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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

OS TRÊS PILARES

Três são os pilares capazes de sustentar integralmente um ser humano. Possuímos cada um deles potencialmente. Isto é, temos a semente que viabiliza o desenvolvimento de cada um. Está em nossa essência. No entanto, poucos são aqueles que os tem atualizados - desenvolvidos ao máximo.

Para enfrentarmos e atravessarmos os áridos desertos das sucessivas existências de modo construtivo precisamos ter o trinômio corpo-mente-espírito operando em harmonia, com o último (espírito) guiando os outros dois (corpo e mente). Tem-se assim um ser consciente e orientado.

Para uma harmonia integral devemos estar com nossa vida em ordem em três aspectos:

1. Econômico-financeiro
2. Social-afetivo
3. Psicológico-espiritual

Por que esses três aspectos?

Em nosso mundo atual, para que a mente possa prosperar e o espírito se manifestar, a realidade material deve estar garantida. Isso inclui casa, comida, saúde, segurança, vestimenta, etc. Esses itens são imprescindíveis para que possamos canalizar nossas energias e criatividade para esferas mais elevadas. E para ter isso, no presente mundo, com suas lógicas e métodos, precisa-se estar numa situação econômica confortável. Até o ponto de garantir o que realmente importa. Ir além é ilusão traiçoeira que se torna desperdício e atrasa a verdadeira ascensão.

Os tripés feitos hoje em sia tem apenas uma perna
sólida em sua essência (finanças). Mas precisamos
do social e ambiental tanto ou mais que.
Com os meios materiais garantidos deseja-se ir além na horizontalidade do mundo: nos abrimos para programas diferentes e assim conhecemos pessoas diversas. Desenvolvemos as habilidades comunicativas entre amigos, na escola e no trabalho. Queremos nos manifestar mas devemos respeitar. A nossa verdade relativa se expande quando nos deparamos com outras verdades relativas, e estamos abertos para nos melhorar e (automaticamente) melhorar aos outros. E vice-versa.

As características biológicas complementares entre o masculino e o feminino revelam uma necessidade de se ir além da sociabilidade. Salvo casos de gênios, santos, místicos ou heróis, é natural do ser humano se associar num grau mais profundo com outro, formando um casal. O que se perde em quantidade se ganha em qualidade. A horizontalidade visível-atuante cede um pouco de espaço à verticalidade invisível-sensível. E experimentando as duas facetas da interação humana é possível se conhecer melhor em todos aspectos. No trabalho e em casa haverá um sentido.

Existe ainda um pilar de fundamental importância que ainda tem pouco valor na prática. Geralmente nos limitamos a pregar sua importância sem no entanto ouvirmos nosso Ser profundo - desenvolvê-lo.

A mente quando atuante é canal para o mundo social e mesmo afetivo.

A mente quando reflexiva é canal para o mundo espiritual.

O fato da mente ser canal não significa que ela seja.

A mente em si é um recurso material que melhor exprime o intelecto, nos tornando seres capazes de analisar, ponderar, comparar, planejar. No entanto ela não é causa primária e sim efeito de algo mais poderoso. Tão poderoso que ainda está no campo do imponderável.

Quando estamos em equilíbrio com nossos bens, saúde garantida, uma ocupação (razoavelmente) gratificante, amigos bons e um relacionamento saudável, ainda paira um vazio sob nossa mente. Queremos algo a mais, mas não deste mundo. Nesse estágio e aqui só encontramos mais quantidades daquilo que já temos. Mas queremos uma qualidade nova e imprescindível, que muitas vezes não sabemos definir. Queremos resolver os problemas últimos.

Somos seres integrais: matéria, energia, espírito.
Precisamos tomar consciência disso. E igualmente
permitir que o mais guie o menos.
Quando o nosso psicológico chia - apesar tudo aparentemente estar bem - o espírito começa a traçar um novo ciclo evolutivo. Esse ciclo, para a grande maioria com condições (individuais e ambientais) boas, se inicia em estágios adiantados da vida - alguns, ainda muito imaturos, nem iniciam esse processo, enquanto raríssimos, reais evolvidos, iniciam isso ainda na infância ou adolescência. Começar-se-à a edificação do pilar psicológico-espiritual. Esse pilar, diferentemente dos outros dois, depende única e exclusivamente de nós. Ou seja: desse ponto em diante, ninguém poderá nos ajudar (exceto Deus).

Quem já se encontra em estágio evolutivo adiantado, tendo sofrido e compreendido as mais altas realidades da vida em inúmeras existências, possui uma essência suficientemente plena para se conscientizar do sentido da vida logo nos primeiros anos.

