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terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Do Alfa ao Ômega

Partindo do princípio da sinceridade (alfa) as trajetórias de vida são lançadas. Quanto mais intenso e ousado esse princípio, maior a capacidade de se lançar num caminho orientado. Eleva-se mais com um parto mais intenso. Após o primeiro tiro não há mais como cessar o movimento. A meta passa a ser o correto agir, culminando no fim último: ômega.

Qual é esse correto agir? E esse fim último? Pouco se sabe sobre a organicidade da vida. Muito se teme sobre a intangibilidade de leis superiores, que transcendem o campo do mundo sensível e cognoscível. A arte é o único campo - no momento - capaz de aceitar (e lidar) de forma mais séria com o fenômeno inspirativo, se apropriando de algumas de suas características através de suas práticas. Resta-nos permear de forma consciente e sistemática a ciência com esse espírito de superações. Não se trata obviamente de tornar ciência em arte, objetividade em subjetividade - mas sim de tornar as chispas de genialidade advindas dos recônditos da alma intersubjetiva, realidades saboreadas em todas suas dores e glórias, construindo um elo entre esse mundo e o mundo objetivo. Dessa forma ter-se-á uma nova objetividade, com visão mais larga, percebida por todos porque sentida no imo do ser.

Quando nos vemos diante de um abismo insuperável é
necessário fazer brotar o senso mais elevado de Deus.
A Fé e a Razão estão prestes a se casar. A ciência será
feita apaixonadamente. A religião será coerente. Religião e
Ciência serão uma única coisa: o estudo de Deus e Universo.
Estudo intuitivo, conduzindo o intelecto e as ações.
O processo evolutivo humano se dá no campo psíquico. Nosso desenvolvimento orgânico se apoiou na continuidade do mundo animal (evolucionismo material), sofisticando-se dentro de suas possibilidades para permitir a manifestação das potencialidades da mente. Assim os primeiros hominídeos eram rudimentares, com volume craniano limitado, pelos no corpo, braços grandes e sem nenhum senso de transcendência. É apenas por volta de 80 a 100 mil anos a.C. que o ser humano (já Homo sapiens sapiens) passa a demonstrar um despertamento para a realidade de uma vida além da existência física: túmulos com objetos são encontrados que datam dessa época. Nasce o senso de religiosidade.

O advento das civilizações antigas atesta um salto evolutivo sem precedentes. Segundo as teorias do evolucionismo espiritualista - para ser mais preciso, do espiritismo - um expurgo de almas do sistema solar da estrela Capela [1] nos trouxe o impulso necessário para sairmos da pré-história. A partir do  décimo milênio antes de Cristo surgem as primeiras aglomerações urbanas. O senso de organização coletiva começa a surgir, de forma rudimentar e bárbara - mas surge. No quinto milênio a.C. florescem civilizações: sumérios, hititas, egípcios,...No oriente, na China e Índia, grandes dinastias, com religiões, política  culturas próprias. Para coordenar os instintos humanos mais basilares de forma eficiente, edificam-se sistemas de leis (controle), organizam-se exércitos (domínio de recursos), erguem-se religiões (cultura), desenvolve-se o pensamento (filosofia e ciência). Mas é na Grécia Antiga que surgirá o início de uma trajetória sistematizadora, cujos herdeiros somos nós.

Suspensa entre os séculos V e XVI d.C. o mundo ocidental fez uso de muitos conceitos de Aristóteles para forjar uma geometria do universo. Geometria fechada, considerando o cosmos finito, e a Terra circunscrita em esferas celestiais com gradações especificadas pela Igreja. Essa foi a Idade Média. Época das dolorosas privações e doenças. Mas ao mesmo tempo das visões sublimes e da manifestação dos Santos. Era do misticismo na sua forma mais pura - sem um pingo de racionalidade. Era em que Fé e Razão estavam completamente divorciadas, sendo que os dogmas e a revelação constituíam a única forma de se chegar a verdades. Era do monopólio da Igreja, com seu império que dominava mentes e corações - além de terras e ouro. Era que trouxe contribuições em meio a dores. Época ainda mal compreendida.

