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sábado, 27 de janeiro de 2018

Espiritualidade e Revolução

A imensa maioria de ações conduzidas por nós brotam do subconsciente. Essa é uma afirmação já dita por pessoas que se conscientizaram dos problemas últimos da existência [1]. A personalidade humana é um fenômeno deveras complexo para que seu estudo - e compreensão - fique restrito à classe dos psicanalistas e psiquiatras. Estes, em sua imensa maioria, apoiados numa ciência consolidada, de superfície, captam apenas efeitos e (no máximo) causas superficiais dos grandes distúrbios humanos. Não vão além porque ignoram completamente visões que poderiam servir de plataforma para trilhar novos caminhos, descobrindo pontes (relações) entre saberes. Dessa forma a personalidade humana vai além do seu aspecto psíquico convencional, que trabalha apenas com medicamentos e abordagens que levam em conta o passado recente do indivíduo. Inclinações inatas - de nascença - não são compreendidas. Pois antes, segundo esse ramo, o ser inexiste. E portanto nenhum solução definitiva é alcançada. 

Nos cremos conscientes. Isto é, temos a férrea convicção de que as nossas atitudes e ações cotidianas são produto de um processo mental controlado por nós, e que dessa forma estamos no controle pleno de nossa vida - e destino. Se isso fosse verdade, que liberdade seria essa na qual toda massa humana se lança, precipitadamente, para uma situação que se mostra cada vez mais caótica em todos níveis e escalas de vida? Corrosão completa de sistemas políticos; insustentabilidade de relações com a biosfera; liquidez das relações humanas [2]; ignorância causada e mantida através do dilúvio informacional; ineficiências gritantes nos sistemas de transporte urbanos; conversão da arte em entretenimento;...Pode-se observar uma degradação da forma em todos aspectos. No entanto a lógica seguida é esta: "tudo tem que ser chique." Vê-se isso de forma clara nos novos centros comerciais (shoppings), mas igualmente em hospitais de certa elite financeira e espaços diversos frequentados por aqueles que possuem algum dinheiro a ser gasto. Tudo é muito bonito, cheiroso e harmônico, não nego. Mas a que custo? Para quem? Para quê? 

Chega o momento de observar além do observável para
que acionemos engrenagens interiores capazes de nos
colocar em fluxo com a Lei de Deus. O fenômeno evolutivo
será potenciado. Da subida lenta inconsciente-dolorosa
passaremos à subida veloz consciente-jubilosa.
A vida humana não se torna mais rica - em termos de vastidão de possibilidades, de conexões significativas e de profundidade de tarefas - com o atual culto à forma e conveniência a todo custo. Ao contrário, parece-se adiar um confronto que um dia irá eclodir, como um vulcão de dimensões incomensuráveis, para todos. O confronto com nosso próprio Eu. Com nossa natureza.

Se consideramos que a vida consciente, o nosso Eu, nasce com o parto materno e morre no túmulo, então não se encontra explicação racional-lógica que consiga resolver a questão dos impulsos (alguns fortíssimos) que jamais foram assimilados na vida terrena. Nem sequer se é capaz de mobilizar efetivamente seres humanos para melhorarem a si mesmos e o seu entorno. Pois a certeza de um fim definitivo físico-psíquico, sem a continuidade de um princípio mais profundo (espírito) que não é abalado por leis de um plano tangível, biofísicas, suga todo ânimo criativo que poderia brotar de um ser humano. Fica-se na realidade. Não se é ridicularizado. A pessoa (com "sorte") se garante de forma externa e transitória, mas à custa de coisas internas e eternas. Porque o curto-prazo fala muito mais forte do que o médio e o longo prazo - especialmente quando este extrapola os limites de uma existência orgânica.

Maurício Crispim, médico, apresenta um diagrama, baseado na visão de Pietro Ubaldi, que situa de forma mais certeira a nossa personalidade presente (esta vida) perante o grande fenômeno que é a evolução [3]. O quadro que nos é exposto pode não agradar a muitos presos a formalismos empíricos. Desejam medir, provas e palavras de renomados cientistas. No entanto o íntimo daqueles que buscam atingir paz interior e melhorarem a si mesmos entra em ressonância com os conceitos formulados pelo místico da Umbria. A depender do tipo de leitor que se deparar com esse texto, cada um tirará a sua conclusão do que lhe é apresentado de acordo com a força com a qual os rituais da modernidade foram inculcados em sua mente. Não se trata de menosprezar quem não aceita os conceitos aqui expostos, e sim de explicar como a mente de nós, seres humanos com (ainda) pequeno grau de consciência funciona de modo geral. Vencer os nossos automatismos para sairmos de situações suicidas é tarefa titânica. Cooperar com o outro (visões mais abrangentes e unificadoras) e competir consigo mesmo (nossos instintos). Eis o ponto. 

O Dr. Crispim mostra aquilo que satisfaz meu coração e preenche de possibilidades minha mente, libertando assim o poder genético do meu espírito para atingir concepções superiores de vida. Vamos nos adentrar na questão.

Este volume trata do problema psicológico.
Estende-se essa área, fazendo interceptos
com diversas outras. Ganha-se assim uma
orientação geral para conduzirmos nossas
especialidades. A humanidade futura será
infinitamente grata a esse ser.
Ao estender o Eu humano para o pré-nascimento e o pós-túmulo, é possível começar a relacionar certas tendências da pessoa com características vividas, sofridas e apreendidas no passado. Este, por ser imenso comparado à nossa vida presente, imprime ao nosso Eu uma inércia que exerce uma barreira imensa para a nossa ascensão. Por isso as mudanças efetivas, de nossa natureza (instintos), são extremamente difíceis para qualquer ser humano. Imagine que podemos possuir centenas de milhares se não milhões de anos de experiências terrenas - e/ou extraterrenas - acumuladas, que formam hoje nosso subconsciente. Que terreno profundo a ser explorado! O problema da psicanálise se torna tarefa homérica. Rasgam-se os véus do mistério e abrem-se as portas para o trabalho colaborativo despido de preconceitos. De repente o problema da personalidade humana passa a ser uma questão histórica, espiritual, científica, lógica, filosófica e religiosa, em que todos ramos do saber devem dar sua colaboração. 

Milhões de anos acumulados. Milhares de existências. Uma vida que tenta superar centenas ou milhares por completo não será capaz de executar a tarefa. A evolução se torna lenta porque o esforço para substituir algo que está no subconsciente por uma característica um pouco melhor (mais humana) será um embate contínuo, dia-a-dia, sem resultados visíveis, que deve persistir por anos. O avanço se mede em centímetros (vida cotidiana concreta orientada) num terreno de quilômetros (telefinalismo). O desânimo está à espreita, louco para nos capturar e nos manter na zona de conforto. E assim levamos inúmeras vidas. O ritmo de aprendizado é lento e sentimos que a barreira é insuperável. Deixamos que as pessoas fantásticas tentem o caminho. Se falharem (o que na verdade é um aprendizado que prepara um pequeno avanço) rimos e caçoamos, reforçando nossa visão limitada da vida; se tem êxito, muitos de nós admiramos e criamos fã-clubes do ser espiritual que habitou uma personalidade humana que se superou. Pouquíssimos se encorajam e iniciam essa jornada interior ao verem aquele que ascendeu. 

O que isso tudo explica? Estamos começando a relacionar a personalidade humana (psicologia individual) com um fenômeno imponderável, muito mais complexo, diretor da evolução. Percebe-se que a rede de relações cresce exponencialmente. E que nenhum experiência profunda se perde no nível de profundidade da alma. Por isso temos membros que nascem numa certa família e, a despeito de toda instrução e repetições de costumes, seguem um caminho completamente diverso. Para o bem ou para o mal. Exemplos não faltam [4]. Na verdade são tipos que já possuem experiências e aprendizados mais profundos sobre Deus e o Universo, e que portanto despertam em dado momento de sua vida presente, para continuar a caminhada já iniciada em outra existência. São seres excepcionais, fora-de-série. 

Nosso eu-inferior (subconsciente) é a nossa História. Ele é fortíssimo pelas quantidades acumuladas. Mas deve ser superado, gradativamente. Quanto mais evoluirmos, mais veloz a ascensão - porque mais elevado o passado. Nossos impulsos brotam dele e conduzem nossas atitudes e ações no plano do consciente. Este, nosso eu-consciente, é onde se realizam as conquistas. É terreno de esforço contínuo. Cansaço e fadiga constante para nos tornarmos melhores. Busca por superação através de buscas incessantes - umas mais elevadas, outras menos. Nesse campo podemos corrigir impulsos multimilenares e imprimir novos caminhos, iniciando um desvio de trajetória de nossa personalidade. Dessa forma estamos agindo conscientemente. 

O príncípe Gautama Siddharta (Buda) percebeu a técnica
evolutiva e iniciou a despertar aos 19 anos. Quando fez 29
 abandonou sua vida farta (de tudo) e buscou a iluminação -
que finalmente atingiu aos 40~45 anos, passando seus
ensinamentos até sua morte física.
Se alguém parar para refletir com honestidade, se dará conta de que o grosso de sua vida é ditada por instintos. Ou seja, uma vida não-orientada. A razão apenas trabalha para justificar um sistema que, no fundo, nada mais é um meio de se obter algo que satisfaça determinado instinto, tendência humana, adquirida. Tendência que se deseja preservar a qualquer custo - mesmo que às vezes implique em grandes males. Esse é o ponto em que nos encontramos. E é daí que devemos partir. 

