terça-feira, 30 de abril de 2019

Pilares da Renovação Planetária

À medida que ensinamos outras pessoas conseguimos aprender coisas novas. Somos forçados a transmitir algo de acordo com os modelos mentais de cada indivíduo, cada grupo. Ao fazer isso, percebemos detalhes que sempre estiveram ai - mas de alguma forma sempre escaparam à nossa mente. As perguntas desferidas pelas pessoas nos forçam a melhorar nossas explicações e buscar entender o porquê das coisas. Novos modos de transmitir podem revelar novas visões.

Ao elaborar os slides de meu curso de extensão surgem algumas ideias. Começo a esboçar diagramas e coloco tudo na prancheta. Assim cria-se uma nova forma de demonstrar pensamentos. A construção de algo baseado em várias fontes sempre traz elementos adicionais, originais, de quem está elaborando o material. E também multiplica a potência de certos diagnósticos, tornando uma informação verbal em visual; ou visual em cinemática; ou visual em sonora; ou em expressões matemáticas; ou em diagramas; etc. Mesmo mantendo-se a comunicação no plano verbal, uma nova combinação de palavras pode trazer um maior impacto para as pessoas, que assimilam a informação de forma mais efetiva. 

Colocar-se acima das nuvens: superar o estado de inquietação.
Longe das tempestades inúteis do mundo, para enfrentar a
suprema tempestade das criações interiores...
Photo by Joshua Earle on Unsplash.
É preciso tocar o coração das pessoas. Sensibilizá-las aos temas. E isso não pode ser feito apenas com verniz cultural. É mister ter vivenciado o que se transmite - em algum grau, de alguma forma. Sentir-se-à, do lado daquele que escuta, a potência das palavras, que trarão por trás de si um mistério plenificado de infinito e repleto de eternidade. Isso será percebido, inconscientemente (via subconsciente), durante a exposição, na qual o ouvinte irá deparar-se com algo inusitado. O gesto, tom de voz, olhar, segurança, atitude, abordagem diferenciada, transformação do semblante de forma impressionante...tudo isso ocorre quando o discurso está plenificado de sapiência. Não se trata de crer - e sim de saber. Mesmo que de forma intuitiva, supra-racional, cujo conteúdo não possa ser explicado de maneira objetiva - o que pode levar muitos céticos a se afastarem. 

Quando a capacidade de vivenciar os fenômenos da vida extrapola os limites da mente racional, sente-se um descompasso entre duas inteligências: a razão sistematizadora e a intuição vivenciadora. Desde o nível da matéria e da energia, físico-químico, passando pela vida orgânica, adentrando na psique humana e nas organizações coletivas, com seus sistemas tecnológicos e sociais, culminando nas fronteiras do pensamento e da paixão, a compreensão torna-se mais profunda. Vê-se o significado de tudo. A busca do conhecimento passa a ser uma epopeia que permeia cada instante da vida, inclusive os mais banais - pois 

Deus está em tudo e tudo está em Deus, mas Deus é mais do que a soma das partes, 

porque Ele É:

transcendente em sua potência de controle e imanente em sua amorosidade regeneradora

Dessa forma, tudo que se vive passa a ser banhado com novo significado. As dores se tornam recurso ao invés de resíduo. Recurso significa que pode-se transformar algo em outra coisa. Passar dos estoques de uma voltagem de dores para o fluir de uma amperagem benéfica de amores [1]. Não se trata de destruir ou fugir da dor - e sim de convertê-la em criações. Quanto mais intensos os golpes, mais criatividade é exigida para realizar superações. 

Criações fantásticas aguardam a nossa espécie - mas para isso, feliz ou infelizmente, haverá necessidade de um batismo de dor tal qual o mundo jamais viu, em escala global. Ferimentos que beiram o insuportável para uma civilização com meta no conforto e bem-estar material. 

É preciso gerar conforto - mas apenas se as benesses materiais servirem à evolução. A vida clama por uma coletividade de seres evoluídos, e dá tempo para que todos percebam isso. Mas há prazos para perceber as coisas. A finalidade da vida não é gerar gordos involuídos (leia-se gente plena de confortos materiais, títulos e distrações digitais, sem consciência e estofo espiritual), e sim evoluídos, nem que para isso seja necessário que todos sejam do tipo magros evoluídos (leia-se, gente pobre de recursos, sem confortos e destituídos de prole e coisas que o mundo valoriza, mas com grande capacidade de síntese, ousadia inteligente e capacidade de renovação ímpar).

Contemplação da natureza - ou a natureza da contemplação?
Ambas! Percebam: ser humano e natureza se interpenetram...
 Photo by ali pazani on Unsplash.
Raríssimo são os casos daqueles que, em meio a diversos confortos e posições privilegiadas, cumprem a tarefa evolutiva de ascender. Isso explica em parte a degeneração pela qual o Brasil passou a partir de 2014, com o acirramento da crise econômica, esfacelamento da pesquisa, da cultura e da orientação geral, além do desmembramento da Constituição de 88. Foram criados consumidores, não cidadãos minimamente conscientes (minimamente). Seria necessário iniciar um movimento paralelo, discreto e sustentável, de formação de uma cultura de pensamento crítico. No entanto, as pessoas tem seu quinhão de culpa.

Não basta fazer esforços para eleger - é mister criticar e sustentar os eleitos, para que estes consigam realizar sua missão, quer queiram quer não. O povo é co-partícipe do processo político - mesmo num país de baixíssima densidade democrática. Mas para que essa participação seja efetiva, verdadeiramente delimitadora de ações deletérias, - e deliberativa em termos de ações progressistas - as pessoas devem ter consciência. Isso significa perceber a questão política como um devenir histórico da coletividade humana. Não basta adquirir informações. Deve-se interpretá-la, contextualizá-la no tempo, no espaço e nos modelos mentais predominantes (e possíveis), relacioná-la. É essencial ter a coragem de questionar e expor o que se pensa. 

Seguir a tendência, reproduzindo o passado, é morrer. 
Se contrapor gratuitamente a tudo, destruindo sem criar, é insensatez.
Compreender os porquês e criar um modelo mais vasto, que supere a realidade, é renascer.

Quem segue é escravo, seja rico, saudável ou poderoso;
Quem se contrapõe é revoltado, mesmo que consiga subverter uma ordem;
Quem compreende e supera é sábio, seja qual for sua posição neste mundo. 

É claro que um pouco de benesses materiais (do mundo) podem fazer uma grande diferença para a divulgação e penetração das ideias do Alto. Consequentemente há necessidade em se estabelecer um pacto entre o (belo) Ideal e o (deprimente) Real. Assim haverá criação de valores, de tendências, de hábitos - e assim, a superação do sistema, com novos comportamentos. 

No meu curso de extensão (voltando a ele) esbocei três eixos (ou pilares) essenciais para a transição de uma humanidade desesperada:

(I) Alteração da matriz energética global, de fontes não-renováveis para fontes renováveis;
(II) Mudança da cultura de consumo, passando de consumismo (desmensurado, instintivo) para um consumo consciente e necessário (racional);
(III) Superação dos valores e crenças, controlando o excesso de população com uma mentalidade de que há mais na vida além da conservação da espécie (reprodução).

