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quarta-feira, 30 de maio de 2018

Cap. 10 a 13 - Estudo da Fase Matéria, 1ª parte (AGS)

A forma menos sutilizada da substância assume - em nosso universo - a denominação "matéria". É ela a manifestação mais bruta de princípios superiores, que regem seu desenvolvimento através de leis físicas inexoráveis, tal como a da gravidade, da condução de calor, da acústica, da desintegração atômica, entre outras. A matéria obedece as leis mais rudimentares de nosso cosmo de forma determinística, não sendo capaz de se emancipar dos princípios que a mantém refém, sendo portanto o ponto de involução máxima do Universo trifásico em que existimos - falarei dessa característica trina posteriormente.

Vimos que atualmente nos encontramos em fase ascensional (γ→β). Parte-se do ponto de maior condensação da substância para em consequência atingir sua degradação, dando gênese a uma nova manifestação: a energia. E com isso nasce o tempo tal qual o conhecemos e sentimos.

"Chegareis, como vos disse, a produzir energia por desintegração atômica, ou seja, a transformar matéria em energia.

Conseguireis penetrar com vossa vontade na individualidade atômica, produzindo alterações em seu sistema." Cap. X, AGS


Nossa jornada iniciar-se-á na juventude da matéria, com suas
formações macro (nebulosas). A partir daí seremos arrastados
pelas vias do transformismo. Esse é o convite de Sua Voz.
As implicações de tal descoberta irão muito além das aplicações práticas imediatas, sentidas em forma de destruição (bomba nuclear) e bem-estar social via geração energética (usinas nucleares). A partir do bombardeio do núcleo atômico e suas implicações a humanidade irá ter dentre suas fileiras de espíritos e mentes mais inquietos progressistas incessantes. Serão almas diversas, cada qual com sua formação profissional, história de vida, classe social, sexo, constituição genética e prática cultural, que irá buscar o princípio pelo qual o fenômeno atômico ocorre, e desnudará o mistério a partir de analogias, vivência e implicações, buscando situar o acontecimento na grande corrente histórica do progresso humano, cujo vértice é a libertação da ignorância. Leia mais antes de julgar...

A solução de problema físico-químico, de ordem material, traz junto consigo, em germe, um novo problema, em forma filosófica, que demanda por espíritos com grande capacidade de abstração - e igualmente, vivência. Isso é ignorado até o ponto em que a aplicação do novo "invento" começa a ser visto como algo destituído de sentido se não orientado por um princípio superior, íntimo, que está no ser humano escondido.

O modelo atômico se desenvolve à medida que os instrumentos de medição e as ferramentas (métodos, teorias, saberes) aumentam seu espectro de detecção. Assim passamos do átomo contínuo e estático de Dalton (esfera sólida), e depois de Thompson ("pudim da passas"), para o descontínuo e dinâmico de Rutheford (sistema planetário). Este seria detalhado por Niels Bohr, que introduziu os níveis de energia definidos - e a partir daí nasce a Física Quântica. Chega-se à conclusão não apenas que no átomo não apenas domina o espaço vazio, mas que a posição dos elétrons é uma probabilidade que depende do seu vetor velocidade - e vice-versa.

Modelo atômico de Rutherford-Bohr. Séculos para
sofisticar. Instantes para potenciar novas descobertas. 
A solidez é uma impressão causada pelas incríveis velocidades das partículas da eletrosfera. Esta tem "planetas" em órbitas indefinidas pelos nosso instrumentos. Em suma: a nova ciência quântica nos dá a limitação de nossas possibilidades racionais. Mas nos deixa tão mais sedentos por uma solução, nem que mínima, e intrigados, que a onda de adeptos (profissionais ou não) só cresce com o passar dos anos. Chega-se a conexão de espiritualidade com fenômenos quânticos [1]. Junto com essa confirmação empírica a consciência humana começa a sentir e viver de acordo com o princípio recém-descoberto, que aponta para a dinâmica da (dolorosa, misteriosa mas gloriosa) imperfeição, abandonando cada vez mais a estática da (incompleta) perfeição.

"Com a nova civilização mundial que está por surgir, a humanidade viverá então num mundo dinâmico." Cap. X, AGS

As confirmações já vêm ocorrendo de forma inquestionável em vários campos. Desde um sociólogo e filósofo de renome, com sua obra de mergulho no mundo liquefeito [2], até a gênese da ciência de sistemas, com expoentes de todos campos [3], alguns vencedores do Prêmio Nobel. Esse dinamismo não apenas significa progressão de ideias e revisão de conceitos, mas acima de tudo desconstrução de visões de mundo profundas, arraigadas em nosso subconsciente. Isso nos conduz à interpretação radical da realidade.

No aspecto geral (média universal) nosso universo já está na fase de envelhecimento da matéria (γ).