Existe ainda o tipo evoluído. Este, além de possuir e compreender o subconsciente e o consciente, possui a capacidade de visão (intuição). Isso se traduz em capacidade de concepção de noções superiores e vivência - em pequena ou larga medida - alinhada a essas concepções, ou seja, em harmonia integral. Esboça-se uma forma de vida melhor. Busca-se explicações definitivas, que satisfaçam a alma, para as grandes questões. Todo arsenal do conhecimento humano é acionado por esta alavanca superior, que arremessa a alma para cima, deixando-a perplexa perante o seu maravilhoso futuro. Resultado concreto: faz-se de tudo possível para se melhorar. 

Experimentos já demonstram. Tudo que Ubaldi vinha transmitindo desde 1932 agora começam a ser confirmados pela Ciência [5]. Aquilo que iremos pensar (pensar! e não fazer) já está inscrito em regiões pouco conhecidas até sete segundos antes. Isso confirma que o cérebro físico não é a fonte nervosa da qual parte a direção de nosso organismo e vida. As portas para um universo muito mais vasto começam a ser abertas pela ciência que antes negava este mundo por própria limitação de conceitos e instrumentos. Estamos diante da confirmação do fenômeno evolutivo em seu significado mais abissal. Chegar-se-à até o espírito e deste a Deus. 

Caitlin Johnstone diz:

"Experiments have shown that decisions we consciously make are actually made neurologically many seconds before we ever become conscious of them. The mental noises we hear in our mind’s ear tell us we’re thinking through our potential choices and then making a conscious “I’ll choose this option” decision in day-to-day living, but more and more research seems to show that our behavior is far more likely to be determined by unconscious mental habits than by the process of conscious thinking." [6]

Logo a seguir ela confirma a concepção ubaldiana:

Man is not a rational animal; he is a rationalizing animal, Robert A Heinlein once wrote. Mental stories clang around in the consciousness of deeply conditioned jersey-wearing apes about being in control as we hurtle on a spinning orb through a sea of blackness in a universe that we do not understand. We act based on the conditioning we’ve accumulated during our time here, most of it from other humans who have been acting out the conditioning they themselves have accumulated generation to generation to generation, and then we rationalize those actions retrospectively." [6]

Nós racionalizamos atitudes a atos de gênese instintiva (1º grifo), segundo Robert A. Heinlein. Ela  a seguir afirma que agimos baseado no condicionamento impresso por outras pessoas que acumularam isso geração após geração (2º grifo). Resta-lhe apenas perceber que essa passagem se dá do Eu para o Eu, ou seja, no mesmo indivíduo, através de várias vidas (personalidades). Pois sem essa conexão, o ato de recebermos tudo exteriormente, por experiências de terceiros (esposa, pai, mãe, avós, amigos, colegas, professoras, etc), não é capaz de explicar definitivamente porque alguns seres conseguem romper de forma definitiva essa cadeia e atingir patamares superiores de vida. No entanto as pessoas começam a caminhar. Esta é apenas uma primeira aproximação, ainda calcada nas crenças e formalismos humanos. 
Um ato como tocar o piano pode ser visto como um conjunto
de "decisões ditadas" pelo subconsciente, que conduzem o
consciente, sem que este necessite racionalizar que tecla
será tocada quando, com que intensidade, de que modo.

Toda experiência efetiva se dá interiormente. De fora podem mostrar-nos o caminho. Explicá-lo. Contar sua experiência (para quem passou por ela). Mas jamais passá-lá (vivência). Logo a questão espiritual se resume a uma questão individual - individual em sentido positivo, de contato com seu Eu divino. Esta irá resolver definitivamente a questão coletiva, tanto em seu aspecto social quanto ambiental (exterior). Humanidade, sistema-Terra e sistema-Vida devem entrar em harmonia a partir dessa iniciativa. Sem esse alinhamento ascensional não será possível resolver os grandes problemas que agora se nos apresentam de forma cada vez mais evidentes. 

Recentes experimentos da neurociência mostram, através do escaneamento do cérebro, que é possível prever as ações de pessoas até 10 segundos antes delas tomarem a decisão de executá-la [7]. Daí concluíram que não existe livre-arbítrio. Isso pelo simples fato de que a decisão tenha sido tomada em outra região, atualmente desconhecida, que brota como um impulso que dita as diretrizes do sistema nervoso central. Mas nada se pode afirmar de absoluto diante de um mistério que contém em germe inumeras possibilidadesToda observação da Ciência será válida mas relativa, assim como as conclusões subsequentes.

É muito provável - praticamente evidente - que a personalidade humana é um continuum composto por três faixas de consciência que intercambiam informações/experiências. São elas:

1) Subconsciente - os instintos, nossa história, os impulsos que nos conduzem;
2) Consciente - a razão, o pensamento, região de livre-arbítrio, de luta constante para corrigir tendências e gerar novos comportamentos e mentalidades;
3) Superconsciente - a intuição, que constitui a capacidade de elaborar normas superiores, de relacionar conceitos distantes,  aparentemente desconexos.

Elas progridem à medida que evoluímos. A tarefa da vida é fazer uso da fina camada superficial na qual a razão atua para corrigirmos vícios e traumas (instintos) passados, superando-os, colocando automatismos mais evoluídos em seu lugar. Trata-se de batalha titânica, que se travada com seriedade movimentará forças colossais de nosso passado que se recusa a ser superado. É uma luta para superação da natureza baixa, tornando-a uma natureza cada vez mais refinada, inteligente, angelical, capaz de solucionar os mais intrincados problemas de forma simples, sem recorrer a enxurrada de métodos e ferramentas que o mundo comercializa loucamente. Assim o santo nada mais é do que um tipo evoluído, cujo subconsciente está completamente renovado, tendo eliminado todos vícios e baixezas que nos prendem na miséria e sofrimento, com automatismos elevados em seu lugar. Daí se compreende como existem gênios da música - por exemplo - que desde tenra idade não necessitam "pensar" para executar uma música. Pois se isso fosse necessário a característica sublime da música não iria se manifestar. É o subconsciente executando o trabalho elevado e automático para que o consciente possa adentrar em regiões tremendamente mais vastas e complexas.

Experiência Simbólica Não-Persistente (ESNP) é o termo científico para descrever quem atingiu em estado conhecido (no oriente) como iluminação. Constata-se que indivíduos que atingiram isso mudaram completamente sua relação com o pensamento. Sua vida deixou de ser ditada por impulsos (apesar deles exercerem alguma influência, mas mínima) e histórias repassadas geração após geração. Esse fenômeno possui uma relação muito profunda com o momento político-econômico atual do mundo, no qual é evidente o papel da imensa maioria dos meios de comunicação - que em larga medida são agentes que causam confusão, distração e consequente enfraquecimento do organismo coletivo da humanidade. Poder-se-ia pensar que o autor é pessimista e portanto deseja atacar algo importante, mas - feliz ou infelizmente - esses ditos estão em ressonância com a concepção de Noam Chomsky sobre o que a mídia realmente é (ou se tornou) em nossa civilização: um meio de manipulação.

O link https://www.youtube.com/watch?time_continue=261&v=34LGPIXvU5M mostra os cinco filtros que essa máquina aplica na humanidade para garantir o curso das políticas - rumo à destruição.

O que me impressiona é que eu gostaria de ter colocado o vídeo diretamente, mas o mecanismo de busca do blog afirma "vídeo não encontrado", apesar do vídeo (ainda) estar lá...De qualquer forma, recomendo que vejam para refletir e gravem para preservar - antes que saia do ar por algum motivo obscuro.

Estabelecendo as conexões entre iluminação interior e situação exterior, percebe-se que a mídia é um veneno para o verdadeiro processo revolucionário, ou seja, a revolução de substância que trará  de forma efetiva e irreversível a igualdade, liberdade e fraternidade - que a Revolução Francesa apenas nos apresentou.

O que nos diferencia de organismos como a cianobactéria - que por pouco não levou à extinção da vida na Terra há 2,5 bilhões de anos - é nossa capacidade de orientar nosso pensamento para objetivos mais vastos e intangíveis através da conquista de um estado de consciência superior, e não a nossa habilidade de produzir conhecimento inútil e espalhar informações vazias com intenções egoístas. E aí percebe-se que esse blog é apenas um grão num vórtice ascensional cada vez maior, composto por inúmeras almas que despertam cada vez mais para a real questão do fenômeno evolutivo.

"If we are indeed different enough from the cyanobacteria to avert annihilation, that difference isn’t in our capacity to manufacture mental noises, it’s in our potential to make this kind of shift in our relationship with mental narrative. " [6]

Finalizo afirmando com toda segurança:

Se podemos transcender a nível individual, nada nos impede de transcender a nível coletivo. 

Neste aspecto devo complementar aquilo que uma criatura chamada Margaret (Tatcher) disse:

Não há alternativa a não ser despertar a consciência e enterrar um sistema falido para edificarmos um novo, já vivo dentro de nossa alma vibrante.

