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segunda-feira, 1 de abril de 2019

Ondas evolutivas

A vida avança e retrocede em sua superfície. Nesses tempos está em fase de retrocesso. Um recuo muito acelerado, além do normal. Mas em sua profundidade está em franca evolução. Muitos seres saem de suas vidas comuns e começam a manifestar suas ideias - com cada vez com menos temor, cada qual a seu modo, cada vez mais ousadamente. E assim passa-se a perceber que os tempos são chegados.

Assim que algo abala a superfície (do pensamento), toda a
rede é afetada e acaba reagindo - de alguma forma.
Não é época de se recolher em confortos. Não é momento de temer ser rejeitado, ou mesmo entrar em conflito - com ondas de pensamento baixíssimas. É hora de tomar atitude firme e convicta. Porque a História julgar-nos-á pelas pequenas coisas que fazemos em prol da unificação e do progresso. Essas coisas, apesar de pequenas, exigem um esforço homérico. Um estofo interior sem igual que tenha por foco defender a vida, a cultura do pensamento, a necessidade de expressão e a orientação dos saberes. 

Nossos tempos são de ruptura. Época de grandes cataclismos, desde os fundamentos da terra até as profundidades do sentimento. Cataclismos que se propagam como ondas auto-reforçantes, visando destruir tudo que é forma, para que o íntimo se manifeste de maneira mais clara e se torne mais evidente para todos. A destruição virá, sim. Mas ela será apenas de superfície, de coisas sem real valor para uma verdadeira civilização do espírito. Dessa forma, a vida tal qual a conhecemos, em sua forma retrógrada, carnal, pesadamente ancorada em aspectos físicos grosseiros, deve sofrer um golpe profundo para que deixemos de nos apegar a algo que está travando o nosso processo evolutivo. Muitos sofrerão. E sofrendo, tenderão a atos desesperadores. Quererão salvar as suas posses a todo custo. Dívida imensa será acumulada...Outros, mais sábios, se desprenderão disso tudo, atentando para o conjunto de aspectos mais profundos dos acontecimentos. A alma será elaborada. 

Muito já foi dito a respeito das transformações pelas quais nossa humanidade - e nosso planeta - irá passar. Desde a morte de João (o apóstolo), quando o último livro da Bíblia foi concluído, temos o alerta que aponta para o fim dos tempos.

Mas que "fim dos tempos" seria esse?

Gilson Freire esmiúça a arquitetura monista de Pietro Ubaldi em sua Arquitetura Cósmica, separando os julgamentos parciais e o julgamento final. O primeiro está para as transições planetárias dos povos dispersos pelo cosmo, quando os mundos devem obrigatoriamente passar por uma purificação para que possam pular de estágio. Estamos falando à nível de substância. Nesse ponto diversos espíritos que estavam "presos" em seus umbrais são convidados a reencarnarem, tendo a chance de obter uma melhora que permita que continuem aqui. São os trabalhadores da última hora que decidiram ir para as vinhas cumprir seu dever. Mas muitos são os chamados, poucos os escolhidos...

O julgamento final foi sentido pela arquitetura criacionista judaico-cristã, mas pobremente interpretado, sendo substituído pelo conceito espiritualista evolucionista de julgamento parcial, dos quais aquele citado no Apocalipse seria apenas um dos muitos pelos quais passaremos - as transições planetárias que ascendem pelos mundos primitivos, de expiação e provas, de regeneração, felizes, e celestiais. A questão é que, apesar do evolucionismo ter trazido uma visão muito mais coerente e aceitável da arquitetura do ser e do cosmo, um sentimento de incompletude persistiu nas pessoas. Não existiria um fim do processo evolutivo, afinal de contas? A evolução seria interminável, fazendo-nos presos ao ciclo de mortes e nascimentos infindáveis nesse universo?

É preciso aprender a ver. Não com os olhos físicos, mas
com a visão espiritual. Isso se chama intuição.
Com isso, todas nossas atividades serão mais orientadas...
A junção das visões criacionista e evolucionista, por Ubaldi, foi imprescindível para agregarmos os dois julgamentos: os parciais (evolucionismo / relativos) e o final (criacionismo / absoluto). A nossa transição planetária é mera etapa de seleção, indispensável e que acarretará em mudanças profundas. O julgamento final é o fim de nosso universo. Aí não haveria mais condições de atingirmos a salvação. Essa salvação consiste em se livrar definitivamente do ciclo de nascimentos e mortes (nirvana, nas palavras de Buda), seja nos planos celestiais, seja nos planos primitivos, desse universo relativo e imperfeito, em constante transformação (evolução) - devido à características intrínsecas. Ela foi atingida individualmente por alguns seres, - dos quais Cristo nessa orbe, e possivelmente Buda e outros poucos.

