Existem momentos em nossas vidas que são muito difíceis de serem
aceitos e/ou vividos de modo estável. A tendência de nos
inclinarmos para um extremo é fácil quando nos impõem um outro
extremo, de mesma intensidade e sentido oposto. Um caso clássico
seria a quantidade de horas nas quais um indivíduo é obrigado a
ficar preso num ambiente institucionalizado para satisfazer
necessidades mercadológicas e (infelizmente) de subsistência. Como
reação, a grande maioria das pessoas tende, quando chegam as
férias, feriados – ou mesmo fins de semana – a cometer abusos
para “compensar” o excesso de estresse acumulado – inutilmente
– ao longo das semanas. Mas o sistema só ganha com essa reação.
E assim realimentamos um ciclo de destruição interior cujo inimigo
está pulverizado nas mentes e sonhos de muitos e muitas. No entanto,
existem alternativas para fugir pela tangente dessa (e de inúmeras
outras) loucura, e consequentemente se libertar – mesmo que por
algum tempo – do campo de gravidade mercadológico-materialista.
Eu gostaria de falar brevemente sobre duas características
INTRÍNSECAS de toda sociedade e ser humano que podem ser usadas como
ponto de apoio para qualquer pessoa sair desse grande oceano de areia
movediça que nos sufoca intermitentemente. Essas características se
aplicam a todo tipo de gente, independente de sua crença ou etnia ou
classe social ou profissão ou saúde ou ideologia ou etc, de forma
que se tratam de dois aliados importantes, intangíveis (mas
poderosos!), sempre presentes, sempre aplicáveis. Trata-se da
DIVERSIDADE e da MUDANÇA.
Uma das características mais impressionantes do ser humano é sua
capacidade de fazer uso da diversidade, ou melhor, reconhecê-la,
para buscar construir novas relações, descobrir novos lugares,
desenvolver habilidades latentes e encontrar paz interior.
Mas o que significa isso exatamente?
Imagine-se que você está numa escola, e o grupo de pessoas mais
próximas a você não permitem que sua pessoa desenvolva suas
capacidades plenamente. Isso pode se dar por falta de AFINIDADE em
assuntos, modos de se expressar, modo de perceber os acontecimentos
do mundo. Etc. Então, para se manter recolhido e com a mente sã
simultaneamente, é necessário perceber que as pessoas e grupos no
mundo são muito diversos, e com certeza existem pessoas com mesmas
inclinações fundamentais que você. E os modos de escutar e falar
se encaixam de forma muito mais harmoniosa. Portanto, sabendo disso,
é recomendável que a pessoa procure em seu tempo livre se inserir
em outros ambientes, de forma que a PROBABILIDADE de encontrar
pessoas DIFERENTES seja mais alta.
O ato de frequentar ambientes diferentes – ou um mesmo ambiente
que tenha uma circulação de pessoas com diferentes modos de vida –
é saudável para qualquer indivíduo. Abre sua mente. Tranquiliza
sua mente. Corrói preconceitos. Derruba muros e leva a novas formas
de manifestação. É possível encontrar liberdade para falar de
várias ideias que em certos lugares são malvistas. E essa
diversidade sempre irá existir em nossa sociedade. Ou melhor, a
individualidade de cada ser sempre será própria apenas dele. E nada
melhor do que aproveitar esse mundo multifacetado para SE ENCONTRAR
encontrando outros.
Outra particularidade intrínseca de nosso mundo é a dinamicidade
dos seres humanos. Ela é a mudança constante de nós mesmos e das
sociedades. Mudança de conceitos e costumes e hábitos.
Nós humanos, diferentemente das outras espécies desse planeta,
não fomos programados para agir de determinada forma sempre. Estamos
em constante processo de metamorfose – mesmo que nossos costumes
ainda sejam muito primitivos em termos morais.
Se voltarmos três séculos, a sociedade humana tinha costumes
absolutamente diferentes dos atuais. As famílias, a criação dos
filhos, o modo de obtenção de alimentos, as relações, etc. Mas os
animais continuam a agir do mesmo modo.
Se voltarmos mil, dois mil, dez mil anos, observaremos na espécie
humana sociedades completamente diferente em cada época, com modos
de produção diferente, ocupações privadas diferentes e valores
diferentes (entre ouras coisas). Isso não se dá com as formigas, os
cães, os bovinos, os peixes, as aves, os gatos, os
pernilongos,...Eles sempre agiram da mesma forma. Se relacionam,
interagem, buscam alimento, se comportam como sempre fizeram. Não
existe uma diferenciação histórica. Não existe uma construção.
São seres que aparentemente já vem “programados” para executar
suas tarefas. E não nego que muitos fazem de forma impecável e
perfeita. De um modo que um ser humano jamais será capaz de
reproduzir com todo seu conhecimento. Mas é estático.
Agora – e mais fascinante em nossa espécie – é essa
capacidade de nos metamorfosearmos continuamente ao longo das eras,
nos moldando. Tudo em busca de uma maior liberdade. Da felicidade. Do
auto-conhecimento. E isso ocorre em nível individual. Uma pessoa
pode (deve!) se metamorfosear durante sua vida terrena. E com isso
ocorre o milagre de encontrarmos uma outra pessoa na mesma pessoa
(!). Basta darmos alguns anos preenchidos de experiências (boas e
ruins).
Saber que as pessoas mudam é reconfortante porque isso permite
uma renovação da esperança. Aquele que jamais seria seu amigo
agora pode se tornar. Porque ele mudou. Porque você mudou. Porque
ambos mudaram de modo que estabeleceu-se uma proximidade de ideias e
sentimentos com tamanha afinidade que a amizade se inicia
naturalmente.
Se uma pessoa tiver consciência da DIVERSIDADE e da MUDANÇA em
sua vida e na vida das pessoas ao seu redor, e souber fazer uso da
sua liberdade sabiamente, há boas chances dessa pessoa se encontrar
e – quem sabe – um dia poder arranjar uma ocupação que a
permita fazer as coisas NO SEU RITMO, DO SEU JEITO, EM PROL DAQUELES
QUE MAIS PRECISAM, sem precisar passar por privações materiais. E
também encontrar alguém especial para caminhar ao longo dessa longa
e árdua estrada rumo à perfeição espiritual.
Eis os dois fenômenos apresentados.
Resta reconhecê-los e fazer uso sábio dos mesmos.
Um blog que é tudo e nada. Poesia científica. Fé raciocinada. Ciência orientada para a unidade. Vários assuntos esmiuçados tendo por base o sentimento nas profundezas da alma e possibilidades do futuro. Deste sentimento chega-se às análises do mundo cotidiano, sentido e valorizado. A mensagem verdadeiramente importante deve anular quem a transmite, que nada mais é do que uma ferramenta de ideias.
terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
domingo, 16 de fevereiro de 2014
POR QUE TER UMA VISÃO CÓSMICA DA VIDA É IMPORTANTE PARA EVOLUÇÃO
É
difícil encontrar uma pessoa cuja vida seja um mar de rosas. Se
houver alguém que aparente ter uma vida assim, posso assegurar que
se trata de uma sensação temporária ou ilusória. Porque mesmo que
se trata de alguém bem humorado e otimista, sempre haverão
sensações de angústia inexplicáveis e inesperadas que permeiam
momentos nos quais essas mesmas sensações são aparentemente
inexplicáveis.
Tendo
que conviver a maior parte de nossa existência num mar de espinhos –
e, com sorte, com pequenas ilhas de verdadeira felicidade – é de
grande utilidade saber como atuar de forma que possamos suportar
períodos econômicos, sociais (e afetivos) áridos.
