Antes de
começar, as definições:
MONISMO:
vem do grego “mónos” (sozinho, único). É o nome dado a todas
teorias filosóficas que acreditam na unidade da realidade. Para quem
segue essa linha de pensamento, existe uma única substância
fundamental (matéria, ideias,...) que podem assumir vários modos.
Por exemplo, o bem e o mal teriam a mesma essência, porém assumiram
modos completamente diferentes de – digamos assim – perceber e
atuar no mundo. Ou seja, o mal é o avesso do bem.
DUALISMO:
baseia-se na presença de dois princípios (ou substâncias) OPOSTAS
– Deus-Diabo; bondade-maldade; belo-feio; forte-fraco; etc –
irredutíveis entre si e INCAPAZES de uma síntese final.
O meu
objetivo aqui é justificar a minha crença no monismo. Farei isso
baseado no pouco que estudei e vivenciei até hoje.
Segundo
Humberto Rohden [1] o CRER é precursor do SABER. E o IGNORAR é
precursor do CRER. De forma que temos a seguinte gradação evolutiva
num ser:
IGNORAR
→ CRER → SABER
Muitas
pessoas já sabem diversas verdades (ainda que superficiais) a
respeito do mundo material. E sabem operar razoavelmente bem nele –
e do ponto de vista dele. Mas antes que essa sapiência fosse
assimilada foi necessário um extenso trabalho de mentes que
ignoraram por muitos anos verdades que hoje são tidas como
irrefutáveis. Essas mentes, cansadas de ignorar – e já sentindo
algo a mais – passaram a crer na existência de Leis. Logo abaixo
de seus pés. Dos pés de todos nós (estou sendo metafórico). E
apoiados em verdades consolidadas e em vias de consolidação,
atingiram o saber. E o passar dos séculos permitiram a propagação
desse saber para milhões – como por exemplo as leis da física, da
biologia, etc.
No
entanto, – e infelizmente – isso não significou sabedoria plena.
Porque a verdadeira sapiência envolve um campo ainda pouco sondado:
a espiritualidade.
Humberto Rohden: filósofo, educador e teólogo. Precursor do espiritualismo universalista. |
No campo
espiritual (mais profundo, mais desconhecido), a maioria das pessoas
está no primeiro estágio (ignorância). Mas muitos já creem em
Leis ainda desconhecidas. Intuem que existem assuntos “vazios”
que valem a pena ser discutidos; caminhos estranhos a ser
percorridos; ideias a serem revistas; e loucuras do tipo.
Quem
compreende e vivencia a espiritualidade já sabe sobre o que muitos
creem. Esses comprovaram por experiência de vida Leis desconhecidas
pelas massas. E tem plena segurança sobre suas concepções de
mundo. Pietro Ubaldi [2] e Humberto Rohden são pessoas que chegaram
nesse estágio.
Bom...tudo
isso pra falar que eu, na posição intermediária – como milhões
e milhões – não posso atestar certeza sobre o que vou dizer. Mas
é minha ideia sobre o assunto.
Um
dualista pode facilmente derrubar os argumentos de um monista
afirmando (por exemplo) que o Bem e o Mal são independentes e
portanto irredutíveis a um ponto comum. De fato. Mas o que é o Bem
e o Mal?
Não
existe pessoa 100% má ou 100% boa. Porém percebemos atitudes com
intenções integralmente boas ou más. Nesse caso não podemos
afirmar que o Bem (ou o Mal) é característico de uma ou outra
pessoa. E sim que ele (bem / mal) é uma ATITUDE.
A
atitude que leva uma pessoa a praticar uma atitude boa ou má depende
de sua história de vida (a), o meio em que está inserida (b) e
(principalmente) no que ela crê (c). Crer no sentido de acreditar em
algo (amor, felicidade, paz, sistema político, modo de vida,...)
para melhorar ela mesma e o seu entorno.
Muito
bem. Mesmo sendo uma atitude, até aqui Bem e Mal continuam sendo
coisas distintas.
Existe
uma palavra chamada “intenção” que serve para descrever os
desejos mais profundos de nossa alma quando agimos no mundo. Existem
inteções boas e más. Mas se você investigar a fundo o que levou
uma pessoa a agir de uma forma – boa ou má – tenderá a
descobrir que todos querem o melhor para si – mesmo que muitos
(bilhões...) não saibam o que é o melhor para si mesmo.
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Agora,
vejam bem:
Quando
alguém quer o melhor para si (todos queremos) mas julga que afetar
negativamente o entorno para obter esse melhor não é errado, essa
pessoa é classificada de má. Será?
Quando
alguém quer o melhor para si (todos queremos) mas julga que afetar
negativamente o entorno para obter esse melhor é errado, essa pessoa
é classificada de boa. Será?
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(se
alguém chegou até aqui peço calma. não quero defender o terror.)
Pra
começar: sabemos de fato o que é melhor para nós mesmos? Ou
buscamos satisfazer nossos sentidos a curto prazo? Não sei...Mas se
agimos de modo aparentemente prazeroso a curto prazo e sofremos (por
causa do mesmo ato) a longo prazo, mesmo sem nos dar conta disso,
acredito que não saibamos o que estamos buscando.
Um outro
ponto é: pode-se afetar o entorno negativamente E positivamente,
(sim, ao mesmo tempo) dependendo do ponto de vista de cada pessoa
sobre a atitude. E então? Como avaliar?
O fato da pessoa tomar uma atitude “esperta” num momento provavelmente trará muito arrependimento e prejuízo ao longo dos anos – a reação é lenta mas vem. Essa pessoa “esperta” é classificada de má se usar de violência física para atingir os fins; ou de sagaz se usa de meios comunicativos para atingi-los. Na verdade os dois tipos são iguais em essência (querem ganhar à custa do outro). A diferença é: o primeiro ainda não chegou ao tipo de inteligência do segundo, e este já passou pela experiência do primeiro tipo (em existências anteriores). De um ponto de vista superficial, os dois são mais. De um ponto de vista universal, pode-se dizer que os dois ainda estão na ignorância – apesar do segundo tipo ser valorizado atualmente, justamente porque a grande maioria das pessoas só compreende as leis da sagacidade e crê que estas sejam o máximo do estágio evolutivo humano.
O fato da pessoa tomar uma atitude “esperta” num momento provavelmente trará muito arrependimento e prejuízo ao longo dos anos – a reação é lenta mas vem. Essa pessoa “esperta” é classificada de má se usar de violência física para atingir os fins; ou de sagaz se usa de meios comunicativos para atingi-los. Na verdade os dois tipos são iguais em essência (querem ganhar à custa do outro). A diferença é: o primeiro ainda não chegou ao tipo de inteligência do segundo, e este já passou pela experiência do primeiro tipo (em existências anteriores). De um ponto de vista superficial, os dois são mais. De um ponto de vista universal, pode-se dizer que os dois ainda estão na ignorância – apesar do segundo tipo ser valorizado atualmente, justamente porque a grande maioria das pessoas só compreende as leis da sagacidade e crê que estas sejam o máximo do estágio evolutivo humano.
Dessa
forma, percebe-se que o bem e o mal são diferentes, porém a
substância de ambos é a mesma. A diferença é que um é o avesso
da outro.
Essa
ideia é difícil de digerir. Ainda mais para quem não dispõe de
tempo e energia para pensar nos assunto – e ainda precisa viver
outras experiências. Mas vivenciando e constatando os pormenores da
vida minha inclinação ao monismo é cada vez maior.
Referências:
[1]
http://pt.wikipedia.org/wiki/Huberto_Rohden
[2]
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pietro_Ubaldi
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