O item (I) diz respeito à base material-energética na qual nos apoiamos para nos desenvolvermos;
O item (II) aponta para a limitação da 1ª lei de Ubaldi (conservação individual, lei da fome);
O item (III) aponta para uma limitação da 2ª lei de Ubaldi (conservação da espécie, lei do amor).

Mas para realizar as duas limitações (II e III), além de transicionar nossa matriz produtiva-energética (I), é essencial apresentar um quid que esteja em ressonância com o imo dos indivíduos. Aí entra a 3ª lei de Ubaldi (lei da evolução). 

O caminho está traçado. As últimas descobertas da ciência
nos atestam. As conjecturas da mesma, aliada às filosofias
em busca e às religiões em mutação, confirmam a necessidade
de um novo paradigma - base de uma nova civilização.
Photo by Pop & Zebra on Unsplash.
A natureza humana está clamando por uma nova descoberta. Estamos nos dando conta de que evoluir é tão importante quanto deixarmos descendentes e adquirirmos propriedade. A depender do momento histórico, a 3ª lei se torna mais importante do que as outras duas. Mas para ser alguém que segue antes de tudo essa lei mais elevada, é preciso antes ter compreendido as duas anteriores - e mesmo se desenvolvido com base nelas. 

Apenas os santos, gênios, verdadeiros heróis, são capazes de abdicar de tudo do mundo para se dedicar aos fins supremos da vida. Vida em sentido lato, que extrapole as definições biológicas materialistas, a partir do conceito de célula, com seu DNA e RNA, sua replicabilidade e coordenação. Trata-se de um conceito mais vasto, que enxergue "vida" como um princípio diretor. Um pensamento que anima a matéria e se faz misterioso na transmissão instantânea de informação. 

O que vemos em nossa galáxia, nesse sistema solar, atualmente, é a necessidade de um suporte material para que a vida possa ser percebida e manifestada. Para quem se interessar, recomendo o estudo e contemplação da Obra de Pietro Ubaldi, Huberto Rohden e Pierre Teilhard de Chardin - gigantes desbravadores dos mistérios do infinito.

O surto mental se torna menos intenso...
O impulso que me embalou há pouco se esvai...
A ideia permanece, à espera de impulsos novos, renovados...

Todas as visões apreendidas intensamente pelo autor ao longo da última década de vida se revelam cada vez mais realistas [2]. Trata-se do futuro da evolução humana. O monismo é a doutrina da unidade que realça o melhor das diversidades e combina-as da forma mais sinérgica possível.

Deixo o teclado por ora. A narrativa dessa epopeia segue no livro da vida, em que as palavras devem ser 'lidas' nos atos, nos gestos e - sobretudo - nos olhares - que manifestam a grandeza e os anseios imensuráveis da alma.

Referências:

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Arquitetura evolucionista (espiritualista)

Introdução

Reencarnação

Criação progressiva

Visão atomista-cartesiana Kardecista

Exilados de Capela

Diagrama gráfico evolucionismo espiritualista

Conclusões

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Curso de Extensão: Energia, Desenvolvimento e Meio Ambiente (EDMA)

No ano passado idealizei e formulei meu 2º curso de extensão. Ele representa um aspecto mais concreto, no terreno prático, dos conceitos apresentados em meu 1º curso (Iniciação à Ciência de Sistemas). Mais voltado para a produção de textos, exposições orais e pesquisas transdisciplinares do que a formulações analíticas e simulações de fenômenos, as quarenta horas de curso visam dar uma percepção mais profunda sobre as problemáticas sócio-ambientais. Esse esforço é titânico considerando as dezenas de distrações cotidianas às quais o autor é submetido. Distrações que, somadas às burocracias e rituais sociais obrigatórios, tornam as criações voltadas para o ideal mais desgastantes, por sobrar pouca energia e tempo para construções efetivamente úteis, situadas em outro plano. 

A questão equitativa leva à distributiva (socialismo).
A questão de viabilidade leva à maturidade (realismo).
A questão de suportabilidade leva à sustentabilidade (ecologia).
Fazem parte do curso: (a) aulas expositivas; (b) exibição de vídeos (documentários, entrevistas, filmes); (c) palestras; (d) debates; (e) um seminário; (f) listas de exercícios envolvendo ensaios, mensurações, análises gráficas, entre outras e; (g) atividades lúdicas. Visa-se exercitar múltiplas habilidades de cada aluno. O produto final deve ser um trabalho em forma de artigo (em grupo) que trate de uma temática ecológica, tendo como foco um dos pilares da tríade energia-sociedade-biosfera, não esquecendo de enquadrá-lo no grande plano universal no qual todos se inserem.

Para uma difusão, pretendo colocar nesse espaço as aulas expositivas e deixar registrado as impressões (capturadas), as ideias (construídas) e as opiniões (manifestadas) ao longo desse período de 12 semanas.

Trata-se de um projeto para uma humanidade futura, que saiba se lançar de forma intensa em projetos mais amplos, com foco em trabalhos colaborativos, fazendo uso correto das tecnologias - ao invés de ser dominada pelas suas atratividades distrativas e desorientantes. E também para o futuro dos cursos (técnicos e de graduação), que poderão incorporar em suas grades horárias uma série de disciplinas-síntese, de caráter orientador e colaborativo - sem perder o foco da especialização. Assim tem-se a oportunidade de integrar efetivamente conhecimento acadêmico com sabedoria popular.

Esse homem lançou as bases. Estamos redescobrindo-as!
Para reconhecê-la, precisamos atingir o mesmo sentimento
pelas vias da razão.
Não pode-se mais tratar de questões sistêmicas de forma isolada no: (i) saber, com cada especialidade tratando o Todo a partir única e exclusivamente de seu ponto de vista, ferramentas e teorias; (ii) no espaço, restrita a uma escala regional e; (iii) no tempo, desvinculando os eventos da esteira evolutiva que se imprime na História, construindo-a com os fatos - e revelando-a com as interpretações cada vez mais profundas. Interpretações advindas da conquista de patamares superiores de consciência. Como se os acontecimentos não fossem manifestação de um devenir histórico que se constrói com atitudes e pensamentos.

Esse trabalho representa, portanto, uma possibilidade futura - que deverá encontrar terreno cada vez mais propício para se desenvolver e possibilitar a construção de mundo mais consciente e integrado. Aqueles que continuarem essa linha, embalando-a com o mesmo espírito que animou os pioneiros que participaram dele, serão os herdeiros por direito e trabalhadores por dever.

E assim o progresso humano se dá.

Em breve as videoaulas do curso!

Quem é o Patrão?

Na vida sabe-se que jamais teremos controle sobre tudo. Nem sobre o ambiente externo (sistema), nem sobre nossa própria vida pessoal (indivíduo). Isso pode ser interpretado de uma forma equivocada, abrindo brecha para o desleixo, o existencialismo vazio, a falta do espírito vivificante que anima as obras. No entanto, para aqueles que perseveram na retidão e buscam o esclarecimento, -  às vezes, à custa de sua própria existência - não há nada mais reconfortante do que saber que quem realmente controla tudo é Deus, através de sua Lei. Lei una em seu princípio - e plural em suas manifestações.

