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sábado, 27 de março de 2021

Ser > Fazer > Ter

Sendo profundo, fazemos bem.

Fazendo bem, temos tudo.

Comecei o ensaio fazendo uma afirmação vinda da intuição. Desenvolverei o mesmo baseado na racionalização dessa visão. E concluirei dando uma resposta mais concreta.

Ser vem de essência. Ela é substantivo porque substancial. Essência está na profundidade, no intangível, no imaterial. Naquilo cuja potência de transformar é imensa - mas seus primeiros passos são sutis e aparentemente incipientes.

Fazer é verbo. É energia, pois representa transformação através da atuação. É o dinamismo universal que liga numa cadeia indissolúvel a essência com a forma. É o vaso comunicante que dá face divina às obras humanas.

Ter é estado. É algo visível e temporário. É moeda de troca; objeto de afirmação; modo de sobrevivência. É a forma que possui aquele que julga possuí-la. 

Tudo isso é muito profundo. Compreenderão apenas aqueles(as) que já sofreram marteladas suficientes. Essas marteladas desbastam o ser para que o olho do espírito comece a enxergar. Atenção: não falo de coisas físicas aqui. Aqui o 'enxergar' é mais profundo. É perceber o imperceptível. É valorizar o rejeitado. É viver a loucura. É simplesmente ser...

Fig. 1: Ciência e Religião estão prestes a se casar. Quando se conhecerem melhor, irão se acasalar. 
Dessa acasalamento, nascerá uma nova consciência.

Vamos começar.

Quem é você?

Se respondeste seu nome, erraste - isso é apenas uma denominação humana.

Se respondeste sua profissão, erraste - isso é apenas uma ocupação humana.

Se respondeste seu endereço, erraste - isso é apenas uma habitação momentânea.

Se respondeste sua família, erraste - isso é apenas uma ligação temporária.


Você é temporário? Você tem início e terá fim? 

Se sim, como conviver com isso ciente desse destino cruel?

Se não, então...quem é você?

E talvez, num dado momento, após muito refletir...você se dê conta de que não sabe.

Vamos falar um pouco de fractais.

Fig 2: Fractal é algo simples e repetitivo que gera complexidades atordoantes...

Fractal = padrão simples + repetição infinita (ambos sentidos)

Identificamos fractais na forma de geometria. Mas o conceito se repete para além das fronteiras espaciais. Ele se repete em outras dimensões - entenda..ele é um fractal, certo? A repetição é infinita na horizontalidade de uma dimensão - e na verticalidade que rasga todas dimensões. E isso é o que faremos a seguir: estender um conceito do nosso plano para outros planos.

Fig 3: Fractal é um dos princípios do universo. 
Até nós, nos reproduzindo, participamos do processo.

Podemos perceber padrões de comportamento simples se repetindo ao longo do tempo. Você e eu 'funcionamos' assim. A atmosfera. Os movimentos planetários e galácticos. A forma se repete apenas como uma consequência da repetição de um comportamento. Esse comportamento é efeito de um princípio. Que princípio é esse?

Há algo causando esses comportamentos? Essa é a questão. Se não, devemos atribuir aleatoriedade a todos os fractais. Essa ordenação do infinitamente pequeno ao infinitamente grande seria nada mais do que uma mera coincidência. E assim não há mais estímulo para a investigação, pois num universo de  caos absoluto não há motivos para a continuidade da pesquisa, da superação humana. Isso não me parece razoável e tende a frear meus ímpetos criativos... Sem blog, sem aulas, sem estudo, sem leitura, sem planos, sem questionamentos, sem música, sem filmes, sem...sentido. Vamos então ver sob outra perspectiva.

O caos existe sim. Mas e se eu vos dissesse que ele é apenas um átimo num eterno devenir? Ou seja, além de todo caos há uma ordem (incompreendida para quem vive no nível do caos) que o circunscreve, dando-lhe liberdade para atuar, mas apenas até certo ponto - além do qual a lei, sem esforço algum, domina com maestria e elegância. 

Mas podemos ver em aspectos de curto prazo, do quotidiano: há ordem e caos se sobrepondo, sempre, à medida que vamos percebendo as coisas da vida, do universo e de nós mesmos. É como uma torta alemã, com várias camadas, em que ordem e caos se revezam.

Fig.4: Degustamos por camadas, vivemos por camadas. 
E de camada em camada, preenchemos nosso ser.

Mas no panorama geral, a ordem sempre dá a palavra final, fechando ciclos e dando ao ser o seu despertar: vemos mais, fazemos melhor, queremos mais o simples e menos o complicado. Em suma, evoluímos. 

Por que sendo profundo fazemos bem?

Porque toda atividade feita de forma compenetrada, com dedicação total, criatividade insana, cuja finalidade é a melhoria em nível atômico - isto é, tornar-nos melhores - terá como consequência uma orientação que advém da intuição. Um tiro certeiro e com efeitos perceptíveis apenas para as almas sensíveis.

Por que fazendo bem temos tudo?

Porque executar coisas da melhor forma possível para nosso desenvolvimento interior nos garante os recursos necessários para o cumprimento de nosso destino. Deus deseja a nossa evolução, pois nela reside a salvação (recomendo a leitura do ensaio sobre a queda, [1]). Orientados de acordo com a Lei, estamos dizendo que estamos indo pelo caminho certo (cada um tem o seu, mas o certo é o certo, certo?). E dessa forma, por meios que ainda não compreendemos plenamente, acabamos sempre cumprindo nosso destino se estivermos plenamente atuantes - isto é, conscientes de nosso papel.

Ser é princípio - princípio rege tudo.

Fazer é ação - ação viabiliza a concretização do princípio.

Ter é uso - uso serve para elevar os seres e as coisas.

A Geometria, Fractais e os padrões da Natureza.

Referências:

[1] https://leonardoleiteoliva.blogspot.com/2021/03/queda-criacao-do-evolucionismo.html

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