Referências e comentários
[1] Para saber mais recomendo a obra de Ubaldi, Teilhard de Chardin e Rohden. A jornalista independente Caitlin Johnstone também tangencia essa questão de forma recorrente em seus ensaios - veja mais em https://medium.com/@caityjohnstone
[2] Para mais detalhes sobre nossos "tempos líquidos" o estudo da obra de Zygmunt Bauman é revelador. https://pt.wikipedia.org/wiki/Zygmunt_Bauman. Livros em: http://lelivros.love/?x=0&y=0&s=zygmun+bauman.
[3] https://www.youtube.com/watch?v=jgoJ-jQgo88
[4] A história de pessoas desde o mais alto nível de consciência até níveis mais próximos ao nosso:  São Franciso de Assis, Pietro Ubaldi, Huberto Rohden, Garrett John, Jim Carrey, Keanu Reaves,...
[5]http://exploringthemind.com/the-mind/brain-scans-can-reveal-your-decisions-7-seconds-before-you-decide
[6] https://medium.com/@caityjohnstone/some-thoughts-on-spirituality-and-revolution-f6414c2e4abc
[7] https://en.wikipedia.org/wiki/Neuroscience_of_free_will#cite_note-soonetal-5

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

A Maior Conquista da Civilização

O que define civilização? Será sua tecnologia? Sua capacidade de se comunicar (linguagem)? Ou simplesmente sua potência econômico-militar? Essas esferas todas podem dar pistas do que seja propriamente uma civilização, mas não são senão aspectos reveladores de algo mais profundo, que parte da forma de organização da coletividade humana.

A forma de organizar os indivíduos, estabelecendo uma norma de conduta geral, permite certos tipos de avanços que seriam impossíveis de ocorrer com simples associações de clãs, tribos e grupos humanos. Essa organização (a ideia de formar relações e um modo de operar um agregado de elementos, humanos ou não) é natural a partir de um ponto. Assim ocorreu no mundo físico-químico, com seus cristais [1] e no mundo biológico com sua organização celular inicialmente unicelular, em que uma única célula executa todas as funções da vida (nível 1), passando por níveis de organização cada vez mais complexos, formando tecidos (nível 2), órgãos (nível 3), sistemas de órgãos (nível 4) até a formação de organismos (nível 5) [2]. Estes são múltiplos e surgiram no decorrer de milhões de anos, sendo o ser humano um dos últimos organismos a aparecer no planeta - 2 a 7 milhões de anos, a depender da fonte. Mas antes de chegar em nós (humanos, em busca de sua humanidade), falemos sobre o a base sobre a qual todas nossas atividades se tornam concretizáveis: a vida

Cristais: a matéria possui um tipo de inteligência
que permite sua organização. É Deus imanente
se manifestando na matéria.
A vida é um fenômeno que aponta para uma inteligência. Ela surge no espaço-tempo, isto é, num universo em que existe matéria e energia se chocando, transformando e reagindo de formas múltiplas, em escalas de tempo e dimensões variadíssimas, guiadas por um determinismo férreo que apesar de assim o ser, revela uma tarefa providencial que abala toda a "ciência" probabilística. Ela aparece quando o contexto (condições ambientais) são favoráveis. Ela surge, brota, floresce, assim que as condições fundamentais estão estabelecidas em terreno sólido, aparecendo em sua forma mais resistente, porém menos complexa. Porque a evolução vai do simples, seres unicelulares, ao complexo, seres humanos. Este é um ser pluricelular que além possuir todas características dos animais, apresenta um psiquismo que habilita seu cérebro a ser algo além de um mero intérprete de estímulos sensoriais. Desponta a razão.

Qual a principal característica da razão? 

"Razão é a capacidade da mente humana que permite chegar a conclusões a partir de suposições ou premissas. É, entre outros, um dos meios pelo qual os seres racionais propõem razões ou explicações para causa e efeito. A razão é particularmente associada à natureza humana, ao que é único e definidor do ser humano." [3]

Essa é a gênese para o que virá a ser a principal característica que diferencia o homem de todas as outras espécies deste planeta. A palavra "razão" se origina de duas fontes: a palavra latina ratio, e a palavra grega logos [4]. Ela se relaciona com os verbos derivados dos substantivos medição, separação, junção, contagem e cálculo. Para fazer essas atividades, é necessário seguir uma sequência. Logo, pode-se dizer que a razão é sequencial e portanto está vinculada ao tempo, pois qualquer processo racional, seja elaboração de teoria, método, implementação, receita, análise, etc deve seguir um determinado roteiro, mental ou escrito. Daí decorre que a consciência humana do presente (razão), que é a 2ª dimensão conceptual, análoga a de superfície, está presa à dimensão "tempo", 1ª dimensão conceptual, análogo à linear [5]. Traduzindo: não conseguimos raciocinar sem o tempo para apoiar esse raciocínio. Isso comprova que o nível de consciência atual, da razão, está preso à sua dimensão precedente, o tempo. Apesar disso somos capazes de pensar em termos de passado e futuro. Na mente englobamos o tempo, percorrendo-o através de abstrações mentais, projetando (previsões) o futuro e reconstruindo (História) o passado, para que melhor possamos atuar no presente. Mas no geral, considerando o corpo físico, o corpo astral e a alma, como todos os três se vinculam e devem caminhar juntos, de forma organizada, no decorrer de uma vida orgânica na Terra, não é possível ao ser humano superar a barreira do tempo. Ao menos no presente grau evolutivo. Trata-se de uma realidade a ser conquistada através da evolução, que é maturação interior através da experiência de vida, autora de nossas obras. Elas, e apenas elas, são o que realmente importa na vida. Serão nossas obras que irão determinar o quanto avançamos na escalada evolutiva. 

Mas voltemos à evolução humana em termos mais visíveis.

O pensamento permite ao ser humano perceber relações. Dessa forma começa-se a pensar sobre os objetos que nos cercam. As necessidades iniciais da humanidade - e por muito tempo - se assemelhavam às necessidades dos outros animais, em seu nível mais fundamental. São elas:

1) Preservação individual (fome) e;
2) Preservação da espécie (sexo).

No entanto, no homem vemos a emergência de um novo comportamento: um novo modo de lidar com a satisfação das necessidades básicas: a criação de instrumentos

A vida é o brotar da consciência. Nela o espírito começa a
atuar de forma cada vez mais livre. Sentindo na planta,
movimentando no animal, raciocinando no humano, e
intuindo no super-humano (nosso futuro biológico).
Todo organismo vivo necessita capturar energia para sobreviver, seja com a finalidade de manter a temperatura (aquecimento, com vibrações musculares, ou resfriamento, com transpiração), de se alimentar (caça, pesca, coleta) ou se proteger dos elementos (tempestades, enchentes, secas, contaminação, etc) e outros seres. Seres humanos são muito mais frágeis do que muitos mamíferos. Sua robustez é consideravelmente menor que a de um boi; sua rapidez é menor do que a de um cavalo ou onça; sua força muscular e agilidade perdem para os felinos grandes; seus dentes são menos adaptados à triturar carne crua; seus punhos são mais fracos do que os chifres de um alce ou um touro; sua pelagem os deixa vulneráveis ao clima; entre outras particularidades. Somos frágeis por excelência. No entanto dominamos toda a superfície planetária. Como? 

Os mecanismos de captura de energia são os órgãos. Eles podem ser bicos, unhas, braços, chifres, nossas mãos e pés. São parte de nosso organismo. Alfred Lotka deu o nome de instrumentos endossomáticos para esses órgãos [6]. O ser humano foi além. Ele possui "órgãos" que não fazem parte de sua constituição biológica. São exteriores a ele. São portanto exossomáticos. Daí nasce a tecnologia: clava, machado, lança, arco-e-flecha, roda, domesticação animal, arado, escrita, escudos, espadas, armaduras, catapultas, barcos, aquedutos, pontes, muros, mapas, mecanismos,...E assim começamos a contrariar (em sentido positivo e/ou negativo) a tendência natural. Passamos a superar o meio através do uso da razão, nos tornando mais fortes, vendo mais longe, nos alimentando melhor, prevendo, antecipando, armazenando e construindo no campo material e do conhecimento, como nenhuma espécie jamais o fez. 

Com o desenvolvimento da tecnologia, começa-se a se viver de forma mais segura. Associações de grupos humanos, com seus códigos de conduta (leis sociais e religiosas) e deveres respectivos possibilitam outras buscas - também tarefa da razão. Nasce o saber humano. Gênese da Ciência. Civilizações da Antiguidade. O Estado Antigo surge. Impérios nascem, de desenvolvem e morrem. Cada qual com seus deuses e que trouxeram um legado. Medicina, geometria, filosofia, direito, escultura, teatro, literatura,...Todas civilizações politeístas até a última da Antiguidade (Roma), que serviu de canal para a consolidação definitiva do monoteísmo - que levou ao início do fim do politeísmo. A partir de Constantino, com a oficialização do Cristianismo, difunde-se pelo mundo as religiões monoteístas, que passaram a ser dominantes, ao passo que o politeísmo sobreviveria por séculos (até hoje) na forma de adorações. São os resquícios do passado ecoando pelas eras. Mas cada vez menos, para haver espaço na alma para a assimilação de verdades cada vez mais vastas.

Quando começamos a usar ferramentas para obter nossa
subsistência, declaramos um novo início. Surge o "órgão"
exossomático, que a partir de então se desenvolve.
Hoje o domínio sobre a Terra é inquestionável. Resta
dominar nossos instintos...
O homem não apenas faz instrumentos. Ele constrói instrumentos que fazem outros instrumentos (automação). Essa característica nossa deslanchou a partir da segunda metade do século XVIII, início da Revolução Industrial. Mas nesse ponto a humanidade já havia concebido e lançado sua maior conquista. Voltemos um par de séculos.