Quando se fala em um princípio, a primeira coisa que vêm à mente é a sua imaterialidade - e portanto indestrutibilidade. Não é possível acabar com algo que está situado fora dos limites do espaço (manifestação material), do tempo (devenir energético) e do relativo (razão). Esse "fora", na verdade, é um além. É um englobar, que deixa cada parte agir circunscrita às suas inerentes limitações naturais, justamente porque tem ciência de sua finitude. O que significa que uma dimensão, em sua finitude, jamais pode destruir uma obra que a supera - por estar em nível conceitual (evolutivo) muito superior. Ao compreender essa estranha filosofia abstrata, universal e sem medo de unificar pensamento e sentimento, tornando-os, através de uma maturação interior, em reflexão e contemplação, o processo de ascese tem início.

Perceber que a nossa capacidade de controlar é limitada
é o que nos trará a vitória real e final.
Photo by Benjamin Davies on Unsplash.
O que dá segurança é a firme convicção de estarmos alinhados com uma corrente de pensamento (noúres) superior, mesmo que não tenhamos noção de como se dá isso nem do que se trata.

Aqueles já com certo grau de consciência, antes de reencarnar neste mundo, fazem um roteiro evolutivo. Esse roteiro possui um cronograma, a ser seguido quando estamos encarnados nesse mundo de sofrimento e dores (expiação e provas). O problema é que o processo de 'descida' ao mundo - o nascimento - é algo extremamente limitante para o espírito, que se vê num turbilhão de contração dimensional. A liberdade temporária de outrora passa a ser comprimida em dimensões inferiores, concatenando o que era livre a uma âncora (corpo). Âncora com mil necessidades, sujeitas e inúmeros vícios, que tornam a implementação do trabalho real um verdadeiro desafio. Trabalho titânico. 

Mergulhado numa arena de lutas incessantes, com os semelhantes mascarados, repleto de segundas intenções e comunicação ambígua, observa-se a manifestação dos diversos tipos de egoísmos: desde os mais baixos (tamásicos), até aqueles da modernidade, mais secretamente admirados (rajásicos), e mesmo aqueles 'bonitos' (sáttvicos), mas no fundo inúteis. Sempre uma forma de manifestação do ego. É preciso adquirir a arte de perceber tudo isso. Para evitar as infindáveis armadilhas que o mundo arma, consciente e (principalmente) inconscientemente, devido ao seu baixo grau evolutivo. 

Só vamos readquirindo noção do cronograma à medida que vamos crescendo. O organismo precisa se desenvolver. O corpo deve ter seus sensores e atuadores completos. Atingida a fase de maturidade corporal e psíquico-nervosa, a verdadeira batalha (re)começa. Passada a sonolência da infância e a turbulência da adolescência, na juventude observamos os primeiros ensaios, desorientados mas impetuosos, para dar algum significado à existência. A maioria adquire a consciência e logo retoma seu caminho. Porém, essa retomada é a continuação de uma trajetória suave, mediana, com pequenos declives e muitos cuidados. Receios em se expor e falta de vontade em se consumir - para conquistar uma vida superior. O limite seria morrer para renascer. A famosa ressurreição, tão pobremente interpretada pelo cristianismo eclesiástico.

Alguns, antes de voltar, se propõem acelerar sua evolução pessoal. Ou por já terem iniciado um processo de ascensão um pouco mais íngreme, orientado e potenciado, em vidas pretéritas; ou por decidirem iniciá-lo na próxima (existência), traçando um roteiro ousado, com cronograma a ser cumprido à risca, necessitando para isso uma concatenação de eventos que chacoalhem seu imo, conduzindo-o à  insuportabilidade da dor para, a partir desse ponto, dar o impulso inicial

Terríveis dores temporárias - gloriosas conquistas eternas!

Ir redescobrindo esse roteiro evolutivo, em existência física, é algo muito interessante. À medida que se percebe a própria pequenez perante esquemas superiores, supra-dimensionais, ganha-se em humildade. E em paralelo potencia-se a vontade de fazer as coisas. Parar, nunca mais. Porque algo dentro de nós acordou. Isso foge ao nosso controle. A única coisa que a nossa mente pode fazer é submeter-se ao processo que se manifesta. Daí o motivo de "Logos guia Lúcifer", proferido por Cristo com muita propriedade. O Evangelho traz ensinamentos muito profundos, de forma adaptado à mente mais focada na ação, no concreto, como a ocidental. Muitos princípios do Novo Testamento estão presentes no Tao e na Gita. A diferença reside na forma de apresentar. Mas as três (sublimes) obras são de cunho monista. A interpretação rebaixada (ao nível evolutivo dos seguidores) é que as deixou refém do esquecimento ou da gozação, especialmente por parte da ciência atomista-cartesiana-mecanicista.

O personagem está imerso num mundo de seriedades de superfície. O que é sério o é apenas em função do grau de consciência médio, imposto pela coletividade, cujas derivações são um corpo de legislações (lei civil, formal) e costumes (lei social, informal) que enquadram todos que embarcam nessa nave planetária chamada Terra. Essa percepção limitada acaba por trazer dores e incômodos de tempos em tempos. Trata-se de uma visão míope, de curto prazo e com pouca percepção de relações.

A viagem só começa quando tomamos ciência da
mecânica do processo e da meta final.
 Photo by Benjamin Davies on Unsplash.
Efeitos de segunda ordem tem mais a ver com causas extra-físicas do que sensíveis. O imponderável é a Grande Consciência que conduz o nosso planejamento quando estamos 'do outro lado'. De modo que o S está sempre no domínio, atuando de forma íntima, mais perceptível quando o ser já é mais consciente. O AS, julgando comandar, obedece de modos variados. Sem sabê-lo, cumpre um esquema pré-determinado por forças superiores (S), que arrastam um conjunto de atores para o cumprimento de um destino. A maioria desses atores é completamente alheio a esse jogo de forças embalados por um objetivo supremo. Alguns poucos, já desbastados pelas dores, intuem mais e adequam seus (pequenos) planos humanos a essas finalidades ocultas. Raríssimos seres tem plena noção, agindo com plena consciência como ferramentas de Deus.

"Seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu."
(Jesus, o Cristo)

Conhece a ti mesmo (gnōthi seauton), está escrito no Tempo de Apolo, em Delfos. É a sabedoria oculta, que vêm repassando através de várias religiões e filosofias, ao longo dos milênios. E embalou o espírito dos maiores cientistas e artistas.

Eu diria também:
"Ser de grande envergadura, conheça o teu roteiro cósmico! É ele que te trará libertação."

Quando descobrimos que o acaso é um mero produto de nossa ignorância, ficamos tranquilos. Não ocorre uma queda de folha sem que Deus o permita. Ele é o Patrão que comanda tudo e todos.

Ou seguimos sua Lei, buscando ser 100% fiéis aos princípios (ideal), ou não teremos o auxílio necessário para cumprir nossa missão. Nesse caso, as pessoas fazem bem em se fortalecer com os métodos do mundo, pois quem somente confia em suas forças e só trabalha embasado no real, jamais terá a proteção do Alto - que é reservado àqueles embalados pelo ideal.

sexta-feira, 19 de abril de 2019

O cumprimento de um destino

Àqueles que se antecipam evolutivamente em muitos aspectos a humanidade presente, resta a incompreensão do semelhante. Não apenas ela, mas o seu esquecimento ao longo da vida. Uma invisibilidade que permeia o cotidiano - e a qual essa elite espiritual, que só deseja servir a todos, cada qual a seu modo, se faz serva e humilde. Um descaso com as palavras, e até mesmo uma agressividade do semelhante, são constantes na vida desse ser. Mas onde muitos desistem, ele continua e persiste, se renovando. 

