domingo, 4 de julho de 2021

Do involuído ao evoluído (parte 1)

Fig.1: A evolução realmente substancial de nosso ser nem sequer começou. 
Quando aprendermos a sentir o transformismo que rege tudo e todos, o avanço se dará.

A relação entre inteligência e moral , razão e sentimento, sempre foi conflituosa. A intuição é algo professado por alguns, compreendido por poucos e buscado por raridades. Aqueles que possuem domínio pleno desse tipo de consciência são tão raros que a influência que exercem em nosso mundo é pequena. Pequena não por seu baixo valor, mas pelos imperativos de um mundo que demanda quantidade para considerar. 

Para transformar as coisas no AS é necessário que a qualidade se revista da quantidade. É preciso ter número, ter voz, conseguir comunicar, agir; é necessário ter algo que chame a atenção do poder, seja beleza física, dinheiro, influência, intelecto, títulos, posição social, etc. Mas essa imersão do espírito na matéria deve ser numa dose ideal de tal forma que aquele que está buscando transformação sistêmica não se contamine com o estado de inércia da matéria. Compreender tudo isso é começar a ver tudo de forma mais profunda. E há uma equação que permite dar uma boa ideia do esquema de funcionamento deste - e de todos outros - universo(s).

Grande Equação da Substância (AGS) foi apresentada ao mundo em 1937, quando a primeira edição de A Grande Síntese é publicada e vendida mundo afora. Ela estabelece a relação entre matéria, energia e espírito, três modos de ser da substância única em nosso universo. Esses modos de ser (ou forma) são concomitantes e solidários, caracterizando todos fenômenos, coisas e seres do nosso universo. Universo trifásico. 
Fig.2: A Grande Equação da Substância em seu aspecto dinâmico. Vê-se o ciclo involutivo-evolutivo
de nosso universo trifásico. Cada fase tem uma dimensão que lhe é característica.

Com AGS fica clara a unidade e trindade de nosso universo - e de todos sistemas de universos. É importante lembrar que esses outros universos (criação a, b, c, d,...cada qual trifásica) são contíguos e não se relacionam na malha espaço-temporal, mas sim numa malha evolutiva. O campo Akáshico, muito comentado por Ervin Laszlo no livro 'A Plenitude do Cosmos' [1], é na verdade o substrato que rege o transformismo evolutivo do sistema de universos. O pensador húngaro cita uma dimensão A ('A' de Akáshico, além do espaço-tempo) que in-forma a dimensão M do nosso universo ('M' de Manifesto, no espaço-tempo). Este por sua vez de-forma a dimensão A. Um trabalho conjunto entre dois mundos aparentemente incomunicantes, mas que parece cada vez mais ser o mecanismo evolutivo tanto deste quanto de todos universos que possam vir a existir.

Me parece que a 'dimensão A' seria o meio de atuação do Sistema (S) no Anti-Sistema (AS), para que cada vez mais a matéria se espiritualize, sutilizando-se cada vez mais; e que a 'dimensão M' seria o AS. Então trata-se da imanência divina (dim. A) trabalhando em conjunto com a doença contraída pela criatura (dim. M), numa sucessão de ciclos regeneradores. 

A única incompatibilidade entre o novo paradigma trabalhado por Laszlo e as palavras de Sua Voz (em AGS) está no fato de que os outros universos que precedem e antecedem o nosso serem universos de espaço-tempo (segundo Laszlo). Mas em AGS fica claro que esses ciclos de contração e expansão - que acabam por dar gênese e extinguir universos sucessivos - separam o nosso universo de espaço-tempo (na verdade de espaço-tempo-consciência) de outros universos infra-dimensionais e supra-dimensionais em relação ao nosso.

Fora esse pequeno detalhe, os conceitos apresentados sobre o campo Akáshico são muito próximos à obra de Ubaldi. Mas esse não é o tema central deste ensaio (que será retomado futuramente, quando eu houver compreendido melhor a ideia do pensador húngaro).

Pietro Ubaldi estabelece que: "A dimensão do infinito é a evolução."

Infinito é a ausência das medidas; evolução é o vir-a-ser que assume vários modos em vários universos.

Ou seja, o infinito engloba todas as dimensões, sendo a estrutura que encampa todas as dimensões do AS; e a evolução é o fenômeno que transpassa todos universos, dando ritmo à mudança. Então o 'infinito' seria o aspecto estático mais geral - e a 'evolução' o aspecto dinâmico mais amplo. O conjunto aponta para o princípio diretor, ou aspecto mecânico.

É importante perceber o esquema geral para sermos capazes de atuar melhor em nossa realidade.