Entre o século V e XV d.C. predominou uma lógica diversa daquela da Antiguidade. O sistema que imperou no mundo conhecido (estudado nas escolas) foi o Feudalismo. Esse sistema era baseado na servidão, e a Igreja tinha um papel central nesse mundo. Época de maravilhas do Evangelho e horrores da Teologia. Místicos e santos como São Francisco de Assis, Joana D'Arc, Santo Antão, Santo Agostinho, entre muitos outros, exteriorizaram em sua vivência as altas verdades compiladas nos Evangelhos e outros livros sagrados (como a Gita). A Idade Média foi de uma riqueza impressionante em termos de mística - e a ela estamos retornando hoje, de um modo diverso, com interpretação renovada, para conduzirmos nossa razão desgovernada. 

Quando o sistema feudal começou a fragmentar irreversivelmente, surge o Estado Moderno. A História classifica esse novo período como História Moderna. Ele nasce conjuntamente com o capitalismo, em sua primeira forma, mercantil. Portugal, Espanha, França, Inglaterra e algumas cidades italianas encabeçaram as primeiras conquistas ultramarinas. A diferença entre essa nova forma de governar é que passou-se a ter um regime centralizado. Surge da pressão da burguesia, que passou a exigir elementos (contexto) que garantisse sua evolução econômica, política e social. Com força crescente, passam a plasmar à seu modo o poder nascente. Surge assim uma superestrutura que possibilita a estabilidade e a centralização de serviços à população. Mas isso não se deu do dia para a noite. Foram necessários três séculos para essa nova forma coletiva se estabelecer [7]. Quando o absolutismo começou a ruir com a Revolução Francesa nascem as possibilidades de expansão a nível global. Com o campo político-social aberto, restava apenas o elemento que fosse dar o impulso econômico-tecnológico: a Revolução Industrial. Não é de se estranhar a proximidade temporal entre esses dois eventos históricos gigantes, cujas ondas de manifestação se repercutem ao longo dos séculos. 

Todo substrato que possibilitou os saltos nos dois campos (econômico-tecnológico e político-social) foi o Estado Moderno. No século XIX foram feitos avanços na indústria. O século XX viu o predomínio dessa instituição. Graças a sistemas universais de educação a foi possível estender para muitas pessoas o que era privilégio de poucos até então - mesmo que por motivos bélicos. O mesmo se deu para saúde, previdência, um corpo de leis, garantia de direitos básicos, desenvolvimentos industriais-tecnológicos massivos que lançaram a pedra fundamental para diversas tecnologias que melhoraram a qualidade de vida da humanidade (mesmo que apenas uma parcela). 
A Grande Síntese revela de forma única, fora do normal, o
conceito de Estado, sua gênese e seu futuro. A partir
dessa obra pode-se construir uma nova humanidade.
Substancialmente, não apenas na forma...
Pela primeira vez...

Após catástrofes das duas guerras e dos regimes totalitários, novos impulsos dados através desse super-órgão coletivo: o Bem-Estar Social. A população dos EUA, Europa Ocidental e Japão, de 1945 a 1975, pôde se beneficiar de uma qualidade de vida jamais vivenciada em toda história da humanidade, com conforto material crescente e garantia de direitos. É verdade que lutas houveram, mas no plano geral, observando a trajetória de milênios infindáveis do homem, nunca se viveu tão bem e com tamanho acúmulo de conhecimento quanto na segunda metade do século XX.

Contrapondo-se a isso vimos massacres infindáveis em todos locais do mundo. Causados por influências de grandes potências. O embate entre um modo de se produzir (capitalismo) e outro (socialismo); a inércia em findar a colonialismo europeu; e o advento de uma nova força, surgida com a explosão industrial no século XIX, e que passa a ter força cada vez maior ao longo do século XX, operando de modo invisível, influenciando os poderes sem aparecer no palco, entrando na vida dos indivíduos e se mostrando como um grande bem para a humanidade: as corporações e seu sistema financeiro.

Com um lag de três séculos, o universo privado usa como plataforma o eixo econômico-tecnológico. Afirma que o progresso da humanidade se deve a esse grande eixo, e ao longo dos anos se articula e usa de seus meios de comunicação de massa e influência nos poderes para passar essa ideia, inculcando-a nas mentes dos indivíduos. Eis que chegamos aos nossos tempos. Os últimos 40 anos foram de ascensão enorme das finanças e da fragmentação da vida como a conhecemos. Tudo se plasma cada vez mais rápido. Relações são líquidas [8] e não há alternativas a não ser seguir uma lógica que permita lidar (leia-se gerenciar) esses medos e frustrações sem afetar o que está nascendo. Mas para gerenciar deve-se abrir mão de questionar e consequentemente transformar. Mexe-se com o que é imposto e já está pré-formatado. Não se mudam as premissas sob as quais todo o sistema se apoia. Pois isso - segundo a lógica financeira-corporativa - significaria caos, que a ninguém agrada, e portanto a ser evitado a qualquer custo, mesmo que para isso deva-se diminuir gradativamente o poder do Estado, até sua extinção, se for necessária.

O que ocorre então? O Estado Moderno, já completamente permeado de interesses de corporações, que seguem uma lógica financeira que ignora o Sistema-Terra e o Sistema-Vida em seus modelos. Opera com base no gerenciamento da sociedade. Isso é fácil de ser feito, uma vez conhecida a natureza humana e suas limitações. Com isso pode-se jogar com os questionamentos vindos de indivíduos, a se iniciar usando a psicologia de superfície, tornando os questionamentos e reflexões meras reações irracionais que visam satisfação individual às custas da coletividade. A mídia é muito eficaz nesse caso, com suas edições, descontextualização, omissões, seletividade e demais artifícios. O modo de vida, com jornadas de trabalho e preocupações financeiras decorrentes, além de distrações que nada acrescentam, completam o quadro, sugando todo tempo, energia e vontade da grande maioria dos indivíduos que devem abraçar uma ocupação que não lhes possibilite sequer refletir sobre o estado das coisas - a começar pela sua própria vida. Quem quiser saber mais sobre esse verdadeiro poder global pode assistir o documentário "The Corporation" [9]. Onde o Estado Moderno, maior conquista da civilização, entre nessa trama global?

Amor: último bastião da bondade.
Amor: garantia da Salvação.
Amor, base de tudo, sem o qual nada pode
existir e ser feliz.
Seu fim equivale ao fim da civilização como a conhecemos. Por Estado Moderno compreenda-se um organismo que não é 100% centralizador nem possua traços de autoridade que prejudiquem indivíduos, mas sim um super-organismo coletivo capaz de conduzir as almas, provendo a cada um segundo suas necessidades, e extraindo de cada uma, construtivamente, segundo suas possibilidades. Se a tendência mundial persistir, não apenas a civilização pode retroceder séculos (ou desaparecer), mas o meio do qual todo seu bem estar depende (a Terra) pode não fornecer, por muito tempo, possibilidades para uma recuperação a curto prazo. 

Vejamos o que Sua Voz [10] tem a dizer (grifos meus):

"Temos observado a evolução das mais poderosas forças sociais que operam nas massas humanas para a formação de sua alma coletiva. Observemos agora essas forças convergindo nesta alma ainda jovem – verdadeira central psíquica e volitiva – para formarem a sua nova expressão: o Estado. Situado no centro do organismo social, ele concentra o poder dirigente de todas as funções de um povo. Compreendido dessa maneira, como poder, ele é o órgão psíquico promotor e coadjutor das maturações biológicas individuais e sociais, já vistas por nós. Sua função é formar o homem, estimulando as ascensões humanas. Sua meta mais elevada é criar no campo do espírito. Toda a sua multíplice atividade, jurídica, econômica e social, deve ser destilada nessas criações espirituais,..." Cap. 96 - Concepção Biológica do Poder

Segue-se com o Estado propriamente dito, projetando sua evolução (grifos meus):

"Se a Idade Média, em suas condições sociais involuídas, só podia oferecer ao homem um sonho de libertação individual pelos caminhos da renúncia mística, hoje nasceu o Estado, levando a sociedade a desenvolver-se numa forma orgânica, em cujo seio o indivíduo pode atingir sua completa realização. Se a Idade Média atendeu às construções prevalentemente individuais, retoma-se hoje o ciclo das construções e conquistas coletivas. Não é mais concebível o indivíduo isolado, ainda que santo, numa fuga mística da convivência humana, mas somente o indivíduo fundido neste consórcio, em colaboração fecunda. Podemos, então, definir mais exatamente o poder como a central psíquica e volitiva de uma nação, estendendo o conceito de Estado a todo o organismo nacional."
Cap. 97- O Estado e sua Evolução

"Hoje, o Estado não é mais apenas um poder central superposto a um povo. Esse era o Estado embrionário, filho da monarquia. Não mais se admitem tais superposições. Assim o Estado deixou de ser um poder central dominador, para tornar-se o cérebro de seu povo, só podendo ser a expressão de uma consciência nacional, de uma unidade de espíritos, baseada numa unidade."
idem

O último trecho aponta para a Democracia. Um Estado que começa a ser cérebro do povo, manifestando seus interesses mais maduros, é o início da unidade coletiva. O misticismo volta na forma de união coletiva, na qual as almas desejam ascensão efetiva, em maior número, de forma a caminhar rumo a organizações mais pacíficas e em harmonia com seu meio, isto é, todas formas de vida e a mãe Terra. Se algo ou alguém capturou esse corpo (Estado), destroçando sua imagem e emborcando suas funções, é dever do espírito humano discernir as intenções por trás das atitudes e ações daqueles que não mais são capazes de desempenhar sua função. É imperioso não focar no corpo, na ferramenta útil (Estado), e sim na forma mental que está confundindo qual é a meta da vida e o que está ocorrendo por trás do palco. 

