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quarta-feira, 15 de maio de 2019

Da Crença para a Razão - e desta para a Fé.

A crença está para o engessamento num sistema de crenças e valores particular. É algo que te fixa num verdade relativa - uma verdade que congelou no tempo. O fluxo está à volta, mas o crente o nega, dizendo que movimento (leia-se questionamento, mudança, intercâmbio de experiências) não tem sentido uma vez que ele já atingiu o ponto ômega.

A razão está para o pensamento crítico. Está para a elaboração de teorias e pensamentos a partir dos fatos capturáveis pelos sentidos e assimilados pela mente.

A está para a um salto ao desconhecido com a mente aberta.

Num linguajar popular, podemos dizer que:

A crença se agarra a algo;
A razão analisa os muito algos tangíveis;
A fé conduz a razão a terrenos inusitados e misteriosos.

É preciso viver (n)o presente para atingir-se a eternidade.
Porque "eternidade" não é a soma de inúmeros tempos,
e sim a ausência da dimensão tempo.
Logo, existe uma diferença muito profunda entre crer e ser fiel. Ao contrário do que o senso comum diz, essas duas atitudes são muito diferentes. Podem se assemelhar em alguns momentos, sob a ótica da razão, que vê ambas operando num terreno irracional - por se prender a um aspecto (muito) limitado da realidade, de forma que adentrar numa região não admitida pela mente leva a um julgamento sem uma base holística, integral.

A crença é produto dos instintos que desejam ser manifestados/exercitados.

A razão é um despertar para uma consciência de superfície.

A é o produto de um zênite interior, que busca a conquista de uma consciência de profundidade.

Cada indivíduo possui a potencialidade de se tornar perfeito em termos de sua posição específica na hierarquia cósmica. Para isso é preciso assimilar e subir nessa grande escada interior: da crença supersticiosa para a razão materialista - e desta para a fé refletida. Assim faz-se a espiral oscilante, que abarca cada vez mais campos, de forma mais coordenada, lidando com a complexidade do mundo que se revela de forma nítida.

A razão (ou intelecto) é um despertar
inicial. Ela dará a base para a conquista
de uma transformação profunda...
Nossa ascensão passa por uma profunda experiência interior, que transcende as barreiras da interação social. Passamos a ter uma interação com um Eu profundo, que se irmana com as multiplicidades das outras individualidades (que ainda não estão despertas). Nesse aspecto pode-se falar em experiência mística de caráter universal-unificador.

A sensibilidade social é muito mais profunda do que a sociabilidade. Justamente por ser mais ousada e lidar com a fenomenologia humana através da subjetividade, cujos métodos devem ser edificados pelo próprio ser que realiza a pesquisa (interior), é condenada. Sem uma base objetiva sobre a qual se pode analisar e comunicar, é imperioso estabelecer uma metodologia própria, que não dependa de auxílios externos - porque não haverá compreensão clara por parte de ninguém.

Cortando as amarras com o mundo constrói-se as bases para um novo mundo.

Respeita-se as coisas do mundo "sério" até um ponto. Apenas o estritamente necessário é seguido a acatado. O restante das forças e habilidades devem ser projetadas em ascensões, cujo produto final é a gloriosa conquista de um novo patamar de consciência: a intuição.

Grandes almas podem iluminar nosso caminho. Mas quando atinge-se uma fronteira, um limite, o ser se dá conta que está por conta própria. As forças da vida dizem: "Agora você deverá adquirir, por conta própria, novos conceitos, ideias, métodos e habilidades. Avance!"

O desafio é titânico, mas a criatura empenhada em supremas ascensões sempre encontrará forças para cumprir seu destino. A "barreira do som espiritual" foi ultrapassada. Segue avançar em velocidade crescente, vertiginosa. Até o ponto de superar o próprio conceito de movimento mental, entrando numa zona de inatividade externa devido a uma profunda meditação interna. Um não-fazer que plenifica. Isso o Tao já nos diz há mais de 25 séculos.

Tornar-se receptivo à Fonte. Esse é o caminho
para a conquista da superconsciência (ou intuição).
Essa progressão da consciência se manifestará na gênese e consolidação definitiva de novos sistemas coletivos. É preciso que as construções exteriores estejam minimamente alinhadas com as vontades e com os instintos. O subconsciente está a ser superado devido a uma exposição cada vez maior proporcionado pelos artifícios do intelecto. Os métodos do AS são sofisticados e conseguem convencer a mente a acatar os maiores absurdos. Porque a mente está ancorada nas emoções - e não no sentimento. É cada vez mais difícil ao ser fugir da realidade. Expor-se se torna obrigatório para quem se propões ascender.

Para nos libertarmos devemos nos lançar ao desconhecido sem pensar no nosso pequeno ego humano. Dar um salto de fé é adentrar no ignoto que oferece possibilidades infinitas. Para realizá-las, basta lidar com a Realidade até as últimas consequências.

Apenas quem viveu no imo os grandes tormentos da existência pode despejar palavras com significado, criar melodias tocantes, realizar atos sublimes, formalizar teorias revolucionárias e concretizar novas formas de vida.

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