possivelmente ensinar aprendendo, com as dúvidas persistentes e precisas. 

Ciclos intermináveis. Mas a cada novo dia, semana, fase, novas
configurações. Mudanças pequenas, imperceptíveis, mas
mudanças. Eis o fenômenos da evolução que nos escapa.
Do movimento circular ao movimento espiralado, com expansões
e contrações, esta perdendo para aquela numa razão de 3:2.
A vida canta através de todas criaturas vivas e não vivas. Canta através dos fenômenos de todas ordens. Canta ao tecer a história dos povos, dos indivíduos, das correntes filosóficas, das teorias científicas, das ideias políticas, das expressões afetivas, das artes, das religiões, do amor. Basta saber captar o que está sendo emitido. Ver na substância. Sentir a ordem desejante de nascer de forma firme e sustentável. Com força suficiente para imperar sem se impor. Imperar naturalmente. Florescer em todos campos, em todos níveis, para satisfazer todas vontades sinceras de realização no campo artístico, místico, científico, político e tecnológico.

Somos produto de nosso tempo, de nossos genes, de nosso meio. Sim, é verdade. Mas acima de tudo e todos (deste mundo finito), somos produto de nossa consciência. Nosso passado construiu nossas tendências presentes, nossos instintos e traumas e inclinações. O espírito é o elemento faltante nesse gigantesco quebra-cabeças que é o ser humano. De tal forma que, em termos de substância, somos herdeiros de nós mesmos.

A Engenharia humana deverá viabilizar um mundo
sustentável e harmônico. Muito menos atrito,
muito mais liberdade. Logo, menos desperdício -
de recursos, de fala, de energia, de tempo.
De que serve tanto conhecimento se este fica restrito a um campo já fartamente explorado? De que adianta criações fantásticas sem um controle de seu sentido - e suas implicações? De que adianta a especialização que corrói relações entre saberes, entre seres, entre ideias, entre conceitos? Precisamos sim nos especializar. Mas com um senso de orientação. Com a aquisição de uma capacidade de síntese - uma visão ampla no espaço e no tempo, e profunda nos conceitos e relações - atingiremos uma capacidade ímpar de entrarmos em contato com nós mesmos. E isso - feliz ou infelizmente - significa abraçar a nossa dor. Compreendê-la, aceitá-la, e com isso receber os golpes inexplicáveis do presente sem deixá-los influenciar nas causas sendo criadas por nós paralelamente, de tal forma que nosso futuro possua mais graus de liberdade que nosso presente. Reagir à Lei de Deus não. Compreendê-la sim. E com isso sintonizar todo seu ser com ela. Corpo, mente e espírito. De tal forma que a calma comece a preencher gradativamente todo seu cotidiano, e com isso potenciar suas ações, tornando-as mais eficazes na substância - mesmo que na forma pareça haver uma perda. Isso é ascender.

Me formei engenheiro. Me tornei professor. Me considero ambos, ora um, ora outro. Mas sou mais do que isso. Sou SER em busca de conscientização profunda, gastando meus finitos para buscar esse sentido infinito. Não sei exatamente como buscar, mas busco, de certa forma, me lançando por caminhos ligeiramente diferentes da média, dentro das possibilidades. Isso é o que posso fazer no momento. É minha religião: transformismo. Evoluir espiritualmente na matéria. Elevá-la. Deixá-la mais organizada, mais refinada. Eis a finalidade suprema da existência. 

Meus finitos - engenharia e magistério - são, a meu ver, meios extremamente eficazes para construir terreno para um mundo futuro. Um mundo no qual os seres terão inscritos em seus instintos valores morais que atualmente apenas intuímos ou sonhamos. Um mundo a ser gerado com a morte deste. Nova natureza, nova lógica, novo sistema, novos valores, novas instituições, novos comportamentos, novos resultados, novo destinos individuais e - por consequência - coletivo. Eis o fluxo que o parto de uma nova ideia - surgida com o contato com o ideal - segue, inexoravelmente. 

Tudo parte do trabalho íntimo, na natureza humana.
Fonte dos conceitos, absorvedora da vivência.
Daí sustenta-se tudo com orientação.
O erro do ser humano foi querer chegar a um novo destino, em tese sustentável e dinâmico, partindo do meio do processo genético (sistema, instituições, comportamentos). O resultado não poderia se sustentar. É preciso mergulhar nos conceitos e vivência, penetrando todos aspectos da vida com o infinito. Dando vida a tudo que está estagnado.

É claro que formar-se-ão sistemas, instituições e comportamentos completamente diversos, mas partindo-se da base substancial, que é o universo intangível e influente da natureza humana. Dever-se-à assimilar os ideais, desenvolver a intuição. Trazê-lá ao campo da consciência  e trabalhá-la, sistematizando seus aspectos através dos estudos, da prática, até que tantas repetições gerem automatismos que, vida após vida, dor após dor, erro após erro, comecem a se tornar acertos, que descobrem novas leis e com isso novas visões do universo interior e exterior. Estaremos trazendo o super-consciente (intuição) à zona do sub-consciente (instintos), e com isso fazer o que hoje julgamos esforço titânico, doloroso, reservado apenas para o gênio e o santo, em tendência natural. Eis como tudo irá se alterar profundamente. Não mais mudança nas formas, mas nos conceitos, nas atitudes, nos sentimentos.

É com esse espaço de liberdade que pretendo apontar setas para essa mudança de mentalidade. Destacar a importância da sensibilização nervosa. Da dor. Do amor. Através da ciência, da razão, da dedicação, da superação. 

Em breve mais um ingrediente será adicionado a uma vida em fase de demolição construtiva - e construção demolidora.

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