O jovem já de pronto tem intuição de que o mais importante é o desenvolvimento interior. São as riquezas que ninguém nos pode roubar. São absolutas, eternas, adimensionais. E com esse ímpeto ele inicia sua breve jornada nesse mundo, se orientando pelo seu sentimento interior. Nele o espiritual consolida o psicológico, que garante uma atitude reta e perseverante que lhe colocará próximo a pessoas boas (social-afetivo) e a uma situação de segurança material mínima (econômico-financeiro). Segurança necessária para que ele possa realizar sua missão.

Um ser com esses três pilares consolidados estará imune a qualquer mal. Sua integridade é alta. Tudo nele opera harmonicamente, sendo imune a vícios.

Abandono, demissão, morte, doenças,,,tudo que ocorre que lhe afete diretamente será visto com uma visão cósmica e utilizado como meio de ascensão do Eu interior. Ele sabe que esses "males" são temporários e a verdadeira tragédia está em não ascender com os próprios problemas

Melhor sofrer hoje para alterar um caminho estagnante, se elevando e sendo feliz amanhã,
do que gozar na inércia relativa de hoje para (fatalmente) amanhã sofrer com seus gozos transitórios.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

LIVRE-ARBÍTRIO

Somos livres ou não?

Os materialistas afirmam que tudo é caos. Veem o caos da vida ao redor, da sua vida, e concluem sem hesitar. Dizem o seguinte: somos livres sim, mas as consequências dependem de nossa sorte. É possível fazer o errado, praticar o mal, sem sofrer na consciência ou no mundo. E observando os fatos atentamente tendemos a concordar com esse raciocínio - por mais doloroso que seja. Mas o desejo de algo mais profundo existe e persiste. Falta aos materialistas a capacidade de ir além do real. Falta o ímpeto sofredor-transformador...

Esses sabem viver no mundo sendo do mundo.

O homem: primeira criatura capaz de escapar da
força gravitacional do determinismo.
Os espiritualistas puros afirmam que tudo é ordem. No entanto, para a grande maioria, sua ordem é baseada no monoteísmo: Um Deus transcendente que criou fora de si um mundo marcado pela dualidade eterna. Bem e Mal se combatendo intermitentemente. Um Deus com atributos materiais. Um Deus concebível pelo nível médio. Um produto de nossa limitada concepção de mundos elevados. Uma ordem punitiva da qual eles se julgam estar protegidos e o restante deve colher o que semeou. Estão certos em parte. Mas falta-lhes a capacidade de integrar o real com o ideal...

Esses não sabem viver no mundo sendo de outro mundo.

O ser integral já sabe: O Universo é ordem! Mas ele se encaixa humildemente nessa ordem, nessa Lei - a Lei de Deus. Um conjunto de leis que garantem nossa evolução e orientam cada ser. Leis físicas e morais. Em todos campos, descobertos (ponderável) e por descobrir (imponderável).

Esse ser percebe o dualismo mas sabe que o Todo é Uno. Existe um princípio único, irredutível, no infinito, para o qual caminhamos indefinidamente e irresistivelmente. Eis a concepção monista! A analogia nos revela a incrível ligação entre os mais diversos fenômenos e circunstâncias. Um método de captar a essência de milhares ou milhões de manifestações ou pessoas, díspares em sua forma, mas próximas em sua substância. Seres que no fundo possuem um mesmo objetivo comum, cada qual com sua individualidade cósmica, inimitável. Uma função específica. Uma hierarquia.

Esses sabem viver no mundo não sendo do mundo.

Somos livres!, esse ser afirma. Mas nossas ações nos prendem a consequências. Nosso pensamentos (idéias, sentimentos) viram ação (energia) que se materializa (obras). Segundo Pietro Ubaldi, três fases: alfa - beta - gama (espírito-energia-matéria).

No infinito passado, presente e futuro se fundem.
Nada foi nem será. Tudo é. Esse conceito fica cada
vez mais claro com o estudo das obras de
 Pietro Ubaldi e Huberto Rohden.
Cada vez que nos lançamos numa trajetória assumimos um compromisso. Nos prendemos às suas consequências. O grande trajeto foi traçado, podendo ser alterado minimamente. Apenas após a exaustão das forças que o causaram poderemos dar novo rumo às nossas vidas*. E as consequências assumem várias formas, podendo passar despercebidas para aqueles pouco dotados de sensibilidade. 

Quantas vezes na vida não encontramos explicações lógicas para alguns acontecimentos, atribuindo-os à má sorte? Mas eu afirmo: são consequências de ações passadas. 

O imponderável pode não ser visível, mas sua atuação é real, consistente e justa. Seus efeitos podem vir como uma erupção capaz de abalar nosso mundo "concreto". O desencadear de efeitos forma uma atmosfera que toma forma lentamente. Pode demorar anos, décadas, existências...mas não existe causa sem efeito.

Admitir simplesmente ao acaso certos comportamentos é deixar a luta da vida. Uma luta de descobertas, aceitação e dores. Uma luta na qual as descobertas exigem paciência; a aceitação compreensão; e as dores uso sábio. 