A
espécie humana tem a particularidade de reconhecer sua
insignificância diante do Universo. Ou melhor, ela pode não ser a
única (espécie) a reconhecer isso – intuitivamente. Mas
aparentemente é a única que consegue perceber isso através da
racionalidade – no entanto isso não significa que muita gente seja
humilde e se julgue o centro dos cosmos. E essa característica de
perceber sua pequenez diante do todo lá fora (e do outro todo aqui
dentro de nossas almas), ao contrário do que possa parecer, talvez
seja o melhor remédio para a superação dos maiores males que
aflijem a s pessoas diariamente – sem dó ou hora marcada. Males
que incomodam todos no campo social, laboral, educacional, afeitvo e
econômico. Males que levam as pessoas a depressões, sucídios,
consumo desenfreado, homicídios e coisas do tipo.
A linha
de vida de uma pessoa demonstra de forma bem clara como é difícil
visualizar momentos bons ou ruins que estejam prestes a ocorrer.
Imagine
que no momento sua vida esteja relativamente tranquila
(relativamente). Agora, retroceda no tempo e escolha, ou melhor, se
lembre, de um período ou situação breve que lhe pareceu uma
eternidade devido ao incômodo ou raiva ou tudo isso causado por essa
situação – acho difícil uma pessoa honesta consigo mesma não se
lembrar de algo do tipo. No momento parece que o tempo passava muito
devagar, certo? E às vezes, num período (podem ser dias, meses ou
anos), dia após dia, uma realidade que lhe desagrade muito pode
perdurar tempo suficiente para que você acredite que as coisas
sempre foram e sempre serão desse jeito. E independetemente de seu
desespero ou esforço, nada mudará. Mas esse momento acabou um dia,
certo? (não se preocupe, se ainda você passa por um momento assim,
te garanto que ele vai findar). Isso é fácil de perceber quando
observamos os acontecimentos do passado. Mas é difícil – quase
impossível – de perceber quando passamos por algo ruim no
presente.
Muito
bem. Minha receita é tão simples quanto exigente de perseverança
(na verdade outros caras já diziam a mesma coisa). Trata-se de,
sempre que alguém passar por um período ruim de sua vida, observar
ele como um instante de perturbação certa num oceano de
possibilidades incertas – e que portanto podem ser boas. Expanda as
fronteiras cronológicas e pense nas milhões de criaturas que com
certeza devem estar passando ou passaram ou passarão por algo
semelhante ou pior. E como viver o presente só é saudável se o ser
estiver orientado para o futuro e consciente do passado (eu disse
orientado, não afficionado. e consciente, não melancólico),
pode-se deduzir que quanto maior a amplitude sensorial de alguém,
maiores as energias para suportar as dores do presente e encará-las
como um breve sofirmento.
Tem dias
que eu me deparo com as estrelas do céu e fico observando os
detalhes. Bolas de gás quentes (quentíssimas) explodindo a bilhões
de anos-luz, com mundos orbitando esse imenso corpo celeste. E são
milhões e bilhões de estrelas, cada uma com alguns mundos. Cada
mundo podendo ser maior que o nosso. E por mais difícil que seja
agregar condições necessárias para a vida da forma que conhecemos,
o número suplanta a dificuldade. E nessas horas eu penso: “Pode
ser que em algum desses mundos tenha uma pessoa olhando para o
infinito e filosofando da mesma forma.” “E que nesse mundo essa
pessoa pode ser eu daqui a milhões de anos. E que essa pessoa daqui
a milhões de anos tenha uma vida feliz (em relação a nossos
padrões). E que o Universo é tão grande e diverso que nunca iremos
nos deixar de nos encantar com a sua capacidade de mexer com nossa
imaginação.”
Quando
começamos a pensar de forma restrita e departamentalizada,
entristecemos.
Quando
começamos a pensar de forma abrangente e interdisciplinar, nos
tranquilizamos.
Nossos
ânimos se renovam sempre que nos abrimos para sentir a vastidão do
todo.
É
possível que muitos acontecimentos ruins do passado tenham sido a
principal causa de nossos momentos felizes agora ou futuramente. “Há
males que vem para o bem.” diz o ditado. É preciso passar por
desvios dolorosos para chegarmos a destinos mais elevados. É a Lei
da vida que devemos aceitar (religião), para não nos desgastarmos;
estudar (ciência), para não ignorarmos os segredos que permitam
nossa melhoria; questionar (filosofia), para sabermos qual a
finalidade dela; e sentir (arte), para sempre nos divertir durante
essa eterna jornada.
Isso é
o que tenho a dizer por hoje.
O PODER DA GRAVIDADE
É
incrível como fenômenos aparentemente desconexos de nossa realidade
são ignorados por muitos durante a vida inteira. Mais incrível
ainda é termos pessoas tituladas em áreas específicas que jamais
se encantaram pelas coisas que estudaram, vendo-as apenas como um
obstáculo para atingir fins materiais.
Claro,
não devemos culpar essas pessoas. Afinal de contas, poucos são
suficientemente loucos para deixarem de lado a realidade onipresente,
onipotente e impiedosa, e lançarem todas suas energias em estudos
aparentemente sem finalidade prática. Apenas pelo simples prazer (ou
dever) de compreender a fundo um fenômeno, e assim começar a
estabelecer relações com outros (fenômenos). E até com sua
própria vida! Porque é fato: o modo como a economia, as cidades e –
consequentemente – as relações sociais estão estruturadas
desencoraja qualquer busca pela verdade. E pela ciência. E pela
arte. E pela filosofia. E pela espiritualidade.
Eu
estudei engenharia e portanto tive uma pequena necessidade de estudar
mais a fundo temas correlatos. Muita matemática. Muita lógica.
Muitas ciências naturais. E nesse emaranhado de conceitos e teorias
e experimentos e equacionamentos e simplificações existem fenômenos
tão fundamentais, tão elementares, que nem nos damos conta que
graças a eles muitas outras coisas existem. Um exemplo disso é a
(força da) gravidade.
Antes de
explicar a importância dessa tal de gravidade, vou começar
contextualizando a dita cuja.
A
gravidade é uma das quatro forças fundamentais da natureza* (além
dela temos a força forte, a força fraca e o eletromagnetismo). Ela
define uma relação de atração entre objetos que possuem massa. Ou
seja, trata-se de uma força do mundo material, ditada por Leis
materiais.
A força
gravitacional foi compreendida e documentada matematicamente pela
primeira vez por Isaac Newton, no século XVII. A partir dessa época
veio o Iluminismo (séc. XVIII), a Revolução Industrial (séc.
XVIII – XIX) e a aplicação maçica da tecnologia para diversos
fins (séc. XX e adiante). E todos esses acontecimentos posteriores
fizeram uso dessa documentação (entre outras) para criar diversos
aparatos tecnológicos, dentre os quais os foguetes, responsáveis
por colocar satélites em órbita, que dão uma visão global dos
fenômenos climáticos terrestres e espaciais, permitindo estudos
abrangentes sobre os mais diversos fenômenos naturais, sociais e
(por que não) filosóficos e espirituais.
Mas o
simples fato de passarmos a conhecer essa força, e projetarmos
milhares de aparatos com finalidades diversas (benéficas e
maléficas) baseada nela, não é nada comparado a cadeia de
fenômenos desencadeados pela gravidade.
Vamos
lá...
O fato
de nosso planeta possuir massa numa quantidade adequada permite que
os objetos – tudo...inclusive pessoas como eu e você – caiam no
chão quando sejam soltos. A uma aceleração aproximadamente
constante. E isso permite que fiquemos no chão, caminhando ou
correndo, e que possamos consequentemente construir edifícios e
casas.
Se a
massa da Terra fosse muito maior, a aceleração da gravidade seria
muito maior, e nosso organismo seria presnsado contra o chão, ou as
cargas seriam tão altas que nossa fisologia seria seriamente afetada
em poucos anos. Provavelmente uma forma de vida diferente – se
houvesse – deveria estar em nosso lugar. Mais robusta fisicamente.
Ou menos suscetível às leis da matéria.
Por
outro lado, se a massa da Terra fosse muito pequena, uma série de
consequências impossibilitariam a nossa existência.