Nosso mundo passa por uma turbulência. Nessa travessia vemos o Estado encolher não apenas em sua concretude mas principalmente no campo psíquico: nosso conceito do mesmo é cada vez mais pobre. Vemo-lo como algo cada vez mais dispensável à vida. Como um empecilho. Como a atrocidade em si - e não algo que as viabiliza. Mas essas atrocidades não vem da superestrutura, mas se usam dela para se beneficiar. 

"O novo Estado tem que possuir o monopólio da força, pois, embora ela seja uma necessidade de vossa vida involuída, a privação do seu emprego por parte do indivíduo já constituirá um progresso, porquanto o seu desuso enfraquecerá os instintos antissociais. Esse Estado, que não pode ser agnóstico, deve ter resolvido os maiores problemas do conhecimento, pois precisa ter uma concepção ampla da vida, para fazer o indivíduo compreendê-la e colocá-la em prática; deve saber compreender o homem, seus instintos e seu destino, penetrando o mistério de sua personalidade, a fim de poder colocá-lo em seu lugar e obter dele o máximo rendimento. No princípio, o centro realizará um mero enquadramento de massas, porém no futuro ocorrerá a fusão de almas. Nesse Estado, Deus é imprescindível, assim como o conhecimento de sua ordem divina, cujo funcionamento a ciência deve demonstrar, para que, nessa ordem, o Estado encontre suas bases racionais. Concepção imensa de uma fé social e científica, da qual participarão em paz todas as religiões. Este é o Estado da nova civilização do Terceiro Milênio"
Cap. 98 - O Estado e suas Funções

"Monopólio da força" poderá soar extremamente perigoso para muitos. O século XX viu isso. Mas aqui não se trata de uma força egoísta, e sim de uma força que visa conter excessos. Até o presente momento a humanidade não viu um Estado desse tipo, mas percebe elementos em alguns deles que apontam para esse comportamento. A humanidade, em seu íntimo, anseia por ele, teorizando, imaginando, buscando na Arte e lutando por uma vida melhor, mais justa, em maior união com o outro. Mas podemos ainda acrescentar: de que adianta o Estado não usar da força enquanto corporações fazem isso, de forma violenta (apesar de inteligente) para garantir supremacia sobre tudo que existe? Por mais críticas históricas que haja, há a premissa de que o Estado Moderno deve conduzir o ser humano e evoluir para uma entidade global (globalização dos direitos, das condições de vida, organização dos deveres, justiça, bem-estar, saúde e educação universal, etc). Quais as premissas do mundo privado, que há muito extrapolaram as fronteiras que lhe são devidas? Crescimento econômico infinito, consumismo e domínio sobre povos, formas de vida e biomas? Mercantilização de tudo criado pela humanidade - inclusive as relações afetivas? E o Amor, quando for o único ainda não mercantilizado (porque não-mercantilizável), será combatido por não adequar sua essência aos desígnios insanos de uma lógica gerencial que visa controlar tudo para que o saque projetado se dê indefinidamente? Assim não será, pois o Amor é a base da vida. É o que lhe dá sentido e o que impulsiona o fenômeno evolutivo, no íntimo dos seres. 

Assim sendo e pouco conseguindo fazer, busco orientação me voltando para dentro, sentindo a presença de Deus em meio a todo caos que se manifesta nesse mundo desorientado por excesso de informação, carência de sentido e fragmentação de tempo. 

Deixaremos a maior conquista da civilização desmoronar por termos uma falsa idéia do que ela realmente é - e deve ser no futuro?

Referências

[1] Um cristal é um sólido no qual os constituintes, sejam eles átomosmoléculas ou íons, estão organizados num padrão tridimensional bem definido, que se repete no espaço, formando uma estrutura com uma geometria específica.
[2] http://www.portalsaofrancisco.com.br/biologia/organizacao-celular
[3] https://pt.wikipedia.org/wiki/Raz%C3%A3o
[4] https://razaoouemocao.wordpress.com/2008/08/15/a-origem-da-palavra-razao/
[5] http://monismo.net/coment34.html
[6] Andrei Domingues Cechin: "Georgescu-Roegen e o desenvolvimento sustentável: diálogo ou anátema? " São Paulo, 2008. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental da Universidade de São Paulo para a obtenção do título de Mestre em Ciência Ambiental.
[7] https://www.todamateria.com.br/estado-moderno/
[8] Zygmunt Baumann desenvolve e ideia de mundo líquido em toda sua obra. 
[9] https://www.youtube.com/watch?v=Zx0f_8FKMrY
[10] A Grande Sìntese.  UBALDI, Pietro. 

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Evolução das Consciências, Revolução Humanitária

A evolução das consciências colima na única e efetiva revolução da humanidade. Neste mundo, se quisermos elevar as condições sistêmicas concretas, deve-se ter algum tipo de força capaz de imprimir na atmosfera humana uma orientação suprema, que faça o pior da natureza humana ser superada definitivamente, sem retorno. Essa é a força do número, única capaz de fazer frente a uma agenda de regressão global - não apenas nacional - que só avança com firmeza devido à inércia dos seres humanos, que ainda, em larga medida, veem o problema supremo de forma relativa. Esse problema-mor - causa de todos problemas locais - é nada mais do que o baixo grau de consciência da atualidade.

Muito estudei (na escola e por conta própria) a História da humanidade. Vi filmes a respeito. Tive diálogos profundos com amigos(as). Tenho com minha esposa e meu pai. Realizo colóquios com o Ser Supremo nos recônditos dos parques, em horário de menor movimentação humana, para que de alguma forma algum conceito-mor - algo potente, espiritualmente genético - possa invadir todos meus canais humanos, do corpo à mente e desta ao espírito, arrebatando minha alma e trazendo inspiração suprema para que eu possa voltar à minha casa e imprimir esse conceito recém-revelado, da melhor forma possível, de modo a unificar os opostos que tanto de digladiam gratuitamente. Traduzir a substância para a forma. Pobre forma, mas alguma forma. Assim minha pobre alma em busca da resolução dos máximos problemas se aquieta um pouco, deixando o mundo externo em paz na sua guerra perpétua, e se debruça em seu trabalho incessante, silencioso, altamente potenciado, incompreendido e abstrato, para depois retornar à vida cotidiana mais calmo com o estado atual das coisas, pois a alma compreendeu um pouco mais da mecânica da Lei de Deus. Jorram conceitos, vocábulos, por vezes diagramas e símbolos. Recorre-se ao que esse pobre cérebro possui (pouco) para relacionar os mais diversos campos humanos através de experiências interiores dolorosamente belas. Apocalípticas. Sinceras. E de constatações exteriores de todos tipo, desde os olhares breves a atitudes repetidas, até o desdobramento das políticas internacionais e da lógica da civilização. Esse é o fenômeno inspirativo.

Evolução interior persistente para despertar o
Eu divino nos outros, levado-os a seguir o caminho
que noslevará à unidade. Depois, sem esforço,
revolução efetiva da humanidade.
O ano 2018 se inicia e ao invés de fazer votos formais e desejar melhoras mergulho mais intensamente nas questões mais cruciais do momento - que explodem devido ao descaso que demonstramos, sempre, às grandes questões da vida, da evolução, do destino, da dor e do amor. Trabalho é atividade independente do espaço (local em que se está), do tempo (horário, dia da semana, época) e das circunstâncias (o que o mundo reconhece e valoriza). Estamos diante de uma lógica completamente diversa. Ofensiva à psicologia humana hodierna. Tremendamente ameaçadora se se deseja que todos a apliquem no seu cotidiano - pois o mundo sabe perfeitamente que deixará de lado seus gozos. Ameaçadora porque está desconectada da superfície das aparências - que aprisiona quase todos - e portanto é capaz de inciar, se absorvida por outras almas, um verdadeiro processo de transformação, capaz de abolir as piores práticas humanas, por mais inocentes que a propaganda e marketing a apresentem. Os poderes veem o florescer de algo diferente e fazem uso de suas ferramentas: nós. Aciona-se uma série de mecanismos para que o canal para verdades mais vastas e belas seja amordaçado. Inicia-se oferecendo o gostoso, o belo, as posições invejáveis, a fartura material, a prosperidade, a fama,...o que mais satisfaça a natureza inferior do ser em busca de ascensão. Se isso não funcionar parte-se para o terror econômico, com ameaças das mais diversas: empobrecimento, vergonha, humilhação social, perda de bens e serviços básicos. O golpe fatal é encabeçado pelo terror psicológico, tão bem conhecido pelos meios de comunicação. Distorce-se uma verdade relativa. Revela-se só o que convém a um grupo, numa dada circunstância, de um determinado modo. Tantas maneiras de se apresentar um evento que a mente humana que começa a esmiuçar a lógica da mídia logo começa a se perturbar profundamente, adquirindo ataques de revolta tão logo lhe seja apresentada, com sinceridade e paciência, a mais profunda realidade: a de que estamos num lodaçal de lama tão sujo que precisamos de doses cada vez maiores de distrações (ilusões) para mantermos nossa sanidade mental. Não o digo com som pessimista nem para causar males. Quem "perde" seu tempo precioso aqui, neste espaço, o faz com um senso de convicção íntimo. Sabe que em meio a tantos vocábulos mal colocados, ideias ainda não unificadas em sua plenitude, jaz a força profunda da natureza, que aponta para um telefinalismo e traça um caminho claro, dominado por um fenômeno profundo: evolução. Em seu sentido lato (mais abrangente). Sente-se verdades que estão além das ideologias. Verdades biológicas, que por mais que tentemos camufla-las veem à tona e revelam qual eram as intenções por trás dos golpes e revoluções de superfície.

