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quarta-feira, 19 de abril de 2023

QUEDA E SALVAÇÃO: Live no canal do Flávio Valle - Comentando um comentário

A vida é um dinamismo incessante que adquire um ritmo vertiginoso para seres que estão em processo de alinhamento com a Lei de Deus. Todos os atos passam a ser executados em função de princípios superiores. A aparência e as coisas do mundo ganham importância secundária, e devem ser reforçadas apenas na medida em que possam ser úteis para servir a um princípio superior. 

A trajetória de um ser orientado é um incessante transformismo. Não apenas na forma de se expressar, mas na substância do sentir, do perceber, do pensar, do conceber, do vislumbrar. Com isso adquire-se experiências cada vez mais valiosas - e com elas, valores eternos, seguros de qualquer assalto.

Na última live que o autor fez no canal do Flávio Valle surgiram vários comentários de pessoas revelando interesse pelas questões substanciais da vida. Assuntos que dizem respeito à vida de todos (mesmo que a maioria da humanidade não consigo perceber isso). Mas - como é de se esperar - sempre surgem criaturas que, na sua limitação de captar a substância da mensagem, se prendem às formas. Esse biótipo possui um perfil característico, que demonstra estar dominado pelo seu intelecto. Sua vontade é de 'corrigir' vários pontos e julgar outros (que infelizmente não entendeu, pois não desceu à profundidade das causas). E devido a isso, cai em contradições. Contradições causadas por uma interpretação baseada numa objetividade segura mas arcaica; num pensamento concatenado mas de superfície; numa argumentação sistematizada mas sem vida.

Para esses casos nada mais interessante do que fazer um aprofundamento nas próprias objeções levantadas. 

Como Ubaldi fez em seu curso "O Sistema" - que depois acabou virando um de seus livros mais fantásticos - eu assim o farei aqui, indo ponto a ponto para revelar melhor (ou tentar...irá depender do grau de consciência, ou seja, da boa intenção em atingir uma visão mais próxima do Absoluto) para esse perfil psíquico.

Irei pegar os quatro pontos de objeção levantados, levando ele mais à fundo:


1° ponto: Queda do Espírito, Deus e Sua Bondade

Caímos pensando como o palestrante, lá longe, no Zoroastrismo, onde havia o deus bom e o deus mal. E a ideia ocidental e oriental de que Deus é bom E é "ele". Ora... nao é nada disso.

A pessoa em questão parece ter confundido tudo, pois em nenhum momento falei em "um deus bom e um deus mal". Há apenas Deus (o Todo-Uno-Deus).

O fato de usar "Ele" não implica que Deus seja homem. Trata-se apenas de uma denominação para que possamos nos "aproximar" D'Ele. Se formos ficar esmiuçando detalhes a nível subatômico (como o faz a ciência materialista-reducionista) jamais chegaremos a avançar evolutivamente, na vertical interior do espírito. 

Quem faz a objeção parece ter se prendido na letra morta ao invés de captar o espírito vivificante. Já disse Sua Voz em AGS para não darmos tanta atenção às palavras, mas nos focarmos nos conceitos.

1o) Deus nao é "ele". Nem "ela". É "a coisa". O "algo". "Aquilo; Isso". coisa". O "algo". "Aquilo; Isso".

2o) a coisa não é boa ou má.

A coisa simplesmente tem códigos básicos de criação que vão sofrendo mutações programadas quando chegam num determinado instante de "stress" do modelo anterior.

A experiência está LIVRE, bastante aberta, se fazendo, mas dentro de determinadas leis fisica, química, biológica e matemáticas. Quem fez isso? Uma consciência. Ou varias.

Quando a pessoa fala que Deus (segundo ela, 'a coisa') está sofrendo mutações programadas, incorre em contradição gravíssima. Pois o Absoluto não sofre transformismo tal qual a gente conhece.

Esquece-se de citar as leis que estão além desses domínios: as leis psíquicas, do campo moral, até chegarmos à Lei Única - da qual todas as outras derivam.

Não se sabe. Consciência não tem gênero sexual. Não é macho nem fêmea. A origem de tudo NINGUEM sabe. JAMAIS será compreendida ou explicada. Então o que temos mesmo, é a realidade a nossa volta para observarmos, e, como ele disse, nosso espirito (ou consciência) como guia intuitivo para guiarmos. Mas só a palavra Espirito Ou Eu Superior, No português, Já leva à ideia de masculino Se for numa língua de origem saxônica ou oriental, esse erro de interpretação não será cometido. Por exemplo, no inglês, Deus nao é "he" ou "she". É "it". Vejam: A personalização "da coisa Deus", atrapalha muito.

