quinta-feira, 30 de março de 2017

Dia 2

O número de alunos caiu pela metade - de dez para cinco. Cinco alunas. Antes: 7 alunas, 3 alunos. Agora: 5 alunas. Mais um (bom) amigo que decidiu acompanhar de ouvinte o curso. Então podemos dizer que o total são seis. 

Por um lado é bom trabalhar com pouca gente. Será possível que todos emitam ideias e opiniões, tirem dúvidas e exponham observações relevantes. O aprofundamento se torna possível. A concentração é mais fácil de se obter. O trabalho terá apenas dois grupos. Com isso, no dia da apresentação, cada um terá mais tempo de explicar o que foi desenvolvido ao longo do curso. 

Dessa vez defini formalmente o que é sistema, modelo e simulação. 

Para aqueles que não sabem, vai uma breve definição da minha parte:

1) Sistema é um conjunto de elementos (vivos ou não-vivos), que possuem relações entre si (interdependência), e possuem um objetivo em comum (meta). Elementos, relações e objetivo.

2) Modelo é a representação de um sistema. Essa representação pode ser na forma de símbolos (diagramas, por ex.), equações, verbal (descrição), físico (maquetes), entre outras. É importante lembrar que o sistema é real e o modelo representa essa realidade. No entanto, um sistema pode ser real mas não ser tangível (ex: sistema de controle de um veículo, sistema operacional de computadores). Em suma: real não é sinônimo de material.

3) Simulação é o ato de fazer um modelo evoluir ao longo do tempo. Isto é, para simular o modelo deve estar num formato que permita obtermos variáveis ao longo de cada instante de tempo. Existem simulações virtuais, reais e híbridas (misto de real-virtual). 

Os conceitos são a pedra fundamental de qualquer trabalho. Logo, é importante definir com clareza para as construções que se apoiarão nessa pedra sejam sólidas e eficientes.

Á medida que o assunto fluía pude tangenciar alguns temas: falei um pouco sobre análise dimensional, com seu clássico Teorema dos Pi de Buckingham (modelos físicos, protótipos); comentei sobre o nível de complexidade crescente, e sua respectiva dificuldade de representação dentro do paradigma reducionista, com seu método racional-científico. Aí eu citei exemplos de trabalhos que envolveram a compreensão, a representação e a obtenção de comportamentos (variáveis) em vários domínios físicos para se chegar à causa riz de um problema na área espacial. 

Também falei sobre as três inteligências: 

a) Subconsciente (instintos);
b) Consciente (razão);
c) Superconsciente (intuição).

Todos nós possuímos as três. Em larga medida elas coincidem. Para casos raríssimos, excepcionais, passa-se a fazer uso da intuição de forma relativamente consciente, com um controle das visões obtidas. Isso só pode ser atingido através de profunda maturação biológica (UBALDI, P., As Noúres), que desperta o espírito a tal grau que este é capaz de influir com peso no organismo vivo. 

Fiquei contente ao perceber que todas(os) alunos se manifestaram, citando exemplos e comentando. Uma moça falou que fazia validação no trabalho, mas nunca teve a visão mais geral apresentada ontem; outra, quando citei Carl G. Jung, disse ter estudado suas ideias - que foram além das teorias de Freud. Isso me dá o sinal de que o curso está sendo útil (cumprindo sua função). 

Até mesmo meu amigo - e colega de trabalho - foi capaz (olhem que impressionante) relacionar uma atividade que desenvolvemos em grupo ao tema que ele vem desenvolvendo em seu mestrado. Eis o que me espanta: a partir da apresentação de conceitos simples, de forma intensa e criativa, para várias pessoas, cada uma com sua especialidade, é possível criar um certo estímulo ao estudo dos fenômenos. Nada de novo, tudo novo. Nada de novo no mundo analítico, descritivo; Tudo novo na visão, na vontade, na introspecção.

Finalizamos a 1ª parte da aula com uma atividade em grupo: o Dilema dos Dois Prisioneiros. 

Mas sobre isso comento depois. 






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