Cada golpe de martelo, cada ameaça, cada oferta de prazeres, não tem potência suficiente para remover o ser de sua trajetória. As tentativas vêm de várias formas. O diabo se manifesta de vários modos. Ele se encarna naqueles mais receptivos à sua filosofia (que é a do Anti-Sistema). Filosofia de fragmentação. Dualismo que se recusa a chegar ao monismo.

Quem segue um ímpeto interior sem se importar se isso irá ou não trazer reconhecimentos momentâneos ou benesses materiais pode atingir posições inesperadas ao longo da vida. Me refiro a fenômenos inexplicáveis que salvaguardam certos indivíduos de catástrofes - que varrem tudo que não é sólido. Inexplicavelmente ocorre a preservação de certos tipos, raríssimos em sua substância. A previdência humana, tendo se esgotado e ocorrido de forma completamente orientada e sincera, cai nas graças da providência divina, campo de forças inexpugnável. Assim viabiliza-se o cumprimento de uma missão. 

Simão Pedro, o apóstolo que negou três vezes.
Depois, arrependido, retomou o caminho iniciado,
cumprindo o início de uma missão. Missão que
continuou no século XX, quando nos trouxe uma
Obra de 24 volumes - comprovando logicamente
a Lei de Deus.
Á medida que o autor conduz seu caminho, não se deixando vencer pelas facilidades e prazeres de uma vida terrena, sente que algo está sendo edificado. Um destino gloriosamente exaustivo se constrói a partir de uma fé inabalável, permeada de busca incessante pela melhora íntima. O conhecimento é um meio que pode ajudar - especialmente a depender da posição em que a pessoas se encontra. Estamos na fronteira do concebível - que representa uma barreira ao saber conviver com o outro. É a vertigem da pobre razão causada pelos mistérios do imponderável.

Muitos já começam a traçar o roteiro evolutivo. Aquele que melhor cumpriu essa tarefa, a meu ver, até o momento, foi Pietro Ubaldi. 

Até o momento o maior filósofo monista (e talvez de todos os tempos) tenha sido Benedito Spinoza. Mas segundo a perspectiva de Gilson Freire (e minha, igualmente), esse posto logo será tomado por outro, ainda não reconhecido em nenhum meio que tenha peso de influência do imaginário humano. Esse outro foi um professor de inglês de ginásio da Umbria, que abdicou de uma vida de prazeres e domínios para mergulhar numa existência de incompreensões e labuta infindável. Alguém que abandonou, conscientemente, tudo que o mundo valoriza (inclusive aqueles seres sáttvicos), perdendo sua (pequena e fictícia) vida terrena para salvar uma (verdadeira e eterna) vida integral. Isso ficou comprovado com o fim de sua Obra - e cumprimento da Missão. Trata-se de Pietro de Alleori Ubaldi.

Décadas depois começam a surgir os assimiladores da Obra. Gilson Freire e Maurício Crispim são dois grandes nomes que possuem por trás de si criaturas com sensibilidade capaz de assimilar tão profundos conceitos e perceber o quão real e necessário é caminharmos em direção a essa vida sublime, que Francisco de Assis tão intensamente viveu - e que Franco Zeffirelli tão poeticamente retratou, de forma sintética e potente, em seu filme Irmão Sol, Irmã Lua, de 1972 - mesmo ano da morte do grande arauto da nova civilização do espírito.

Olhando o infinito que nos aguarda - para inspirar.
Inspirar para criar. Criar para caminhar. Caminhar
para evoluir. Evoluir para retornar ao S.
Alguém que "se tocou" não pode mais retroceder. Isso seria uma distorção profunda de sua natureza - e compressão insuportável de suas possibilidades. 

O fenômeno tem seu devenir característico. Ele é embalado por um imponderável que se faz trovejante em seu silêncio, potente em sua inação, inabalável em sua postura e convincente em sua paciência. Ele infecta certas criaturas, que se colocam como servas desse Grande Senhor - o único e verdadeiro Senhor a ser servido de corpo e alma. 

Assim cumpre-se um destino de dores e glórias. 

A vida, para a imensa maioria, parece ser destituída de uma finalidade suprema. As relações aparentam ser mero verniz intelectual para a construção de teorias, metodologias e ferramentas para ocupar o ser humano com pequenas questões. No entanto, essas construções tem uma finalidade profunda, que apontam para algo muito mais interessante. Não à toa denominei o pensamento sistêmico como uma possibilidade (ponte) de se atingir o misticismo salutar que embalou Francisco de Assis. 

Se nossos cientistas, estadistas e homens de negócios se deixarem invadir por esse espírito, as soluções chegarão. Elas hão de vir, por bem ou por mal.

Eu quero que elas venham por bem. Minha vontade é tão ardente que sinto a alma rasgar. Minhas contribuições, quanto maiores são, menores a sinto, por ver que a construção no finito nada é perante o Infinito que nos aguarda.

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Arquitetura evolucionista (materialista)

Introdução

Giordano Bruno

DNA: o deus da carne

Universo acêntrico (1)

Universo acêntrico (2)

O desafio do infinito

domingo, 14 de abril de 2019

Profundidade sistêmica - e não multiplicidades específicas.

Existe uma certa dificuldade da mente racional em assimilar o conceito de profundidade sistêmica. Acaba identificando-o com um saber que encampa múltiplas especialidades. Como não é possível saber de fato muitas especificidades, a questão é anatemizada. Condena-se por não compreender do que se trata. Por esses motivos é necessário ser cristalino e direto na exposição dos conceitos e transparente nas intenções.

Estamos diante de uma forma de abordar a realidade que não está mais centrada numa compreensão analítica e reducionista de objetos. A divisão (dos saberes, dos objetos), com estabelecimento de fronteiras (fictícias, criadas pela mente racional), acaba obliterando a capacidade de compreender uma realidade mais profunda, que através de sutis relações gera efeitos que impressionam os sentidos e atordoam a mente. Essas interconexões se dão não apenas entre coisas (objeto-objeto), mas igualmente entre pessoas (sujeito-sujeito) e entre essas e as coisas (sujeito-objeto). Mais: essas relações podem ocorrer entre múltiplas entidades - tornando a compreensão ainda mais fascinante e desafiadora. 

Numa imagem, inspiração para esquemas lógicos, ensaios,
coreografias e atos de liderança.A inteligência integral deve
fazer uso de todas as outras para edificar a si mesma.

Será que os métodos e ferramentas de outrora serão capazes de lidar com essa nova realidade que se desfralda diante de nossos olhos? É possível que, com a nossa forma de raciocinar, sejamos capazes de abarcar a complexidade que se tornou a nossa civilização? Será que o nosso atomismo-cartesiano tem o estofo necessário para lidar de forma madura com as questões da finitude do espaço e do tempo? Com a não-localidade quântica? Com a simultaneidade da transmissão de informação? Com a criação pura...a partir do "nada"? 

Tudo indica que estamos diante de uma fase evolutiva que exige um salto conceitual. Uma travessia fora do comum, que exigirá a conjugação de inteligências múltiplas, guiadas por um senso íntimo de unidade.

