terça-feira, 5 de abril de 2016

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS

É engraçado, mas quando paramos para refletir chegamos à conclusão de que brigamos e guerreamos e excluímos por causa de palavras, definições e convenções. Acredito que a essência é o que importa, e devemos nos guiar por ela ao trilharmos nossos caminhos particulares, com sua diversidade cotidiana, permeada por nossa atuação específica. A síntese engloba a análise, e esta retifica as minúcias para que cheguemos a patamares mais elevados, com modos de vida mais compatíveis com nosso espírito, mente e corpo.

O link abaixo nada mais é do que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948.

http://www.dudh.org.br/wp-content/uploads/2014/12/dudh.pdf

Esse acordo foi consenso entre as democracias ocidentais, tendo sido redigido por membros e grupos de países industrialmente desenvolvidos, com sociedades que tinham um Estado de Bem-estar Social atuante. Ele foi ouvido e aceito. No entanto, no decorrer das décadas, parece que sua implementação foi se tornando mais difícil e perigosa...

Criamos leis sublimes, mas não somos capazes de aplicá-las. Se alguma sociedade consegue algo, é próximo aos 10 ou 15%. Um pequeno pedaço. No entanto o que essa declaração "pede" é extremamente simples e pouco custoso - pouco custoso financeiramente, tecnologicamente, energeticamente. No entanto me parece que ela pede demais em termos morais - já que avançamos pouquíssimo nesse campo desde o advento da Revolução Industrial. Como consequência chegamos a um estágio paradoxal: as possibilidades são fantásticas (graças às tecnologias e descobertas) e a miséria é imperante (devido à nossa cegueira espiritual). 

Como sair dessa lama?

Primeiro deveríamos admitir nossos erros; e começarmos a levar a sério o fato de que gastamos muito dinheiro, tempo e energia em besteiras, transformando supérfluo em necessário para satisfazermos nossos instintos animais e nosso intelecto luciférico. 

Segundo, deixando de descarregar frustrações naqueles que nada fizeram para merecer nossos golpes. Isso nada resolve e permite que esse sistema falido continue sua operação destrutiva estagnante. 

O Artigo XXV é particularmente interessante:

Artigo XXV 1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe, e a sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.

Ressaltando que essa Declaração foi iniciativa de um grupo de países que se declaravam justamente inimigos do socialismo, comunismo e outras formas de governo voltado para o povo. 

Talvez o que os bem-intencionados quisessem dizer é que no fundo eles eram apenas inimigos de regimes autoritários que suprimiam a liberdade do indivíduo, mas não inimigos da Justiça Social - especialmente porque o Evangelho de Cristo está permeado desse conceito, do começo ao fim.

Como Ubaldi já disse, se a Igreja tivesse aplicado o Programa Social do Evangelho, abraçando a Verdade, sem se compactuar com o Poder, teríamos o Comunismo pacificamente aplicado. Chegaríamos a um estado de Justiça Social construído por via de livre adesão, na qual os indivíduos não acumulariam coisas supérfluas (inclusive títulos e conquistas amorosas e aparências físicas) e sentiriam as ligações entre humanos e entre natureza e sociedade. Não haveria revoluções sangrentas. As disparidades sociais seriam aceitáveis e saudáveis, estimulando os que tem menos a progredir. Não haveria miséria que permitisse a um grupo se aproveitar da indigência de outros grupos, satisfazendo seus egoísmos. Esse é o verdadeiro sentido da Justiça Social do Evangelho. 

No entanto tivemos dificuldade em conciliar Justiça Social com Liberdade Individual, ambas tão importantes e tão indispensáveis ao ser humano. 

Não podemos continuar ignorando o estado das coisas. Crendo que este sistema político (social-democracia representativa), coadunado e dependente de grandes máfias privadas (bancos, mega-corporações), possa levar os interesses de minorias, maiorias, intelectuais, trabalhadores de todos tipos, ao patamar máximo. Somente garantindo a implementação efetiva, irreversível, dos direitos fundamentais podemos chegar a um estado que nos permita continuar progredindo. Para isso o egoísmo deve ser abandonado, em todos níveis - especialmente naqueles que mais possuem, já que sua responsabilidade em dar o exemplo é maior.

Não podemos continuar crendo que esse sistema econômico, baseado no crescimento e consumo ilimitado, seja a finalidade de nossa espécie. Que o objetivo da vida seja "vencer", esmagando o outro, e consumindo cada vez mais da horizontalidade profana que nos cega para a verticalidade mística.

Quanto mais alguém possui, maior sua obrigação em ajudar os excluídos. As coisas do mundo só servem à medida que as usamos para melhorar os outros e a nós mesmos, e isso significa condenar o excesso que causa a miséria - tanto os nossos excessos quanto o dos outros...mas antes os nossos.

Devemos parar e pensar. 
Depois de pensar, refletir.
Depois de refletir, compreender.
E com isso em curso começaremos a atuar de forma transformadora. 

Não há muito mais a dizer aqui...

Apenas devemos sentir e viver.

Despertar o Infinito dentro de nós...
E apontar todos finitos para a única e suprema meta...

DEUS


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