Primeiro:
um planeta pequeno e leve não teria força gravitacional suficiente
para reter as moléculas que constituem nossa atmosfera. Como somos
seres dependentes de ar para sobreviver, não haveria uma forma de
vida semelhante à nossa;
Segundo:
a pequena aceleração impossibilitaria a fixação no solo, e (mesmo
sem ar) uma pessoa teria sua estrutura óssea seriamente debilitada;
E outras
vantagens dessa força podem ser sentidas ao longo do ano.
Terceiro:
nosso próprio planeta, e o Sol e todos outros corpos só foram
formados graças a força de atração, que permitiu uma aglutinação
de elementos em diversas medidas;
Quarto:
graças a gravidade nosso planeta (todos planetas) mantêm uma órbita
que permite a existência das estações do ano e dos dias e noites.
Na medida adequada. Porque, sem essa medida – compatível com
nossa fisologia – a vida como conhecemos seria insustentável (dias
seguidos de sol torrencial sobreaqueceriam os oceanos e o solo,
enquanto um frio glacial congelaria outra parte do globo...pura
constância).
Enfim, o
que quero dizer com tudo isso é que aquele gezinho (g) que muitos
estudam e não compreendem e não querem compreender e até mesmo tem
raiva de quem compreende (ou quer compreender)....aquele gezinho tem
um significado Homérico por trás. Um significado que, a meu ver,
deveria ser revelado nas escolas. Porque essa é sem dúvida uma das
causas da vida material nesse mundo. Que desencadeou milhares de
consequências, numa cadeia infindável que ainda está longe de
chegar ao fim. E enquanto esse fim não chega, creio que vale a pena
passar um pouco de tempo filosofando sobre os caminhos da existência.
Uma
introdução adequada num assunto tido como chato ou difícil pode
ser o pontapé inicial para o ser humano encontrar o seu caminho e
desenvolver suas habilidades, sejam elas artísticas, filosóficas,
sociais, religiosas ou científicas.
Pode ser
o início da busca pela Felicidade. E a sala de aula é o campo de
batalha no qual essa verdadeira revolução deve ocorrer.
* Nesse
caso deve-se considerar apenas a natureza exterior ao ser humano.
Porque nós possuimos forças imensuráveis por qualquer instrumento,
como a Esperança e o Desespero, por exemplo.
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
LIBERDADE COM COMPROMISSO. COMPROMISSO COM LIBERDADE.
O
século XXI já teve quase 14 anos consumidos. Muitas foram as
mudanças tecnológicas. Verdadeiras revoluções se deram no campo
virtual. O acesso aos meios de comunicação cresceu
exponencialmente. E a informação corre solta. Qualquer pessoa –
mesmo sem desejar ou pedir – pode ter acesso a informações
prontas, pré-formatadas, prontas para ser utilizada, com apenas
alguns aparatos tecnológicos e cliques. As redes sociais tornaram os
contatos mais rápidos e práticos. Podemos entrar em contato com
amigos de infância que nem sequer sabíamos onde estavam e o que
faziam; podemos entrar em grupos de caronas, de trilhas, de filmes e
etc; podemos nos manter a par do que está acontecendo em nosso
bairro, em nossa cidade, em nosso país e no mundo. No entanto (e
paradoxalmente), parece que sabemos cada vez menos sobre o que
acontece DENTRO DE NÓS.
Sempre admirei a liberdade. Acredito que a humanidade está num processo de mutação muito interessante. E que o eixo central de mutação se dá justamente nesse campo: a ampliação da liberdade (de escolher diversificar as ocupações, de estudar a fundo coisas diferentes, de tentar viver seguindo outros princípios, de buscar o espiritual mais do que o material, e etc). Essa humanidade nova, encabeçada por pessoas jovens, – em sua maioria – já diz em voz alta e clara, sem vergonha ou medo, que o modelo vigente não é capaz de satisfazer suas necessidades e desejos. Trata-se de um modelo cujo eixo central era o compromisso, caracterizado por um emprego fixo e único, especialização, horários fixos, e modos de comportamentos predeterminados. No entanto, essa mudança natural deve ser dirigida com muito cuidado.
Sempre admirei a liberdade. Acredito que a humanidade está num processo de mutação muito interessante. E que o eixo central de mutação se dá justamente nesse campo: a ampliação da liberdade (de escolher diversificar as ocupações, de estudar a fundo coisas diferentes, de tentar viver seguindo outros princípios, de buscar o espiritual mais do que o material, e etc). Essa humanidade nova, encabeçada por pessoas jovens, – em sua maioria – já diz em voz alta e clara, sem vergonha ou medo, que o modelo vigente não é capaz de satisfazer suas necessidades e desejos. Trata-se de um modelo cujo eixo central era o compromisso, caracterizado por um emprego fixo e único, especialização, horários fixos, e modos de comportamentos predeterminados. No entanto, essa mudança natural deve ser dirigida com muito cuidado.
Liberdade consciente. |
Não posso afirmar que o compromisso
predominante de ontem é ruim e a liberdade predominante de hoje é
boa ou vice-versa. Porque o EQUILÍBRIO deve nortear nosso modo de
vida. Sempre. Em todas as frentes. E por diversos motivos. Motivos
estes que não posso deixar de citar e explicar.
Como dito anteriormente, as redes sociais – símbolo-mor das mutações atuais – são um dos marcos de liberdade individual contemporânea. Mas o uso que fazemos dessa ferramenta deve ser norteado por objetivos sustentáveis, de longo prazo, que considerem a INTERCONEXÃO entre tudo e todos.
Estou vendo e constatando ao longo dos últimos anos que existe uma sede e energia por mudança sim. Mas paralelamente, – e que mais me preocupa – uma falta de ORIENTAÇÃO domina mentes que se julgam no controle de suas vidas. Ou seja, busca-se a liberdade por maior comodidade ou puro prazer (apesar de muitos afirmarem que não é bem assim, apesar de suas atitudes, na maioria dos casos, contradizerem essa tentativa de defesa), sem pensar nas consequências que algumas atitudes podem ter a longo prazo. “Viver o momento” é a expressão do momento. “Carpe Diem” (Aproveite a Vida). É certo e sensato. No entanto, que esse “viver” não afete, direta ou indiretamente, contatos adjacentes ou estruturas úteis , que podem ser antigas. Porque muitas ideias, inventos, teorias, conceitos antigos são boas e melhores do que outras novas.
Há posturas do passado que devem ser perpetuadas ao invés de apagadas – a sustentabilidade das relações, só para citar um exemplo...das relações que valem a pena, claro. E posturas nascentes que devem ser repensadas – como a incorporação de “amigos” em sua lista de contatos.
Me parece que a busca pela liberdade contemporânea está sendo influenciada pela cultura do consumismo. Não de forma consciente, mas inconsciente. Estamos adotando uma postura que nos leva a aproveitar todos momentos (e pessoas) o máximo possível. Só desejamos o melhor para nós. E qualquer sinal de algo ou alguém que não satisfaça nossos prazeres ou valores nos induzirá a eliminar esse algo ou alguém prontamente, bastando um clique ou apenas um período ignorando esse algo (um sentimento profundo ou ideia) ou alguém. Eis a funcionalidade mais sedutora – embora muitos não admitam – introduzida pelas redes sociais.
Agir de acordo com o que acreditamos não é ruim em essência. O que me preocupa é não refletirmos profundamente antes de tomarmos decisões. Isto é, excluímos algo ou alguém (elegantemente, como a etiqueta atual requer...ou seja, quase imperceptivelmente para os outros) que no fundo, com um pouco mais de observação e vivência, poderia nos enriquecer culturalmente e espiritualmente. E assim exercemos uma pseudo-liberdade. Uma liberdade inconsciente, que não mede consequências a longo prazo e atropela princípios que nós mesmos julgamos essenciais.