Sem dor não há salvação!

Não que devamos buscar gratuitamente o mal-estar. Mas usá-lo para nos elevar. Moldar o nosso espírito. Construir a única riqueza. Aquela 100% segura. Impossível se ser roubada por exploração ou agressão. Riqueza individual, a ser conquistada duramente em nosso mundo, com uma mentalidade de outro mundo.

Ser livre verdadeiramente é obedecer a uma Lei superior conscientemente. 


* Esse fenômeno é muito bem descrito na obra A Técnica Funcional da Lei de Deus.

NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS

Era algum dia da semana do mês de Agosto. O ano: 2005. Eu estava saindo de uma aula de Resistência dos Materiais I junto com meus colegas e já havia planejado dar um pulo no Espaço Cultural Casa do Lago - um centro cultural da Unicamp - para assistir um filme nacional de um diretor novo chamado Marcelo Masagão: "Nós que Aqui Estamos por Vós Esperamos". Título longo, tema desconhecido...Mas fui! Era de graça mesmo e estava livre pelo resto do dia. Passada uma hora e meia cheguei à conclusão de que foi a atitude mais inteligente tomada por mim nos últimos tempos.

"Nós que Aqui Estamos..." se refere ao nome de um cemitério localizado no interior do Brasil. Os mortos (o aqui) esperam por nós (vós) pacientemente, pois não há nada mais certo na vida de que esta vá findar, cedo ou tarde, agradável ou desagradavelmente. Talvez o título sirva para nos alertar o quão importante seja a vida e o quão certa é a morte. Apesar disso, o ser humano foi capaz de banalizar ao extremo a vida ao longo do século XX, através de com guerras, propagandas, alienação, destruição do meio ambiente e avanço tecnológico desenfreado. O filme de Masagão propõe uma reflexão sobre tudo isso, induzindo o espectador a buscar os porquês e o comos de tanta brutalidade.

A inovação do diretor está presente em toda projeção. A primeira delas está no fato de assistirmos ao longo de 70 minutos um filme-documentário mudo. Há apenas imagens de arquivo acompanhadas de uma - bela e memorável - trilha sonora, de Wim Mertens, com um piano e vozes que dão tom e intensidade aos acontecimentos históricos que permearam o século XX. A música se torna realmente um protagonista de peso, dando força e emoção a cada passagem.

A segunda inovação está no modo de abordar a História. Pessoas comuns cujos atos foram considerados insignificantes para os meios de comunicação e poderosos Estados, mas que juntas foram as únicas responsáveis por moldar toda a beleza e bem estar da humanidade. São os agricultores, mineiros, profissionais especializados, donas de casa, mães, crianças, artistas, pedreiros, alfaiates...uma infinidade de indivíduos, cada qual com seus hábitos, sonhos e pontos de vista.

A terceira talvez seja a mais interessante. Colocar frases de pensadores famosos (filósofos, escritores, estadistas, artistas, cientistas, etc) junto a fatos históricos de peso. Essa combinação revela ter uma força tremenda e nos convida a rever os nossos valores. Ao mesmo tempo é uma pancada moral para os governantes do mundo - sejam estes do governo ou de empresas - porque questiona o modelo de progresso imposto por eles ao resto do planeta.

Existem inúmeros filmes com diálogos, efeitos especiais, astros (não atores) famosos e uma avalanche de outros recursos, mas vazios de conteúdo. E apesar de tudo, vazios. Sem alma. Sem emoção. Sem nem capacidade de extrair uma risada natural do espectador. Em "Nós que Aqui Estamos..." as imagens falam por si. Não é preciso mais nada para atingir o espectador. A música de Mertens nos envolve do começo ao fim da projeção, de modo que passamos a ir além da audição. Passamos a senti-la.

Raras vezes o Cinema nos brindou com uma obra tão original e sensível. Infelizmente o filme teve pouquíssimas cópias lançadas - talvez duas...ou três, com muita sorte... - e não é encontrado em nenhuma locadora, ou sequer passa nos canais por assinatura.
Um pecado! 

Trailer 
https://www.youtube.com/watch?v=mOJYZSdmv8o

Struggle for Pleasure - Wim Mertens
https://www.youtube.com/watch?v=_2xa46ytiSs

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

CONSTRUIR O FUTURO ACEITANDO O PASSADO

Existem três ingredientes essenciais para melhorar nossa vida, independentemente do passado que julgamos ser tão assombroso. Paciência, Persistência e Independência.

Paciência - Ela é o que eu chamo de "última virtude" a ser domada pelo ser idealista. É aquela que permitirá à pessoa vivente no infinito espiritual (e sofredora no finito cotidiano) estabelecer um retorno ao mundo prático, sem no entanto perder a singeleza abstrata e influente que ela tanto acreditou e chegou a vivenciar. É a virtude de salvação que atinge a todos que iniciam uma trajetória ascensional rápida, bem intencionada - mas sem orientação equilibradora. 