Dessa forma, nos posicionando melhor perante os escritos Sagrados, podemos saber o que fazer.

O primeiro ponto é melhorar a nós mesmos. Isso se dá através da vivência sincera e séria. Não podemos nos subtrair das experiências nem das dores. Devemos evitar perda de tempo para que possamos trabalhar nas coisas que mais interessam. Devemos permear nossos estudos, trabalho e relações pessoais (dentro do possível) de significado. Isso implica em observar mais e melhor. Não podemos nos enganar: ninguém está definitivamente imune de ser extirpado desse planeta, enviado para reencarnar em mundos muito mais retrógrados. É mister fazer uma avaliação integral, considerando todas esferas, de nosso ser para vermos o que pode (e deve) melhorar nesta vida! O primeiro passo é se abrir à possibilidade de estar equivocado.

Ocupar o tempo com o que o subconsciente (do atual biótipo) impõe é se prender no lodaçal de lama, digladiando com o próximo usando os métodos do mundo. Deve-se fazer um esforço agora, chegando nos limites e ousando se auto-desafiar. É preciso valorizar a vida e orientar o conhecimento. É preciso "perder tempo e energia" (nem que apenas uma parcela) com aquilo que realmente sentimos ser de outro mundo, deixando de lado os hábitos e vícios que tanto nos dão prazer no momento de gozo - mas que logo após nos deixam um vazio imenso. Sem esse ato de fé o ser humano avança da pior maneira: pela dor. E das piores.

O livro Grandes Mensagens traz verdadeiros alertas de Sua Voz. Além disso, o tom profético é evidente:

"O progresso científico, principal fruto de vossa época, ainda avançará no campo material, no entanto está acumulando energias, riquezas e instrumentos para uma nova e grande explosão. Imaginai a que ponto chegará o progresso mecânico, ampliando-se ainda mais, se tanto já conseguiu em poucos anos! Não mais existirão, na verdade, distâncias; os diferentes povos de tal modo se comunicarão, que haverá uma sociedade única." (grifos meus)
Mensagem de Natal, 1931.

Trata-se da internet. Teilhard de Chardin denominou essa 'sociedade única' de Noosfera. Esse blog é produto dessa previsão - tão antecipada nos tempos! - que, em seu íntimo, visa unificar os espíritos de mesma faixa vibratória, convocando-os a despertar para o seu Eu interior. Fazendo uso do progresso da tecnologia, pessoas divulgam a verdade; desmascaram mentiras; aprofundam conceitos; enquadram eventos no tempo, mostrando o comportamento; e a partir deste, investigam e remontam à estrutura sistêmica que conduz a esses comportamentos. Dessa forma chega-se ao imo do ser, com seu modelo mental, construído hoje mais por imposição do que por convicção.

A evolução vem em ondas. Esse devenir é crescente e o oscilante. Para conseguirmos fazer uma travessia mais suave é necessário compreender os mecanismos de funcionamento da vida.

"Fazei o bem, todavia lembrai-vos de que o pobre não deseja propriamente o supérfluo de vossas riquezas, mas sim que desçais até ele, que partilheis de sua dor e que, inclusive, a tomeis para vós no lugar dele." (grifos meus)
Mensagem da Ressurreição, 1932.

"O mundo tem necessidade da palavra simples e forte da verdade, e não de novas astúcias a rolarem por velhos caminhos. O mundo espera essa palavra com ansiedade, como também a aguarda o momento histórico."
Idem

As pessoas se impressionam com palavras sinceras, que vão direto ao ponto. Demonstram um misto de espanto e admiração. À princípio, temem o novo, o inesperado, o ousado. Mas com o tempo, ao prestar mais atenção, observar com cuidado e perceber as nuances de seres raros, com suas atitudes singelas e determinação férrea, se dão conta de que existe um quê de indescritível em seu modo de vida. Um porquê oculto e um como inovador - além de um quando permanente. Um segredo que parece apontar para uma região que transcenda a mentalidade racional, não a negando, mas apontando para a possibilidade de sua superação, com a conquista de outro plano.

Ao que tudo indica será nesse século, XXI, que o planeta - e a civilização - iniciará uma mudança profunda. Primeiro com a destruição da forma. Depois, com a reconstrução de partes da mesma. A seguir, com a consolidação do que foi sendo introduzido ao longo de muitos séculos: o princípio da justiça e da sinceridade, bases de uma civilização centrada no mundo do espírito.

Tudo que está acontecendo no mundo tem por função revelar de forma inequívoca a verdadeira natureza das instituições e de cada um. Os melhores começam a se revelar e atuar, através de obras. E isso se tornará cada vez mais claro.

Negar a realidade das coisas será cada vez mais doloroso e contra a evolução íntima.

É imperioso despertar...

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