Segundo os estudos mais atualizados de especialistas [1], existem sete tipos de inteligências:

1. Linguística
2. Lógica
3. Espacial
4. Musical
5. Motora
6. Interpessoal
7. Intrapessoal

O que as caracteriza exatamente? Como podemos perceber qual é a que temos mais desenvolvida?
Quem tem facilidade na redação, na literatura e em expressar-se em geral, sendo capaz de compreender pontos de vistas distintos, possui potencialidades na (inteligência) linguística;
Quem é capaz de sistematizar processos e modelar (representar) fenômenos de forma matemática e com diagramas, fazendo uso de uma memória apurada e disciplina férrea, tem em seu imo uma inteligência do tipo lógica;
Aquele com facilidade na criação (e visualização) de imagens 2D e 3D, possui habilidades que lhe dão um senso de espaço apurado. Sua inteligência é do tipo espacial;
Aquele que percebe sons de forma apurada, e revela destreza na criação de harmonias sonoras, além de demonstrar uma criatividade na junção de sons, ritmos e melodias, possui em si a inteligência musical;
Quem, com a gesticulação, a postura, os olhares e o movimento, é capaz de transmitir (e despertar) sentimentos e ideias, possui em seu íntimo a inteligência do tipo motora;
Aqueles que conseguem captar facilmente a qualidade dos outros, somando a isso a habilidade inata de coordená-las visando um objetivo terreno comum, tem habilidades de liderança exterior, possuindo uma inteligência de gestão, ou interpessoal;
Aqueles que, com a sua essência, são capazes de influenciar os outros através de ideias, ao longo do tempo, de forma muito sutil, porém efetiva, tem dentro de si uma das inteligências mais raras (e magníficas): a intrapessoal.
Lidar com estudos sistêmicos envolve tangenciar com cada uma dessas inteligências, compreendendo-as e utilizando-as para lidar com a (percepção da) realidade, cada vez mais vasta e misteriosa. 

O paradigma racional-analítico, filho do casal atomismo-cartesianismo, tende a considerar inteligência apenas as de tipo 1 (linguística) e 2 (lógica), que permeiam em boa medida as ciências, a matemática e a filosofia. No entanto é preciso se dar conta de que as outras cinco tem um papel muito importante para apoiar essas duas - e vice-versa. 

Existem relações muito profundas entre a escala de desenho técnico (espacial) e a de simulação (lógica + motora). 

A quantidade de pessoas que apresentam em grau mais
desenvolvida um tipo de inteligência. Nos testes de QI
são avaliadas apenas as duas primeiras. Fonte: [3].
A (inteligência) motora está relacionada ao movimento. Este, para se dar, necessita de um substrato dimensional que o viabilize: o tempo. Logo, a simulação, que nada mais é do que a reprodução de um modelo (construído com a inteligência lógica) no tempo, envolve a combinação de duas inteligências. Só que a motora se relaciona não ao movimento do sujeito, mas ao da natureza infra-humana (o fenômeno estudado). Como vimos no ensaio anterior [2], a relação entre escalas é evidente. 

É interessante também perceber que as duas últimas (inter e intrapessoal) não envolvem nenhuma capacidade sensória ou de atuação concreta, mas sim de coordenação eficaz (sociabilidade) e de edificação da essência (sensibilidade social). Elas se demonstram de forma mais sutil, sendo mais intangíveis, não-documentáveis. A última é mais profunda ainda, pois tem um quê de misterioso. Não à toa é aquela que menos indivíduos possuem razoavelmente desenvolvida, compondo um grupo que encampa apenas 2% da humanidade [3].

É interessante perceber que nossos sistemas (institucionais e subconsciente) de avaliação consideram apenas as duas primeiras inteligências - que em conjunto compõem as habilidades mais proeminentes de quase 60% da espécie. Segue-se a motora e espacial. Musical, interpessoal e intrapessoal são relegadas à não-avaliação, geralmente. Esse é um dado interessante, porque mostra que nossos sistemas de avaliação estão ancorados no número de pessoas que se destacam num dado campo - como se esse percentual frente ao todo fosse indício de superioridade qualitativa. 

Observando-se as seis primeiras inteligências, é admissível que a mensuração de cada uma seja possível - de alguma forma. A dificuldade em identificar habilidades parece crescer à medida que menos indivíduos demonstrem possuí-la. Não apenas isso, mas sinto que essa valorização (e capacidade de avaliar com precisão) de cada inteligência reside em sua potencialidade para ser convertida em algum tipo de ganho econômico, seja ele tangível ou intangível. Eu diria que é na transformabilidade da inteligência em um poder a ser usado que reside a sua capacidade de ser reconhecida como importante.

Para aqueles com inteligência espacial mais desenvolvida, apresento a mesma informação da tabela anterior de forma linguística-numérica, ao lado. O motivo é dar ao leitor (visualizador) a percepção de que existem diferenças na hora de capturar algo. A depender da natureza da pessoa, pode ser muito mais compreensível capturar algo numa forma que lhe seja mais admissível (dada sua constituição fisio-dinâmico-psíquica). 

Ao que tudo indica, a capacidade de adquirir uma visão sistêmica se relaciona diretamente com a habilidade de "passear" entre essas diversas inteligências, experimentando-as para conseguir reconstituir uma visão mais vasta e profunda da realidade. 

Já falei anteriormente a respeito das limitações do paradigma hodierno para abordar questões que transcendam o já vivenciado (conquistas do passado). A objetividade fica difícil de ser aplicada à física subatômica, no reino quântico, e nas relações entre coletividades humanas e casos de diferenciação evolutiva - ainda raros. A estabilidade dos modelos econômicos é frouxa para delinear metas e meios para uma civilização verdadeiramente sustentável, e assim perde espaço para a termodinâmica de sistemas abertos, governados pela lei da entropia. Esses sistemas "vivem" em zonas de não-equilíbrio, através de processos que aumentam a entropia do meio às custas de um aumento de complexidade interno.  

Isso tudo nos leva ao propósito da vida, que aponta para o desconhecido - e irresistível - destino que nos aguarda...



Referências:

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Progressão de escalas

Quando se sente a imanência divina nos recônditos da alma, as atividades mundanas passam a ser compreendidas sob uma ótica mais universal. Carregadas de sentido mais vasto, discurso mais incisivo, potência mais intensa e capacidade de penetração mais profunda, ao atos começam a revelar-se apenas meios para a manifestação de qualidades. Passa-se a fazer uso das coisas. Abandona-se o simples cumprir a obrigação para abraçar-se o intenso vivificar o dever. E assim, durante o preparo de aulas e explicações, chega-se a perceber um novo aspecto da divindade - através dos conhecimentos ensinados.

As escalas são um artifício muito utilizado em Desenho Técnico. Sua função é ampliar algo muito pequeno ou reduzir algo muito grande, com a finalidade de trazer esse microcomponente ou macrocomponente à nossa capacidade de percepção humana. Para isso estabelecemos uma proporção que nos revele o quanto aquele objeto está sendo diminuído/aumentado. O conceito é aplicável não apenas em cartografia (mapas), biologia (nanotecnologia), mecânica (peças), eletrônica (partes de circuitos), entre outros nichos. É de grande utilidade para o manuseio de informações. Permite não apenas a compreensão e visualização, como a representação adequada. Essa escala é do tipo espacial.

