quinta-feira, 14 de março de 2019

Silenzio, Solitudine e Lavoro

A pirâmide de conhecimento e vivência sendo edificada ao longo desses anos vem sendo documentada neste espaço. Ter-se-à, com o progredir de vida do autor, um edifício conceptual capaz de resolver uma grande quantidade dos problemas da existência. Quem desejar "desfrutar" dessa construção imaterial deve antes de tudo aplicar o que estuda e lê - atitude sem a qual de nada irá adiantar.

Dominar a própria dimensão só se consegue conquistando
a dimensão subsequente. Assim Cristo superou a morte.
Seu nível de consciência superou por completo o espaço-tempo.
O Evangelho é altamente científico...
Verniz cultural e agilidade intelectual é o que não falta neste mundo. Adquiri-los é tarefa simples, hoje acessível a um amplo público. Já a completa transformação do indivíduo é outra questão. O modelo mental de cada um - visão de mundo - conduz à construção (conceitual) de certos sistemas de crenças e valores. Essas estruturas são a base na qual nós operamos as nossas vidas. Tudo que ocorre a nós - seja doença, dissabores, olhares, conversas, promoções, rejeições, ganhos, perdas, etc. - terá uma resposta condizente com a nossa estrutura interna (estado de consciência). Essa estrutura pode mudar com o tempo, mas leva décadas ou vidas. E várias marteladas na bigorna da dor.

Em termos de natureza humana (subconsciente) o processo de mudança é lento. Muitos o consideram estático. Ou seja, que a nossa natureza é imutável, e portanto teremos de conviver com ela, com alguns exemplares ora controlando-a incansavelmente, e outros deixando-a fluir mais livremente - mas disfarçando na medida do necessário. Tudo dependerá de sua posição social, sua constituição física, mental e emocional e o ambiente em que vive.

Eis que o autor busca incessantemente a verdade - e por isso vive num constante turbilhão de pensamentos orientados, reflexões profundas, contemplações idílicas, dores dantescas, questionamentos abstratos. Vive-se a multiplicidade num átimo. Percebe-se o porquê das coisas sofrendo de tempos em tempos. Vigia-se constantemente a própria atitude e atos! O nosso protagonista quer compreender. Deseja atingir uma verdade mais vasta, não-desmoronável frente aos argumentos pré-fabricados, às piadas prontas e às violências do mundo - sejam estas físicas, econômicas ou psíquicas. Por isso vai se apercebendo da limitação de muitos de seus semelhantes em tratar das questões que assolam o espírito. E a não ter raiva de reações que beiram a animalidade puramente reativa-instintiva, pois muitos não sabem o que fazem.

De tempos em tempos o biótipo terrestre solta um comentário ou adentra numa conversa. Do ponto de vista de quem entra, trata-se de participar - mas quando o mesmo ser se encontra num diálogo com outra pessoa, e um terceiro adentra, para participar, em muitos casos isso será visto como intromissão. Percebe-se daí que o julgamento das pessoas é relativo à satisfação de suas vontades.

E assim, seres em busca ardente da verdade, através de todos os meios, se lançando no turbilhão do pensamento puro e da paixão desinteressada, se veem num terreno lamacento, feito de ilusões e confortos que tendem ao luxo - que é um lixo. Um terreno de atuações e sociabilidade. Atuações que deslizam incessantemente no plano da horizontalidade dos bons costumes, sem jamais ascender para maiores níveis de vivência e compreensão. Sociabilidade que afoga a sensibilidade social num oceano de distrações - sem sentido algum para o iniciado. Evolver exige esforço sobrecomum e ousadia extremamente criativa. Isso se traduz em paciência.

Quanto mais se ascende na percepção da Realidade, mais difícil é manter a calma ao observar o mar de lama em que muitos irmãos se atém. Não se trata aqui de condenar, mas apenas constatar.


Todas edificações humanas devem apontar, com
sua arquitetura física ou mental, para o Alto.
Orientação.
A humanidade tem um vago instinto de melhoria de vida coletiva. Pois sente que aí reside a chave para a melhoria efetiva da própria vida individual. O princípio sistêmico pervade todos os campos. Evolução foi a palavra que fascinou o grande místico da Umbria. Visão sistêmica é o que inspirou o autor. Ambos conceitos se relacionam profundamente, uma vez que sistemas evoluem à medida que rearranjos são feitos, que por sua vez vêm do progresso individual de seus elementos constituintes. O objetivo - esboçado de forma mística por todos textos sagrados - agora ganha aspecto positivo, racional, experimentado. É o telefinalismo. A função da evolução. O porquê de se adquirir a visão sistêmica.

