A recompensa em expor meus pensamentos não está em nada exterior a mim. Ela já se encontra dentro de mim (independência). Porque, pensando a fundo, não haveria nenhum motivo aparente para continuar gastando meu tempo e energia sentado diante de uma tela e imprimindo o que se passa – e não passa – na minha cabeça. A não ser que uma vontade fora do comum energize e inspire periodicamente minha mente.
Uma vontade inexplicável, insondável, e aparentemente incurável.
Que está escondida em algum lugar.
Dentro de mim...
Duas alternativas se expõem diante de mim:
ou insisto num erro crasso [1], e estou perdendo meu tempo, que leva à minha paralisação evolutiva; ou tenho uma intuição muito acentuada a respeito de certos temas pouco trabalhados atualmente na maioria dos meios.
Claro, como todo ser humano, gosto de crer que me encaixo na segunda categoria. Mas tento sempre que possível pôr essa intuição à prova. Na prática isso pode ser dar em modos criativos de lidar com situações desconfortáveis (mas nem tanto!); em me deixar levar em debates filosóficos tão profundos quanto laboriosos; ou em passar por situações que (aparentemente) são perda de tempo – como escutar os outros. E ao contrário do que é usual esperar, após essas experiências minhas crenças são reforçadas. Reforçadas de tal modo que, a cada embate construtivo, elas se aproximam da sapiência. E assim continuo meu caminho.
Uma pessoa continua num caminho aparentemente incerto por alguma razão – mesmo que esta seja obscura...inclusive para a própria pessoa! Seu inconsciente lhe diz algo. Com isso as atitudes tomadas são mais intuitivas do que racionais. Isso no entanto não significa que essas atitudes são infundadas. Muito ao contrário: trata-se de ações que se encaixam perfeitamente numa lógica. Uma lógica que ninguém ainda compreende, quantifica e – consequentemente – explica. Inclusive a própria pessoa que a segue.
A loucura de hoje pode ser a lucidez de amanhã.
É claro que o caminho incerto pode ser errôneo. No entanto, para identificar a orientação boa ou má, vale aquele teste de colocar à prova no campo das experiências e ideias (e ser VERDADEIRAMENTE sincero consigo mesmo).
O fato de ignorarmos as POSSIBILIDADES nos mantém andando em círculos. O medo completo é tão nocivo quanto a ausência dele. E a falta de medo em situações que são dignas de serem temidas pode ser o maior medo de todos: o medo de abordar um problema de forma diversa.
Nenhuma mudança efetiva de uma pessoa se dará de forma rápida. O processo de transformação é lento. Tremendamente lento. Tão vagaroso que, para quem realmente reconhece isso e busca se metamorfosear, constantemente se desanima. Mas quanto mais constatações dessa teoria na vida prática, maior a segurança do indivíduo em seguir seu caminho orientado.
Vale a pena? Sim. Com sorte alguns anos de vida orientada pelo saber podem começar a revelar ganhos. Espirituais e materiais. Os primeiros por consequência natural. O segundo mais por aumento de consciência e sensibilidade do que por ganhos concretos.
Hoje posso dizer que começo a compreender Pietro Ubaldi [2] e outras personalidades que seguiram caminhos semelhantes.
Usar a própria existência como laboratório é uma experiência que começa a fazer sentido.
Cada vez mais...
[1] http://
[2] http://pt.wikipedia.org/wiki/
Nenhum comentário:
Postar um comentário