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domingo, 24 de novembro de 2013

A Tartaruga, a Lebre e o Triunfo da Vontade

Um das mais famosas fábulas infantis é aquela da tartaruga e da lebre. Todos conhecem a estória e sua moral. Mas vale a pena reforçar essa lição que Esopo – o autor – queria passar.

A lebre, obviamente, era famosa por ser a criatura mais veloz da floresta. E a tartaruga, a mais lenta. Além disso, assistindo o desenho ou vendo ilustrações da historinha, percebe-se que a lebre equivale ao tipo bem sucedido na sociedade atual: uma criatura prática, ágil, esbelta, sorridente (mas não necessariamente feliz), saudável e esperta. Essas descrições – ou adjetivos do tipo – nos vem à cabeça quando vemos a lebre.

A tartaruga, por outro lado, é conhecida por ser a antítese da lebre – e isso é demonstrado na fábula: lenta, pouco saudável, séria (mas não necessariamente triste), pouco atraente e até meio boba. Pelo menos essa é a impressão que muitas crianças (e adultos) devem ter ao se depararem com a descrição dela. Mas essas descrições são superficiais e escondem os verdadeiros atributos que deveriam ser considerados. Esses atributos são as virtudes e os vícios.

Quando a largada é dada a lebre sai voando que nem um relâmpago – apesar de relâmpagos não voarem – pela pista, deixando a tartaruga engolindo pó.

A lebre é tão rápida, mas tão rápida, que decide tirar uma soneca quando chega bem próxima da linha de chegada (algumas versões narram que ela vê umas coelhinhas numa quadra de tênis e, decidindo mostrar sua agilidade para elas, acaba passando horas jogando e jogando e se mostrando e sorrindo e coisas do tipo...se esquecendo completamente da corrida). A tartaruga, por outro lado, continua correndo com DETERMINAÇÃO e FOCADA, independentemente das gargalhadas dos outros animais, de sua grande massa, de sua baixa velocidade e tudo mais. O resultado já sabemos: a tartaruga acaba vencendo.

O que essa história tem de tão grandiosa é que a VONTADE é muito mais importante do que o que você É POR FORA. Isto é, no físico. Nas aparências.

A tartaruga não tinha quase nenhuma das vantagens essenciais para ganhar uma corrida contra a lebre. Quase. Porque havia uma ÚNICA – a mais importante – que ela tinha em grau MUITO maior do que a lebre: a VONTADE.

Frequentemente me deparo com pessoas que se veem como incapazes num assunto (numa ciência, numa técnica, numa arte, em falar, em praticar uma atividade, etc) e acabam se rebaixando em consequência dessa crença infundada. Mas a sua habilidade no momento numa determinada atividade não é o fator mais importante para você ter sucesso na vida. O que é importante (muito mais) é a sua vontade em aprender aquela atividade. A sua capacidade de sempre renovar seu interesse, criar, pensar, refletir, aprender, gostar daquilo. A sua curiosidade e busca incessante por melhora. A sua não acomodação com a situação. Tudo isso é muito mais importante para o sucesso de uma pessoa.

Algumas pessoas são lebres nessa vida. Pessoas bem sucedidas sob a ótica material que impera nesse mundo. E o pior disso não é ser a lebre em si. O pior de tudo é se essas pessoas se dão conta de que são lebres. Porque, a partir desse momento, a pessoa, seduzida pela sua própria posição e atributos, se torna arrogante e consequentemente se acomoda. Como a lebre da historinha. E a partir desse pensamento, a pessoa trava na vida, se julgando que já atingiu o máximo em termos de evolução. E dá pouco valor àqueles que não são lebres, IGNORANDO potencialidades ocultas de seus próximos. Isso é extremamente perigoso. Porque o próprio inimigo de seu progresso acaba se desnvolvendo dentro deles mesmos.

Cuidado lebres!

A vontade é motor ciador. É criatividade pura. É o ponto do qual o conhecimento é gerado. É fonte de toda inteligência. É pura emoção. Muito sedutora.

Existem muitas pessoas do tipo tartaruga que estão (cada vez mais) CHEIAS de VONTADE. Elas estão constantemente melhorando, criando, refletindo e tudo mais. O corpo pode não demonstrar isso. Mas pode ter certeza de que a mente, com as ideias e sentimentos lá dentro, bem no fundo, trabalha intensamente e incessantemente. E isso não é percebido pelos outros “animais da floresta”, que estão acostumados a ver e julgar pela carcaça.

Cuidado animais da floresta!

Lembrem-se: o mais importante não é o que você É no momento, e sim o que você QUER SER no futuro.

Por isso não importa os seus títulos, as suas posses, a sua aparência externa, os seus atributos, e coisas do tipo. Importa o seu caráter. Apenas isso. Muito simples.

Quanto às tartarugas, só tenho a dizer:

Parabéns, sigam em frente e não desanimem!

E...continuem o bom trabalho.

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