A humanidade passa por mudanças globais que envolvem todas esferas. O momento é crítico. Momento de transição planetária, em que devem ser feitas escolhas muito sérias - por cada um e pela coletividade. Vejamos o que alguns dizem a respeito:

"Estamos agora assistindo a uma transformação como jamais se viu, abrangendo, pela primeira vez, quase simultaneamente, todas as culturas em todas as partes do planeta, em função dos extraordinários meios de comunicação. Caminhamos para uma só grande civilização Planetária multicultural e multirracial.

Vieram emergindo ao longo dos últimos séculos, e agora das últimas décadas, as teorias evolucionistas, as leis da genética, a Teoria da Relatividade, a Teoria Quântica, os avanços da psicologia do inconsciente, pondo em xeque os paradigmas lineares e mecanicistas predominantes."

 Fonte: [2] (grifos meus)

A descoberta dos fenômenos muda a maneira como percebemos o mundo. Em consequência, nossas atitudes e atos mudam. Com isso é gerada uma onda de transformação, que age de modo cada vez mais intenso. Há retro-alimentações diversas nessa teia. 

Mas o mais interessante é que essa evolução é feita com base na dualidade, pois apenas no dualismo pode haver evolução - pois estamos num universo decaído (como outros), e a condição de movimento é o bipolo. Isso no entanto não significa que o dualismo é lei suprema do cosmos, mas sim que ele é mecanismo da Lei de Deus para redimir a criatura decaída. 

"O ser humano cria uma consciência baseada na dualidade do “me serve, não me serve”, que vem a se tornar o “é bom, é mau”. Em cima dessa dualidade é que a consciência vai evoluir. Criam-se ideias e valores do bem e do mal, do belo e do feio, do pode e do não pode. Passa a ter o poder de criar imagens explicativas da realidade, cria divindades do bem e do mal, anjos bons e maus, numa projeção fantástica da necessidade de se sentir seguro."

Fonte: [2] (grifos meus)

O monismo representa salto tão grande na humanidade que terá a capacidade de fazer a vida de uma civilização que aceitá-lo um paraíso. O que é visto como milagre hoje será regra num mundo evoluído. 

"É em cima dessa dicotomia que se desenvolvem os princípios filosóficos, as verdades teológicas e as explicações científicas. Alguns poucos sábios e místicos, tais como Buda, Lao-Tsé, Sócrates, Jesus, buscavam passar uma visão mais integradora da realidade, para além dessa dualidade. Mas poucos entenderam suas mensagens, que acabavam, para a maioria, engolidas pelas velhas crenças e valores, controladas por pequenos grupos dominantes pela força bruta (poder civil) ou pelo controle mental (poder religioso)."

Fonte: [2] (grifos meus)

Ressalta-se: poucos entenderam suas mensagens. O tipo médio ainda é pouco evoluído. Ele dita o que é ou não digno de ser repassado via sistema educacional. Eis a causa do progresso se dar tão lentamente - desespero para o evoluído, que se lança de corpo e alma para criar novas formas de vida, teorias, ideias, visões e afetos. Nova comunicabilidade. Não espera as condições - começa a fazer com o que possui.

Queremos obter explicações convincentes para os paradoxos que surgem. Queremos orientação - mesmo que não saibamos disso. 

"A grande busca do ser humano sempre foi obter uma explicação para sua origem e uma visão de mundo que orientasse suas ações. Um grande salto foi dado, no Ocidente, à época chamada iluminista, quando se tentou uma grande explicação racional e se aplicou ao cosmo a visão que aflorava do domínio da tecnologia na emergência da chamada Revolução Industrial. O mundo foi descrito como uma grande máquina. Uma máquina que se pode descrever, quantificar, calcular e, se possível, controlar. É daí que emerge o chamado pensamento mecanicista cartesiano, codificado sobretudo por Newton e Descartes."

Fonte: [2] (grifos meus)

Todas essas mudanças sentidas apontam para uma necessidade de transformação da substância. O ser deve começar a se tornar mais completo. Isto é, deve passar de involuído a evoluído.

Como ocorre essa mudança? O que caracteriza cada tipo? Quais as variáveis envolvidas? Na parte 2 desse estudo serão esclarecidas essas questões.

Abaixo um vídeo de Daniel Kaltenbach [3] que expressa uma visão bem interessante:

Referências

[1] LASZLO, E.  A Plenitude Do Cosmos: A Revolução Akashica Na Ciência E Na Consciência Humana. Ed. Cultrix, 2018.

[2] https://www.cloudcoaching.com.br/lideranca-e-espiritualidade-na-era-da-consciencia/

[3] https://www.youtube.com/watch?v=rFg7OuWuYLA

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