De acordo com o Artigo 26, parágrafo n1, da Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
"§ 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil."
Entende-se por "conhecimento do mundo físico" todas as teorias, experiências, livros, artigos, etc referentes ao universo infra-hominal - aquilo que conhecemos por natureza - e suas relações com a vida individual e social, além de sua própria trajetória, possibilidades e tendências. Aí incluem-se, de modo geral, a física, a química e a biologia, com ramificações em outras áreas específicas. E "realidade social e política" refere-se a todo saber e experiência relativo ao universo hominal, incluindo sua evolução ao longo do tempo, a distribuição espacial, as relações homem-homem e homem-natureza, entre outras. Aí temos de forma geral a História e a Geografia, com suas ramificações em diversos campos.
Por língua mãe (o português, no nosso caso) é óbvia sua importância. Quanto à matemática, trata-se de uma linguagem universal com alta permeabilidade em diversos ramos do saber, sendo ao longo da história humana muito comum nas ciências naturais, na economia e em alguns estudos de linguagem; e atualmente cada vez mais aplicada para descrever fenômenos sociais, psicológicos e de outra natureza - sua aplicação depende muito da criatividade humana em captar o abstrato no concreto.
De qualquer forma, essa segmentação não é exclusiva, mas sim inclusiva. O que isso significa em termos concretos? Primeiro, que a divisão em quatro grandes ramos na escola primária não nega o surgimento de áreas mais específicas, cujos princípios partam dessa base comum. Como exemplo temos a sociologia e a antropologia nas Ciências Humanas; e a astrofísica e bioquímica nas Ciências Naturais.
Tudo isso eu falei apenas para ressaltar que, à medida que um ser em busca do esclarecimento integral* assimila campo, adentra em outros e relaciona alguns ou muitos destes e daqueles, mais clara é sua visão de interconexão entre estes campos. Além disso, se sua busca for sincera, tornará-se visível (e fascinante!) o inexorável transformismo que rege cada um desses campos. Aquilo que era uma orquestra desordenada e em conflito se torna uma sinfonia rumo ao infinito, sempre com mais novidades - e cada vez mais simples de assimilar e vivenciar.
Logo, para aquele em busca da sabedoria, a departamentalização dos saberes, a divisão das esferas da vida e a dissociação entre ensino e prática são contraproducentes em termos individuais e coletivos.
Esclarecimento sem afastamento. Libertação sem esforço externo. Para ser lido, refletido, sentido e vivido. Nada menos, nada mais. |
Com isso fica clara a infantilidade da divisão mental entre áreas do saber. Há uns que se julgam mais do que outros porque sua profissão "paga mais"; ou porque ela dá mais "oportunidades"; ou porque ela é "mais importante"; ou simplesmente porque ela é o "mais importante" (notem a diferença: "é mais", "é a mais"). E assim só contribuem para o atraso do progresso humano. Essa forma mental desemboca em outras divisões: igrejas, partidos, etnias, raças, nacionalidades, etc. Tem-se tudo armado para o atrito máximo. Dissipação de calor. Em português: muito trabalho, muito esforço para pouco resultado efetivo. E quando digo "resultado efetivo" não me refiro a matéria animada ou não, a plásticos ou a títulos. Me refiro a uma transformação do SER que colime (inconscientemente) em atitudes tão eficazes e duradouras quanto imperceptíveis. Isso é o que chamo de "resultado efetivo". Porque com ele os outros (necessários) resultados virão: casa, comida, bens, amigos, amigas, dinheiro, oportunidades,...Na medida do necessário.
O conhecimento torna a pessoa preconceituosa afirma Pietro Ubaldi frequentemente em sua Obra. Isso significa que a intelectualidade pode ser útil ou não. Se orientada e posicionada em seu devido lugar, ela é uma ferramenta poderosa; se não, torna-se um carro desgovernado que atropela e sufoca vidas elegantemente, com modas, medidas e teorias aparentemente fantásticas. Atitudes que desconsideram o longo prazo, ignoram o imponderável e não fecham o circuito.
