Páginas de meu interesse

quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

A origem e o fim do mal e da dor

Para a humanidade continuar avançando será necessário ver sentido em todas as neuroses do presente, em todos os horrores do passado - e em todas utopias do futuro. Isso me foi dito pela minha intuição. E assim tenho conduzido minha vida: me observando e orientando meu ser

O mal é um fato em nosso universo e em nossas vidas. Isso não podemos negar. Resta então sabermos: por que ele existe? (e insiste!) Qual sua origem? Sua causa mais profunda? O que o 'acionou'? Quem o acionou? Como ele funciona em seus mecanismos mais profundos? Isto é, qual sua lógica de operação.

Fig.1: Por que bem e mal coexistem em nosso universo (e em nosso ser)? Por que tantas contradições? 
Essa luta incessante entre tantas antíteses? Como a evolução se dá? Por quê se dá? Qual a finalidade de tudo isso?
Isso tem a ver com nossas vidas cotidianas?

Por anos vivi e sofri em busca de explicações para isso. Grande parte dessa busca foi inconsciente. Buscava sem saber que buscava. Então muito sofria inconscientemente. Mas sempre senti que agia de modo muito diverso dos outros. A mim interessava resolver os problemas máximos antes de começar a atuar no mundo concreto, participando de atividades de fins imediatos e visíveis. De coisas valorizadas pelo mundo. E com isso ficava atrás nessa louca corrida pelas posições sociais, pela visibilidade, pela atenção e consideração dos outros, pelos prêmios e pela subida na hierarquia humana.

"Ele sentia algo imenso dentro de si mesmo, no seu passado; percebia uma tão vasta complexidade no próprio eu, que levou muito tempo para reencontrar-se, e não pôde fazê-lo senão lentamente, laboriosamente, parecendo, enquanto isso, inepto, tímido, medíocre. A sua consciência devia ser encontrada não apenas na superfície, mas também em profundidade."

História de um Homem

Depois de Ubaldi, continuo sofrendo - só que conscientemente, o que muda tudo. Ressignificação é a palavra-chave aqui. 

E mais: a busca é cada vez mais orientada e energizada. Ou seja, apontada na direção correta e alimentada por coisas que estão além das recompensas humanas - que são cada vez mais insignificantes para mim. Isso dá um senso de independência das superficialidades humanas, e ao mesmo tempo, um sentimento de conexão com pensamentos mais elevados, situados no inconcebível. Há, de fato, uma sensação de arrebatamento (toda subjetiva e portanto não compreensível para baixos níveis de sensibilidade) ao ver certos filmes, ouvir certas músicas, estudar certos assuntos, observar certas relações entre pessoas ou fenômenos, que não é possível negar a existência de Deus imanente atuando continuamente e majestosamente nas profundezas desse mundo caótico. 

Mas a vida continua dura. Aliás, perceber esse esquema mais amplo da realidade não trará a ninguém prêmios ou coisas do tipo. Nenhuma facilidade. E (mais desesperador) se a pessoa começa a praticar esses princípios, permeando sua vida com eles, haverão mais assaltos. A luta estará armada e toda resistência se dará - de muitas formas, com toda força, e tão mais cruel quanto mais você ameaçar libertar pessoas da ignorância. 

Tudo isso foi intensamente vivenciado pelo autor ao longo deste ano de 2022. É mais uma marca em sua alma. Uma experiência adquirida. Indestrutível por estar fincada no espírito, dono da consciência latente - aquela que sobrevive à morte física, nossa essência.

Eis como aqui não se trata de um simples espaço virtual que despeja uma bela e sofisticada erudição, com conceitos científicos, pensamentos filosóficos, textos poéticos e sequenciamento de ideias harmônicas, com musicalidade divina. Não. Aqui também se vive o que se repassa. 

A vida cotidiana é laboratório de experimentação. É campo de tentativas e erros (cada vez mais orientadas), no qual o autor vive a realidade cruel, imposta a tudo e todos, num sistema falimentar que não é mais capaz de viabilizar o progresso humano. Um sistema ultrapassado que só se sustenta devido à falta de ousadia criativa dos seres que o forjaram (inconscientemente). Um sistema que pode ser visto como o último grande bastião do Anti-Sistema (AS), temeroso com a ascensão do Sistema (S), isto é, uma natureza humana que superou o pior do passado e se lança destemidamente ao melhor do futuro. 