Novamente, a pessoa perde-se nas palavras. Uma personalidade preso a especificidades analíticas acaba puxando a discussão para questões periféricas, que não levam a lugar algum. Não interessa a denominação que qualquer um dá a Deus - e sim a como ela é capaz de perceber Sua Lei e se alinhar à Sua Vontade.

De nada adianta definirmos com exatidão qual deve ser o termo linguisticamente mais adequado para denominarmos coisas que desconhecemos em sua plenitude. A humanidade se apoia justamente nesse método: por isso o mundo não avança. O importante é desenvolver essa visão dentro de si.

E a ideia de que a coisa é boa, e é do bem, ou seja, que Deus é bom e é do bem, também atrapalha. "Eu sou o que sou" Essa foi a resposta popular de Deus para Moises. Em hebraico, mesmo, tem outro sentido ainda, que é Eu serei o que serei. Ou seja: Nem "a coisa" sabe o que é. Ela simplesmente "é" e "está" por ai. De novo em ingles: I am (Eu sou, eu estou, eu existo)

Se tomarmos 'bom' e 'mau' no sentido relativo, pode-se dizer que existe algum sentido nisso que foi dito. Por outro lado, em termos Absolutos, não podemos imputar a Deus não ser nem 'bom' nem 'mau'. Ele é bondade (e inteligência) suprema. 

Porque se formos neutralizar Deus em todos Seus aspectos, devemos dizer também que Ele não é nem Inteligente nem ignorante, mas algo diferente disso (talvez um meio-termo?). Não tem o menor sentido não atribuir a Deus não apenas o máximo das virtudes do mundo das ideias, mas colocá-las num máximo absoluto.

O que confunde as pessoas é devido à relatividade e progressão das verdades aqui: o que outrora era julgado mau não é tão mau (ou até virou algo bom); e vice-versa. A mesma ideia para todos outros dualismos de nosso cosmos. Isso não significa que não haja um Bom Absoluto e todas demais características. 

Deus é Bondade e Inteligência Suprema.

A unidade cindida em conflito (AS) não percebe isso e crê que Deus não esteja em nenhum dos polos (bem-mau) porque estes são relativos à história, constituição genética e ambiente de cada um. Mas à medida que vamos filtrando as relatividades do 'bem' e do 'mau', vamos obtendo o Verdadeiro Bem. O Bem em termos Absoluto. E seguindo o mesmo método com todas outras dualidades de nosso universo, chegamos às virtudes puras.

Para o autor (eu) fica muito difícil ter de explicar algo que está muito à frente dos tempos. As palavras devem fazer um bailado harmônico; a mente deve se afiar e se armar cientificamente; a vivência deve ser intensa; o exemplo deve ser marcante; a criatividade deve tender ao infinito. 

Esse é o Drama de quem vê. 

A razão (intelecto) e seus derivados (comunicação, sociabilidade, meios materiais, etc.) não consegue estar no nível de captar tão altas intuições do espírito. 

Por isso que os estudos filosóficos são interessantes quando nos levam a refletir sobre o FENOMENO em si da Consciência. Mas, mesmo assim, sempre falta algo em todo esse raciocínio produzido, que é o sentimento: a sensação interna a partir da percepção. E ai é que está! O sentimento é para ser resultado da intuição. Mas ele é resultado do raciocínio. produzido, que é o sentimento: a sensação interna a partir da percepção. E ai é que está! O sentimento é para ser resultado da intuição. Mas ele é resultado do raciocínio.

Os estudos filosóficos se perderam num eruditismo morto por não ter superado a dimensão racional-analítica. Assim como a ciência se perdeu no dédalo da análise por não ter se aberto ao seu próprio princípio evolutivo de admitir novas hipóteses.

A filosofia é interessante até o ponto em que viabilize a progressão da consciência (=despertar do espírito), ajudando o ser a fortalecer suas faculdades intuitivas. A partir do momento em que isso não se dá mais, é preciso enfrentar o pensamento filosófico vigente (que no fundo não é um pensamento, mas um engessamento em pensamentos que se tornam ultrapassados frente aos imperativos evolutivos de nossos tempos), como fez André Renê Barboni em seu brilhante trabalho de TCC em Filosofia.

Na definição de intuição a pessoa se confunde muito, se perdendo numa análise verbal baseado em definições. Algo tão simples não deveria ser objeto de discussão.