Persistência - É a capacidade de continuar em atividade mental e emocional quando o mundo não responde da forma que esperamos.É não agigantar a importância das temporalidades materiais (o efêmero), percebendo que para atingirmos um mais efetivo devemos passar por um (vários) menos volátil.

Independência - Difícil de ter na dose ideal que faça merecer a essência do vocábulo. Um excesso dela não é ela de fato, e sim uma distorção que leva ao isolamento e falsa sensação de superioridade - se fôssemos seres tão evolvidos não estaríamos neste planeta. Uma carência dela nos deixa reféns de circunstâncias, instituições e pessoas. Pior: nos deixa prisioneiros de nossos instintos, inibindo dar asas ao intelecto racional e sentimento intuitivo. 

O trinômio Persistência-Paciência-Independência, em equilíbrio, são as armas que devemos internalizar em nosso íntimo para seguir um processo de adaptação ao mundo que nos rodeia. Adaptação sem submissão. É viver no mundo sem ser do mundo nem se achar mais (ou menos) que o mundo. É permear os simples afazeres cotidianos - mesmo aqueles banais - com o misticismo sentido e vivido em pequenas doses em fases anteriores. É compreender em sua profundidade abissal o porquê do mundo ser assim e adorar isso - por agora ser claro!


Seres conscientes guiam e conhecem suas trajetórias.
O futuro não será melhor enquanto nosso passado doloroso não for visto como uma etapa necessária, sem a qual poderemos atingir um patamar mais consciente e portanto livre. 

Há momentos em que nosso presente parece ser produto de ações imprudentes, e portanto amargo. Mas ao mesmo tempo ele parece ser uma bênção. Isso mesmo: uma bênção, à medida que sentimos os pequenos milagres que começam a se esboçar um dia após outro. Percebê-los é difícil. Mas para isso não devemos usar o mundo como referência (o outro, os outros), e sim o nosso passado. 

O que para nós era julgado inviável ou impossível ou ambos passa a ser menos disso depois das marteladas de dias anteriores. Eis a função da dor de antes! 

Pensar, refletir e sentir o plano geral de sua vida começa a deixar cada acontecimento mais claro, cada repúdio ou negação mais aceitável, e cada gesto simples do outro mais cheio de significados - antes ocultos. É comprovada a sua sensibilidade. Em seguida, - e como consequência - suas atitudes são potenciadas e dirigidas para os alvos corretos nos momentos corretos. É o início de uma pequena salvação após uma pequena queda. 

Nada se recupera sem o trinômio fundamental. Ele é causa de todas outras habilidades e feitos. Devemos desenvolvê-los em nós. Aceitá-los. 

Precisamos transcender as barreiras do passado aceitando algumas coisas que não queríamos aceitar. Mas jamais devemos nos tornar reféns delas. 

Devemos romper barreiras mentais sem mudar nossa essência.

Devemos permear o menos com o mais. 

Devemos sentir sinceramente para pensar orientadamente. 

Nada mais, nada menos.

Lembrem-se:
                         a independência deve ser mental
                             a persistência sólida e lenta
                                   a paciência amorosa
                   

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

FENOMENOLOGIA DOS RELACIONAMENTOS – PARTE 2

Cada ser humano vê o seu semelhante de forma particular. Do consenso de opiniões sobre o mais banal e evidente às particularidades divergentes, o aprofundamento em si e no outro começa a trazer à tona diferenças imperceptíveis a princípio. Saber compreendê-las é a arte da vida. Algo além da ciência, além do intelecto. Apenas ao alcance daqueles capazes de intuir o porquê e o porvir. Ou seja, poucos.

Para os não-iniciados no campo do amor cósmico, as diferenças ofuscam os sentidos, blindam a mente e impedem a manifestação do coração. Consequentemente dificultam (ou impedem) interação mais profunda – isto é, uma vivência mais próxima da realidade: a única coisa que se sustenta na tempestade dos tempos.

Albert Finney e Audrey Hepburn em
cena do filme "Two for the Road".
Para aqueles iniciados na verticalidade mística do amor infinito, essas diferenças ou empecilhos começam a ser vistos como objeto de reflexão sobre si. É através de inúmeros insucessos e incompreensões (do outro sobre ti e de ti sobre o outro) que a perplexidade de ontem se transforma no desafio de hoje. E se compreendermos porque o infinito dos místicos conduzem esses homens à paciência incondicional e à perseverança inesgotável, é simples questão de tempo convertermos o desafio em plenitude interior. Trabalho homérico.