Sobre esse 'melhor do futuro', posso afirmar sem medo aqui que a Grande Equação da Substância (GES) oferece uma cabeça-de-ponte para os próximos séculos (e quem sabe milênios), que será capaz de dar apoio a uma humanidade mais amadurecida, que já superou seus piores instintos e teve seus mais atrasados elementos expurgados (via Lei) para orbes mais condizentes ao seu grau evolutivo. 

É uma 'equação' tão magnífica que Gilson Freire escreveu um livro inteiro (verdadeira obra prima) para mostrar como essa 'equação' explica toda nossa vida e nosso universo. O livro é A Física do Espírito.

Vejamos ela num de seus aspectos - só para dar um aperitivo ao leitor ávido por vencer o mundo (e não vencer no mundo).

Fig.2: A Grande Equação da Substância aplicada às teorias científicas, de forma resumida. 
Fonte: Gilson Freire. 

O que ela nos diz?

Que o nascimento do nosso universo (físico) foi na verdade uma queda que sofremos, a partir de outro universo, não-físico. E que a morte do primeiro representa a restituição do segundo. E que a substância de que somos feitos se manifesta em sua forma mais rebaixada através da matéria, evoluindo gradativamente para formas dinâmicas (energia), vida orgânica, pensamento e além, numa evolução contínua e incessante, na qual todos indivíduos ascendem e se arrastam através de sua interdependência. 

Ela revela que vivemos numa bolha espaço-tempo. E que nosso pensamento (aqui) é pautado e limitado por essa bolha. E que essa bolha é constituída de dimensões pautadas pela 'criação' da matéria, da energia e de todos seus processos - ditados por suas leis específicas. 

Ela confirma tudo e mostra que a degradação (2ª Lei da Termodinâmica, aumento de entropia, dS>0) não é destruição, mas sim ressurreição. Que os ciclos se abrem aos poucos, adquirindo tom de progressão, formando uma espiral (2D) que se revela um vórtice (3D), esquema fundamental de evolução neste universo. Universo decaído que só extinguirá (=reerguimento do ser decaído) com a evolução - que nada mais é do que um nome diferente para salvação. 

Ela revela que nosso universo, nossas vidas, nossas posições sociais e títulos e corpos e etc., são transitórios. E que isso é bom! Porque apenas o desgaste da forma pode viabilizar o renascimento do ser, alternado o centro de gravidade da consciência do indivíduo, que se coloca cada vez mais alto - em termos dimensionais, não espaciais. 

A ciência (a verdadeira ciência, que preze pelo seu título) está chegando, aos poucos, a essa visão. Cautelosamente, mas firmemente. Ao menos os cientistas menos preconceituosos estão avançando. Sara Imari Walker é uma dessas grandes mentes da ciência que está constatando que a informação é subjacente a todos processos físicos - sejam eles da matéria inerte ou da vida. O vídeo abaixo (um TED Talk que ela fez) pode dar uma ideia disso.

Se você deseja se aprofundar nessa questão - a meu ver central para compreender o mecanismo de funcionamento de tudo que existe - recomendo um outro vídeo que ela apresentou sobre vida e consciência.

"A Vida está onde a física da informação é a física dominante" 

WALKER, Sara Imari

Percebe-se que existe sempre um co-operação, uma co-evolução, entre entidades capturáveis pela nossa mente (e/ou nossos instrumentos). Mas quem coordena esses agentes do campo dualístico não se revela nesse campo. Parece não fazer parte dele (apesar de atuar nele). Vive no mundo sem ser do mundo...

"A nossa biologia é de substância, não de forma. Alcançamos não a veste orgânica, que se modifica, mas o princípio, que não morre; não a aparência exterior dos corpos físicos, mas a realidade íntima que os anima; não o que se desfaz, mas o que permanece; não o indivíduo nem as espécies em que as formas se reagrupam e se encadeiam em desenvolvimentos orgânicos, mas a expansão do conceito dirigente do fenômeno do psiquismo que vos preside; não a evolução dos órgãos, mas a evolução do eu que os melhora e os plasma para si, como meios para sua própria ascensão."