A intuição é a fusão entre uma moral (sentimentos elevados) extremamente pura e um intelecto (razão) extremamente afiado e competente. Ou seja: a fusão entre dois polos que se elevaram na vertical mística a tal ponto que ambos se tornam quase que indistinguíveis um do outro. Um verdadeiro casamento, no qual não conseguimos classificar um ser intuitivo sob a régua da análise fria (como faz a pessoa em questão).

Repare: alguém intuitivo opera de modo integral. Em nenhum momento ou ocasião seus atos podem ser discretizados (e classificados categoricamente). É uma unidade de termos complementares (bondade-intelecto) que co-evoluem num dinamismo fora do comum. Não há quantização - apenas continuidade, que é uma característica do Sistema (S). 

Dando um exemplo: O sentimento intuitivo leva a amarmos pai e mãe. Mas uma criança abusada pelo pai cria um trauma de raciocínio que bloqueia o sentimento. Ou seja: a consciência pura, tem o sentimento puro da intuição. E isso colabora para a ação da pureza do espirito (consciência). A consciência "suja" pela vida na matéria, bloqueia a intuição e leva a percepção a um sentimento derivado de um raciocínio "sujo" (digamos assim).

ESSA É A QUEDA DA CONSCIENCIA. A QUEDA DO ESPIRITO.

O pensamento da pessoa está correto, em linhas gerais. A consciência pura só pode gerar uma intuição (que não é pura ou impura, pois ela é uma consciência superior que superou o dualismo e consegue utilizar os opostos de forma positiva, dinamizando sua trajetória evolutiva). A intuição é um sentimento elevado e puro  guiado por um pensamento afiado e claro.

A vida na matéria só 'suja' a consciência daquele que ainda não percebeu a função evolutiva da dor em nosso universo. Se a pessoa já percebe o telefinalismo da vida e a mecânica do fenômeno evolutivo - e toda fenomenologia universal - não há mais medo de se sujar com as coisas do mundo. Pois elas não irão influenciar o ser substancialmente - apenas superficialmente. Em outras palavras: o espírito não é mais refém das circunstância do meio, mas domina as forças do entorno, arrastando-as a seu favor, e assim forjando um destino. Destino glorioso.

A pessoa não conhece a Grande Queda (e única) porque não está a par da cosmovisão de Ubaldi. Isso a leva a perceber alguns aspectos das quedas que ocorrem no AS (relativas todas), e não da Queda S-AS, que foi a gênese de todo fenômeno evolutivo e que contém em si as vias para nossa ascensão (e salvação).

Como limpar-se? Como salvar-se? Jesus disse: Esteja no mundo Mas não seja do mundo. Seja perfeito como o teu pai que esta no céu Ou seja: Tirando essa palavra "pai", que foi mal traduzida, o que seria a perfeição da "coisa Deus" que o palestrante falou? o que seria a perfeição da "coisa Deus" que o palestrante falou? O Amor. A perfeição é a potência da energia do amor. E é simples. Bem simples. De entender. Chegue perto de uma pessoa que tem essa energia. Qualquer um sente ela. INTUITIVAMENTE. Ela HARMONIZA tudo em volta. E como se canaliza o amor? Pensando: Eu sou amor Eu sou amor Eu sou amor Ate que, de tanto insistir nisso, voce consegue. Mas tem que insistir nesse pensamento. Pense nele, sempre que puder, quando tiver um tempinho.

Voilá: estar no mundo sem ser do mundo. É preciso integrar espírito com matéria. Alma e corpo. E todos dualismos, através de uma filtragem. Esta só pode se dar se aplicarmos os grandes princípios às questões da vida concreta (falarei sobre isso mais adiante, no último ponto).

Tratar Deus como 'coisa' é pior do que tratá-Lo como 'Ele'. Entre dois relativos que não expressam (nem jamais expressarão) a excelsitude do Criador, fico com 'Ele'.

As palavras pouco importam - o que vale é o conceito, o espírito.

O restante vai de acordo com minha visão - e a cosmovisão de Ubaldi, de Rohden, de T. de Chardin, entre outros grandes.


2° ponto: Ordem x Caos

O palestrante também falou no caos. O caos não existe. Tudo é extremamente organizado e equilibrado. Não é porque tem um maremoto ou terremoto ou uma economia esdruxula, que existe o caos. As mesmas constelações estão lá a trilhões de anos. Onde há caos nisso? existe o caos. As mesmas constelações estão lá a trilhões de anos. Onde há caos nisso?