A nossa liberdade não é infinita. Ela termina quando se encontra com a liberdade do outro. Caso contrário, a nossa liberdade seria a escravidão do outro (e vice-versa). Não sei se estou certo, mas me parece lógico e sensata essa ideia.
Mas afinal, como estabelecer as fronteiras de liberdade? Para mim um caminho fácil seria avaliar se tomar um espaço que já pertence a outro traz uma real vantagem para você. Ou se estamos usufruindo nossa liberdade de forma útil.
Numa relação afetiva, ou mesmo numa amizade, ambas partes devem ter liberdade. Dificilmente veremos almas tão semelhantes em sentimentos e tendências que possam andar na mesma direção e sentido sempre, no mesmo ritmo. Logo, a título de aumentar a probabilidade de colher frutos futuramente, ambas partes devem assumir um compromisso – com o outro e com ela mesma. Esse compromisso pode parecer ruim à primeira vista, mas não se deve esquecer que o seu compromisso é a liberdade do outro e o compromisso deste a sua liberdade. É, de certa forma, uma maneira de maximizar os benefícios – uma vez que somos diferentes.
A facilidade de “deletar” é cômodo. A miríade de pessoas diferentes e possibilidades nos estimula a descartar movimentos, teorias e pessoas facilmente. A QUANTIDADE oferecida diminui a importância do PENSAR. Trata-se, a meu ver, de uma armadilha. Uma 'arapuca' que só é sentida ao longo dos anos em forma de arrependimentos.
O meu medo é o seguinte: o arrependimento de ontem foi causado pela falta de liberdade das pessoas, e o de amanhã – sendo construído hoje – será a falta de compromisso assumida por todos e todas.
As mutações são comuns, mas respeitam uma dinâmica. Um ciclo de mutações-relâmpago não traz a mudança que julgamos conquistar. Justamente porque a pouca vivência de uma situação (amizade, namoro, estudo, escutar,...) não permite uma avaliação adequada da mesma.
Estaremos sofrendo desnecessariamente?
Aos conservadores digo:
A liberdade é necessária para não engessarmos no caminho da evolução.
Aos libertários digo:
O compromisso é necessário para vivenciarmos as experiências profundas e engrandecedoras da alma, sem as quais não poderemos evoluir.
Em algum ponto todos devemos nos encontrar.
Texto que inspirou este artigo: http://www.cartanaescola.com.br/single/show/250/a-ilusao-das-redes-sociais
Como dito anteriormente, as redes sociais – símbolo-mor das mutações atuais – são um dos marcos de liberdade individual contemporânea. Mas o uso que fazemos dessa ferramenta deve ser norteado por objetivos sustentáveis, de longo prazo, que considerem a INTERCONEXÃO entre tudo e todos.
Estou vendo e constatando ao longo dos últimos anos que existe uma sede e energia por mudança sim. Mas paralelamente, – e que mais me preocupa – uma falta de ORIENTAÇÃO domina mentes que se julgam no controle de suas vidas. Ou seja, busca-se a liberdade por maior comodidade ou puro prazer (apesar de muitos afirmarem que não é bem assim, apesar de suas atitudes, na maioria dos casos, contradizerem essa tentativa de defesa), sem pensar nas consequências que algumas atitudes podem ter a longo prazo. “Viver o momento” é a expressão do momento. “Carpe Diem” (Aproveite a Vida). É certo e sensato. No entanto, que esse “viver” não afete, direta ou indiretamente, contatos adjacentes ou estruturas úteis , que podem ser antigas. Porque muitas ideias, inventos, teorias, conceitos antigos são boas e melhores do que outras novas.
Há posturas do passado que devem ser perpetuadas ao invés de apagadas – a sustentabilidade das relações, só para citar um exemplo...das relações que valem a pena, claro. E posturas nascentes que devem ser repensadas – como a incorporação de “amigos” em sua lista de contatos.
Me parece que a busca pela liberdade contemporânea está sendo influenciada pela cultura do consumismo. Não de forma consciente, mas inconsciente. Estamos adotando uma postura que nos leva a aproveitar todos momentos (e pessoas) o máximo possível. Só desejamos o melhor para nós. E qualquer sinal de algo ou alguém que não satisfaça nossos prazeres ou valores nos induzirá a eliminar esse algo ou alguém prontamente, bastando um clique ou apenas um período ignorando esse algo (um sentimento profundo ou ideia) ou alguém. Eis a funcionalidade mais sedutora – embora muitos não admitam – introduzida pelas redes sociais.
Agir de acordo com o que acreditamos não é ruim em essência. O que me preocupa é não refletirmos profundamente antes de tomarmos decisões. Isto é, excluímos algo ou alguém (elegantemente, como a etiqueta atual requer...ou seja, quase imperceptivelmente para os outros) que no fundo, com um pouco mais de observação e vivência, poderia nos enriquecer culturalmente e espiritualmente. E assim exercemos uma pseudo-liberdade. Uma liberdade inconsciente, que não mede consequências a longo prazo e atropela princípios que nós mesmos julgamos essenciais.
A nossa liberdade não é infinita. Ela termina quando se encontra com a liberdade do outro. Caso contrário, a nossa liberdade seria a escravidão do outro (e vice-versa). Não sei se estou certo, mas me parece lógico e sensata essa ideia.
Mas afinal, como estabelecer as fronteiras de liberdade? Para mim um caminho fácil seria avaliar se tomar um espaço que já pertence a outro traz uma real vantagem para você. Ou se estamos usufruindo nossa liberdade de forma útil.
Numa relação afetiva, ou mesmo numa amizade, ambas partes devem ter liberdade. Dificilmente veremos almas tão semelhantes em sentimentos e tendências que possam andar na mesma direção e sentido sempre, no mesmo ritmo. Logo, a título de aumentar a probabilidade de colher frutos futuramente, ambas partes devem assumir um compromisso – com o outro e com ela mesma. Esse compromisso pode parecer ruim à primeira vista, mas não se deve esquecer que o seu compromisso é a liberdade do outro e o compromisso deste a sua liberdade. É, de certa forma, uma maneira de maximizar os benefícios – uma vez que somos diferentes.
A facilidade de “deletar” é cômodo. A miríade de pessoas diferentes e possibilidades nos estimula a descartar movimentos, teorias e pessoas facilmente. A QUANTIDADE oferecida diminui a importância do PENSAR. Trata-se, a meu ver, de uma armadilha. Uma 'arapuca' que só é sentida ao longo dos anos em forma de arrependimentos.
O meu medo é o seguinte: o arrependimento de ontem foi causado pela falta de liberdade das pessoas, e o de amanhã – sendo construído hoje – será a falta de compromisso assumida por todos e todas.
As mutações são comuns, mas respeitam uma dinâmica. Um ciclo de mutações-relâmpago não traz a mudança que julgamos conquistar. Justamente porque a pouca vivência de uma situação (amizade, namoro, estudo, escutar,...) não permite uma avaliação adequada da mesma.
Estaremos sofrendo desnecessariamente?
Aos conservadores digo:
A liberdade é necessária para não engessarmos no caminho da evolução.
Aos libertários digo:
O compromisso é necessário para vivenciarmos as experiências profundas e engrandecedoras da alma, sem as quais não poderemos evoluir.
Em algum ponto todos devemos nos encontrar.
Texto que inspirou este artigo: http://www.cartanaescola.com.br/single/show/250/a-ilusao-das-redes-sociais
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
MODERNOS, SIM. EVOLUÍDOS, NÃO.
É
difícil – para quem viu – não se lembrar das cenas iniciais de
“Tempos Modernos”. Vemos um Chaplin operário na linha de
produção de uma fábrica, apertando porcas fervorosamente,
regularmente e continuamente. Não por vontade própria, e sim pela
necessidade de subsistência. E com todas suas atitudes podemos não
apenas observar, mas sentir a vida de uma pessoa desse tipo.