O advento da Revolução Científica (séc. XVI) brindou a humanidade com o despertar pleno do intelecto. Me parece que o sofrimento de Giordano Bruno abriu as portas para uma nova onda de expansão do pensamento e do bem-estar material. Esse ser acreditava que o universo era infinito em sua extensão espacial, sempre existente (eterno) e com incontáveis mundos, muitos deles habitados por seres vivos como nós, sendo o nosso planeta um mero ponto num oceano de partículas siderais. Por sentir isso e manifestar, foi torturado por sete anos e queimado vivo. Galileu Galilei tinha as mesmas visões, e comprovou muitas verdades com sua luneta. Mas foi poupado: negou oficialmente que a Terra se movia (mas admitia isso em seu imo...eppur si muove....). A partir daí as descobertas se dão em ritmo crescente e vertiginoso.

Giordano Bruno (1548-1600). Homem de ímpeto,
de determinação e de coragem. Com sua dor ele
abriu novos caminhos.
O universo de geometria fechada passa a ser de geometria aberta. Demócrio substitui Aristóteles. Tudo passa a ser explicável através do mecanicismo científico. O materialismo ganha corpo e começa a dominar todas esferas da vida humana. Á medida que a ciência descobre e explica fenômenos do mundo circunjacente, o império da Igreja cai, pouco a pouco, com o escorrer do tempo. A astronomia desvenda os mundos e comprova verdades irrefutáveis; Newton, Kepler e cia.  estabelece as leis de movimento, percebe as cores, desenvolve ferramentas matemáticas; Lavoisier estabelece as leis de conservação de massa e energia (nada se cria, nada se perde, tudo se transforma);  Darwin comprova a evolução das espécies; Freud explica a natureza humana (do tipo médio, predominante); e assim por diante. Parece que nada iria frear esse impulso impetuoso.

Milhões migram da crença pura e simples para o raciocínio frio e cortante. Esse parece trazer mais conforto. Bem-estar e tecnologia são as palavras do dia. Assim, no século XIX, explode o ateísmo. Muitos seres humanos, percebendo as novas verdades, aceitam-as. Mas em seu imo reside uma centelha de divindade que afirma haver algo a mais. Que Deus não poderia estar morto - a não ser que se tratasse de uma concepção de Deus.

O teísmo da Idade Média passou a ser o deísmo de Descartes e Newton. Logo em breve, esse deísmo se transmuda em ateísmo [2]. Deus acaba saindo fora do jogo humano, ficando restrito às práticas religiosas e aos ensinamentos morais. O evolucionismo traria em si uma vertente equivalente para o lado do além-túmulo, permitindo ao ser humano voltar a ter uma crença. Foi necessário assim surgir uma doutrina que explicasse de forma mais madura os fenômenos sobrenaturais. Nasce assim o evolucionismo espiritualista.

Gilson Freire destaca em sua monumental obra [3] a importância da teosofia e da doutrina espírita. Essa corrente de pensamento soluciona muitos dos paradoxos do criacionismo judaico-cristão, ao mesmo tempo em que abraça e trabalha com as mais modernas teorias da ciência. Seu mérito está em revelar de forma sistemática, coerente e comprovada a continuidade da existência no além-túmulo, e com isso o fenômeno da reencarnação; deu alento aos perdidos; consolou milhões; e trouxe importantes revelações. Seu desafio é não parar na esteira do progresso e admitir novas visões e teorias.

Nascido no auge do materialismo da ciência, o espiritismo também bebeu de suas fontes: o universo continuava infinito no espaço e eterno no tempo. O dualismo ainda predominava, pois nós somos centelhas de Deus, nos apartando dele à medida que somos criados. Apesar disso ele deixa de ter uma característica antropomórfica, típica das religiões monoteístas. Deu uma interpretação geológica-paleontológica mais madura à Gênese Mosaica e atestou a existência do além-túmulo.