AGS, Cap. 51

Então percebe-se que existe um princípio da Vida, que é sempre íntegro, intangível, imortal e único; e uma manifestação da Vida, que pode assumir diversas formas, a depender do ambiente (ex.: tipos de átomos que formam moléculas disponíveis, condições atmosféricas, etc.) e das circunstâncias. Então tudo fica mais claro, e se enxerga que a vida tal qual a conhecemos pode assumir outras formas. 

Se alguém acha que isso não tem sentido, recomendo a leitura deste artigo, publicado na BBC Brasil.

Não poderia deixar de captar outra evidência clara, vindo de outra pessoa da academia, desta vez da área de filosofia e humanidades, que é o Prof. Clóvis de Barros Filho, da USP. No podcast da Flow ele fala sobre sua crença em Deus e fé.

É interessante notar que ele afirma que sua razão não dá conta de chegar onde ele precisaria chegar, e que por isso o seu vínculo com o Divino é um vínculo de fé. Justamente o que a teoria de Ubaldi revela e sistematiza de modo tão formidável. 

Continuando alimentando essa crença (que ele chama de fé) chegar-se-á a intuição, produto de uma profunda maturação interior - que vem através das árduas experiências da vida.

"Habituai aos poucos vosso pensamento a seguir esta nova ordem de ideias. Se souberdes transferir o centro de vossa personalidade para essas camadas profundas, sentireis revelar-se em vós novos sentidos, uma percepção anímica, uma faculdade de visão direta; esta é a intuição da qual vos falei. Purificai-vos moralmente e refinai a sensibilidade do instrumento de pesquisa que sois vós, e só então podereis ver."

AGS, Cap. 2

Tudo isso foi necessário desenvolver para apresentar esse último vídeo (a visão máxima, o menos palatável ao homem comum), que trata esse aspecto sob uma ótica mais vasta, fazendo jus à visão de Ubaldi.

"Os místicos afirmam que o mal é insubstancial e tudo que existe é bom" 

Priscila Buchholz

Eis que através de evidências diversas no campo da perquirição filosófica, das últimas teorias e orientações da ciência, da arte e dos inúmeros casos de vida, é possível atingir uma visão máxima do fenômeno. Tudo se torna unitário e com significado. Tudo possui um íntimo e imortal princípio de funcionamento, com uma direção amorosa.

Viver, pensar e sofrer -  conscientemente. 

Esse é o primeiro passo para resolvermos o problema do mal e da dor.

2 comentários:

  1. "Eis como aqui não se trata de um simples espaço virtual que despeja uma bela e sofisticada erudição, com conceitos científicos, pensamentos filosóficos, textos poéticos e sequenciamento de ideias harmônicas, com musicalidade divina. Não. Aqui também se vive o que se repassa. "

    Tua arrogância velada é irritante.

    Não percebes, não é? Claro que não. Estás imerso numa atmosfera de orgulho e vaidade.

    Teus textos são justamente o contrário do que tanto tenta qualificar. São enfadonhos, vazios, exibicionistas. Carregados de uma arrogância, de um orgulho tão sutil, tão fino, que ao invés de alimentar a mente do leitor, dá-lhe náuseas. São “abortos de pensamento”. É como uma imitação muito mal feita do estilo de Pietro Ubaldi. Este sim, escreveu genuinamente. Nele é que encontramos algo real, substancial.

    Já sei como vai proceder ao ler este comentário: fará um exame de consciência e verá que está “alinhado com as Leis de Deus”, assim como fizera Ubaldi quando A Grande Síntese e Ascese Mística foram colocadas no index. Você, como um ser evoluído, descido das altas esferas espirituais, não pode paralisar a missão da produção textual divinamente intuída porque a raça humana involuída dependerá do seu trabalho, assim como do de Ubaldi, para ascender. Concluirá que não passo de um involuído, de uma pessoa que não consegue ver além devido às limitações da minha posição relativa ao estado involutivo da minha consciência; que o interpretei mal, porque, afinal, o involuído não compreende o evoluído, o “mais” compreende o “menos”, mas não o contrário; que sou “fera entre as feras” aqui no AS; que sou do biótipo tipo astúcia, etc.

    E revise a utilização dos artigos após o pronome indefinido "todos(as)". É bem irritante.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Saudações Anônimo.

      Agradeço pela vossa manifestação. Ela é de grande valor para mim: graças a ela pude confirmar o que venho vivenciando há muitos anos.

      Saudações fraternas.

      Excluir