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domingo, 19 de outubro de 2014

KARDEC está para NEWTON. UBALDI está para EINSTEIN

Todos que passaram pelo ensino básico tem uma noção da contribuição dos gênios no campo do mundo material. E quem se interessou um pouco mais pelos estudos pôde perceber o seguinte: o conhecimento começa a se firmar a partir de observações capturáveis pelos nossos sentidos. A partir disso é fácil compreender porque inicialmente o modelo da Terra foi considerado um plano se estendendo infinitamente nas duas dimensões e o céu era uma semi-esfera que “tampava” essa plano (a Terra), repleta de pontos luminosos. Tanto que até os dias atuais, para quem estuda astronomia, o termo “abóbada celeste” – fazendo referencia a um céu em formato de semi-esfera – permanece em uso.

Isaac Newton. Formulou as Leis da
Gravitação, entre outros fenômenos
do mundo físico.
Com o passar dos tempos, o modelo do nosso mundo foi se expandindo. O ser humano percebeu que os pontos luminosos (as estrelas) se deslocavam de tal forma a dar uma ideia de que a “abóbada” estava em rotação. Logo concluíram que não se tratava de uma semi-esfera, mas de uma esfera por completo, que girava ao redor do nosso plano. Mais à frente Eratóstenes [1], baseado em sombras e proporções conduzidas por um espírito imaginativo, realizou cálculos que não apenas concluíram que a Terra possuía uma curvatura assim como – partindo das verdades incompletas anteriores – era esférica. E estimou seu raio com uma precisão impressionante para a época (seu erro foi de 16%). E século após século, pessoas com espírito investigativo surgiram para expandir o conhecimento. Sempre se apoiando nas conquistas passadas.

Pois bem. Sabemos que no campo da ciência material (e todas outras áreas) as mentes constroem baseadas nas conquistas de seus antecessores. Foi assim na cadeia física Erastótenes – Giordano Bruno – Galileu – Kepler – Newton – Einstein – ...assim como em muitas outras.

Albert Einstein. Expandiu os conceitos desenvolvidos
por Newton, elaborando uma teoria mais geral, isto é,
com maior amplitude.
A expansão dos conceitos é algo natral em qualquer campo do saber. É intrínseco do ser humano mais próximo da espiritualidade fazer mais e querer mais no intangível. O querer levando ao fazer; o fazer gerando mais querer. Levar e gerar. Um relacionado ao destino; o outro ao meio de atingi-lo. Esse ser humano acima do normal também se faz valer nos estudos do imponderável.

Allan Kardec [2] (Hippolyte Léon Denizard Rivail), um influente educador, autor e tradutor francês, muito crente na ciência e nos métodos racionais-analíticos, notabilizou-se como codificador do espiritismo. Isto é, descobriu, ou melhor, abriu um novo campo de estudos baseado em relatos sistemáticos de entidades estranhas aos nossos sentidos (espíritos) submetidos aos mais diversos rigores da análise científica antes de serem classificados como não pertencentes ao mundo ponderável.

Seis volumes constituem as bases da Doutrina Espírita codificada por Kardec. Respostas à diversas perguntas fundamentais que assolam a humanidade sobre os mais diversos assuntos (afinidades, evolução, sentido da existência, fenômenos, separações, uniões, instintos, progresso, amor, conservação, destruição, destino...) foram dadas por uma série dessas entidades intangíveis. Respostas não necessariamente definitivas – muitas são incompletas e não satisfazem as mentes mais curiosas – mas que até aquele ponto (1860) sintetizavam os grandes problemas da humanidade, consolando milhões e evitando o misticismo de forma.

Allan Kardec. Compilou uma série de leis do
imponderável, demonstrando sua possibilidadee
por métodos racionais e lógicos.
Em 1886 nasce em Foligno, na Itália, uma criança pertencente à nobreza italiana. Seu nome era Pietro de Alleori Ubaldi. Se tratava de uma criança que começou a perceber o descompasso entre o seu mundo e o mundo em que se viu inserida desde a mais tenra idade.

