Nenhuma das três formas consegue isolar-se por completo, sempre trazendo em si implicitamente o aspecto de seu involução (passado) e porvir (futuro).
"Vedes que, em realidade, nenhuma das três formas – α, β, γ – consegue isolar-se completamente; todas sempre trazem em si traços de suas fases precedentes." Cap. 14, AGS.
Observamos isso claramente se pegarmos nosso sistema nervoso cerebral. O pensamento se manifesta graças a um aparato físico-nervoso em que a matéria exprime em si a ideia que a anima - volta-se sobre si mesma. Em nosso estágio (e mundo) involuído, o pensamento só sabe exprimir-se como energia que movimenta a matéria inerte. Por isso β reveste todas as formas (tente localizar um ponto do universo em que não haja fluxo de energia).
O véu do mistério do éter, esboçado pelos gregos antigos, é removido quando a Voz fala:
"O éter, que é para vós mais uma hipótese do que um corpo bem estudado, escapa às vossas classificações porque quereis reconduzi-lo às formas de matéria conhecidas por vós, enquanto ele é uma forma de transição entre matéria e energia." Cap. 14, AGS.
Adentrando nas individuações de γ apresenta-se a série estequiogenética e qual sua gênese e destino. Nós humanidade conhecíamos apenas 92 elementos na época (1932), mas foi dito que iríamos descobrir outros elementos, 'criando' muitos deles - o que de fato ocorreu. Explica que a condensação das ondas energéticas leva a uma trajetória fechada, culminando na matéria, e cujo retorno se dá por desagregação atômica dos elementos mais instáveis (pesados).
"Estabelecemos que a fase γ engloba as individuações que vão do hidrogênio ao urânio, dentre as quais vimos que conheceis 92. Elas representam o ciclo que parte de β por condensação e volta a β por desagregação." Cap. 15, AGS.
Através da análise espectral pode-se conhecer a composição química dos corpos celestes. Aqueles classificados como mais jovens (nebulosas) emanam luz branca (luminosidade), sendo mais quentes, cujo espectro no ultravioleta é mais intenso do que nas outras faixas. Isso aponta para uma estrutura composta de elementos atômicos de baixo peso, revelando a presença quase exclusiva de hidrogênio (H). Logo, no mundo da matéria, podemos associar juventude a hidrogênio abundante. Esses corpos são geralmente desprovidos de condensações sólidas. Apenas com o envelhecimento avança-se em γ , resultando em elementos mais complexos, criando corpos sólidos. O nosso Sol é um exemplo disso: encontra-se em fase madura, emite luz amarelo-laranja.
O aumento do peso específico é inversamente proporcional ao surgimento das manifestações dinâmicas. Logo, matéria e energia, em seus extremos, se transmudam entre si. Nosso sistema solar já é velho em termos de matéria, e portanto esta fase já se encontra estabilizada. A substância agora está com seu centro de gravidade (CG) em β, rumo a α (gênese da vida). Apesar dessa progressão do CG de atuação, existe um longo rastro que deixa a vida nascente (ainda) refém do substrato físico para se manifestar e evoluir em si mesma. Daí a impossibilidade de desacoplarmos pensamento puro da estrutura nervosa-cerebral. Isso é tarefa de maturação íntima, cujo controle escapa dos nossos esquemas racionais.
A matéria também é dotada de inteligência - de outro tipo. Não à toa ela segue leis precisas de seu horizonte de assimilação - tal qual nós humanos seguimos leis, apenas que em outro plano evolutivo. Apesar de estarmos sujeitos às mesmas leis que a matéria inanimada, somos capazes de, temporariamente, 'anular' as leis que governam nosso corpo físico. Por exemplo, através dos aeroplanos conseguimos 'vencer' a lei da gravidade. Trata-se de fazer uso de propriedades geométricas e dinâmicas (escoamento), direcionando a energia de acordo com interesses particulares. Mas trata-se de uma superação relativa, que possui um seu preço (prazo e custo) que se faz evidente. Essa natureza de superação à custa de uma degradação, que acaba por vencer, atesta o caráter relativo de nossa existência, dizendo: 'há uma limitação'. Ela aponta para os movimentos fenomênicos, que será discorrido mais á frente.
"Em seus vastos aspectos de γ, β e α, a substância ω segue sempre a mesma lei. Assim também, no mundo químico, temos algo como uma personalidade, constituída por uma incoercível vontade de existir em sua própria forma e de reagir a todos os agentes externos que pretendam alterá-la. A química delineia exatamente o modo como se comportam esses indivíduos químicos." Cap. 15, AGS.
"Quando vossa consciência tiver encontrado meios para agir mais profundamente na estrutura íntima da matéria, vereis multiplicar-se o número das espécies químicas compreendidas na mesma classe e o número das variedades da mesma espécie. Podereis, então, influir na formação das espécies químicas, como agora influís na formação de variedades biológicas vegetais e animais." Cap. 16, AGS.
Isso já ocorre. Novos elementos foram criados por nós, estendendo a tabela periódica.
Nos próximos capítulos (16 a 19) iremos aprofundar esses conceitos, observando como a química se relaciona com o monismo.
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