Huberto Rohden (1893-1981).
Mestre do saber, sintetizador do viver.
A quantidade de informações que vem (e por vezes saem) de nós cresce exponencialmente. Nosso conhecimento aumenta, mas lentamente, e com uma aplicação egoísta, desprovido de qualquer senso de unificação de áreas do saber, grupos humanos - sejam religiões, partidos políticos, empresas ou nações - e conceitos. Temos assim um intelecto desprovido de orientação. Um aprofundar-se na análise que tornará os especialistas mais especialistas, e muitos cada vez mais inundados de informação, tornando uma massa da humanidade obesa de vacuidades informacionais. Esse é um dos fenômenos modernos. E para escapar desse ciclo é preciso reconhecer-se dentro dele. O autor, por incrível que alguns possam achar, se considera nesse circuito. Ao menos até certo grau. Não se pode considerar 100% liberto se ainda se tem alguma expectativa com os métodos humanos, ou se altera-se ainda algumas ideias (mesmo que minimamente) ao longo do tempo. A fase atual é de ajuste fino e potenciação, buscada através de diálogos intensos - porém sinceros - com pessoas próximas e queridas. Trata-se sem dúvida, para todos, de um risco abissal, que parece loucura. Eu bem o sei. Mas as intenções são puríssimas, e ganha-se sempre uma nova visão quando se mergulha numa conversa profunda com paixão e orientação, fazendo uso dos conhecimentos na medida do necessário para esclarecer (nem abuso nem recusa do saber humano).

O mundo chacoalha aqueles que mais estão concentrados em atividades da verticalidade interior por julgar a atitude uma patologia desagregadora ou arrogante. Mal se sabe que o que mais se busca é unificação suprema através de mergulhos intensos na natureza do ser. Interpretações emborcadas permeiam as mentes. Inconformação com o modo de vida que não dá valor aos valores humanos, mesmo que bons. Superação é muito mais do que se imagina. Implica o ser em sua integridade. O nível das interconexões interiores cresce exponencialmente, gerando uma atividade psíquica-nervosa fora do comum, causando um cansaço fora do normal. Para as obrigações do mundo, uma concentração baixa, a nível basal, apenas para não se subtrair das necessidades materiais tão necessárias para a vida na Terra. O corpo se desgasta, a cabeça dói, as ações humanas repugnam - especialmente a neutralidade, que nada mais é do que servir de ferramenta passiva às forças maléficas. Estamos diante de verdades supremas que só tocarão corações sofridos e mentes ponderadas. Nada mais se pode dizer a respeito. O tempo, portador das experiências de dor, fará o resto do trabalho. Trata-se de uma obra que não visa resultados individuais nem imediatos. Ao contrário, ir além do campo das palavras escondidas em fendas da rede e desejar aumentar o público será perigoso e ao mesmo tempo um atestado de falência do conceito que está sendo jorrado aqui. O sentimento é tão intenso que os dedos mal conseguem acompanhar a atividade interior, que se esforça por organizar as palavras da melhor forma para ser compreendido pelo maior número de seres sedentos de conceitos mais vastos sobre a vida e as causas profundas de nossos males.

Pietro Ubaldi (1886-1972).
Apóstolo de Cristo, desbravador
dos mistérios do futuro.
Para resolver um problema que sempre nos assolou nada melhor do que ir na causa prima. Chegar à raíz. Radicalidade nesse sentido ganha uma conotação positiva e poderosa. Perigosa para todos que desejam avidamente permanecer estacionados no nível evolutivo presente, com seus gozos materiais diversíssimos, desde a aquisição de automóveis, desenvolvimento muscular, títulos acadêmicos, fama, mulheres, propriedades, itens de luxo, ornamentos, distrações e todos tipos de acompanhamentos. Estamos num momento histórico que demanda ir além da especialização. Buscar antes de tudo uma orientação suprema, situada no reino do abstrato, para abordar problemas mais concretos, cada vez mais tangíveis, cada vez mais locais, dentro de nosso horizonte de satisfação temporal. Somente assim poderemos resolver os problemas do mundo. O longo prazo exige fé (sintonização) com uma fonte superior, capaz de nos dar força e orientação ao longo da sofrida trajetória. Nada disso estaria sendo dito aqui, nesse blog que já conta com mais de 300 ensaios que versam sobre a multiplicidade dos conhecimentos e sentimentos humanos, se o autor não tivesse experimentado à fundo o fenômeno. Quando se percebe do milagre ocorrido em sua vida passa-se a atuar no mundo de forma completamente diferente. Torna-se outro. De certa forma, renasce-se. As mesmas coisas que lhes são apresentadas podem ter significado diversíssimo. Muito do que era importante deixa-se de lado; aquilo que era desinteressante entra na categoria do fascinante. Enriquece-se com os problemas; empobrece-se com os gozos. Assim ascende-se para um nível de consciência que encanta e dá paz. 

A progressão da personalidade torna-a mais sedenta da sinceridade, do amor, das coisas imateriais. Mas ao mesmo tempo permite que se lide com as coisas concretas de forma mais eficiente, dando o peso necessário a cada coisa, seja em forma de preocupações e de ânimos. Tende-se a um equilíbrio em relação aos acontecimentos externos - nem regozijo com as vitórias humanas, nem lamentações com os infortúnios humanos. Porque sabe-se que a Lei opera com uma organicidade diversa, além do espaço-tempo. Os prazos humanos, tão restritos, se tornam ridículos perante tão supremas forças da vida. Os objetivos humanos, tão prioritários, passam a ser cada vez mais secundários, a serem guiados por outros objetivos. Assim a ferramenta humana torna-se mais consciente de seu Eu divino, nem recusando as coisas do mundo, nem abusando das mesmas. Faz-se uso correto do que lhe foi dado. Essa é o sinal que indica o quanto se está enriquecendo. 

Enriquece-se quando se usa as coisas do mundo para despertar engrenagens interiores, orgânicas e psíquicas, a todo momento. Vigília constante é o que está escrito nos grandes livros Sagrados. Ditos proferidos por iluminados, que começam a ser compreendidos em sua profundidade. E aí, a partir desse processo formidável, podemos começar a nos debruçar sobre o mundo e esboçar algum diagnóstico com um valor efetivo. 

O mundo jaz em trevas devido à ignorância da espécie humana. Deixará de estar nesse lodaçal a partir do momento que houver uma massa crítica de almas capazes de atuar de forma a reverter um processo de regressão.

Luiz Marques (1952-).
Historiador da Arte. Professor da Unicamp.
Voz de luz.
Diversos especialistas - alguns muito iluminados a meu ver - apresentaram suas visões em programas  espalhados pela internet. Um deles me deixou muito contente. Não por satisfazer meus instintos, mas por comunhão de visão [1]. A personalidade do ser transpira seu grau de consciência. A forma de falar, o tom, o olhar, os gestos, e sua dedicação a ir além de seu tema, mergulhando num assunto universal, que interessa a todos nós, conjugando questões ambientais com política, economia e sociedade. Chega quase a apontar para a região do intangível, causa dos efeitos do mundo. Difundir essa visão é o melhor trabalho a ser feito nesse momento. Se cada um buscar colocar sua experiência num vórtice diretor que a tudo arrasta, iniciar-se-à um processo de sintonização a nível planetário.

A internet, último reduto de certa liberdade, começa a ser cercada por interesses escusos [2], [3]. Isso diz respeito à vida de todos, mesmo que alguns nem sequer tenham ciência disso. Podar a liberdade do que ver em virtude de uma padronização bestificante e plasticamente agradável é a palavra de ordem do poder para amputar qualquer possibilidade de membros do rebanho começarem a observar as coisas a partir de diversos pontos de vista. Esses movimentos vem em momento oportuno, uma vez que diversos cortes vem sendo feitos em nome da eficiência do mercado. Assim, com a amputação das possibilidades que a rede oferece, os seres ficam mais sedados, mais obedientes e menos questionadores. Um rebanho brigando entre si loucamente, mas jamais se organizando para superar a si mesmo - e consequentemente acabar de uma vez por todas com um império multimilenar: o do domínio das ideias e dos recursos, de uma forma ou outra. 

A humanidade sempre teve uma progressão na sua caminhada multimilenar. Desde 4 milhões de anos a.C. até os meados do século XX, nossa espécie pôde melhorar de vida, conquistando confortos e bem-estar, criando instituições e o Estado, desenvolvendo a Ciência e evoluindo as Religiões. Desde a década de 70 inicia-se um movimento firme que terá como resultado a reversão de todo progresso feito [4]. Ele inicia-se vagarosamente mas cresce cada vez mais. Finca suas garras nas mentes, se aproveitando dos instintos humanos. Muitos o chamam de neoliberalismo. Mas eu prefiro dizer que se trata de uma manifestação temporária de um espírito desagregador, voltado ao separatismo, à competição e ao consumo desenfreado de inutilidades (justamente o que move o sistema econômico presente). O produto disso tudo começa a brotar das entranhas da Terra.

Seremos nós suficientemente ousados e perseverantes para acordar e reverter esse processo?