À medida que se vive fica-se cada vez mais contido, silencioso. Evita-se o contato desnecessário. Cria-se um campo magnético através de uma atitude sem igual, que não dá nenhum sinal de instinto agressivo, superioridade ou medo. Essas vibrações emanam do ser, que demonstra com cada gesto, tom de voz, orientação para temas e assuntos, intensidade no falar e contemplações solitárias, tratar-se de alguém que não mais suporta viver no plano animal-humano, em que os gozos são regra e o esforço evolutivo é apenas algo aceitável se o mesmo poderá ser útil para satisfazer algum vício ou mania. Assim chega-se a explicar o porque de certas criaturas, mesmo que orientadas para o bem, não serem capazes de manter concentração quando alguém está lhe dirigindo a palavra, com toda dedicação e amor: sabe-se que o ser, por ser bondoso, é mais passível de perdoar do que outros, que sobrevoam as adjacências e buscam adquirir o seu quinhão de atenção, via interrupção. Perdoa-se porque é a melhor maneira de continuar o rumo ascensional. Não se acumula toxinas e nem se perde tempo. O que há obviamente é uma "reação positiva", caracterizada por uma menor empolgação ao expor seus temas a determinadas pessoas - por não terem a coragem de se lançar rumo ao infinito. Está muito claro nessa questão quem perde (a oportunidade) e quem se catapulta adiante, através do perdão íntimo, fazendo paz consigo mesmo.

A partir do momento que se percebe a
Realidade, ilumina-se. Dá-se menos peso
às questões terrenas. Arranja-se tempo e
energia para o mundo do espírito.
É nos temas cotidianos que se teria uma oportunidade de iniciar a concatenar todo conhecimento e todas experiências com novas ideias. Para transformar definitivamente o mundo. No entanto o que o biótipo corrente prefere fazer com as notícias que ouve é comentá-las a um nível superficial, com medo - ou mesmo pavor - de adentrar nas causas daquilo. Se expondo a questionamentos, rearranjos de conceitos, diálogo. O evoluído não pode esperar que seu semelhante, dado o nível atual da humanidade, adentre nesse turbilhão de sentimentos e que exija uma atividade de pensamento que conduza a criatividade. Logo, fica-se solitário, restando apenas as suas criações textuais, divulgando sua experiência; criando sistematizações; criando e conduzindo cursos; assistindo filmes; sintonizando-se com o Alto através de músicas e contemplação da natureza; e estudando temas de forma profunda. As únicas almas que entram em ressonância com a sua são duas: sua esposa e seu pai. É aí que há alegria. Sente-se plenamente livre, sem medo de opinar, desenvolver assuntos, questionar e mostrar quem realmente é.

É muito importante nos associarmos com as pessoas que mais irão providenciar a nossa evolução - sejam elas conscientes ou não. Mas a experiência mostra que, para aqueles já adentrados em estágios de transição (involuído-evoluído), a melhor coisa a se ter na vida pessoal é pessoas próximas, bem próximas, capazes de receber seus anseios e dividir seus sonhos, criando um campo espiritual de vibrações diferenciadas, em que o redor é anulado momentaneamente para se adentrar no infinito dos sentimentos e na eternidade das construções verticais.

Por outro lado a lei recompensa, quase que de forma instantânea, o reto agir desses seres, que em seu imo compreendem o porquê de um evento ter ocorrido e não retém mágoas. Além de usarem esses acontecimentos para se projetarem em novos campos do mundo, forçando sua natureza a lidar com as questões do mundo - para assim, paradoxalmente, se lançarem de forma mais intensa no reino de Deus.

Quem antes estava distante se aproxima. Escuta além de ouvir. Cria-se diálogo. Vê-se que aquele antes ignorado, desprezado, não é quem se julgava ser. O evolvido (ou em vias de ser) se mostra aberto e apaixonado pelos temas. Se não se deseja conservar de questões do imponderável, tudo bem. Se não se deseja tratar de temas humanos, não há problemas. Uma hora todo mundo deverá lidar com essas realidades se desejarem não se afogar na perdição. Assim o autor adentra no terreno concreto, de seu trabalho, demonstrando ter um conhecimento a ser associado aos outros, restando apenas outras ferramentas do mundo perceberem o ganho que elas mesmo - e o seu coletivo restrito, valorizado - terão com essas associações. Associações que apontam para troca de ideias, construção de projetos, crescimento profissional, desenvolvimento mental, comunicação e mobilização.

Alguns estão na Terra, mas desejam criar asas.
E por causa disso, sofrem e perdoam. Trabalham e arriscam.
Ousam inteligentemente para ascender. 
Assim ascende-se na longa estrada evolutiva, cheia de armadilhas mas ao mesmo tempo cheia de oportunidades. O lema é silêncio (para cuidar das reais questões), solidão (para contemplar as maravilhas da vida, em seu sentido mais lato) e trabalho (para espiritualizar a matéria).

O contato com o mundo deve ser restrito ao específico.

Quem está em planos superiores deve compreender quem ainda não chegou ao seu plano - mas aqueles que se situam abaixo não são ainda capazes de compreender as coisas de planos acima de seu concebível. Logo, tudo concorre para a regra:

"O ser mais sensibilizado tem o dever de desenvolver sua paciência e a necessidade de perdoar. Mas ao mesmo tempo, criar o seu núcleo para que possa cuidar da suprema tarefa de progredir."

Uma vida distante de Deus passa a ser insuportável a partir de determinado nível de consciência.

É um caminho sem volta...

Do Anti-Sistema ao Sistema.
Absorvendo a ignorância com a sabedoria e o amor.

Esse é o método de Deus - a ser adotado por todos.

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