A polêmica não é um problema em si. Ela é a manifestação da nossa incapacidade em lidar de forma madura com questões fundamentais que a ciência não foi capaz de resolver - até hoje. Mas existem áreas com potencialidade de transformá-la em um conhecimento profundo, que nos aproxime da espiritualidade e consequentemente de uma organização coletiva (um pouco) menos dolorosa e (um pouco) mais fraterna. Áreas que servirão de plataforma para a aplicação de princípios universais, canalizando forças e habilidades latentes no ser humano [1].
Percebam que polêmica se relaciona a discurso democrático e ciências humanas. Quem fez faculdade sabe do que estou falando. Especialmente públicas com campus grandes como USP, Unicamp, Unesp, UFMG, UFRGS, UERJ, UFRJ...
Volta e meia nos deparamos com grupos de ciências humanas ou filosofia envolvidos em debates acalorados. Os estudantes de ciências naturais, de engenharia, de medicina, de odontologia, e áreas que ficam entre os dois "mundos" como psicologia e economia se assustam com tais engajamentos. Sua área tem uma dinâmica diferente.
Cada área do conhecimento opera segundo suas possibilidades, seu histórico e seu meio.
Em engenharia poderíamos definir: 1) o meio como aquilo situado fora do "volume de controle", ou seja, tudo que não seja da vida íntima e faça parte das preocupações de grupo/área; 2) o histórico como o comportamento médio do "sistema" (estudantes de x, y ou z faculdade) ao longo dos anos, com suas "vitórias" e "derrotas" e; 3) as possibilidades como as circunstâncias (internas e externas) que, se bem usadas, podem ajudar a alinhar tudo e todos na busca de uma sociedade mais harmônica.
Outro ponto: uma profissão ou área do conhecimento aparentar eficiência em relação a outra não significa que ela seja mais importante. Como eu já disse e expliquei anteriormente, nosso Universo não é nem estaticamente ordenado nem dinamicamente desordenado, e sim dinamicamente ordenado. Em seu Absoluto, claro.
Da Tese infinita saem as anti-teses finitas. As anti-teses, ao longo de sua redenção, formam a sin-tese. |
Um verdadeiro sábio, se chega a realizar altos estudos, não se prende à sua área. Ele utiliza-a para esclarecer, organizar, compreender e ajudar os seus e os outros. Ele é servo de algo maior do que seu nicho e seu ego. Isso o torna formidável.
Um sábio que atingiu a cátedra do meio acadêmico é humilde e considera tudo e todos. Observa além do presente, pressentindo tendências. Ele pode gostar de seu nicho porque considera-o como o melhor canal para manifestar suas habilidades. Transmite a necessidade de unificação e esclarecimento.
Me parece que existem mais ignorantes do que sábios nos meios acadêmicos. Ignorantes e sábios com diplomas e honrarias e títulos e artigos e apresentações em congressos e etc. Isso não é triste nem feliz, e sim uma realidade que só poderia ser assim. Porque o conhecimento torna o ser ego-consciente preconceituoso. Mas o ser pleni-consciente se libertou das necessidades do mundo e faz o melhor da melhor forma, independente de sua posição na escala mental ou material.
A cada dia se torna mais claro porque podem haver pessoas boas e "ignorantes". Todo o panorama se abre diante de meu ser, revelando uma fenomenologia universal tão sábia que ora assombra, ora fascina.
Assombra pela minha ignorância, fascina pela minha vontade de me realizar mais.
É a grande razão-de-ser...
Referências
[1] http://leonardoleiteoliva.blogspot.com.br/2014/08/e-chegado-o-tempo-das-ciencias-humanas.html
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