Referências
[1] https://www.youtube.com/watch?v=P9opJcw2CtA
[2] https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Derrubar-a-neutralidade-da-rede-foi-o-pior-golpe-do-governo-Trump-contra-a-democracia-ate-hoje/4/38996&utm_source=emailmanager&utm_medium=email&utm_campaign=Boletim_Carta_Maior_Doa%C3%A7%C3%A3o_02012018
[3] https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Midia/-Precisamos-proteger-a-neutralidade-da-rede-e-a-liberdade-da-Internet-/12/38930&utm_source=emailmanager&utm_medium=email&utm_campaign=Boletim_Carta_Maior_Doa%C3%A7%C3%A3o_02012018
[4] https://www.youtube.com/watch?v=-fny99f8amM

Vídeo recomendado (ref. nº4)



terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Exercício de Conjugação - continuação

O fenômeno "Vislumbrar - Sistematizar - Apresentar - Implementar - Constatar - Sistematizar - ..." foi apresentado e definido em suas linhas gerais. O próximo passo consiste em fazer um mergulho em cada parte, revelando através de questionamentos e indagações para entrarmos em pormenores da vida prática.

O binômio "implementação-resultados" (prática-efeito) é o mais compreendido pelas pessoas. É o que todos fazem em larga medida, cada qual a seu modo. Esse binômio inferior está relacionado ao que chamo de atuação [1]. O sujeito que opera baseado nela é mais focado nos atos, dando pouco ou nenhum valor às questões de percepção do outro sujeito, grupo ou de um fenômeno natural. Agem muito, pensam pouco e sentem pouquíssimo. O pensar se restringe a um patamar mínimo, apenas para coordenar como o sujeito opera. Os interesses são imediatos. Sofrem pouco porque sentem pouco. Julgam que se trata de uma fraqueza. Operam na base dos instintos com pouco verniz intelectual.

O binômio "apresentação-constatação" (comunicação-apreensão) é mais sutil em sua forma de ser. Ele está relcionado ao que chamo de sensibilidade [1]. Uma parcela das pessoas opera nessa zona. O centro de gravidade do sujeito está situado acima, dando mais valor à percepção do outro e a forma de comunicar uma ideia. Essa comunicação pode ser oral ou através de textos, imagens, música, modelos. O modo de abordagem é importante. E sente-se mais dor com ações banais do ser humano médio - mas ao mesmo tempo abre-se a possibilidade para uma maior felicidade. Sente-se satisfação por pequenas coisas da vida, diminuindo a dependência do Ser pelas coisas do mundo (sejam pessoas, recursos, tempo, cargos ou titulos), que leva a tantos a maquinarem esquemas tremendamente agressivos.

Esses dois planos (atuação e sensibilidade) constituem o elemento fundamental para viver no mundo atual. Acima, ainda no plano da objetividade, encontramos a "sistematização", habilidade reservada a mentes com considerável traquejo intelectual, capazes de elaborar diagramas, textos, relações, processos, conceitos, cadeias de pensamento,...qualquer coisa que exija muito mais psiquismo do que sentimento e ação. Quem opera mais próximo a esse nível sofre outro tipo de desgaste, psíquico-nervoso, que demanda do corpo tanto quanto atividades físicas e inquietam tanto quanto escárnios humanos. É o fenômeno da razão, que coordena o ciclo humano das transformações. Mente, sentimento e ação.

Ter-se-ia atingido toda a possibilidade da espécie? Muitos creem que chegamos ao esgotamento dos fenômenos capturáveis pelo ser humano, nada mais restando a explorar. No entanto certos rastros deixados por seres singulares fazer a dúvida pairar no ar e se difundir pelo mundo através dos séculos. Morrendo por vezes. Mas apenas para renascer em outros tempo, de forma mais potente e convincente. Renascer através de indivíduos fora do comum, que que estendem o campo do concebível humano um pouco além. Através de sua vida, um monumento às ascensões humanas. Assim abre-se as portas para o fenômeno da visão. Com isso adentramos no inconcebível, iniciando nossa jornada com um primeiro passo. Passo que por ora denominaremos intuição. Forma de "pensar" através de uma sintonização da personalidade com correntes de pensamento (noúres) que possibilitam a apreensão de aspectos mais profundas da realidade do mundo. Ubaldi fez uso dessa técnica - que só se adquire por maturação interior. Não é possível ir além através da cultura e dos estudos. É necessário viver, sentir, chorar, sofrer e se inquietar com o infinito. É necessário ser pioneiro. Dar o primeiro passo. Com isso surgiu a Obra de 24 volumes, cujo resultado é a fusão completa do conhecimento humano em todas suas esferas, orientando-as para o seu destino supremo, Deus. Ciência, Filosofia e Religião se comunicam e dançam uma valsa harmônica, iniciando o processo de unificação conceitual, que se tornará unificação das almas e das instituições, forjando um novo mundo. Tudo começa no campo abstrato, pelo qual a utopia se enamora. Toda construção de um futuro possível se inicia com a elaboração perseverante de um presente impossível. 

Visionários do campo religioso (santos) e científico / filosófico (gênios) sempre houveram. O que muda com os tempos é a capacidade que cada nova onda de indivíduos fantásticos tem de plasmar ensinamentos sagrados em vivência concreta, criando assim obras impressionantes, que elevam as almas desesperadas, sedentas de uma nova realidade, para patamares vertiginosos que rasgam as convicções mais íntimas, tidas como permanentes e supremas. É um toque muito delicado. Delicadamente poderoso.

Referências
[1]http://leonardoleiteoliva.blogspot.com.br/2013/10/sensibilidade-versus-atuacao.html

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Roteiro Evolutivo

Como melhorar a própria vida? Está é uma pergunta que demonstra estar muito distante da realidade capaz de gerar transformações profundas. Para começar há de se perguntar: "o que é melhorar?" No curto prazo pode significar uma coisa - no longo outra completamente diversa. O mesmo se pode dizer em relação a algo local ou global. A escala de tempo e espaço muda completamente a concepção de vida. O modo como atuamos diariamente pode revelar quais as intenções que move um ser. Mas por si só, observar a pessoa agir pode trazer pouca ou nenhuma conclusão capaz de esboçar um bom quadro de uma personalidade. Isso porque os projetos de prazo além do concebível pela mentalidade do homem moderno não são capturados pela consciência normal. Algumas ações e atitudes consideradas sem sentido adquirem um valor crescente à medida que se percebe o que está sendo construído. Trata-se de movimentos lentos, discretos e interiormente intensos cuja percepção depende do grau de maturação atingida por quem observa.

Nesse momento iniciaremos a desvendar alguns mistérios do comportamento humano. O roteiro evolutivo da humanidade é o roteiro evolutivo do indivíduo somado a um tempo longo no qual o individual é testado - através das forças da vida - incessantemente. É o íntimo das massas que deseja ascender efetivamente, num movimento de subida potente, que dê autonomia a todos. O indivíduo forja o coletivo, e este influencia o indivíduo. Quanto maior o grau de consciência, maior a potência da forja e menor a influência do meio sobre as reações individuais. Por outro lado, uma menor consciência nada ou pouquíssimo forja, mas muito é conduzida pelo meio. No primeiro caso temos um evoluído, cuja autonomia o impede de se tornar uma marionete. É livre pensador, capturando o que há de bom em cada relativo - e descartando o inútil. Não tem instinto de rebanho, mas nem por isso deixa de se associar. Apenas não o faz cegamente. Procura se transformar, evitar repetições que não se relacionem com algum meio de aprendizado. Está no turbilhão evolutivo, em "estado de fluxo" - ou um não-estado.  Sua personalidade é oscilante e se transforma muito mais velozmente que a média humana. As experiências de choque, que a todos afetam num (ou vários) ponto(s) da vida, são intensamente vividas por este. A absorção é tamanha que chega-se ao ponto de perder os sentidos e o controle por breves momentos. Mas (incrível!) o produto é uma percepção mais profunda da realidade.

O verdadeiro início se dá com grupo reduzidíssimos.
Mas este irá longe. Muito longe, aumentando suas
fileiras através da unificação com a Fonte, sintonizando
mais almas por métodos desconhecidos pela mente...
Quando se enxerga fisicamente mais, sabe-se como são os caminhos e consequentemente como se preparar. Da mesma forma, enxergar metafisicamente além se traduz em conhecer certas leis da vida, situadas no plano humano, e mesmo super-humano. Observa-se: o conceito de necessário / supérfluo altera-se profundamente; percebe-se que atingir o patamar da necessidade está muito mais próximo do que se imagina, e que se trata de uma curva barrada por uma assíntota, e que a partir daí todo tempo, energia, conhecimento e sentimento passam a ser direcionados para outro plano, situado fora do concebível humano. Cessam-se atividades com pouco valor transformador. Insiste-se mais no caminho "árduo e insolúvel", sem desânimo. Ao contrário, a impossibilidade dá mais forças, gera mais alternativas, gesta mais ideias e traz visões mais profundas. A inspiração é o que se busca em primeiro. O resto é mera consequência.

Se um finito, mesmo que pequeníssimo, consegue entrar em sintonia com o Infinito, tem-se uma atuação formidável - mesmo do ponto de vista do mundo. Uma pessoa com pouco poder, de parcos recursos, fraco em habilidades sociais, que não se anima com o que o mundo prontamente responde com um abanar incessante, é um indivíduo desconectado. Mas de que? Da forma de vida vista pelo conjunto majoritário como mais natural. Como melhor. Como ideal. Mas o que é isso? (ideal). 

Aquilo ideal num momento deixa de sê-lo assim que a configuração das circunstâncias se altera. Como o mundo externo é volátil, o que é ideal para cada um está em constante mutação. Essa alteração constante de algo que deveria permanecer imutável pela sua própria natureza (valor, princípio) só pode indicar que as bases sob as quais os indivíduos depositam suas vidas, criando um sistema de crença e valores, é equivocada. Buscam-se ilusões. No entanto, apenas elas nos fazem caminhar rumo a Deus. 