E muitos
detalhes contribuem para isso.
Tomemos
como exemplo a cena na qual um grupo de inventores apresentam ao
diretor da fábrica um novo aparato que permite ao operário se
alimentar na própria linha de produção, de forma que este continue
produzindo no mesmo ritmo. “Que ótimo!”, diz o dono, através de
sua expressão facial (ótimo para quem? e...de que ponto de vista?).
E lá vai o grupo para testar o novo e maravilhoso aparato num novo
funcionário.
Nos tornamos inconscientemente engrenagens. Conscientemente devemos resgatar nossa humanidade, Para daí alçarmos a espiritualidade. |
Vê-se
que o experimento dá errado, a máquina não funciona, e quem paga
o mico é – para variar – o operário. A máquina não funciona
conforme planejado. E nesse ponto eu me pergunto se é apenas a
máquina que não funciona conforme planejado. Me parece que a mente
de algumas pessoas também não opera de forma racional. Pessoas que
tem muito poder econômico sobre outras e que julgam que estão na
sua posição graças ao seu esforço e mérito. (sim...pode ser
verdade que a pessoa tenha conseguido por mérito próprio. mas só
de um ponto de vista materialista, que leve em consideração
variáveis econômicas e produtivas. em suma: ser bem sucedido num
mundo que glorifica prazeres mundanos não significa que a pessoa
seja sábia e, muito menos, evoluída) .Claro, também existem
pessoas que tem esses pensamentos insensatos e não possuem poder
algum – ou muito pouco. Mas o fato é que aqueles que possuem
grande poder e pensam dessa forma tendem a causar muito mais estragos
que aqueles. A médio e longo prazo.
De
qualquer forma, “Tempos Modernos” é impressionante e atual. E
continuará sendo, por muitos anos.
Chaplin
conseguiu retratar de forma cômica as mais profundas maquinações
dos homens de negócio. E a miopia das autoridades. E os mais
elevados sonhos daqueles que se veem presos num sistema que inibe
qualquer tentativa de busca por algo diferente. Ele conseguiu isso
com uma história simples, mostrando acontecimentos típicos na vida
de qualquer um, permeados com música e reflexões e reviravoltas.
Simplicidade é se aprofundar na espiritualidade. |
O sonho
(a obsessão) de algumas pessoas produzir mais é algo presente hoje
em dia. Mas para que esse pensamento seja visto como algo positivo
para aqueles que devem se submeter a ele fervorosamente, há
necessidade de uma boa dose de propaganda (ou, num linguajar mais
específico, lavagem cerebral). E com a democratização da
informação e o ligeiro aumento do conhecimento – e coragem – de
alguns, essa propaganda deve se tornar a cada dia mais sofisticada.
Assumir novas formas. Parecer arte, ciência, filosofia de vida. E
até mesmo religião! Ela (propaganda), para manter as mentes
sedadas, deve se metamorfosear constantemente para que uns poucos
possam impor sua vontade a muitos. De forma tão discreta que só
mentes muito sensíveis e cientes dos mecanismos humanos podem
perceber a grande distorção sendo edificada. Eis o dilema dos
tempos atuais. Tão modernos maquinalmente, e tão atrasados
moralmente.
Antes
das descobertas científicas e da democratização (relativa) de
recursos e conhecimento havia uma certa justificativa para que o ser
humano agisse estupidamente. Mas não há razão para que daqui pra
frente continuemos a agir de forma tão insensata.
Descobrimos
muitas das Leis da matéria e soubemos usá-las a nosso favor. No
entanto, distribuímos mal esse usar e comumente aplicamos os
conhecimentos sem saber a finalidade. Inexiste um horizonte. Alguns
dizem que é o lucro. No entanto, quando ele chega, deseja-se mais
lucro. E depois mais. E assim sucessivamente. E nesse processo todo,
milhões de pessoas abdicam de sua saúde e estudos e viagens e
sociabilidade para satisfazer essa “necessidade” mercadológica.
Não me parece sensato.
Abrindo
os jornais observam-se problemas relacionados à criminalidade, ao
trânsito, ao enriquecimento de grandes grupos com crises, aos
desentendimentos, às doenças, etc. Ao mesmo tempo, nunca se viu uma
sociedade tão orientada para a matéria e (ao mesmo tempo) uma
minoria – crescente – de seres cada vez mais determinados a se
orientarem para o espiritual.
O
trabalho já não é mais o que deveria ser. O trabalho que é
imposto à maioria é aquele do século XIX. Institucionalizado,
focado para o crescimento de um grupo específico (a qualquer custo,
desde que não viole uma Lei....ou a viole de forma que o Estado não
identifique essa violação), com controle de tempo e restrições às
necessidades fisiológicas e da mente. Hoje em dia isso é feito de
forma a parecer que não é imposto, e sim uma escolha da pessoa. A
pressão psicológica se pulveriza nas mentes, de forma que cada um
se auto-controla em prol do grupo no qual está inserido. Isso evita
custos em monitoramento, e consequente aumento de lucro (do grupo,
não da pessoa). Além de uma obediência cega. O SER se torna uma
FERRAMENTA. A EXECUÇÃO predomina sobre a CRIAÇÃO. Não há espaço
para questionamentos, sempre taxados como algo subversivo pela
maioria. Algo com o intuito de desestabilizar a “boa situação”
do momento (que boa situação é essa? Para quem? Sob que ponto de
vista é boa? Para a minha saúde? Para o meu crescimento nos
estudos? Para as minhas relações sociais?...) Porque este é motor
da evolução.
Sabe-se
cada vez mais que os sistemas que adotamos devem se adaptar às
nossas necessidades. Jamais o contrário.
O SER
evoluiu de um modo geral. Os sistemas antigos aplicados ainda hoje já
não se aplicam às necessidades e potencialidades das gerações do
século XXI, XXII e além. Eis a causa de tantas doenças, revoltas,
rupturas e desejo de escapar da loucura. No entanto, a enorme inércia
às mudanças permite apenas a resolução do problema na sua forma
individual. São poucas pessoas, cuja condição de vida e evolução
permite a elas se colocarem numa situação de relativa
invulnerabilidade – à loucura que permeia a maioria dos seres
desse planeta. E assim podem contribuir para elas mesmas e para o seu
entorno. No entanto, ainda não constituem ameaça para o sistema
(que parece até estar criando vida própria). Um sistema ansioso em
manter as pessoas operando em prol de objetivos vazios.
A meu
ver o problema coletivo só poderá ser resolvido com a persistência
dos seres que resolveram seus problemas individuais. O número
crescente de pessoas numa condição saudável, com objetivos que
visam o bem-estar de tudo e de todos, deve formar uma frente de
resistência contra a banalidade que impera neste planeta. E essa
resistência deve ser proporcional à sua determinação – em
promover o PROGRESSO humano.
O
sociólogo Domenico De Masi sintetizou muito bem o nosso mundo. Ele
disse algo mais ou menos que segue essa linha:
“Este
não é o melhor dos mundos. Mas é o melhor dos mundos entre todos
que já existiram.”
Continuemos
nossa jornada evolutiva, nos despindo dos sistemas arcaicos que já
não são capazes de nos conduzir ao Progresso.
domingo, 2 de fevereiro de 2014
SENSIBILIDADE SOCIAL versus SOCIABILIDADE
Há alguns meses escrevi um artigo intitulado “Sensibilidade versus Atuação”. Nele, esbocei as
duas formas fundamentais (e distintas) que alguém pode adotar para
conduzir sua vida. E destaquei igualmente que essas duas formas estão
presentes em todo ser humano, mas uma acaba se apresentando com maior
intensidade num indivíduo – ou seja, a característica dominante
acaba sendo a locomotiva que conduz a vida da pessoa, enquanto a
outra, relegada a cumprir um mero papel de preenchimento, tem pouco
peso no destino desse ser.
