Esse blog é um princípio de unificação. Logo, ele opera de modo estranho para alguns. Algo não-planejado mas que é capaz de construir uma cadeia de pensamento que torna os descrentes um pouco menos céticos, e os simples e débeis um pouco mais preparados para o mundo. Aproxima, portanto.
Somado a isso há a imperiosa necessidade de síntese impetuosa sem se afastar demasiadamente das imposições da análise. Isso tensiona quem transmite e exige um modo diverso de produção. Desencadeia-se uma nova maneira de transmitir - e um revolucionário modo de perceber as coisas.
Horizonte vasto em demanda de verticalidade profunda. |
Já falei diversas vezes da mecânica do milagre [1] e do processo multimilenar que a humanidade atravessa [2]. Despejei de jato uma definição de monismo [3]. Mergulhei no significado de obras cinematográficas de sucesso comercial [4, 5], realçando o misticismo subjacente na miscelânea de atos, efeitos e significados, e expus a arte de saber viver no mundo sem pertencer a ele [6]. Muitas outras coisas foram ditas. E só o foram por terem sido sofridas e - algumas - sangradas em vida. Assim - e apenas assim - se pode construir algo minimamente útil, de real significado neste mundo, capaz de despertar a vida dos outros e a sua própria.
Sabe-se do monoteísmo que Deus legisla. Ele cria as leis que regem tudo que conhecemos - e conheceremos. Para ser mais preciso, Ele cria a Lei (Sua Lei), Absoluta, que se manifesta numa multiplicidade de leis no relativo, e que nós progressivamente tomamos conhecimento à medida que evoluímos. Como o Deus está além do espaço-tempo, não se fala "criou" e sim "cria". Apenas no AS* é possível cometer o absurdo de seccionar conceitos além de nossa capacidade. Mas é a única maneira de iniciarmos uma aproximação com o estado original. Sendo assim prossigamos.
O Caminho é um, mas há várias formas de percorrê-lo. |
Deus é a Lei no sentido em que está em sua 'natureza' (digamos assim) a ordem e harmonia. O Diabo não é o oposto de Deus, mas sim a pulverização máxima da revolta que esta assume em cada ser. Trata-se de uma criatura que nega e domina no 'espaço' que lhe é reservado (dimensões inferiores, sendo a nossa uma delas). E em resposta...não há resposta. Deus aceita a livre escolha de suas criaturas - até a mais rebelde delas. Por que? Porque ele domina as dimensões, inferiores e superiores à nossa atual, e sabe que nada de Sua Substância é ('será', para nós) perdida, e que todas individuações estão amparadas por sua Lei, fonte inexorável de sabedoria e previdência, que dá a providência para seus filhos mais perseverantes, no momento exato, compatível à sua missão [7]. Atingir uma consciência monista é isso.
O monista tem uma concepção metafísica da Divindade.
Ele vê Deus no diabo e o diabo em Deus - apesar de Deus ser muito mais do que o diabo.
"Eu e o Pai somos um. Eu estou no Pai e o Pai está em mim. Mas o Pai é maior do que eu."
[Jesus, o Cristo]
Ele vê Deus no diabo e o diabo em Deus - apesar de Deus ser muito mais do que o diabo.
"Eu e o Pai somos um. Eu estou no Pai e o Pai está em mim. Mas o Pai é maior do que eu."
[Jesus, o Cristo]
Por isso o diabo é livre para executar. Ele é muito afeito à ação, e é aí que se destaca. Mas sua atuação é circunscrita pela Legislação Cósmica. Conforme já mostrei em detalhes [8], a implementação só tem força se embasada por processos superiores que a orientem.
Quanto à Cristo, ele não julgou a mulher adúltera. Mas o nosso Cristo interno (Eu divino) julga nossa persona (ego humano) a cada atitude que demonstre conformidade com a execução diabólica que - no momento - rege o mundo. Mundo mudo ao bom senso. Mundo desgovernado. Esse julgamento é o chamado pela retificação da alma, que se desviou da lei cósmica. Dessa forma estabelece-se um jogo no qual somos prisioneiros até o momento de integração à Lei. Nossa involução nos prende ao executor barulhento, convincente e atraente. Nossa ascensão depende de um pacto com o Deus imanente (Cristo), que poderá operar plenamente com o Deus transcendente (Divindade). E dessa união suprema re-estabelecemos a integridade. A Gita e outros textos sagrados dizem: "Estar no seio de Brahma".
Esse jogo não é sério em si - o processo de se libertar dele é. Há uma nuança no modo de perceber as coisas. É nela que reside a chave para o discernimento.
Temos assim a dança dos três poderes em seu aspecto metafísico, mais abstrato porém mais potente. A Grande Batalha ocorre na profundidade. Aí nasce tudo...
Referências:
[1] http://leonardoleiteoliva.blogspot.com/2017/09/mecanica-do-milagre.html
[2] http://leonardoleiteoliva.blogspot.com/2014/11/um-ciclo-duas-fases-piramide-expansiva.html
[3] http://leonardoleiteoliva.blogspot.com/2015/06/monismo.html
[4] http://leonardoleiteoliva.blogspot.com/2015/10/v-em-busca-da-verdadeira-unidade.html
[5] http://leonardoleiteoliva.blogspot.com/2015/06/matrix-uma-visao-mistico-cosmica.html
[6] https://leonardoleiteoliva.blogspot.com/2014/10/saber-viver-no-mundo-sem-ser-do-mundo.html
[7] https://leonardoleiteoliva.blogspot.com/2015/11/a-lei-de-deus.html
[8] https://leonardoleiteoliva.blogspot.com/2017/12/exercicio-de-conjugacao.html
Observações:
* Anti-Sistema (AS): nosso Universo físico-dinâmico-psíquico decaído.
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