Infinitas são as formas de demonstrar afeto. Infinitas e por isso peculiares. Se nos atermos à forma a às convenções – ensinadas pela família, sociedade e livros – estaremos na senda da humanidade tateante, desejosa por uma felicidade que não sabe como alcançar. Mas se alguém teve uma epifania, uma síntese sobre as últimas questões colocadas até nossos dias, essa pessoa iniciou um processo de sensibilização nervosa-psíquica irreversível. Como produto o peso da forma e das convenções começa a decrescer ao passo que nasce uma visão mais substancial dos acontecimentos. É o desabrochar de um novo mundo interior que fará perceber a realidade profunda do mundo exterior. E com isso a modificá-lo, sem barulho, teorias ou competições.

O ser prestes a despertar já intui uma nova realidade. Inicialmente não se dá com o mundo e o odeia participando de seus ritos; depois continua assim, mas se isola. Nesse isolamento muitos sucumbem, passando anos, decênios (ou vidas!) estacionados, criando falsas idéias, teorias e explicações acerca do seu estado de ânimo e/ou sucesso. Fazer uso sábio dessa fase de retração é a única garantia de transição para uma etapa consciencial mais suave, livre e potente.

Em que consiste esse “uso sábio”?

Olhar para si profundamente. Apontar os canhões de análise e crítica para si. Paralelamente, ganhar percepção da imortalidade de sua essência (individualidade imaterial), apesar da finitude de sua presente existência (pseudo-individualidade orgânica). Inversão de valores com expansão de consciência.

Valérie Lemercier e Jeremie Elkaim em
cena do filme "Main dans la main".

Ao entrar na zona de turbulência muitas são as dúvidas, os medos e as dores. Não poderia se diferente: se quisermos atingir um estado mais próximo ao sublime – via sublimação espiritual – devemos pagar o preço por isso. E o trabalho a ser feito é exatamente sobre os pontos que escondemos e evitamos tocar, julgando-os perfeitos e estáticos. Perfeitos porque não passíveis de mudança; estáticos por serem o zênite que resume o melhor de nosso ser. Duplo conforto, dupla ilusão. E assim sendo, as dores persistem. E não querendo operar a cirurgia moral interior, apontamos causas fictícias no mundo externo e adotamos posturas desgastantes que nos levarão sempre ao mesmo ponto, sem mudança mental. Apenas o cansaço é o ganho. Pseudo-ganho.

Começando a auto-investigação começam a surgir as centelhas de auto-conhecimento. Este será o ponto de apoio para a alavanca de atuação no novo mundo.

Como dito, infinitas são as formas de demonstrar afeto.

Um simples desvio de olhar pode ter uma miríade de significados. O intérprete das convenções e formalismos dará sua resposta. O iniciado aceitará-as, mas adicionará possibilidades (expansão) e irá inserir dúvidas (flexibilidade) em alguns pontos.

Entre um moço e uma moça que se consideram amigos, numa despedida igual às anteriores, sem manifestações verbais ou gestos visíveis, um abraço ligeiramente mais longo pode revelar os mais íntimos sonhos. Abraço imperceptivelmente mais longo (3 segundos). Coincidência? Após dezenas iguais. Será? Após uma conversa mais íntima, mais sincera, no dia anterior. Uma conversa inédita, julgada irrealizável (por uma ou ambas as partes), que dá esperanças e reforça possibilidades. Possibilidades estas que estavam prestes a serem apagadas pelas areias do tempo.Uma conversa agradável ao ponto de preencher a vida de cada um sem a necessidade de contatos físicos ou promessas.

E não apenas a duração, mas um toque fora do padrão (um toque!). Nada de mais. Apenas um tocar numa região das costas diversa. Somada a um movimento que – sem que saibamos explicar – tem alta possibilidades de ser traduzido como “carinho” + “compreensão” + “paciência”. Dificuldade no saber, certeza no sentir. É a utopia mostrando sua existência. Uma mini-utopia, que poderá levar à gestação de outras (mini-utopias).

Persistir sem se distorcer.

Evoluir sem humilhar.

Se humilhar para estender a mão.

Assim caminha uma espécie de admiração que inicialmente poderia ser rotulada de doentia. Mas que se revela pura poesia.

Seres assim nada planejam. Mas não são inconscientes. Apenas seguem sua natureza sincera e paciente. E com isso, olhando para trás, se dão conta de estarem edificando algo inidentificável a princípio, mas que se revela mais harmônico a cada mês, ano, década.

Seres conscientes de sua limitação perante as grandes obras de Deus. Conscientes até os limites de suas possibilidades. Inconscientes após. Pois a partir dessa fronteira deve-se ter a humildade de entregar o controle e ciência nas mãos do Arquiteto-Mor da vida.

Gostar de alguém implica se libertar da vontade de possuí-lá.
Implica compreender cada gesto dessa pessoa.
Implica enxergar sua forma de te respeitar.
Implica escutar e sentir no infinito e agir no finito.
Implica desejar do fundo da alma a felicidade daquela pessoa.

Existem mundos que não podem ser estudados, apenas sentidos e vividos.