Neste ensaio pretendo – a partir do conceito fundamental de Sensibilidade e de Atuação já descritos anteriormente – fazer um estudo de um caso particular a título de ilustrar a importância de valorizarmos um novo modo, ainda pouco valorizado (me refiro à sensibilidade), de conduzirmos nossa vida.
Desde minha adolescência, quando tinha 15 ou 16 anos, a questão da sensibilidade vem ocupando um espaço cada vez maior em minha mente e gerando um interesse natural em estudar assuntos que possam me levar a descobrir mais sobre meus semelhantes, os fenômenos, e minha própria pessoa. Isto é, o tema vem crescendo em importância, de modo que quanto mais os anos passam, e consequentemente mais experiências – boas ou ruins – tenham de ser lidadas por minha pessoa, mais importância dou para esse tema.
A causa fundamental desse interesse
intenso provavelmente esteja relacionado à falta – ou melhor,
dificuldade – de SOCIABILIDADE e, ao mesmo tempo, uma grande dose
de SENSIBILIDADE SOCIAL, que venho apresentando desde que adentrei
naquela fase conhecida como adolescência.
A única diferença entre o modo como eu percebia as coisas aos 16 anos e como eu as percebo hoje reside unicamente no fato de que atualmente eu disponho de uma série de experiências – obtidas através da observação dos outros, de mim, e de uma reflexão profunda constante ao longo dos anos – e uma visão mais global dos fenômenos, além de um conhecimento (e vocabulário) mais refinado para expor e destrinchar esse tema tão inquietante e importante – para todos, queiram admitir isso ou não.
É comum ouvirmos pessoas falarem ou fazerem apresentações sobre comunicação ou sociabilidade. E destacarem a importância de sermos sociáveis para conseguirmos ter sucesso na vida em todas (ou quase) vertentes da mesma: relacionamentos, família, emprego (busca ou na manutenção), oportunidades, expansão do leque de conhecidos, reconhecimentos nos meios sociais e laborais, entre outros. Isso de fato é verdade. No entanto, trata-se de uma verdade RELATIVA, que se aplica a este mundo nesse instante – ou seja, no grau evolutivo presente, que não está muito longe da animalidade...Com isso quero dizer que existe uma outra verdade, maior, que consequentemente torna essa primeira “verdade” uma mera maquiagem. Ela é mais profunda e eficaz. E portanto mais de acordo com a Lei universal que rege tudo e todos. Explicarei o porquê dessa afirmativa aparentemente (aparentemente) feroz.
Ao longo de minhas observações extensas (na amplitude de casos) e intensas (na busca da intimidade dos significados) fui me apercebendo o que de fato significa ser sociável. E comecei a ter uma visão mais aprofundada – e portanto menos simplória, direta e certa – sobre o tema.
Ser sociável com os outros sempre
envolve uma certa dose de atuação. E quando digo 'atuação' me
refiro aos dois sentidos que essa palavra pode assumir: o de
interpretar, agir, de forma não-natural, tendo em vista manter as
aparências e evitar qualquer tipo de debate que adentre no campo da
polêmica, evitando conflitos físicos ou verbais (mas mantendo as
garras prontas para praticar o terrorismo econômico, discreto e
lento no “inimigo” ou “diferente”); e no modo de AGIR ao
invés de SENTIR para conseguir ganhar algum destaque na ocasião
social. Em suma, se trata fundamentalmente de um modo levar a pessoa
a obter um sucesso muito mais de FORMA (aparência) do que de
CONTEÚDO. Porque o foco da sociabilidade deste mundo não envolve
SINCERIDADE.
Explico melhor.
Quando observamos pessoas bem sucedidas (sob o prisma deste mundo) – ou seja, cheias de contatos e oportunidades e bem vistas – um ser inteligente percebe rapidamente que esse tipo de gente comumente não se revela sincera em suas conversas. Até mesmo com familiares e esposa/esposo ou amigos considerados íntimos e de longa data isso é verdade. O que significa que sempre, para obter a vantagem que lhe possibilite ter esse “sucesso”, a pessoa “bem sucedida” [nesse ponto as aspas já tem sua justificativa] deve se encobrir de SEGUNDAS INTENÇÕES. E assim as afirmativas nunca podem ser tomadas literalmente. Mesmo quando se trate de assuntos sérios que envolvam sentimentos ou interesses gerais – o que é muito egoísta do ponto de vista espiritual. Tem-se estabelecido a partir daí um jogo SINUOSO no qual a pessoa inclinada a ele sempre (nesse mundo, nessa vida, pelo menos) pode escapar de reparar o mal que tenha feito para seus semelhantes. Esse escapar, esse ato de fuga, é realizado graças ao jogo de palavras dúbias, que podem assumir uma miríade de significados, o que é muito útil para aqueles que desejam se isentar da responsabilidade*.
Por outro lado existem seres dotados de grande SENSIBILIDADE SOCIAL que possuem dificuldades em expressar seus sentimentos e ideias. E esse tipo biológico tem uma inclinação mais forte para trabalhar – se preocupar – sobre o CONTEÚDO. É alguém que se incomoda com o desconforto dos outros. É alguém que sente o mal estar do semelhante como seu. Ou seja, compartilha, inconscientemente, as sensações de dificuldade material (e às vezes até espiritual) dos outros.
Quem tem sensibilidade para questões sociais geralmente (nem sempre) é alguém que, por dar pouca importância à forma, não consegue se fazer compreendido pela maioria das pessoas, e acaba sendo taxada erroneamente – geralmente por pessoas “bem-sucedidas”, “comunicativas” e populares...neste mundo pelo menos... – de arrogante ou louca ou chata ou uma combinação desses vocábulos, o que é uma tragédia do ponto de vista do Progresso.
Portanto (e para concluir) estamos diante de um GRANDE DESAFIO que só poderá ser resolvido gradativamente e com muito suor.
Devemos deixar de buscar essa pseudo-sociabilidade que busca, a partir dela mesma, passar a imagem (falsa) de que somos seres com sensibilidade social – e que só serve para nos elevarmos à custa dos sentimentos e posses de terceiros, e passarmos a..
Desenvolvermos nossa sensibilidade social arduamente, pouco a pouco, e a partir de nossa indignação com o modo como as (pseudo) relações se edificam e se corroem, nos apoiarmos em nossa VONTADE de construir relações SINCERAS e SÓLIDAS para ganharmos habilidades comunicativas.
Em suma, a SENSIBILIDADE deve servir de ALICERCE para desenvolvermos a SOCIABILIDADE. A verdadeira e única sociabilidade. A sociabilidade sincera, sem jogo de palavras. Sem sinuosidades. Sem segundas e terceiras intenções. Sem equívocos.
Clara, reta e bem intencionada.
*Gostaria de destacar que existem casos particulares na História – sendo o mais famoso Jesus de Nazaré – no qual a linguagem figurada assume um PAPEL NECESSÁRIO devido à falta de sensibilidade da população deste planeta na época (e mesmo hoje em dia) em assimilar conceitos de vida elevados que visavam o bem-estar de tudo e de todos. No entanto trata-se de casos particulares, no qual a INTENÇÃO era a mais pura e elevado possível.
Um vídeo que ilustra o contraste entre alguém sociável e outro com sensibilidade social.
http://www.youtube.com/watch?v=kbvyzU0Ab-o
Neste ensaio pretendo – a partir do conceito fundamental de Sensibilidade e de Atuação já descritos anteriormente – fazer um estudo de um caso particular a título de ilustrar a importância de valorizarmos um novo modo, ainda pouco valorizado (me refiro à sensibilidade), de conduzirmos nossa vida.
Desde minha adolescência, quando tinha 15 ou 16 anos, a questão da sensibilidade vem ocupando um espaço cada vez maior em minha mente e gerando um interesse natural em estudar assuntos que possam me levar a descobrir mais sobre meus semelhantes, os fenômenos, e minha própria pessoa. Isto é, o tema vem crescendo em importância, de modo que quanto mais os anos passam, e consequentemente mais experiências – boas ou ruins – tenham de ser lidadas por minha pessoa, mais importância dou para esse tema.