Por ter feito muitos males, o cristianismo teve muitos de seus conceitos (defendidos fervorosamente) afogados pelo espiritismo, como a ressurreição, substituindo-a pela reencarnação. No entanto, apesar de ser uma verdade prestes a ser comprovada pela mais moderna ciência quântica [4], a reencarnação não é a ressurreição. Eis um problema que o espiritismo não foi capaz de resolver de forma convincente. Ao mesmo tempo, o conceito de ressurreição católico (e seus derivados) não é mais aceitável à mente humana moderna, dotada de bom-senso e aderente à lógica. Seria preciso surgir um novo conceito de Deus e Universo para solucionar esses paradoxos que começavam a inquietar mentes sedentas por um alimento substancial...

O século XX nos traz o neocriacionismo científico. Com as descobertas de Hubble, a cosmologia volta a admitir um universo finito. A geometria fechada volta a ser colocada em pauta. Posteriores descobertas comprovam definitivamente que o universo está em expansão. Logo, teve uma origem no tempo - e vai se extinguir...pois tudo que nasce morre. Além disso, se surge no tempo e está em expansão, houve uma época em que era inexistente: o espaço também "morrerá". A 2ª Lei da Termodinâmica (entropia) já comprova o fim de todo movimento (zero absoluto), no qual toda vida irá deixar de existir - com o máximo de entropia. Calcula-se que dentro de 24 bilhões de anos o universo físico irá se extinguir.

Nessa jornada de descoberta espiritual, é bom ter alguém
para caminhar junto. Amor é quando duas pessoas olham
para a mesma meta, no infinito e eterno -
e não um para o outro, num egoísmo fraterno.
Porque é em Deus que eles se encontrarão... 
Einstein sistematiza sua teoria. Espaço e tempo passam a ser entrelaçados e relativos. Derruba-se o mito do absolutismo e separatismo do espaço e do tempo. Funde-se e relativiza-se as dimensões por nós conhecidas - mas misteriosas em sua essência...

Niels Bohr, De Broglie mostram um modelo atômico que atesta que a luz pode se comportar como onda ou partícula. A energia e a matéria passam a ser manifestações diferenciadas de uma mesma substância...

A Física quântica nos leva ao reino dos quarks. Partículas fundamentais são descobertas pelos modernos instrumentos. Percebe-se que nos interstícios da matéria reina a nossa completa ignorância. Percebe-se a não-localidade, a dualidade onda-partícula, a simultaneidade, o holismo, etc...como realidades do mundo subatômico. As forças fundamentais são elencadas em quatro: forte, fraca, eletromagnética e gravitacional. A Teoria das Cordas [5] busca unificar a teoria da relatividade a a teoria quântica numa única formulação matemática (um sonho e visão de Einstein), forjando uma Teoria de Tudo. A ciência, nesse segundo momento, se vê novamente diante de Deus, que é unicidade e imaterialidade...

A Biologia descobre a estrutura do DNA, com Watson e Crick [6]. Mas sabe-se que um conjunto orgânico de moléculas que contém instruções genéticas não são a causa última da lógica de construção. Coordenador não é criador! O DNA coordena e replica instruções através de moléculas especializadas.

"O ácido desoxirribonucleico (ADN, em português: ácido desoxirribonucleico; ou DNA, em inglês: deoxyribonucleic acid) é um composto orgânico cujas moléculas contêm as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos e alguns vírus, e que transmitem as características hereditárias de cada ser vivo." (Fonte: Wikipedia)

Um composto orgânico é material. A lei que permite que ele se forme e coordene a vida é imaterial...

Com o neocriacionismo científico a ciência se vê forçosamente diante da necessidade de admitir a existência de uma causa não causada, única e imaterial, fora do plano alcançável pela nossa parca razão analítica. Sim...ao ler a obra de Gilson Freire [3] percebe-se de forma cristalina que a humanidade está muito próxima de atestar o universo do espírito. E de admitir a última realidade  encoberta por mais de quatro séculos pelo materialismo: Deus.

