Todos
que passaram pelo ensino básico tem uma noção da contribuição
dos gênios no campo do mundo material. E quem se interessou um pouco
mais pelos estudos pôde perceber o seguinte: o conhecimento começa
a se firmar a partir de observações capturáveis pelos nossos
sentidos. A partir disso é fácil compreender porque inicialmente o
modelo da Terra foi considerado um plano se estendendo infinitamente
nas duas dimensões e o céu era uma semi-esfera que “tampava”
essa plano (a Terra), repleta de pontos luminosos. Tanto que até os
dias atuais, para quem estuda astronomia, o termo “abóbada
celeste” – fazendo referencia a um céu em formato de semi-esfera
– permanece em uso.
Isaac Newton. Formulou as Leis da Gravitação, entre outros fenômenos do mundo físico. |
Pois
bem. Sabemos que no campo da ciência material (e todas outras áreas)
as mentes constroem baseadas nas conquistas de seus antecessores. Foi
assim na cadeia física Erastótenes – Giordano Bruno – Galileu –
Kepler – Newton – Einstein – ...assim como em muitas outras.
Albert Einstein. Expandiu os conceitos desenvolvidos por Newton, elaborando uma teoria mais geral, isto é, com maior amplitude. |
A
expansão dos conceitos é algo natral em qualquer campo do saber. É
intrínseco do ser humano mais próximo da espiritualidade fazer mais
e querer mais no intangível. O querer levando ao fazer; o fazer
gerando mais querer. Levar e gerar. Um relacionado ao destino; o
outro ao meio de atingi-lo. Esse ser humano acima do normal também
se faz valer nos estudos do imponderável.
Allan
Kardec [2] (Hippolyte
Léon Denizard Rivail), um influente educador, autor e tradutor
francês, muito crente na ciência e nos métodos
racionais-analíticos, notabilizou-se como codificador do
espiritismo. Isto é, descobriu, ou melhor, abriu um novo campo de
estudos baseado em relatos sistemáticos de entidades estranhas aos
nossos sentidos (espíritos) submetidos aos mais diversos rigores da
análise científica antes de serem classificados como não
pertencentes ao mundo ponderável.
Seis
volumes constituem as bases da Doutrina Espírita codificada por
Kardec. Respostas à diversas perguntas fundamentais que assolam a
humanidade sobre os mais diversos assuntos (afinidades, evolução,
sentido da existência, fenômenos, separações, uniões, instintos,
progresso, amor, conservação, destruição, destino...) foram dadas
por uma série dessas entidades intangíveis. Respostas não
necessariamente definitivas – muitas são incompletas e não
satisfazem as mentes mais curiosas – mas que até aquele ponto
(1860) sintetizavam os grandes problemas da humanidade, consolando
milhões e evitando o misticismo de forma.
Allan Kardec. Compilou uma série de leis do imponderável, demonstrando sua possibilidadee por métodos racionais e lógicos. |
Em
1886 nasce em Foligno, na Itália, uma criança pertencente à
nobreza italiana. Seu nome era Pietro de Alleori Ubaldi. Se tratava
de uma criança que começou a perceber o descompasso entre o seu
mundo e o mundo em que se viu inserida desde a mais tenra idade.
Ubaldi
descreve que dos 5 aos 45 anos sua vida consistiu basicamente em
CONSTATAR a realidade de seu mundo, seguindo uma vida esperada, com
suas riquezas e afazeres profissionais. Dos 45 aos 85 anos se deu a
EXPERIMENTAÇÃO das teorias que vinham sendo maturadas em sua mente
altamente intuitiva. Nessa segunda fase predominou um tipo de vida
completamente diferente, na qual a riqueza foi abandonada e o
dinheiro passou a ser ganho à custa do trabalho duro como professor
de línguas e piano. Paralelamente ele iniciou a escrever o que
denominou por “Obra”: uma coletânea de 24 volumes versando sobre
os mais diversos assuntos, de todos saberes, concatenados entre si
de um modo nunca antes apresentado, guiadose por uma Lei diretora do
Universo (físico e moral). Nascia assim seu livro mais importante,
“A GRANDE SÍNTESE” (1935), que gerou espanto e admiração das
mentes mais brilhantes de seu tempo. Mentes que não puderam negar
sua própria pequenez após se depararem com a vastidão do
imponderável.
Ubaldi
expandiu as fronteiras do interior como nunca. Ele partiu das obras
básicas de Kardec, revelando verdades novas, explicando e
exemplificando outras, e unindo tudo em torno de um eixo diretor
central (uma Lei universal). A partir daí o mundo pode se considerar
abençoado por finalmente ter surgido um ser unificador capaz de
dedicar 80 anos de sua vida à Verdade e ao Telefinalismo da
existência.
Da
mesma forma que Einstein, ao conceber a Teoria da Relatividade e
outras teorias na física quântica, não negou mas apenas expandiu a
Teoria da Gravitação de Newton, Ubaldi elevou as bases plantadas
por Kardec a um patamar inimaginável. A diferença é que Newton e
Einstein são expoentes de uma linhagem de pesquisa no campo
material, enquanto Kardec e Ubaldi são expoentes de uma linhagem de
pesquisa num campo mais elevado (muito mais): o espiritual. Campo
este que engloba o material. Para comprovar basta analisarmos
cuidadosamente os livros de Ubaldi, capazes de convencer pela
incrível fluência em todos campos do saber: filosófico,
científico, teológico e artístico.
De
fato Ubaldi disse verdades que incomodam os seguidores de Kardec. Ele
alertou o risco do espiritismo cair na mesma armadilha do catolicismo
medieval, que nada mais é do que o engessamento. Um estado estático
que inibe o transformismo universal inerente a cada ser. Por isso ele
é comumente enquadrado como um pensador independente, seguidor do
Universalismo Crístico (que nada mais é do que uma denominação
para aqueles que se prendem apenas à Verdade).
Por
medo de seguir adiante a humanidade tem a tendência em estacionar a
cada passo. E nega aqueles que adentram em terrenos desconhecidos.
Mas são sempre estes os tipos que iniciam o processos de ascensão
coletivo. São os Santos. O homem Evangélico. O tipo biológico
muito acima da média.
Já
li quinze livros de Ubaldi. Grifei-os. Estudei-os. Ouvi reuniões e pessoas e observei acontecimentos e concluí: tudo se encaixa em sua teoria. TUDO. Vivenciei
parcialmente o que eles relatavam. E me dei conta de que algo muito
poderoso está ocorrendo dentro de mim.
A Obra de Ubaldi
não é o ponto final do saber, mas deverá se tornar referência para uma humanidade em busca da espiritualização nos próximos séculos.
Enquanto não surgir um Newton das leis morais, leis estas muito mais sutis, profundas e poderosas do que todas descobertas até o presente, o avanço rumo à felicidade será em ritmo lento.
Enquanto não surgir um Newton das leis morais, leis estas muito mais sutis, profundas e poderosas do que todas descobertas até o presente, o avanço rumo à felicidade será em ritmo lento.
Referências
Nenhum comentário:
Postar um comentário