Sensibilidade social |
A única diferença entre o modo como eu percebia as coisas aos 16 anos e como eu as percebo hoje reside unicamente no fato de que atualmente eu disponho de uma série de experiências – obtidas através da observação dos outros, de mim, e de uma reflexão profunda constante ao longo dos anos – e uma visão mais global dos fenômenos, além de um conhecimento (e vocabulário) mais refinado para expor e destrinchar esse tema tão inquietante e importante – para todos, queiram admitir isso ou não.
É comum ouvirmos pessoas falarem ou fazerem apresentações sobre comunicação ou sociabilidade. E destacarem a importância de sermos sociáveis para conseguirmos ter sucesso na vida em todas (ou quase) vertentes da mesma: relacionamentos, família, emprego (busca ou na manutenção), oportunidades, expansão do leque de conhecidos, reconhecimentos nos meios sociais e laborais, entre outros. Isso de fato é verdade. No entanto, trata-se de uma verdade RELATIVA, que se aplica a este mundo nesse instante – ou seja, no grau evolutivo presente, que não está muito longe da animalidade...Com isso quero dizer que existe uma outra verdade, maior, que consequentemente torna essa primeira “verdade” uma mera maquiagem. Ela é mais profunda e eficaz. E portanto mais de acordo com a Lei universal que rege tudo e todos. Explicarei o porquê dessa afirmativa aparentemente (aparentemente) feroz.
Ao longo de minhas observações extensas (na amplitude de casos) e intensas (na busca da intimidade dos significados) fui me apercebendo o que de fato significa ser sociável. E comecei a ter uma visão mais aprofundada – e portanto menos simplória, direta e certa – sobre o tema.
Sociabilidade |
Explico melhor.
Quando observamos pessoas bem sucedidas (sob o prisma deste mundo) – ou seja, cheias de contatos e oportunidades e bem vistas – um ser inteligente percebe rapidamente que esse tipo de gente comumente não se revela sincera em suas conversas. Até mesmo com familiares e esposa/esposo ou amigos considerados íntimos e de longa data isso é verdade. O que significa que sempre, para obter a vantagem que lhe possibilite ter esse “sucesso”, a pessoa “bem sucedida” [nesse ponto as aspas já tem sua justificativa] deve se encobrir de SEGUNDAS INTENÇÕES. E assim as afirmativas nunca podem ser tomadas literalmente. Mesmo quando se trate de assuntos sérios que envolvam sentimentos ou interesses gerais – o que é muito egoísta do ponto de vista espiritual. Tem-se estabelecido a partir daí um jogo SINUOSO no qual a pessoa inclinada a ele sempre (nesse mundo, nessa vida, pelo menos) pode escapar de reparar o mal que tenha feito para seus semelhantes. Esse escapar, esse ato de fuga, é realizado graças ao jogo de palavras dúbias, que podem assumir uma miríade de significados, o que é muito útil para aqueles que desejam se isentar da responsabilidade*.
Por outro lado existem seres dotados de grande SENSIBILIDADE SOCIAL que possuem dificuldades em expressar seus sentimentos e ideias. E esse tipo biológico tem uma inclinação mais forte para trabalhar – se preocupar – sobre o CONTEÚDO. É alguém que se incomoda com o desconforto dos outros. É alguém que sente o mal estar do semelhante como seu. Ou seja, compartilha, inconscientemente, as sensações de dificuldade material (e às vezes até espiritual) dos outros.
Quem tem sensibilidade para questões sociais geralmente (nem sempre) é alguém que, por dar pouca importância à forma, não consegue se fazer compreendido pela maioria das pessoas, e acaba sendo taxada erroneamente – geralmente por pessoas “bem-sucedidas”, “comunicativas” e populares...neste mundo pelo menos... – de arrogante ou louca ou chata ou uma combinação desses vocábulos, o que é uma tragédia do ponto de vista do Progresso.
Portanto (e para concluir) estamos diante de um GRANDE DESAFIO que só poderá ser resolvido gradativamente e com muito suor.
Devemos deixar de buscar essa pseudo-sociabilidade que busca, a partir dela mesma, passar a imagem (falsa) de que somos seres com sensibilidade social – e que só serve para nos elevarmos à custa dos sentimentos e posses de terceiros, e passarmos a..
Desenvolvermos nossa sensibilidade social arduamente, pouco a pouco, e a partir de nossa indignação com o modo como as (pseudo) relações se edificam e se corroem, nos apoiarmos em nossa VONTADE de construir relações SINCERAS e SÓLIDAS para ganharmos habilidades comunicativas.
Em suma, a SENSIBILIDADE deve servir de ALICERCE para desenvolvermos a SOCIABILIDADE. A verdadeira e única sociabilidade. A sociabilidade sincera, sem jogo de palavras. Sem sinuosidades. Sem segundas e terceiras intenções. Sem equívocos.
Clara, reta e bem intencionada.
*Gostaria de destacar que existem casos particulares na História – sendo o mais famoso Jesus de Nazaré – no qual a linguagem figurada assume um PAPEL NECESSÁRIO devido à falta de sensibilidade da população deste planeta na época (e mesmo hoje em dia) em assimilar conceitos de vida elevados que visavam o bem-estar de tudo e de todos. No entanto trata-se de casos particulares, no qual a INTENÇÃO era a mais pura e elevado possível.
Um vídeo que ilustra o contraste entre alguém sociável e outro com sensibilidade social.
http://www.youtube.com/watch?v=kbvyzU0Ab-o
DETERMINISMO versus ACASO
Eu e meu pai, em nosso estado de seres apartados (mas felizes e abertos à vivência), geralmente temos debates filosóficos informais aqui em casa. Debates esses que não chegam a ser aprofundados como aqueles conduzidos por gente formada e atuante na área, mas que são suficientemente intrigantes. Um dos assuntos que surgem ocasionalmente em nossas conversas é a aleatoriedade.
Existem pessoas que ignoram a aleatoriedade – também conhecido por processos estocásticos, ou seja, acontecimentos que tem origem em processos não-determinísticos. Para elas o estudo de probabilidades é uma “acochambração” de algo que desconhecemos. Por exemplo, se formos jogar na loteria, não somos capazes de obter uma expressão matemática que defina qual será a sequência de números sorteados. Mesmo com várias entradas (condições climáticas, geometria das bolas, pessoas presentes, dados passados, etc), não há pessoa capaz de levantar uma Lei que pode estar regendo esse tipo de fenômeno. Logo, a única coisa que podemos fazer é calcular as probabilidades de tal evento ocorrer. Damos uma nuvem de pontos possíveis. Não um ponto. Isso caracteriza desconhecimento do fenômeno. Imprecisão.
Se considerássemos um mundo perfeito, ou seja, um mundo onde todos os fenômenos pudessem ser descritos sem erros, seria possível criar um modelo para qualquer acontecimento. Inclusive uma equação para saber que sequência de números será sorteada no próximo jogo de loteria. E talvez um dia – daqui a milhares e milhares de anos – cheguemos a esse mundo perfeito (ou quase). E esse mundo perfeito não depende exatamente da transformação exterior do dito cujo, e sim de nossa PERCEPÇÃO dos fenômenos, que passará a ser cada vez mais apurada. Mas não se animem! Porque ao mesmo tempo que atingirmos um conhecimento de tal ordem, esse conhecimento tenderá a se democratizar (conforme sempre se dá ao longo dos séculos), e seria tão insustentável quanto insensato mantermos casas de jogos de qualquer tipo. Por que? Simplesmente porque quando for do conhecimento de muitos as (digamos) técnicas de ganho, seria impossível pagar quantias para preencher a quantidade total de prêmios. Em suma, os jogos tendem a desaparecer por completo à medida que o conhecimento e a sabedoria humana progridem. E essa tendência vai de acordo com os ensinamentos morais de um ser que passou por este planeta há 2 mil anos.