O caos existe e não existe. A pessoa, novamente, por não conhecer a cosmovisão integrativa S e AS, escorrega em conclusões contraditórias.

Tudo é equilibrado e organizado se observarmos em profundidade. Na superfície, impera o caos (especialmente neste mundo). O próprio fato das pessoas discordarem e se auto sabotarem comprova isso. Mas há a Lei que, em profundidade, atua de modo silencioso.

Se tudo fosse ordem pura não haveria o transformismo evolutivo. Evolução implica em imperfeição que busca uma perfeição. Só que essa trajetória evolutiva não é direta, em linha (uma progressão total), mas se dá através de ciclos e oscilações ao longo de um eixo central. Repetições de experiências pobres para que comecemos a ter experiências mais elevadas (as leis biológicas, humanas e além mudam conforme a experiência adquirida: aí reside o livre-arbítrio).

Há ordem e desordem em nosso universo (o AS). A ordem é a Lei de Deus, através de suas múltiplas derivações em todos os níveis, que coordena tudo de modo amoroso, sutil e inteligente. A desordem é a ignorância da criatura - que devido à Queda ficou embatumada na matéria. Uma criatura decaída mas com Deus nela, em seu aspecto imanente.

O próprio fato de fazermos tentativas e erros (e muitas vezes errarmos, descobrindo depois que poderíamos ter agido melhor numa situação) atesta o fato de que caos e ordem co-existem em nosso universo. Isso no entanto não significa que esse bailado se perpetue para sempre, mas que vá findar com o 'fim dos tempos'. Porque a ordem é o estado natural do universo, e portanto está alinhado a tudo que é verdadeiro, são e puro.

A vitória final é do S. O AS será reabsorvido (não destruído) pelo S quando o fenômeno evolutivo tiver findado. O que morre é apenas a forma caduca - jamais a substância eterna.

3º ponto: Ubaldi, Cabala, Política

O sistema da queda de Baldi é o mesmo da Cabala.

 É Ubaldi (não 'Baldi).

A Verdade (universal) é captada desde tempos imemoriais. Poderíamos falar no Caibalion, no Evangelho, no Tao, Na Gita, no Alcoorão; em Akhenáton, em Orígenes, em Parmênides, em Espinoza, e muitos outros. E não estaríamos errando de forma alguma. 

Mas a questão não é 

"Quem trouxe antes?"

 e sim 

"quais foram os que progrediram essa Grande Visão?" e

"qual é a cosmovisão mais sintética (ou quais) atualmente?"

Novamente, a pessoa não percebe a essência do Pensamento Diretor do universo ainda. Mas todos estamos expandindo nossa visão através da experiência. 

Candidato politico claramente orientado para cima?????? Disse o palestrante Quem é esse? Qual poli-ticu é voltado para cima?????? Nossa... Ai desandou a maionese do palestrante.

É triste constatar que muitas pessoas 'espiritualistas', com uma visão mais profunda do polo espírito, não conseguem fazer a junção harmônica com o outro polo (também divino, só que de modo manifesto).

Fugir da política, igualando tudo à farinha do mesmo saco, não é a solução para os problemas da humanidade. Isso leva a uma neutralidade que permite que pessoas que atuem em prol da destruição dos valores positivos cheguem ao poder.

É muito evidente para quem vê à fundo a orientação vetorizada para o Alto (S) de um bloco (pequeno) na política - e em outros vários ramos como economia, ciência, filosofia, etc - e a orientação estagnante ou involutiva para o AS. Isso não significa que aqueles orientados para o Alto não estejam com contradições (a meu ver a serem sanadas o quanto antes).

O grande erro das pessoas orientadas para a ascensão é que elas se usam de muitos métodos permeados de mecanismos que inviabilizam essa ascensão. Fora o fato de que, na hora de enfrentamento (quando devemos tomar uma postura diante do contexto histórico), muitas grandes almas dão um passo atrás. O medo as domina. Esse é o problema daqueles que anseiam por um mundo melhor: não ter incorporado em sua essência e seus atos os valores eternos do Reino de Deus. O espírito, o imaterial, o transcendente...a intuição!

Não me refiro a igrejas ou rituais ou coisas do tipo. Me refiro a uma atitude interna em meio às atuações mundanas.


Com esse escrito espero ter trazido minhas fortes intuições um pouco mais próximas daqueles que ainda não são capazes de enxergar as maravilhas do espírito (e de Deus) sem as muletas da razão.


Saudações fraternas.

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