Maya exerce um poder incomensurável sobre as pessoas porque o grau de consciência das mesmas é baixo. Estamos todos caindo em armadilhas constantemente. E a maior delas é criar armadilhas para aqueles mais fracos (fisicamente, emocionalmente, mentalmente) julgando estarmos progredindo se não formos pegos. Quem mais trama será engolido pelas próprias arapucas, de uma forma ou de outra. Isso porque muitas delas são armadilhas criadas por nós e usadas contra nós. Porque não vê-se no longo prazo. Porque não se percebe as relações profundas entre os fenômenos. Estamos no período sistêmico, no qual as interconexões começam a ser compreendidas.Dessa forma estamos transecionando da Era dos Elementos à Era das Interconexões. A diferença é sutil. Não se trata mais de algo tangível, mas intangível. O sentimento volta a ser aliado do raciocínio, convidando-o para formar um dueto que deve caminhar para a intuição. É nesse ponto que as perguntas devem ser revistas; questões devem ser retomadas; pontos de vista alterados; e ousadia inteligente aplicada. 

A maior religião dos dias atuais é o mercado. Ela possui maior número de fiéis e promete o que nenhuma das religiões oficiais promete: felicidade para todos. Como? Através de crescimento indefinido, sempre maior, perpétuo. E define felicidade como consumir sempre cada vez mais, englobar maior quantidade de experiências sensoriais, manter o físico na melhor forma por mais tempo possível, usando todos meios possíveis. Mas não o diz abertamente em todos meios. Muda a linguagem de acordo com o público, para não correr risco. Mas a substância da mensagem é sempre a mesma: direcionar a todos na busca de soluções exteriores para nossos abismos interiores. Sentir essa realidade na medula muda completamente o modo de vida. O poder e suas ilusões são extirpados da vida em grande quantidade. Ausência de medo indica que se está no caminho da ascensão. Viva a sua verdade que automaticamente, ao longo do tempo, vidas mudarão (para melhor!), se libertando um pouco da lógica que reina. O rebanho diminui, o desespero do poder aumenta. 

O mercado está ganhando porque nosso grau de consciência ainda é do nível rebanho. Da mesma forma que no passado obedecíamos irrefletidamente e seguíamos ávidamente as igrejas, hoje fazemos o mesmo com a ciência materialista e a lógica econômica - que a conduz. Muitos creem ter encontrado a solução mas não perceberam que se trata de um momento da História a ser superado. A humanidade está em processo de contínua transformação, que se dá diariamente, com maturações interiores apocalípticas  vividas no âmago de indivíduos em busca de um conceito que satisfaça sua alma e lhe dê a paz tão idealizada dos contos de fadas. 

Toda justificação da exploração de vida - seja vegetal, animal e humana - se apoia na lógica de mercado. "Se não for assim não crescemos. Se não crescemos estamos fora. Se estamos fora demitimos e todos ficam pior ainda. As pessoas gostam disso, pedem isso. Não podemos negar a elas." É muito cômodo receber essa forma-pensamento e conformar nossa mente a ela. No entanto o mundo não deixa de intensificar seus absurdos justamente pela aceitação dessa onda. Mas onde está o furo, pode-se perguntar.

Se dependemos do crescimento econômico, que se apóia inexoravelmente à conversão de energia e extração-transformação-descarte de material, sabe-se que ele não pode ocorrer para sempre. Iremos desmoronar antes por falta de recursos. Logo se pode perguntar: "Crescimento econômico se relaciona com Desenvolvimento humano?" ; "se sim, até que ponto?" 

Mas não freemos por aí. Aceleremos.

Eu tenho um salário S (fluxo de entrada) e preciso gastar G (fluxo de saída) para manter minha vida e de meus dependentes. Posso ter uma reserva E (estoque) que, a depender do volume, se retroalimenta (positivamente) com juros. Ambos (E, S e G) são variáveis ao longo do tempo. Atualmente, para muitos, sente-se que G varia (cresce) a uma taxa maior do que S, o que é fonte de muitas preocupações para muitos. Adicionalmente a isso, poucos podem formar E. A propaganda é responsável por fazer nós aumentarmos o nosso G (gastos, saída de recursos); Alguns vendem-nos a ideia de aumentarmos o nosso S (ganho de dinheiro), seja na forma da sorte (loterias, cassinos), do roubo legal ou ilegal, na busca pela "carreira certa"; ou variações do tipo. Mas trata-se de ilusões ou distorção de vocações. Porque pela lógica da sobrevivência ou vida de "sucesso" as pessoas se dispõem de abandonar aquilo que gostam para não correrem o risco de serem engolidos por esse simples balanço. Um jogo econômico que se reduz a uma finança. Esta se complica em milhares de normas e métodos, com taxas e serviços e bens e defesas jurídicas a perder de vista, para segurança das pessoas. E a propaganda se ocupa em inculcar nas mentes (via subconsciente) de que precisa-se de mais bens, mais serviços, mais movimentações, mais trocas,...qualquer coisa que faça seus recursos saírem de seu domínio para circularem no mercado. Diz-se que isso ajuda a economia, que por sua vez mantem a civilização em marcha de progresso.

Qualquer movimento para cessar a circulação econômica é uma ofensa para a forma-pensamento hodierna. Mas então vive-se uma ditadura virtual, na qual o mandamento é gastar em inutilidades para a sobrevivência da civilização. Quem não o fizer é posto de lado e, em casos se ameaça grave ao modo de vida, excluído do rebanho. Mas de que adianta injetar recursos e emoções em atividades  e bens que estagnam o espírito e mantem a matéria estática, confortável em seu baixo nível ondulatório? O universo caminha para a extinção da matéria e energia (isso a própria Física Moderna o comprova), que é a consequência da Lei da Entropia. Logo, quem crê em Deus tem um leve senso de que a verdadeira vida não está fincada na dimensão espaço ou tempo (espaço-tempo), mas tem uma sua manifestação nesse plano. Ela continua em outros planos, não mais físicos, e sim conceptuais, em que a consciência não é o ápice e sim a base de tudo - além há a superconsciência (intuição), a consciência místico-unitária, e além...Deve-se expandir sempre...

Em que ponto estamos?

Passaram-se 150 anos desde que a indústria começou a despontar. Todas melhoras se deram graças ao grito de muitos que, pressionando os poderes do mundo, possibilitaram que nós tivéssemos uma vida relativamente decente. Direitos (não regalias) sociais, humanos, fim da escravidão, justiça do trabalho, sistemas públicos de saúde e educação universais, de assistência social, sistemas de tributação progressivo,...todas essas conquistas são frutos da verdadeira civilização. Frutos que devem ser melhorados, mas não destruídos. A humanidade começa a perceber que deve justificar seu ímpeto de liberdade. Para ter tempo livre é preciso demonstrar saber usá-lo de forma minimamente construtiva, visando ascensão. Somente assim o povo terá força para dobrar o poder do mundo e melhorar as condições de vida. Nada é mais perigoso a um grupo de egoístas poderosos do que um povo munido de consciência. Um povo que atua em unidade, pela unidade, em direção à Unidade. Mas para essa (ainda) utopia se concretizar, há de se reformar o íntimo da natureza humana. Deve-se dialogar com o próprio espírito, aceitando-o.

De uma sociedade calcada na escravidão para outra apoiada na servidão e desta para uma forjada pelo trabalho assalariado. Muda-se na forma, mas a substância (o que move a sociedade) é a mesma: extrair de algo / alguém para satisfazer uma lógica que se julga essencial para construir e manter o atual modo de vida. Mas modos de vida são superados e o que morre renasce de forma mais bela, mais eficiente e mais transparente. Não adianta querermos ser chefes ou possuir os recursos. Isso trará infelicidade e débito perante o Alto. Devemos ansiar por acabar com a pirâmide ao invés de galgar degraus nela à custa de sofrimento alheio. Pirâmide conceitual que nos aprisiona. 

Consumo e emprego são dois lados de uma mesma moeda. Um reforça o outro. Consumo conspícuo e trabalho alienado é o que está corroendo o atual modo de vida. Saindo desesperadamente de um escritório cheio de pressões para gastarmos em ilusões num shopping reforça um ciclo que nos afunda num mar de perdição com possibilidades decrescentes de salvação. Esse é o caminho fácil. Trabalhar incessantemente em algo para fugir de realidades ou para esmagar alguém pode ser tão ou mais nocivo que explodir cidades - a depender do poder que se possui. O que era para ser uma celebração da vida, um meio de ascensão, o consumo consciente e o trabalho construtivo, o sistema atual converteu em consumo conspícuo e trabalho alienado. Nós, ao não percebermos isso, ao cedermos à preguiça e aos prazeres e à ausência de sentimentos, nos enterramos. Não! Não! Paremos de cavar nossa cova! Merecemos mais! Somos criaturas do Criador. Ele quer nosso bem e nos guia SEMPRE para nossa integração em seu SER. Basta sintonizar a nossa vontade com a vontade de Deus. 

Este é, em linhas gerais, o roteiro evolutivo a ser adotado por uma humanidade consciente. Os detalhes devem ser buscados por cada um. Aplicados os princípios começarão a surgir ideias. Entrar numa espiral de despertamento intensa, arrebatadora e sincera é o caminho para a gloriosa ascensão. Ascensão que trará uma percepção mais profunda da verdade. E com ela, uma libertação de amarras, tornando-nos aptos a construir o que o íntimo da alma coletiva anseia, desesperadamente: uma humanidade da qual valha a pena fazer parte. A humanidade do porvir. Tão próxima quanto a nossa vontade e ousadia orientada permitirem.