quarta-feira, 28 de junho de 2017

O Fim de UM Mundo (mundinho presente) NÃO É o Fim DO Mundo (mundo futuro)

Às vezes posso estar passando a ideia de que nos próximos anos nosso planeta vai ser exterminado devido à nossas atitudes coletivas grotescas - que ainda imperam. Não. O Fim de um Mundo não é o mesmo que o Fim do Mundo. 

O que está se destruindo é a mentalidade intelectiva que despertou plenamente para atuar incessantemente, em torno do século XV, no Renascimento. Essa mentalidade que despontou e começou a atuar, trazendo as mais diversas transformações, que se relacionam entre si no tempo, criando circunstâncias para outras surgirem, permitiu um desenvolvimento ímpar nos mais diversos campos. A partir daí surge o conceito de Estado moderno, de Mercados; as Ciências físicas avançam, gerando teorias no campo da gravitação, da cinemática, da transmissão de calor, dos gases, dos fluídos, dos equilíbrios dos corpos, da química, da evolução orgânica, da genética, da sociologia, da psique humana, e por aí adiante. Surge uma nova doutrina (Espiritismo), que pela primeira vez atesta a existência da vida pós-morte - a continuidade da existência. Uma primeira aproximação entre Ciência e Religião se dá. O Universo intangível do Espírito começa a ser aproximado do Universo tangível da Ciência. Fenômenos "sobrenaturais" são avaliados à luz da razão, ganhando mais respeito de certas pessoas e grupos. 

Paralelamente, a História traz as Revoluções políticas (Revolução Francesa e Russa) e econômicas (Revolução Industrial). Conceitos novos são introduzidos e proclamados - mas não praticados! Começa-se a concepção de novas formas de viver. Bertrand Russell, Paul Lafargue, William Wilberforce, Carl Jung, Victor Hugo, H.G. Wells, Benedito Spinoza, Blaise Pascal...são diversos, em todos os campos, que trouxeram à mesa uma nova perspectiva da vida. Como conceber "trabalho", "emprego", "tempo livre", "cristianismo", "monismo", "telefinalismo", "justiça social", "amor",..com histórias universais, atitudes arrebatadoras, gestos poderosos, obras formidáveis, melodias inesquecíveis, discursos eloquentes. 

O século XX trouxe à luz o que tínhamos de pior - e melhor! Duas guerras demolidoras. Desmoronamento de impérios, formas de vida; tecnologias inovadoras; salto quântico da ciência; experiências políticas inéditas; massificação de serviços essenciais como saúde, educação e segurança; composição de uma lei que reconhece direitos mínimos (ONU); a ascensão da Sétima Arte (Cinema); o Estado do Bem-Estar e sua dissolução - ao invés de reformulação -, por motivos polêmicos; a ascensão do financismo; a informatização crescente da sociedade; nossa dependência; os cultos se plasmando em outros, de forma variada (culto ao consumo, ao corpo, à saúde total, à ascensão social, à fama, às aparências,...); tudo isso e muito mais. Pela primeira vez adquire-e a capacidade de destruir a espécie (era atômica) e afetar profundamente os ecossistemas (crise ambiental). E com isso mexe-se com tudo.

Vários apocalipses houveram em nossa História de ego luciférico desperto. A destruição de Jerusalém em 70 d.C. As Cruzadas. Os Holocaustos - muitos dos quais causados pelas potências imperialistas, que plantaram o terreno para que isso ocorresse. Hoje a população da Síria está vivendo verdadeira destruição. 400 mil mortos e mais de 5 milhões de refugiados. Essa situação se cria a a partir da interferência de agentes distantes. 

O Estado Islâmico (ISIS) não surge do nada. Não surge porque muçulmano é do mal; árabe é assim. Ele começa a surgir a partir da invasão do Iraque pelos EUA e seus seguidores (ingleses e cia), que desestabilizaram a região, alterando a geopolítica local, causando mortes e instabilidades. Colocando um governo "democrático", que nada mais é do que um parlamento fantoche que cumpre diretrizes de governos dominados pela lógica financeira e petrolíferas. Uma democracia de fachada, submissa aos interesses do capital - não do povo, da cultura, da natureza. Eis o motivo das invasões e guerras: domínio, seja ele militar, econômico ou ideológico.


E então? O que está ocorrendo no mundo? Um processo de transformação de proporções e consequências nunca vividas pelos habitantes desta orbe (Terra). Vários ciclos estão sendo finalizados nesse período. Ciclos de sistema político falido (democracia parlamentar representativa), de sistema econômico falimentar (capitalismo financeiro), de ideias caducas (consumo é meta final, sociabilização à todo custo, corpo sempre em forma), de relação com as entidades evolutivamente abaixo (atmosfera, oceano, águas, solo, minerais, vegetais, animais) e acima (conceitos elevados, santos, místicos, gênios, heróis, anjos) de nosso consciente. Dentro de nossa própria psique, essa relação entre consciente-subconsciente e consciente-superconsciente começa a ficar mais evidente, mais transparente, e com isso gerando reações de incômodo. Vê-se qual é o único caminho. O caminho a ser enfrentado corajosamente, com criatividade ímpar. Com otimismo propulsor e orientado e pessimismo estabilizante e integrador. 

Precisamos superar o modo de conceber a vida, as relações. Criar novas relações mentais em nossas mentes. Praticar isso, num grau mínimo, em nosso cotidiano. Recusar o que não mais sentimos ter valor, em nosso íntimo, sem medo de sermos mal vistos. Buscarmos as ferramentas do mundo (estudo , retórica, atitudes, escrita, criação de cursos, formas de falar, de escolher produtos, serviços, amigos, maridos e esposas) para sustentarmos esse ímpeto de ascensão que brota vulcanizante, sem aviso, de nossos poros espirituais. 

Quero deixar isso claro. Porque a destruição da forma só é vista de forma pessimista por aqueles que de fato não creem em algo que vá além dessa forma. Quem sabe que a consciência é indestrutível não se deixa levar pelo desespero. 

Até as ideias podem caducar, mas jamais o ideal. Ele é o motor propulsor que reside em nosso interior. Resquícios do Sistema no Anti-Sistema. 

Rumo à Transformação planetária !

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