Ubaldi descreve que dos 5 aos 45 anos sua vida consistiu basicamente em CONSTATAR a realidade de seu mundo, seguindo uma vida esperada, com suas riquezas e afazeres profissionais. Dos 45 aos 85 anos se deu a EXPERIMENTAÇÃO das teorias que vinham sendo maturadas em sua mente altamente intuitiva. Nessa segunda fase predominou um tipo de vida completamente diferente, na qual a riqueza foi abandonada e o dinheiro passou a ser ganho à custa do trabalho duro como professor de línguas e piano. Paralelamente ele iniciou a escrever o que denominou por “Obra”: uma coletânea de 24 volumes versando sobre os mais diversos assuntos, de todos saberes, concatenados entre si de um modo nunca antes apresentado, guiadose por uma Lei diretora do Universo (físico e moral). Nascia assim seu livro mais importante, “A GRANDE SÍNTESE” (1935), que gerou espanto e admiração das mentes mais brilhantes de seu tempo. Mentes que não puderam negar sua própria pequenez após se depararem com a vastidão do imponderável.

Ubaldi expandiu as fronteiras do interior como nunca. Ele partiu das obras básicas de Kardec, revelando verdades novas, explicando e exemplificando outras, e unindo tudo em torno de um eixo diretor central (uma Lei universal). A partir daí o mundo pode se considerar abençoado por finalmente ter surgido um ser unificador capaz de dedicar 80 anos de sua vida à Verdade e ao Telefinalismo da existência.

Da mesma forma que Einstein, ao conceber a Teoria da Relatividade e outras teorias na física quântica, não negou mas apenas expandiu a Teoria da Gravitação de Newton, Ubaldi elevou as bases plantadas por Kardec a um patamar inimaginável. A diferença é que Newton e Einstein são expoentes de uma linhagem de pesquisa no campo material, enquanto Kardec e Ubaldi são expoentes de uma linhagem de pesquisa num campo mais elevado (muito mais): o espiritual. Campo este que engloba o material. Para comprovar basta analisarmos cuidadosamente os livros de Ubaldi, capazes de convencer pela incrível fluência em todos campos do saber: filosófico, científico, teológico e artístico.

Pietro Ubaldi. Compreendeu e aplicou o
Evangelho em sua vida, usando-a de laboratório
para comprovar que existem leis superiores,
ainda não admitidas pela nossa ciência. Escreveu
uma obra monumental de 24 volumes abrangendo
os problemas mais importantes da existência. 
De fato Ubaldi disse verdades que incomodam os seguidores de Kardec. Ele alertou o risco do espiritismo cair na mesma armadilha do catolicismo medieval, que nada mais é do que o engessamento. Um estado estático que inibe o transformismo universal inerente a cada ser. Por isso ele é comumente enquadrado como um pensador independente, seguidor do Universalismo Crístico (que nada mais é do que uma denominação para aqueles que se prendem apenas à Verdade).

Por medo de seguir adiante a humanidade tem a tendência em estacionar a cada passo. E nega aqueles que adentram em terrenos desconhecidos. Mas são sempre estes os tipos que iniciam o processos de ascensão coletivo. São os Santos. O homem Evangélico. O tipo biológico muito acima da média.

Já li quinze livros de Ubaldi. Grifei-os. Estudei-os. Ouvi reuniões e pessoas e observei acontecimentos e concluí: tudo se encaixa em sua teoria. TUDO. Vivenciei parcialmente o que eles relatavam. E me dei conta de que algo muito poderoso está ocorrendo dentro de mim. 

A Obra de Ubaldi não é o ponto final do saber, mas deverá se tornar referência para uma humanidade em busca da espiritualização nos próximos séculos.

Enquanto não surgir um Newton das leis morais, leis estas muito mais sutis, profundas e poderosas do que todas descobertas até o presente, o avanço rumo à felicidade será em ritmo lento. 


Referências


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