Esse texto é em homenagem a todos que deveriam (e poderiam, a meu ver) serem grandes líderes, mas sucumbiram às aparências e aos métodos de tempos caducos, não cumprindo sua função.
É um alerta benévolo que visa tirar a pessoa da zona de conforto - antes que seja tarde e os braços da História fulminem certas criaturas, cegas pela sensação e desespero.
Aí vai...
Um tour de force de vivências foi realizado pelo autor nos últimos meses. Para conseguir realizar tal feito - uma verdadeira volta ao mundo na psique humana! - foi necessário mobilizar uma energia e vontade ímpar. Reunidas num único homem, num único corpo, numa única mente. Num ponto da história de um homem. Um acúmulo tão grande de forças psíquicas que quase houve um colapso nervoso. E após o uso de todos recursos, uma sensação de queda fortíssima.
Por vezes a alma se sente tão dilacerada que as pessoas à volta, que vivem dramas mundanos - pautados por causas mundanas - não compreendem o motivo de tanta dor e tristeza. Não se trata de dor por não ter conseguido almejar um cargo, ou ganho de bem, ou reconhecimento. Trata-se de dor por não ter conseguido ter cumprido uma missão. Uma tarefa que visa ao bem dos outros. Uma unificação. O início de um processo que poderia levar a abertura de novos caminhos.
Nosso mundo só irá mudar se uma massa crítica tiver atingido um grau mínimo de consciência. Isso não é algo abstrato. Nem restrito ao campo espiritual. Aliás, este campo engloba todos os outros (isso é monismo, pelo que estou percebendo). Se engloba, não os nega, mas os valoriza, preenchendo cada particularidade da vida - dos grupos, das nações, dos métodos, dos saberes, das histórias, dos afetos, das teorias, etc. - com um significado que vai além de um objetivo humano,de curto prazo, que visa meramente um bem-estar.
Aliás, todo bem-estar é, no fundo, um desejo egoístico. Passar bem. Conforto. Tranquilidade. Mas sempre restrita, às custas dos outros e (especialmente) da traição de um ideal que reside no próprio indivíduo, em estado latente. Esquecer a dimensão profunda de sua existência é como amputar a única parte de seu ser que é imortal, infinita, invencível e eterna.
É véspera de Natal e escrevo.
Não porque tenho de produzir mais um texto para ganhar seguidores.
Não para exercitar uma habilidade.
Não para descarregar ódio.
Não para mostrar erudição.
Porque não viso a quantidade, mas sim a realização de algo mais profundo em mim.
Porque as habilidades não devem estar sujeita a planejamentos para florescerem e se desenvolverem.
Porque o ódio corrói e turva a mente, impedindo o pensamento e corroendo o sentimento puro.
Porque a erudição é exibicionismo bestial sem prática vivificante, disfarçada, atraente, mas sem vida.
A questão é registrar tudo, da forma mais fiel, profunda, e completa possível, a título de dar a oportunidade para aqueles que já estejam preparados de prosseguir o caminho para o Alto. E isso transcende as barreiras de espaço e de tempo. Isso significa escrever a vida inteira. Desenvolver conceitos, gerar ideias, poetizar sentimentos abissais e harmonizar os mais díspares e conflitantes assuntos num único sistema, através de um fluxo ordenado e belo de palavras. Palavras que somente exprimem algo muito além delas.
A escrita é um meio, não um fim. É o modo que encontrei de difundir aquilo que considero (e é) a coisa mais importante: ascender, evoluir, transcender, transformar, dinamizar ordenadamente, se salvar, unificar...Permear tudo e todos com isso. Pensamento e atos.
E o trabalho é o outro meio que venho buscando de realizar tal feito. Tarefa titânica, pois o mundo (AS) tem pavor de tudo aquilo que pode seus métodos para permanecer se chafurdando na ilusão.
As palavras são fortes porque a sensação é suprema.
Mas vamos ao que interessa aqui: o chefe.
Para isso recorro (como quase sempre) ao penúltimo capítulo de A Grande Síntese, intitulado O Chefe.
"Quem será o chefe desse novo organismo para o qual se dirige toda a vida? Como a história o escolherá e o evidenciará? Há momentos em que a história atravessa curvas decisivas, preparando a fase conclusiva de um ciclo milenar, no qual imensas maturações sociais estão iminentes na aurora de novas civilizações."
AGS, Cap. 99 (grifos meus)
Estamos num momento histórico, de inflexão. Só não vê quem não quer - como uma avestruz, que enterra sua cabeça na terra e julga com isso que todos os acontecimentos do universo deixam de ocorrer. E não ver não é apenas não falar sobre os temas supremos e centrais: é não permear sua vida com atos mais efetivos e profundos e ousados; é não fazer todas tentativas para superar a si mesmo; é se isolar da fonte da vida (não da sociedade que está apodrecendo em larga medida); é se acovardar perante o chamado.
Infelizmente, os chefes de nossos dias estão perdendo o bonde da história. E esta os julgará de acordo com sua cegueira.