Desconsiderar o longo prazo até hoje fez parte da natureza humana (subconsciente, instinto). No entanto, não precisa - nem será - sempre assim. Porque o acúmulo de erros em forma de dor, aliado à não solução destes pela implementação de diversas alternativas frouxas (que vemos ao montes por aí), num dado momento cansará o ser oprimido e o levará a ganhar audácia e determinação para superar seu plano evolutivo. Elegantemente em sua substância - não apenas "elegantemente" na forma, que é idêntico a nada resolver...
Pensar é condição para sensibilizar.
Sensibilizar abre os canais finitos para o Infinito.
Quando parte do Infinito é captado pelo finito pensante, tem-se aí o que chamamos de "criação".
Talvez estejamos num ponto em que a compreensão dos grandes Profetas e Místicos se torna mais lógica. Muitas vidas, ao findarem, se conscientizam dum Todo. Anseiam mas não sabem explicar. As leis férreas de nosso plano impedem muitos intuitivos de se manifestarem e propagarem seus conceitos. Impedem (discretamente) o discurso silencioso, consciente e "louco", taxando-o de fútil e/ou perigoso. E com isso bilhões partem pro gozo que desemboca em dores, e depois clama por mais gozo, e assim indefinidamente, numa espiral de perdição sem reflexão.
Eu digo que é importante permear o mundo material de espiritualidade. No entanto, invoco um conceito físico para clarear que devemos deixar o "extremo" do espiritual se manifestar para que um dia tenhamos um equilíbrio virtuoso.
A polaridade é boa para a diferenciação das coisas. Fica cada vez mais evidente o que é o que.
Uma "apolaridade"* é uma neutralidade estática que dá a falsa sensação de paz. Essa "paz" é ilusória e vai se tornando mórbida com a evolução interna do Ser.
A polaridade é um posicionamento que dá a oportunidade de um conflito construtivo de idéias para promover o progresso humano. Mas em sua fase inicial é dolorosa. Dolorosa porque recorre-se ao conflito: a) físico-militar (1a aproximação); b) econômico-verbal (2a aprox.); c) econômico-psicológico (3a aprox.), e só após milênios de dores inicia-se a um choque de idéias que nem mais se pode chamar de conflito - que seria a 4a aproximação: intuitivo-intelectual.
Físico-militar.
Econômico-verbal.
Econômico-psicológico.
Intuitivo-intelectual.
A violência se sublima até se tornar convivência.
Milhões de anos passamos no primeiro.
Milhares no segundo.
Estamos no terceiro, julgando-o o "modo definitivo", e usando o Mais (nosso Eu-espiritual) para servir aos interesses do menos (nosso Ego físico-mental-emocional).
Quando chegaremos ao quarto? Espero que em breve.
Eis que a insistência na outra realidade - até mais do que o necessário - se torna essencial. Estamos marcando passo no pólo matéria (-) sem incluirmos o pólo espírito (+). Com isso uma Lei interna começa a se manifestar de modo a um dia atingirmos um equilíbrio espírito-matéria (+-). Passamos para um plano mais elevado - conceitualmente - em que o embate de polaridades se darão de modo mais sublimado (suave). E assim haverá menos atrito e mais progresso. Progresso integral e orientado. Verdadeiro progresso. Evolução.
Não se trata de fazer uma "salada de idéias", e sim de transcender a realidade para atingir uma realidade mais elevada. Trabalhar interiormente para ganhar consciencialmente. E todo o resto virá de acréscimo.
A própria ciência é dogmática ao estabelecer postulados (o axiomas) e se desenvolver metodicamente a partir daí. Nesse ponto Religião e Ciência possuem uma essência comum. E com isso fica evidente o monismo que rege todos fenômenos da Vida.
Só avançaremos efetivamente superando o atual plano biológico.
A evolução se dá pela dor. Uma dor cada vez mais sublimada.
Mas para que essa dor seja cada vez menos dor, devemos continuar o caminho.
Sintonizar com o Infinito para criar no finito.
*apolaridade: ausência de polaridade (neologismo meu)
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