"Viveis num ponto relativamente velho do universo, e vossa Terra representa o período γ não no início, em sua primeira condensação, ainda próximo da energia, mas no fim, ou seja, no princípio de sua fase oposta, a desagregação, o regresso a β."  Cap. X, AGS

"Em vossa fase de evolução, a Lei vos abre o caminho através da passagem γ→β, e não de β→γ. Em outras palavras, o problema da desintegração atômica é solúvel para vós, não nas formas mais longínquas e menos acessíveis da condensação das nebulosas, mas naquelas da desintegração das substâncias radioativas." Cap. X, AGS

Existe um caminho natural que possibilita o progresso. Quando a marcha humana se alinha ao momento fenomênico do universo, descobertas se dão. Deve-se sentir o transformismo que rege tudo e todos, de todas formas, a todo momento.

Nossa expressão e emoção se ligam à manifestação da matéria.
Nela - mas não apenas - buscamos inspiração.
Iremos superá-la. Mas no momento vivemos nela.
Não há um movimento α→β→γ seguido de um γ→β→α. Tudo ocorre a todo momento (simultaneidade). É apenas a partir de um relativo que as coisas aparecem em sua manifestação sequencial. Isso é apenas uma impressão criada pelo estágio evolutivo hodierno. O ser humano irá aprender a superar essa limitação. Para isso deve abrir seu íntimo para o fenômeno 'vida'. Deve aprender a apreender o significado das leis. Auscultar a Voz do Silêncio [4].

Reflitamos: "Deus está, assim, onipresente em cada manifestação. Se assim não fora, como vos seria possível a observação de tais fenômenos, que certamente não poderiam ter esperado na eternidade para existirem e se mostrarem a vós exatamente no instante em que também nascestes e desenvolvestes em vós os sentidos e uma consciência que a eles se dirigem?Cap. XI, AGS

Leia. Releia. Depois pare e tente compreender com a mente. Viva um pouco. Caminhe, cozinhe, trabalhe e converse. Observe os outros. Pegue novamente. Reflita em nível mais abstrato, se libertando um pouco das imposições lógicas que as escolas e academias tanto inculcam em nossa mente racional. Sinta...

A cadeia de causalidade é uma ferramenta racional para compreendermos os fenômenos que nosso espírito assimila e admite como realidade. Mas ela em si não é a última verdade. Sua Voz aponta para a transcendência iminente do paradigma dominante. Do racional-analítico para o intuitivo-sintético. Daí nascerá a nova humanidade descrita por Ubaldi [5].

A matéria, encarada do ponto de vista estático, se individua em diversos elementos. Na época do tratado, eram 92 [6] - do Hidrogênio ao Urânio. O que distingue cada elemento é o número de elétrons, ou seja, o aspecto dinâmico aponta para a visualização estática. Outro ponto: por mais que decomponhamos o núcleo atômico jamais chegaremos ao último termo: pelo simples fato de que ele não existe (em nosso concebível).

"Disse que os elétrons giram ao redor do núcleo. Ora, nem mesmo o núcleo é o último termo; em breve aprendereis a decompô-lo. Porém, por mais que procureis o último termo, jamais o encontrareis, porque ele não existe." Cap. XII, AGS

Por que não existe? Pelo simples fato de nosso Universo ser trifásico ω=(α=β=γ), e portanto não admitir realidades que extrapolem os limites de manifestação da substância, seja em sentido involutivo, seja em evolutivo - retornarei esse conceito em outro ensaio. Por essa razão somente progrediremos nossos estudos da fase matéria quando adentrarmos na fase energia, em sentido evolutivo, que é um retorno conceitual do que está ocorrendo de forma natural no cosmos. Pode ser realmente alucinante mergulhar nesses conceitos, mas faz sentido quando vemos à fundo a vida.

O princípio que a matéria obedece é o mesmo que nós, humanos, somos levados a seguir de forma mais sofisticada. Em sua essência o fenômeno de transmissão de energia que o Sol realiza a seu conjunto de planetas orbitantes é uma doação. Até na bruta matéria vê-se o amor. O Universo é um canto infindável de amor, cuja manifestação tende a se tornar cada vez mais límpida, livre e libertadora. Não pode-se negar o que o coração admira.

Assim o indivíduo progride, juntamente com sua companheira de viagem, a matéria, que o sustenta enquanto há necessidade.

Referências:
[1] GOSWAMI, Amit. Programa Roda Viva, 12/03/2001. Link: https://www.youtube.com/watch?v=EgAPwSWuRog
[2] BAUMAN, Zygmunt. Link: https://www.youtube.com/watch?v=7P1MAZXFVG0
[3] PRIGOGINE, Ilya; MARIOTTI, Humberto; CAPRA, Fritjof; MORIN, Edgard. LORENTZ, Edward.
[4] BLAVATSKY, Helena. Link: https://pt.wikipedia.org/wiki/A_Voz_do_Sil%C3%AAncio
[5] UBALDI, Pietro. "A Nova Civilização do Terceiro Milênio". Link. http://www.aeradoespirito.net/Livros3/PietroUbaldiANovaCivilizacaodoIIIMilenio.pdf
[6] Á medida que o tempo passou novos elementos foram obtidos artificialmente, como o Plutônio, Uruntrium, Moscóvio, Tennessino, entre outros. 

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