O criacionismo aristotélico possui suas sublimes e últimas verdades da teoria da queda mas não sabe explicá-las;

O evolucionismo espiritualista revelou realidades evidentes e lógicas, dando consolo. Mas ignorando integralmente conceitos do passado, se vê diante de paradoxos;

O materialismo mecanicista nos brindou com muitos avanços no bem-estar. Mas nos deixou solitários e desesperançosos num universo infinito e incerto;

O neocriacionismo reestrutura a ciência materialista e aponta para os conceitos mais defendidos pelo criacionismo...

Chega o momento de descer à terra um novo pensador...

Esse é Ubaldi. Antes de residir no Brasil
definitivamente, passou três meses dando uma
série de palestras sobre sua Obra (1951). Percorreu
todo o país. Apóstolo de Cristo, cumpriu sua missão.
Me salvou da perdição...
Pietro Ubaldi desenvolve sua vida e obra ao longo do século XX, publicando suas visões sistematizadas, em forma de livros, ao longo de quarenta anos: de 1931 a 1971. São 24 volumes que, em seu conjunto: resolve quase todos paradoxos do espiritismo, reorienta as modernas teorias cosmogônicas e resgata de forma madura os mais queridos conceitos criacionistas. Com o místico da Umbria forja-se um sincretismo magistral e harmônico de todas as arquiteturas precedentes.

A Arquitetura Monista de Ubaldi é a mais completa jamais surgida em nosso mundo. Pela primeira vez temos registrado em nosso mundo "real" o advento de um verdadeiro apóstolo moderno. Um profeta e um santo que foi capaz de comprovar de forma consciente e sublime a existência da Lei de Deus, apresentando-nos uma Teoria da Queda que o neocriacionismo é incapaz de negar sem destruir a si próprio. Resta à nossa parca razão assimilar essa seiva divina e nos deixarmos orientar por seus ensinamentos.

Muitas questões que assolam as mentes mais irriquietas e os corações mais sinceros encontram soluções da obra ubaldiana:

A questão do juízo final (dos criacionistas) e do juízo parcial (dos espíritas);
A questão da reencarnação, com sua natureza, seu porquê e seu processo;
A questão da ressurreição: do que se trata, como obtê-la;
A questão dos milagres, vista à fundo;
A questão da Queda dos espíritos;
Os porquês da dualidade em nosso universo;
A questão da bondade de Deus aliado ao sofrimento que passamos;
O monismo explicado em sua mais alta forma.

Estamos diante de um conceito que irá transformar a humanidade efetivamente - assim que formos capazes de assimilar e praticar os ensinamentos do Prof. Ubaldi.

Esse blog surgiu para cumprir a missão de transmitir essa arquitetura. De validar a teoria [7]. De mostrar, em grau ínfimo, que a Lei de Deus está atuando incessantemente - e que os milagres ocorrem devido à sinceridade ardente aliados a ousadias inteligentíssimas.

Aqui fala um papagaio de segunda categoria, cuja única função é transmitir da forma mais intensa conceitos verdadeiramente revolucionários.

Toda a glória é de Deus.
O modelo é Cristo e seus emissários, em variados graus evolutivos: Lao Tsé, Buda, Francisco, Ubaldi,...
E a salvação é nossa.

Eduardo Vaz - XXII Congresso Nacional Pietro Ubaldi



XX Congresso Pietro Ubaldi - Gilson Freire - Rumo à Superconsciência


Referências:
[1] https://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Exilados_da_Capela
[2] Teísmo atesta que Deus criou e continua atuante no Universo. O deísmo admite a existência de um Criador, mas atesta que, após esse ato, Deus deixa de atuar na sua criação. O ateísmo nega completamente a divindade, afirmando que o cosmos é puro acaso e caos.
[3] Arquitetura Cósmica.
[4] https://www.youtube.com/watch?v=EgAPwSWuRog
[5] https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_das_cordas
[6] https://pt.wikipedia.org/wiki/Francis_Crick
[7] http://leonardoleiteoliva.blogspot.com/2014/11/validar-teoria.html

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