Se adentrarmos no terreno da engenharia, subárea de simulação e validação de sistemas, podemos nos deparar com outro tipo de escala: de tempo. Nesse caso a preocupação está em escolher um intervalo específico, reduzido ou grande. Isso irá depender do fenômeno sendo analisado. 

Adentrar no turbilhão do pensamento e da paixão é suicida
para muitos. Para alguns, é a única alternativa.
Imagem de Thor Alvis.
Se observarmos como se dá o processo de aquecimento de uma panela com água, perceber-se-á que o aumento de temperatura ocorre num período relativamente longo. Esse tempo - que chega a minutos - é chamado de constante de tempo. Aqueles de ordem térmica tem uma constante de tempo grande. Por outro lado, ao acionarmos um interruptor percebemos que a corrente elétrica passa de um valor nulo a outro não-nulo num intervalo de tempo curtíssimo (ordem de nanosegundos). Isso significa que sua constante de tempo é muito pequena: o fenômeno se dá rapidamente. Assim concluímos que fenômenos térmicos são mais lentos do que os elétricos. Os mecânicos se situam entre os dois. Os hidráulicos, idem, sendo ligeiramente mais lentos do que aquele. 

Quando vamos analisar a mudança de uma variável de um domínio, podemos estar interessados em perceber como essa mudança se dá. Para que possamos perceber essa variação devemos usar uma escala de tempo adequada. Mas antes, possuir o instrumento (sensor) capaz de detectar as mudanças na frequência desejada - ou um método numérico de simulação que seja adequado aos resultados a serem visualizados. Dessa forma percebe-se a tradução de processos muito rápidos e muito lentos numa escala que permita à mente humana visualizá-las e consequentemente assimilar o que está ocorrendo. 

A simulação de mudanças geológicas devem ser feitas numa escala de tempo reduzidíssima, isto é, "comprimir" períodos multimilenares em poucos segundos ou minutos. Giro de pás de turbinas hidráulicas deve ser analisada a partir de uma escala de tempo ampliadíssima, o que implica em "expandir" intervalos curtíssimos de fenômenos para que a mente humana possa compreendê-los. 

É muito interessante perceber esses tipos de necessidades. Essas criações artificiais apontam para a possibilidade de outros manuseios, que já aplicamos de forma intuitiva, porém desorientada - isto é, sem plena consciência do processo e destituída de sistematização. Esses trabalhos mentais são o uso da escala de consciência.

As balas somem quando nos damos conta da sua inexistência.
A realidade integral deve ser absorvida pela alma.
Esse processo é alcançado por vias que transcendem as
faculdades racionais...
Quando desejamos assimilar um conceito que extrapole a nossa capacidade de compreendê-lo, precisamos fazer algum tipo de "compressão" daquilo que estamos observando (ou sendo nos repassado). Por exemplo, alguém que nunca estudou química, ao se deparar com o conceito de reação química, deve estabelecer analogias com aquilo que já conhece: saber que se trata de uma transformação a nível molecular; que pode haver liberação ou absorção de energia; que serão formados "novos" elementos; etc. Deve-se igualmente saber o que são elementos químicos, sua constituição e como eles se relacionam. Saber que esses elementos se comportam de forma diferenciada em contextos (condições ambientais de temperatura, pressão, concentração, umidade, etc.) diversos. Em suma, são mobilizados os recursos disponíveis (conhecidos pela mente) para se construir um "novo recurso", ainda incompreendido - e portanto ignorado. Esse processo é feito sequencialmente, de forma lógica e ordenada. É a razão que se expande para compreender. 

Por outro lado, pode-se desejar passar um conteúdo para alguém que não tenha pleno domínio do mesmo. Esse é um dos desafios do docente, cuja missão é transmitir o novo conceito, técnica ou sensação ao aluno de forma assimilável ao seu nível de consciência. Para isso deverá ser feita uma "compressão" desse saber, tornando-o mais concreto (denso) para que o estudante saiba se apropriar do significado e manusear com o mesmo. 

Dessa forma vê-se que a escala de consciência também se dá em dois sentidos: simplificação (contração para transmissão) e expansão (mobilização para construção). E assim a humanidade é capaz de se comunicar entre si, repassando informações e conhecimentos entre gerações e povos, entre áreas do saber e entre nações. Isso possibilita o intercâmbio, fenômeno essencial ao processo evolutivo humano. 

Destacar-se das massas não é necessariamente arrogância.
É essencial não julgar - porque desconhecemos as intenções
que movem as pessoas. "Ler" o outro com olhares intuitivos.
No entanto, a marcha dimensional não cessa e a vida impõe novos desafios de tempos em tempos. 

Existem indivíduos que percebem de forma altamente diferenciada os fatos da vida. Sentem o devenir histórico, o transformismo das condições e o telefinalismo da existência, se apegando a coisas inexistentes para a mentalidade racional. Alguns, desejosos de compreender esse ser, fazem esforços intelectuais para conseguir atingir esse tipo de conhecimento. No entanto, por mais que se lancem no turbilhão racional, o máximo que conseguem fazer é se aproximar um pouco mais dessa nova forma de conceber as coisas. Por mais que se caminhe no plano da consciência (racional-analítica), nunca se chega a compreender integralmente os porquês de tais criaturas. Seres envolvidos em mistérios insondáveis, de comportamentos inimagináveis, que revelam, de tempos em tempos, qualidades que surpreendem a todos, assustando os poderosos egoístas - e encantando os simples e inertes idealistas. Trovejam palavras, ações e atitudes visíveis, construindo um todo orgânico. Algo se materializa e é reconhecido - mas não se sabe como se chegou a essa obra acabada. O processo é um mistério...

A vertigem da razão aponta para os mistérios da fé.
A força inesperada, precisa e elegante, com 'timing' perfeito, abala o subconsciente humano.

Estaremos nós diante de uma nova tentativa de operar com outra escala?

Ubaldi nos aponta para o superconsciente (intuição), uma inteligência capaz de perceber coisas imperceptíveis pelos métodos racionais, dos quais a humanidade já se apropriou razoavelmente bem. Uma inteligência simultânea, que capta a essência das coisas, sem se prender a questões analíticas, com excessos de formulações. 

Todos modelos simbólicos e físicos humanos nada mais são do que meios para fazer-nos operar no plano em que nos inserimos. Raríssimos gênios captam conceitos elevados, imprimindo-lhes forma nas palavras, nas partituras, nas películas, nas ideias, nas formas, nos símbolos e nos gestos, de modo que outros, menos capazes mas em busca de vértices supremos, assimilem e trabalhem o grande ideal transformado em conceito palatável. Aí entram os talentos. 

O gênio está para a sabedoria.
O talento está para o conhecimento.

"Vim trazer luz numa forma mais palatável a este mundo.
Luz na forma de conceitos científicos e lógicos, apoiados
no que vocês mais prezam."
A humanidade caminha a passos largos para a conquista de uma nova escala: a da superconsciência. Devemos ser capazes de estabelecer uma ponte entre o grupo dos seres evoluídos (santos, heróis e gênios) e o dos involuídos (o grosso da humanidade). Estes aspiram à evolução, mas ainda não compreendem a técnica evolutiva nem vêem a meta suprema (telefinalismo). Aqueles compreendem o Todo e atuam magistralmente, mas carecem de capacidade de se fazerem compreender. Há um divórcio...uma ausência de escala entre o superconsciente e o consciente. Deve ser criada interiormente, no ser humano. 