Mas são estes mundos que dão o combustível para todos os estudos.

A força que conduz o mundo para a evolução está oculta para o homem barulhento.

Mas se revelará cada vez mais à medida que estes se tornem iniciados na mística.

domingo, 11 de janeiro de 2015

NO FUNDO SOMOS DESCOBRIDORES, NÃO CRIADORES.

Parece óbvio para quem se deu ao trabalho de, do “nada”, concretizar alguma coisa, seja invenção, teoria, filosofia ou obra de arte, recolher os méritos de sua “criação”. Nada mais justo para a mentalidade presente. Nada mais do que uma obviedade aparente, muito distante de uma realidade profunda.

Quem “cria” parte de algum ponto. Utiliza elementos já presentes e ao seu alcance. Usufrui de ferramentas, métodos e idéias já seguras, graças a aceitação da maioria das pessoas e instituições. E daí, aliado a um certo senso de insatisfação, se projeta para o desconhecido, obtendo sucesso ou fracasso no presente. Se suficientemente madura e bem intencionada, é provável que tenha fracasso no presente, mas somente para obter o sucesso definitivo – no futuro. Não poderia ser diferente. Mas isso ainda não torna a pessoa criadora, e sim descobridora.

Monumento aos descobridores (tardios) das Américas.
Aprofundemos o conceito.

A partir do ponto em que tudo que se conhece foi criado (com ou sem finalidade, dependendo da crença da pessoa), nada mais restou às criaturas deste universo senão descobrir o seu meio e a si mesmas, além de reorganizar os elementos a seu favor. Isso seria criação de um ponto de vista restrito. Isto é, considerando que a partir do surgimento do cosmos (do tempo e espaço e matéria e todo pacote) não houvesse uma previsão – por parte de um possível arquiteto cósmico – das infinitas possibilidades de reagrupamentos que poderiam ocorrer. Isso é muito importante, porque se trata de uma percepção que altera o comportamento.

Da mesma forma que considerar o acaso traz uma série de implicações, – como a de considerar criação original tudo que se concretiza a partir de nossas mãos ou cabeças – sentir uma ordem em tudo e todos leva a outras implicações. Em primeiro lugar, essa visão (de ordem e telefinalidade) nos leva a reconhecer “criações” nossas como algo apoiado numa série de “criações” anteriores ou adjacentes, formando uma idéia de interconexão com: (1) a multiplicidade de mentes; (2) todas realizações passadas; e (3) possibilidades futuras que em nada se assemelham ao presente. Em segundo, essa interconexão sentida nos dá uma imagem de uma pirâmide na qual a base estava, desde o princípio do que conhecemos como Universo, inteiramente construída e solidificada, restando a todos que viessem posteriormente construir a partir de sua base para ascender – materialmente, organicamente, mentalmente e espiritualmente.

Em suma: para quem crê que tudo é ordem e caminha para algo melhor (mesmo que demoradamente...infinitamente demoradamente...), existe uma única criação. Uma proto-criação absoluta. Uma criação original e portanto única e verdadeira. E assim todas nossas realizações são no fundo descobertas. E o que designamos por criação (humana) nada mais é do que um meio para nos libertar de pesos materiais e mentais, e assim podermos descobrir mais a respeito de nosso meio e de nós mesmos.

A criação de Adão na Capela Sistina. Materialização
de algo muito mais profundo. 
Pense nas tecnologias. A invenção do trem, do carro, do avião, e de outros transportes tem a finalidade de diminuir tempos de trajeto, aumentar a segurança dos mesmos e com isso aproximar as pessoas; a comunicação (ainda teoricamente) tem a finalidade de aumentar as trocas de idéias e difusão do conhecimento. Elas não são fins em si mesmas. Mas ao mesmo tempo são imprescindíveis para que nos aproximemos do fim – evolução suprema – desde que utilizados com parcimônia e por motivos úteis. Fazer isso é difícil, uma vez que a humanidade em seu coletivo ainda é como uma criança comum de 5 anos que se deslumbra com os novos brinquedos e dá todo valor a eles, não percebendo que se trata de uma etapa .

E conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará.” (João 8:32)

O descobrimento é um passo rumo à verdade absoluta. É uma verdade relativa impressa – antes pelo indivíduo explorador, depois pelo coletivo internalizador – no seio dos seres que auxiliará outras verdades presentes, compreenderá verdades passadas ignoradas, e conduzirá à maturação de verdades futuras. Esse descobrimento permite uma série de novas ordenações (“criações”) que irão futuramente (após muitas dores provenientes do mau uso) aliviar a humanidade de fardos. E com isso nossa espécie poder-se-á concentrar-se em novas descobertas, mais profundas, que englobarão realidades mais vastas. E sucessivas descobertas – permeadas de dores e desesperos e trabalho árduo pouco reconhecido e nada remunerado – nos trarão libertação de inúmeras mazelas, deixando a alma livre para alçar novos patamares. Evolução em ciclos.

