O que se pode esperar de um campo de batalha onde soldados, diante da menor dificuldade, remanejam suas prioridades com vistas a atingir um objetivo mais fácil (e rápido)? Pequenas vitórias, grandes alívios, e nenhum mudança realmente digna desse nome. O exemplo é não-exemplar (um aparente paradoxo!), mas sua capacidade de construir analogias é o cerne da questão.
Sócrates – o filósofo – é constantemente convidado a permear nossa mente quando estamos diante de desafios de convivência. Não apenas ele, mas todos grandes pensadores da ciência, filosofia, religião e arte. Seres cuja sapiência permitia perceber que a humanidade está muito longe de colocar o ponto final nas grandes questões.
A dialética* vem demonstrando ser o caminho mais unificador. A contraposição de ideias, somada à paciência e à busca pela Verdade são os ingredientes fundamentais para que seja viável a edificação de indivíduos mais conscientes e – consequentemente – felizes. E de uma sociedade mais consciente – e feliz.
O problema da dialética é que poucas pessoas estão dispostas a aplicá-la no seu dia-a-dia. É muito desgastante. É muito perigoso. E não te garantirá um emprego remunerado nem reconhecimento nem diversas benesses materiais nem curtidas nas redes sociais. No entanto ela é, a meu ver, o único elemento propulsivo capaz de nos fazer sair do campo gravitacional da ignorância. Mas aplicá-la corretamente exige justamente a conscientização de sua importância. E isso pode demorar muitos anos, que certamente serão permeados de dores, decepções e horrorosas alegrias enquanto não reconhecida.
Não adianta forçar: a valorização do ouro espiritual só virá com o florescer dos sensores adequados a captá-lo.
Existe um tipo de trabalho de importância colossal que ainda está longe de ser percebido pela humanidade. Trata-se de um processo de escavamento contínuo, profundo, orientado pela curiosidade e bom senso. Um processo que se desenvolve a passo de bebê. Um processo que marcha em sincronia com a receptividade dos indivíduos ao mesmo. Um processo delicado que desemboca na auto-transformação – se levado à cabo da maneira correta. E a partir daí quem era escravo de si passa a ser livre para si.
Glória espiritual sem custo material.
A transformação nuclear leva à evolução do ser como um todo. O espírito muda a mente que muda o corpo. A pessoa passa a sentir e atuar de modo completamente diverso nas atitudes mais banais do cotidiano. A psicologia passa a ser outra. O processo é espiritualmente irreversível.
É dever de todo ser humano se tornar um agente indutor de transformação de seu meio – e de si. Quando uma pessoa se conscientiza disso, o dever passa a ser prazer. E tudo corre naturalmente, sem dor.
Os maiores poderes estão ocultos aos nossos limitados sentidos.
* http://pt.wikipedia.org/wiki/Dialética
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