Quanto mais se ascende nas escalas, mais imateriais elas se tornam.

A ascensão se dá com a desmaterialização do processo. Isso torna-o mais ágil, por não se prender a dimensões limitadas. Assim, adquire características de instantaneidade. Possui menos medo e esperança - nas coisas ilusórias, deste mundo. Ganha em potência íntima, se manifesta anonimamente, para posteriormente trazer explosões de iluminação que banham a face de toda humanidade, sendo todo esse longo e doloroso ato um hino à glória celestial.

Os tempos são chegados. É hora de tomar rédea do processo evolutivo, se lançando ao vórtice imaterial no qual o imponderável aponta. A salvação reside no absurdo, porque esses temas sempre ressurgem, de tempos em tempos, atordoando a mente e deixando-a perplexa. Mas trata-se de um "absurdo" que oculta um mais. Ele não alardeia um menos, como muitos.

Assim percebemos que a evolução é eterna no relativo e finito - mas terá fim. Esse fim virá quando superarmos a dimensão espaço-tempo-consciência.

Espaço > Tempo > Consciência > Superconsciência >...

Não podemos parar a marcha do progresso.

É muito doloroso ser pioneiro, "criando" os milagres - 
mas eternas e gloriosas são suas conquistas.

É confortável ser inerte, aguardando os milagres - 
mas é deprimente e perigoso ser o último a chegar.

terça-feira, 9 de abril de 2019

Arquitetura criacionista

Introdução

Pecado original

Queda dos anjos

Ressurreição

Fim dos tempos

Geometria criacionista

Monoteísmo dualista

Esquema gráfico criacionismo judaico-cristão

O melhor Presidente que o Brasil não teve

Existe um homem que deixou um rastro luminoso de exemplo e dedicação. Um homem que eu , como muitos, somente tomei conhecimento há pouco tempo, quando a crise econômica brasileira começou a se agravar e o golpe jurídico-parlamentar-midiático se deu - e continua se desdobrando. Esse indivíduo possui competência, honestidade e equilíbrio. E com sua história, construiu um protótipo de sujeito ideal para ocupar o cargo de presidência de um dos países mais desiguais (agora o mais) do mundo, mas com potencialidades enormes em termos de cultura, religiosidade, vontade popular e riquezas naturais. Esse homem se chama Roberto Requião.

Prefeito de Curitiba, Governador do Paraná e Senador pelo Paraná,  Secretário de Desenvolvimento Urbano de seu estado e Deputado Estadual. Formado em Jornalismo (PUC-PR) e Direito (UFPR), com Pós-graduação em Planejamento Urbano (FGV), possui um apurado senso de dever, e uma perseverança inusual que lhe permite continuar em plena atividade, aos 77 anos, decifrando as complexidades, questionando as imposições, afirmando uma realidade mais concreta, sem rodeios.

Esse homem, de índole séria e sincera, não foge de debates - nem que estes sejam com uma criança que muito sabe manipular mas pouco compreender integralmente [ver vídeo abaixo].


Ele reconhece Guilherme Boulos como um "cara porreta", que admira muito em sua trajetória. Não tem visão preconceituosa de movimentos sociais. 

Apesar de ter atuado toda sua vida no tapete dos poderes, nunca se esqueceu das necessidades reais daqueles que só podem batalhar no asfalto das ruas.

Seus discursos são impecáveis, seu ímpeto é admirável, seu profissionalismo é inigualável, seu destemor é estimulante. Possui visão sistêmica do país, dialogando com todas as realidades, desde os movimentos sociais até as taxas de juros; da cultura à soberania tecnológica; da democracia aos sindicatos; do sistema financeiro às atividades econômicas. Ele não se deixou engessar por uma forma mental que não reconheça os novos sujeitos políticos, tampouco permitiu que as conveniências dos poderes lhe influenciassem. Seu trabalho sempre consistiu em trazer o progresso social com um crescimento inclusivo e sustentado, aberto a questões mais avançadas - além de seu tempo - como os limites do crescimento, reconhecendo a voz ecológica que se torna a cada ano mais impetuosa e visível.


Requião, ao estilo de François Mitterand (1916-1996), assistimos ao que podemos denominar de último estadista, no estilo clássico do termo. Um homem que constrói o conceito de cidadania, implementando-o. Hoje, o meio político se rendeu, quase em sua totalidade, à contabilidade da finança e gerenciamento do caos. Raras exceções não caem no lodaçal da pseudo-democracia e desejam construir algo mais avançado do que esses dois homens desenvolveram. Guilherme Boulos, Jean Wyllys, Luiza Erundina, entre outros. Um punhado, frente à multidão que se rende aos interesses do comodismo e das convenções. Convenções essas obedientes ao paradigma econômico. 

O que um homem desses faz no PMDB? (agora MDB)

Faz o que ele veio fazer: representar os verdadeiros interesses daqueles que o elegeram, sem se desprender excessivamente da realidade por saber (intuitivamente) de que o ideal deve ser implementado em doses pequenas, evitando rupturas e desordens. Se firma nos aspectos positivos da retaguarda para conseguir se lançar de forma controlada e firme na vanguarda do progresso. É o ponto de equilíbrio entre o bom e seguro conservadorismo e o empolgante e criativo idealismo - ambos representado por poucos, pouquíssimos. 

Seus discursos trazem aulas de História, análises econômicas e observações políticas pertinentes, raríssimos em termos de precisão conceitual e construção verbal - tornando-os assim raridades raras, que nada mais são do que a manifestação da sua essência. Aquele que busca um líder, um condutor de povos e administrador inteligente de recursos, encontra-o nesse homem de estatura imponente e voz proeminente, de trajetória pública ímpar e impecável

Roberto Requião tem o perfil de condutor de povos.
Ele é o nosso Mitterand. Mas a França o elegeu.
No Brasil, colocamos 
Ao visitar Lula na prisão em Curitiba, ouviu do ex-presidente de que ele (Requião) é que deveria ser presidente do Brasil. Possui todas as qualidades positivas para o cargo. A intuição do líder popular é o que o bom senso de cada vez mais gente diz. 

Temos atualmente o pior governo de nossa História republicana. Diversamente de Collor, FHC, Lula e Dilma, nos deparamos com um líder e uma equipe (em sua maioria) completamente despreparada, que vivem a falar disparates, descontentando todos os setores do poder. Destroem a imagem do Brasil no exterior, fazendo erodir uma imagem que o Itamaraty construiu ao longo de mais de um século. Desde o Barão de Mauá o país goza de uma boa reputação Diplomática. O atual presidente a destrói, sistematicamente, prejudicando paralelamente a possibilidade de fortalecer o comércio exterior (economia) e as alianças em setores estratégicos (ciência, tecnologia, cultura,...) [1].

Num mundo minimamente apontado para o ideal, saberíamos o homem ideal a ocupar o cargo público número 1 do país em 2019. Mas vivemos num mundo emborcado, no qual o Brasil parece tomar a dianteira no processo involutivo. Logo, permite-se que um incompetente e inexperiente, sem inteligência alguma, atinja o poder. E assim vemos um país em crise que não apenas se mantém preso à mazela histórica de subdesenvolvimento, desigualdade e divisão, mas piora no pouco que melhorou nos últimos 60 anos.