Bom...quanto a outros aspectos, se voltarmos alguns séculos na História, iremos nos deparar com fenômenos que eram atribuidos ao sobrenatural. A transformação dos elementos, por exemplo – uma área da alquimia, que mais tarde se tornou a nossa química. Ou as eclipses. Desconhecíamos os movimentos dos corpos e os fluxos de energia. E com isso o que hoje é considerado determinístico antes era domínio do sobrenatural ou do acaso. Mais do primeiro, pois o estudo da Probabilidade começou a se sistematizar com o progresso das ciências determinísticas como a Física, a Química e a Matemática.
Com base no desenrolar da História, observa-se um fenômeno interessante: aquilo que pertencia ao desconhecido passa para o campo do conhecido (pelo menos em termos macros). O acaso vira determinismo. Mas ao mesmo tempo, por mais que hajam estudos sendo conduzidos em várias áreas, o acaso permeia nossa existência. E muitas instituições tiram proveito da ignorância das pessoas, que em sua maioria desconhecem detalhes de Probabilidade e Estatística. As pessoas são alimentadas – via propaganda – pelo famoso sonho de que a sorte pode chegar. Mera ilusão. Pois observa-se que se isso fosse verdade, os cassinos, os governos e as casas de jogos “undergrounds” iriam à falência (isso pode ocorrer apenas em casos nos quais os donos cometem algum deslize nas leis jurídicas ou de probabilidade ou de bom senso).
No final das contas não se trata de ser pró um ou pró-outro. Se trata simplesmente de uma PERCEPÇÃO do mundo à nossa volta. Esse constante aprimoramento do nosso ponto de vista sobre as relações e fenômenos é o que confere uma dinamicidade ímpar e maravilhosa entre determinismo e acaso.
A Natureza é muito mais fácil de ter suas Leis sistematizadas. E de fato a História demonstrou isso (Galileu, Kepler, Newton, Kelvin, Einstein, Eddington,...). Por isso a matemática é tão permeável nas ciências naturais. Por outro lado, as relações sociais e afetivas são muito refratárias à matemática (ou melhor, vestir as ciências sociais com a matemática é muito mais difícil). Porque somos incapazes de descrever com precisão como devem se desenrolar as relações humanas. Não é à toa que estudos avançados – ainda engatinhando – no campo social fazem uso de uma matemática baseada nas teorias de probabilidade e estatística. São faixas, e não pontos, as repostas a perguntas que envolvem variáveis sociais. Por mais precisas que elas (perguntas) sejam, não é possível afirmar com certeza qual será a resposta. Isso, a meu ver, derruba a tese de que as Ciências Humanas são uma área fácil – me refiro ao que essa área pode ser em sua máximas possibilidades e não em como ela é encarada por muitos que aspiram uma formação mais “light”.
Eu diria o seguinte: quanto mais aleatório algo, mais profundo o fenômeno; quanto mais determinístico, mais desvendável. É claro que essa suposição é superficial e tem boas chances de estar equivocada. Mas eu creio nela porque parece haver uma sequência de descobertas que deve obedecer uma ordem universal. Essa sequência começa pelo exterior (fenômenos mais grosseiros e perceptíveis, físicos), e segue infinitamente até o interior (fenômenos sublimes que envolvem sentimentos espirituais).
Mas independentemente do tipo de CONHECIMENTO com que nos afinizamos, devemos sempre aplicá-lo em prol do bem de tudo e de todos. Isso é SABEDORIA.
No início tudo é acaso e obra do sobrenatural.
No infinito tudo será determinístico e percebido como uma Lei divina.
Existem pessoas que ignoram a aleatoriedade – também conhecido por processos estocásticos, ou seja, acontecimentos que tem origem em processos não-determinísticos. Para elas o estudo de probabilidades é uma “acochambração” de algo que desconhecemos. Por exemplo, se formos jogar na loteria, não somos capazes de obter uma expressão matemática que defina qual será a sequência de números sorteados. Mesmo com várias entradas (condições climáticas, geometria das bolas, pessoas presentes, dados passados, etc), não há pessoa capaz de levantar uma Lei que pode estar regendo esse tipo de fenômeno. Logo, a única coisa que podemos fazer é calcular as probabilidades de tal evento ocorrer. Damos uma nuvem de pontos possíveis. Não um ponto. Isso caracteriza desconhecimento do fenômeno. Imprecisão.
Não somos fantoches. Apesar de frequentemente nos deixarmos conduzir por forças estranhas. |
Bom...quanto a outros aspectos, se voltarmos alguns séculos na História, iremos nos deparar com fenômenos que eram atribuidos ao sobrenatural. A transformação dos elementos, por exemplo – uma área da alquimia, que mais tarde se tornou a nossa química. Ou as eclipses. Desconhecíamos os movimentos dos corpos e os fluxos de energia. E com isso o que hoje é considerado determinístico antes era domínio do sobrenatural ou do acaso. Mais do primeiro, pois o estudo da Probabilidade começou a se sistematizar com o progresso das ciências determinísticas como a Física, a Química e a Matemática.
Com base no desenrolar da História, observa-se um fenômeno interessante: aquilo que pertencia ao desconhecido passa para o campo do conhecido (pelo menos em termos macros). O acaso vira determinismo. Mas ao mesmo tempo, por mais que hajam estudos sendo conduzidos em várias áreas, o acaso permeia nossa existência. E muitas instituições tiram proveito da ignorância das pessoas, que em sua maioria desconhecem detalhes de Probabilidade e Estatística. As pessoas são alimentadas – via propaganda – pelo famoso sonho de que a sorte pode chegar. Mera ilusão. Pois observa-se que se isso fosse verdade, os cassinos, os governos e as casas de jogos “undergrounds” iriam à falência (isso pode ocorrer apenas em casos nos quais os donos cometem algum deslize nas leis jurídicas ou de probabilidade ou de bom senso).
Somos livres, mas sevemos sê-lo com consciência. |
A Natureza é muito mais fácil de ter suas Leis sistematizadas. E de fato a História demonstrou isso (Galileu, Kepler, Newton, Kelvin, Einstein, Eddington,...). Por isso a matemática é tão permeável nas ciências naturais. Por outro lado, as relações sociais e afetivas são muito refratárias à matemática (ou melhor, vestir as ciências sociais com a matemática é muito mais difícil). Porque somos incapazes de descrever com precisão como devem se desenrolar as relações humanas. Não é à toa que estudos avançados – ainda engatinhando – no campo social fazem uso de uma matemática baseada nas teorias de probabilidade e estatística. São faixas, e não pontos, as repostas a perguntas que envolvem variáveis sociais. Por mais precisas que elas (perguntas) sejam, não é possível afirmar com certeza qual será a resposta. Isso, a meu ver, derruba a tese de que as Ciências Humanas são uma área fácil – me refiro ao que essa área pode ser em sua máximas possibilidades e não em como ela é encarada por muitos que aspiram uma formação mais “light”.
Eu diria o seguinte: quanto mais aleatório algo, mais profundo o fenômeno; quanto mais determinístico, mais desvendável. É claro que essa suposição é superficial e tem boas chances de estar equivocada. Mas eu creio nela porque parece haver uma sequência de descobertas que deve obedecer uma ordem universal. Essa sequência começa pelo exterior (fenômenos mais grosseiros e perceptíveis, físicos), e segue infinitamente até o interior (fenômenos sublimes que envolvem sentimentos espirituais).
Mas independentemente do tipo de CONHECIMENTO com que nos afinizamos, devemos sempre aplicá-lo em prol do bem de tudo e de todos. Isso é SABEDORIA.
No início tudo é acaso e obra do sobrenatural.
No infinito tudo será determinístico e percebido como uma Lei divina.
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