Estamos numa era de corrosão de tudo que acreditávamos (e mutos ainda acreditam) ser definitivo e certo, ou seja, absoluto. Mas (observe bem) tudo está ruindo, desmoronando, sem que nos demos conta. Porque enquanto houver artifícios para ilusão (novidades das redes sociais, tecnologias 5G, 6G 10G,...prazeres gastronômicos e gozos sensuais e notas não merecidas e cargos não merecidos e etc.) continuar-se-á a fugir do ponto central: precisamos mudar radicalmente nosso modo de conceber tudo e todos.
Simples assim...
A humanidade sente-se então perder-se em crises e conflitos, onde todo o passado parece ruir. Nesse momento, o gênio é conclamado pelas forças da vida, para que interprete e crie, sendo trazido à luz pelos equilíbrios da Lei, que o valorizam em plena eficiência.
AGS, idem
As forças da vida comprimem a sociedade, ainda cega, para que desta saia o que verdadeiramente poderá salvá-la: chefes que estão à altura dos desafios de nosso tempo.
As forças do imponderável convergem no sentido de sustentá-lo, para que ele se erga e construa. Então o homem que, através de um íntimo trabalho, realizou intensamente sua maturação biológica, é chamado, atraído por meio da linha de sua maior especialização, para dar todo o seu rendimento à obra coletiva, que lhe é confiada e se torna sua. A vida do chefe é missão suprema.
AGS, idem
Chegamos ao ponto! Missão suprema.
Um chefe de verdade é um líder. Não no sentido empresarial, que é egoístico e restrito ao lucro e ao sucesso de um conglomerado - às custas dos empregados, dos consumidores, da sociedade, do meio ambiente, da cultura, dos valores, do eterno...E sim no sentido mais profundo do termo.
É um ser que, através de uma maturação evolutiva longa, que perpassa existências incontáveis e dolorosas, constrói um modo de ser, de agir, de pensar, todo único e adaptado aos tempo futuros. É um ser que prepara o terreno para futuros progressos substanciais, no nível biológicos. É aquele que abre caminhos, impondo às massas o máximo de elevação sem que estas se sintam ofendidas, para assim coordenar uma marcha coletiva ascensional - evento belo e raro na história da humanidade, porém sempre existente em épocas críticas.
Nesse sentido, podemos afirmar com segurança que em nosso dias não temos líderes, e sim gestores do caos.
Os povos, os empregados, todos os subordinados sentem isso. É raro, raríssimo, nos depararmos com grandes exemplos que são capazes de agir corretamente nos momentos críticos da história. Na imensa maioria das situações, quem está no cargo, no poder, na liderança, sucumbe às coisas mais ridículas. Se deixam levar pelo que é apresentado a eles, de forma automática, através de telas e dados distorcidos - que não revelam causas profundas. Se deixam levar pelo que fala mais alto, ou melhor, pelo que grita e atinge-o no único ponto que lhe interessa: as regras rígidas e as normas sufocantes.
Os gestores do caos são excelentes no que fazem. Mas todo seu modo de ser é uma ofensa a um mundo que anseia por evoluir, isto é, superar suas misérias. Eles não sentem o que seus empregados mais sensíveis, competentes e criativos estão lhe oferecendo. Eles preferem pautar suas atitudes e ações em aparências - não na realidade substancial. E assim ficam escravos dos piores elementos, deixando a escória da sociedade ditar os rumos da humanidade. Eles, de certo modo, se deixam levar pelas regras que são tão bem manuseadas por elementos astutos que não desejam crescer - e que outros cresçam.
É bem triste ter de lidar com esse tipo de indivíduo. É deprimente ter criaturas limitadas e limitantes no comando, com responsabilidades supremas sendo jogadas ao lado porque são incapazes de conceber uma outra forma de fazer.
Mas quem almeja subir a postos altos deveria estar apto à natureza do cargo. E todos cargos de chefia apontam para uma coisa: unificar, harmonizar, valorizar, conduzir e exercer a autoridade (não o autoritarismo).
Eles exigem inteligência - não automatismos sofisticados.
Eles demandam sensibilidade - não robotização de atitudes.
Eles exigem visão - não cegueira.
Eles demandam coragem - não covardia disfarçada de profissionalismo.
Nossa era é cheia de possibilidades. E por isso, de horrores a cada esquina também.
Os chefes estão em sintonia com seus tempos. Não devemos julgá-los sob o prisma de nossos tempos, mas sob as condições de sua época. Eles representam um impulso que só seres com estofo interior são capazes de fornecer, conduzindo almas de modo a gerar uma trajetória mais fiel ao roteiro evolutivo.
Roteiro que a humanidade ainda não enxerga com clareza.
Nossos tempos exigem um chefe nos moldes de A Grande Síntese.
Enquanto não há pessoas com tal estofo, permaneçamos seguindo o Chefe Supremo: Deus.
Abaixo o trailer de O Libertador, com Édgar Ramírez, para inspirar, informar - e divertir.
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