A Verdade nos libertará.

sábado, 3 de janeiro de 2015

EL LIBERTADOR

Épicos cinematográficos sobre grandes impérios abundam na história da sétima arte. Leônidas, Júlio César, Spartacus, Marco Antônio, Alexandre Magno, Napoleão, Lawrence da Arábia, Patton, Hitler, Mc Arthur,...Inúmeros ícones que se tornaram objeto de admiração ou temor ou uma mescla de ambos. Acima de tudo: personalidades que estavam no lugar certo na hora certa, e com isso puderam usar suas habilidades para desempenhar um papel. Sustentados, elevados e varridos pelas forças da História. Guiados pela glória. Ferramentas que mesmo sem o saber cumpriram um papel no processo de transformação do mundo. Quase todas representantes de grandes impérios. Nenhuma latino-americana.

Se quiseres deixar registrado o seu lado da história, faça-o. Até hoje ninguém advindo de uma cultura, nação ou ideologia dominante se deu o trabalho de realizar uma produção revelando os grandes feitos dos povos oprimidos que estão encarnados no mesmo presente. Povos com sua marca, sua revolução, sua ânsia, seus costumes, seu grito de desespero.

Finalmente um épico contemporâneo sobre ele.
Belíssima produção, trilha sonora e elenco. Nada a
desejar comparada às produções de Hollywood
(dos bons tempos).
Enquanto Napoleão varria a Europa e implantava os ideais da Revolução Francesa – mesmo sem os praticar em sua plenitude – a América do Sul espanhola era varrida por um ideal tão grande quanto: liberdade e democracia. A diferença: enquanto no continente europeu exércitos de povos poderosos (as metrópoles) brigavam entre si, se aliando ou dissociando aos poderes dominantes (Inglaterra – França) conforme seus interesses, o povo sul-americano se uniu em torno de um ideal para lutar contra o imperialismo espanhol. Eram escravos, índios, pobres e militares conscientes encabeçados por uma personalidade: Símon Bolívar1

O filme El Libertador inicia. Os dados surgem na tela escura: Símon Bolívar lutou mais de 100 batalhas contra o Império Espanhol. Suas campanhas militares cobriram o dobro do território de Alexandre (o Grande)...Seu exército nunca conquistou...Ele libertou.

Um homem de família aristocrática, descendente de espanhóis mas habitante das Américas. Títulos, posses e poder. Para sempre. Uma vida sem dificuldades. Como todos em sua posição, apenas uma exigência: se manter fiel à coroa. Em suma, fazer o que queriam que ele fizésse. Viver como queriam que ele vivesse. À seu modo, desde que não ameaçasse os interesses de Madrid – que envolviam manter suas posses e dominação e assassinatos e exploração. Regras muito simples de serem seguidas para quem nasceu no conforto e não teve uma educação mais (digamos) abrangente. Mas Símon Bolívar teve essa educação diferente...aliada a uma consciência prestes a despertar.

Parece que as forças da história sempre agem sabiamente, a favor de uma causa maior, permitindo as pessoas agirem até onde é permitido.

Bolívar se casa com uma moça aristocrata da Espanha. Uma moça com mente aberta que se horroriza ao ver como funcionam as coisas longe de sua terra. Uma terra cujas benesses dependem do sofrimento de milhões de pessoas do outro lado do Atlântico. Ela não se conforma, assim como seu marido não se conformava. Mas permanecem em suas posses fazendo o que podem para reproduzir o mundo que desejam. De fato, os escravos de Bolívar não eram surrados e recebiam uma série de tratamentos humanos que escandalizariam qualquer senhor de terras ao redor. Mas eram seus escravos e suas posses, e enquanto tal nada o sistema podia fazer. Desde que essa “doença” não se estendesse além das fronteiras permitidas – pelo sistema.

Antes o amor com María Tereza del Toro. 
O clima instável e feroz levam a jovem a sucumbir cedo. A febre amarela toma conta de sua vida, e com isso das chances de Símon ser feliz. Dissolução dolorosa de um belo e tranquilo matrimônio. Bolívar se vê com uma vida sem sentido. Novamente. Rico, senhor de terras e escravos. Tudo garantido. Mas com ninguém para dividir os sonhos todas aquelas “vantagens” não tinham sentido algum.

Volta à Europa e se distrai nas altas rodas. Banquetes, mulheres e jogos. Ilusões à custa de escravidões subterrâneas. Ignoradas pelo egoísmo de quem usufruia das benesses da vida.

É 1802 e Napoleão está prestes a iniciar seus planos de expansão. Na França encontra seu antigo professor, que lhe faz relembrar de todos seus ensinamentos. Queria conscientizar alguém com potencialidade e posição para inicar uma verdadeira transformação. Mas aceitou a vida de seu aluno enquanto estava casado. No entanto via seu estado e percebia que não seria capaz de se relacionar com ninguém mais. Bolívar era um homem centrado. E não podendo encontrar realização numa vida pacata com um mínimo de significado e humanidade, deveria iniciar a tarefa para a qual a história havia lhe reservado um lugar especial.