Não é possível ser mais claro do que Requião quando o assunto é o rumo que o Brasil vem tomando (inconscientemente) com o novo (des)governo [2]. Se colocar no lugar de outro é imprescindível para governar com sabedoria. 

As reformas vem com mais ou menos força a depender da sensibilidade do tipo médio às mudanças. O que se vê claramente como prejudicial a si mesmo é mais resistido - o que não, é menos. Não à toa a reforma da previdência é mais crítica do que a reforma trabalhista. Esta atinge majoritariamente os pobres (70-80% da população, que também possui menos voz na política); aquela fere quase todos (99%, tocando a classe média, que se preocupa com sua velhice). A PEC 95 (do fim do mundo), que congela gastos sociais, não sensibilizou o povo de modo a torná-lo um agente de resistência feroz. Por que? Pelo simples fato de que no Brasil existe uma ausência de cultura dos Serviços Públicos (Bens Públicos), que na Europa foi muito bem desenvolvida - para padrões planetários do nível terrestre. Logo, saúde e educação públicas, junto com segurança, seriam para 'fracos' e estimularia a vadiagem. No Brasil não se desenvolveu o Espírito de 1945 [3] no imo de seu povo. Por isso a dificuldade ter representantes interessados em construir uma estrutura com instituições que forneçam segurança social - em termos de saúde, previdência, educação, assistencialismo, etc.

Muitos, uma imensa maioria, está perdida em suas ideias. Isso inclui setores da classe média com muito estudo e razoáveis recursos. Requião pode iluminá-los um pouco. 

Referências:

quinta-feira, 4 de abril de 2019

A manifestação do imanifesto

O desencadear de uma vida pode se revelar um hino à glória celestial. Uma canção que inicia torta e sincera, ganhando estofo intelectual, inteligência sentimental e sagacidade vivencial, para se plasmar continuamente e se auto-dirigir, atingindo metas indescritíveis através de esforços pujantes. 

Há um quê de misterioso no porquê de alguns seres seguirem determinadas trajetórias e agirem com ousada tempestuosidade. Sente-se apenas que os tempos são chegados para se lançar numa determinada vertente, criando condições para a formação de "ilhas de pensamento e paixão". Um verdadeiro ato de forjar condições concretas através de uma atitude firme, convicta e sincera, banhada de criatividade. Uma criatividade que se encontra em regiões inomináveis. E justamente por isso, vêm de forma diferenciada. Trata-se de uma qualidade com estofo além do normal, capaz de resistir a golpes mais intensos que o normal e moldá-los a favor de fins superiores, que extrapolam os limites pessoais do ser que emana tal característica. 

Na ausência do Sol percebemos sua importância.
Na ausência do imponderável deixamos de existir.
Deus sustenta tudo silenciosamente, pois quer a nossa
salvação.
É muito importante que as pessoas não tenham medo. Medo de dizer o que sentem, o que pensam, o que precisam, o que percebem. Porque vivemos numa era de sociabilidade que nega (implicitamente) a sensibilidade social. E dessa forma, diante de um modelo econômico ultrapassado, imersos num mundo em que o consumo (desmensurado) vira religião e o intelecto serve às grandezas fictícias (finanças), pactuamos com um plano prestes a desmoronar.

Os dias estão contados, mas a inércia é convidativa. Urge a descida de profetas como outrora os tempos nos brindaram. Homens de determinação e ação, capazes de afirmar com propriedade descomunal, e aceitar as consequências, sem remoroso ou temor, de seu destino. Esses são os sujeitos que lançaram o exemplo impetuoso. Outros, posteriormente, lançaram as bases de uma nova civilização - também com o exemplo, mas focados no Amor. 

Os tempos avançaram e a modernidade traz o conforto material. E junto, as distrações digitais. Muita informação, dispersão crescente. A solidez dos relacionamentos edificados no aprendizado cede lugar à fluidez dos encontros utilitários de prazeres e interesses. Mas em meio a essa desorientação atordoante, capaz de deixar os espíritos mais sensibilizados com os nervos à flor da pele, brotam criaturas fora do comum, que detalham cada vez melhor os mistérios do universo e nos orientam rumo ao infinito e ao eterno. O imponderável se torna mais atraente. Não mais mera quimera filosófica, mas objeto de estudo capaz de dar uma nova orientação à ciência. Uma releitura profunda dos textos sagrados - um novo sentido aos sofrimentos humanos...

Nossos tempos sempre foram de terrores infernais e recompensas celestiais, seja no mundo religioso ou econômico. As formas variam - a essência é a mesma. E o terror geralmente vêm da própria sociedade, impregnada de um misoneísmo fora do comum, que se releva cada vez mais limitante do ponto de vista da criação de alternativas ao modelo que governa nossas mentes. Aqui se trata de perceber esse lodaçal em que a mentalidade hodierna se meteu e se recusa a abandonar, por comodismo e garantia. Mas de nada adianta "se garantir" junto à quantidade sendo que esta se encontra com os dias contados. É imperioso se transformar em algo inesperado, tendo a coragem de seguir a mais cálida voz, que paira na natureza e ressoa no íntimo. Voz silenciosa, mas trovejante. 

Frank Capra, como ninguém, conseguiu manifestar em
forma de arte o modo de funcionamento da Lei de Deus.
O autor, através de sua vida, percebe o fenômeno cada vez melhor. É cristalina o porquê e o como da formação do milagre quando compreendemos a lei de funcionamento do universo. A persistência desinteressada colima no cumprimento de um destino. Destino glorioso que justamente por isso é permeado de dores e trabalhos árduos. Estamos nos antípodas da mentalidade hodierna. Adentramos em regiões misteriosas com ferramentas pobres e limitadas (a mente racional e os seus modelos). Mas por ora é a única forma de avançarmos, e assim forçar nossa natureza a "criar" uma nova inteligência - que suplante nossa paupérrima capacidade.

Quando um ser já diferenciado em termos psíquicos-nervosos faz o contraponto numa conversa, o faz por sentir que a propagação (ou manutenção) de uma ideia e modo de agir está causando uma violência tremenda às possibilidades do presente, minando as bases de uma salvação de nossa humanidade em tempos tão conturbados. Seu ímpeto mobiliza suas capacidades, puxando-as ao extremo. O ser se lança ao desafio de manifestar o imanifesto, dizer o indizível, conceber o inconcebível - e assim acionar o sistema de "engrenagens interiores" que jazem submersas no imo de todos seres humanos. "Engrenagens" estas que possibilitam ao ser alçar patamares de compreensão muito mais vastos, com a incorporação de mundos diferenciados e desconhecidos. Romper o preconceito através de uma situação na qual se veem forçados a reverem seus posicionamentos.

Para aqueles sinceros, o abalo acaba sendo produtivo: ventila-se o cabedal de vestimentas das pessoas. E assim inicia-se uma onda - de pensamento - que se propaga de forma muito sutil, não sendo necessária nem sequer palavras para o seu reforço. Os gestos, tons de voz, atitudes e inclinações gerados acabam tendo um efeito muito mais poderoso do que a comunicação convencional. Estamos diante de uma realidade que se mostra capaz de dar as mãos com as últimas descobertas da física quântica. 

É imprescindível descobrir sua real natureza. