sexta-feira, 31 de maio de 2019

Inversão e diferenciação

Desdobramentos da Teoria da Queda de Ubaldi:

Não é possível à criatura ser diferente do Criador pelo fato de Deus ser Tudo que existe e inexiste.

A revolta colima na queda. Queda é involução, emborcamento, contração dimensional.

A diferenciação só ocorre entre os finitos de nosso Universo físico-dinâmico-psíquico - que está em  permanente transformação devido à sua imperfeição.

Podemos fazer uma analogia da queda espaço-temporal com
a queda dimensional. Cair de um penhasco é rápido e fácil.
Escalá-lo é lentíssimo e dificílimo. As escalas de tempo e
espírito são incompatíveis. Eis o significado do fenômeno
queda-salvação - dois períodos de um único ciclo.
Imprimir força e orientação ao processo  evolutivo é realizar as transformações que viabilizam a ascensão, que se traduz no alinhamento com a Lei. Assim retifica-se aquilo que foi emborcado pela queda.

A queda foi gerada pelo processo de inversão. Isso significa que houve um emborcamento do Sistema (S), culminando na criação de um universo decaído, o Anti-Sistema (AS), que é a antítese do Absoluto, eterno e infinito. 

Confrontar um sistema perfeito só é possível gerando-se uma inversão de valores por parte da criatura. Contra a perfeição, somente um esquema baseado na perfeição. Um esquema que, por mais possibilidades que tenha, sempre será um avesso do único modelo possível. Modelo perfeito. Modelo de Deus. 

A queda - que, vale lembrar, foi dimensional - comprimiu o espírito (big crunch) e expandiu o princípio material (big bang). Fenômeno involutivo que clama por um correspondente movimento de reequilíbrio (evolutivo) para retificar a perfeição original.

A queda atesta o livre-arbítrio da criatura. Parte dos espíritos optaram por criar sua própria lei, desejando que tudo orbitasse em torno deles.

A criatura é perfeita mas idêntica a Deus. É semelhante mas não igual. Ou seja, se ela desejasse exercitar mais o egocentrismo do que o altruísmo, causando desequilíbrio, ela o poderia, sem saber das consequências.

Se ela soubesse das consequências de criar sua própria lei, ela não faria uma escolha livre, mas por temor, se tornando uma escrava da perfeição divina. Deus não quer isso.

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Nosso universo é uma caos que está sendo constantemente reconstruído e destruído. Forças negativas e positivas atuam em todos lugares, em todos os tempos, das mais diversas formas, num embate titânico entre intenção de unificação (S) e desejo de pulverização (AS).

A teoria possui uma lógica impecável, é elegante e concisa. Resta a nós observarmos esses grandes delineamentos traçados pelo apóstolo de Cristo e interpretarmos as minúcias, relacionando o grande esquema queda-salvação com nosso cotidiano, com erros orientados para a evolução, a involução ou o regime estacionário na horizontalidade mundana.

Esquema gráfico do fenômeno queda-salvação.


O problema do ser humano consiste no seguinte: ao errar, cedo ou tarde chega a reação da Lei via dor. A escolha por um caminho é livre - as consequências, fatais. 

"A Semeadura é livre mas a colheita obrigatória" - (Bíblia - Gal. 6:7)

A semeadura é  livre escolha da trajetória a ser traçada por um determinado período. Somos livres para causar, mas presos aos efeitos decorrentes desse impulso (causa) genética. A colheita é a fatalidade, em que o determinismo da Lei passa a dominar nossas vidas, restando pouco a ser feito para evitar o que deve ocorrer. A força da Lei de Deus é infinita. A força da criatura é finita - por maior que seja. Logo, quem vence, no final, é sempre Deus, através de Sua Lei. E Ele, vencendo, nos salva, conduzindo-nos à felicidade. 

Resolve-se assim o problema do determinismo e livre-arbítrio. 
Da fatalidade e liberdade de escolha. 
Da força da Justiça divina e da doçura do Amor crístico.

Podemos concatenar as palavras-chave do esquema numa narrativa sobre-humana, na qual é possível sentir o drama dos espíritos decaídos, imersos no lodo da matéria, num universo de caos que anseia pela reconstrução. Vidas despedaçadas que sonham pela vida eterna, reconstituindo a unidade do ser. Ser originariamente íntegro, como seu Pai.  


O esquema da unificação é universal e portanto se aplica a todos os níveis e momentos. Pode ser realizado das mais diferentes formas. Eis o significado da diferenciação. Ela é um mecanismo de segurança pulverizado - ou seja, adaptado à natureza de nosso universo cancerígeno - que nos garantirá a salvação. 

Com as relações sinérgicas obtidas através das criaturas, realiza-se a retificação. Inicialmente interior, e logo em seguida coletiva. Uma retroalimentação positiva que é intercalada por uma negativa. A primeira busca ousadas ascensões. A segunda cria meios para sedimentação das práticas - cada vez mais elevadas. Transformação e estabilidade. Períodos de revoluções e consolidações. Progresso e conservação. Guerra e paz. Eis o esquema do universo. 

Aqui a paz é temporária e incerta. Ela não é sustentável e só se justifica enquanto um grupo domina. Assim que esse perde influência, a balança pende para outro lado, esfacelando o que outrora era um grande império, economia, líder ou grande pensamento através da progressão do tempo.

Nada resiste ao fluxo do tempo, que tudo corrói. 

Ele deve ser superado por uma consciência que clama por uma essência além das restrições existentes. 

Compreender tudo isso dá paz durante as tempestades e ímpeto nos momentos de conforto.

2 comentários:

  1. Caro amigo, gostei muito do post! O esquema gráfico queda-salvação ficou ótimo! Estou concluindo o livro Queda e Salvação e, quanto mais eu leio, mais assombro-me com a capacidade conceptual que Pietro Ubaldi possuía. Este ser é inexplicável! Que vista ele possuía! Seus livros sãos tesouros valiosíssimos, inestimáveis!

    Abraço.

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  2. Caro Fred, fico muito contente por ser lhe útil. Ubaldi realmente é inexplicável. Fascinante e potente. Quanto mais penetramos em sua obra, mais percebemos que a solução de todos os problemas partem dos princípios elencados por ele. Minha vida mudou (interiormente) após ter contato com a Obra.

    Abraços.

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