Nos próximos 25 anos Símon Bolívar realizou o que ninguém – nem ingleses, nem espanhóis, nem latino-americanos – julgava possível até a concretização de seus feitos: a dissolução do domínio espanhol nas Américas. Venezuela, Colômbia, Peru, Chile, Equador, Bolívia,...Cada fronteira atravessada era uma fronteira extinta. Fronteiras mantidas por 300 anos. Fronteiras nas mentalidades. Fronteiras desnecessárias. Um grito pela união dos povos diversos em seus costumes mas iguais em suas condições e aspirações. A hora de mudança era chegada.

O professor chacoalha seu ex-aluno.
Um tapa na cara. "De que lado estás?" 
No início chegaram a prender Bolívar. Jogaram-o nas florestas, crendo que isso acabaria com seus sonhos – e quem sabe com ele mesmo. Um aristocrata numa selva repleta de explorados e “sem vontade, condições e capacidade de realizar um levante popular”. Mas é na floresta, no mato, no meio dos excluídos, que floresce a maior força da história do continente sul-americano. E assim, pouco a pouco, cada vez mais firme, intenso e definitivo, os dominadores vão sofrendo abalos.

Como é de se esperar, um ideal se mantém até o ponto em que serve a interesses de terceiros. Os comandantes fiéis ao ideal de Bolívar são assassinados, enquanto aqueles com interesses particulares acabam ficando com os novos domínios. Uma condição duramente conquistada pelo povo. Bolívar morre em 1830, aos 47 anos.

Nesse ponto podem me quistionar: “Mas então essa figura não se diferencia de outras e os resultados tampouco.” Sem dúvida – como Pietro Ubaldi esclarece em suas obras. Mas (mas...) isso não desmerece a personalidade de Bolívar ou a necessidade de realização de um filme sobre um acontecimento tão grande.

Outro ponto: A América Latina é um continente subvalorizado. Pouco sabemos dela e seu povo. Mas muitas críticas fazemos a ela e seu povo. Com se não fossemos parte integrante. Mas antes disso deveríamos nos lembrar de nossa História diversa, nossa heterogeneidade enorme e nosso ambiente diferenciado. É impossível estabelecer comparações entre eu e o outro devido às inúmeras diferenças. O que devemos comparar é nós mesmos ao longo do tempo. E ao que tudo indica este continente apresenta grande potencial de desenvolvimento para um mundo futuro. Um mundo futuro significa que se trata de um mundo diferente do presente e do passado. Quem sabe um mundo com mentalidade completamente diversa. Um mundo no qual o desenvolvimento englobe outras esferas (espiritual, social, cultural, artísitca, ambiental,...). Por mais difícil de crer, é imprescindível colocar fé nessa melhora.

Não devemos fugir dos problemas. Devemos enfrentá-los (na medida do possível, claro).
Devemos admitir: “Sim, eu acho aqui ruim! Mas faço parte daqui! E só erguer muros e cercas, e menosprezar minha história individual e coletiva, e louvar um mundo exterior – que pode estar iniciando uma decadência – só piora.”

A missão de sua vida.
Símon Bolívar foi um herói latino-americano com destino essencialmente similar a outros. Mas com aspecto latinoamericano e movido por causas mais altruístas do que seus predecessores.

Alexandre queria a glória. César o status. Napoleão a dominação. Esse era o desejo fundamental travestido de causas nobres. E claro, acabaram realizando coisas boas, sem as quais jamais teriam chegado ao poder (Alexandre difundiu a cultura grega e fundiu conhecimentos, Napoleão espalhou as idéias e conceitos da Revolução, César manteve a unidade de seu povo por tempo suficiente para surgirem os agentes capazes de restabelecerem a unidade). E Bolívar? Pela sua vida não se vê um desejo ardente de glória ou conquista de outros. O que se vê é um homem capaz de renunciar a tudo em prol da liberdade daqueles que conviviam ao seu redor. Sendo eficaz ou ineficaz, o importante foi a dissolução de uma dominação para dar lugar a outra. Diferente, substancialmente movida pelo egoísmo. Mas fragmentada e portanto mais sujeita às forças populares. Porque é assim que caminha a humanidade.



[P.S.: ah...e além disso, ele cruzou os Andes com suas tropas. Mais que Aníbal, terror de Roma que atravessou os Alpes, muito menores e mais amigáveis do que nossa cordilheira...]

Notas
1http://pt.wikipedia.org/wiki/Sim%C3%B3n_Bol%C3%ADvar

Trailer 
https://www.youtube.com/watch?v=Ws0xmkOYYVk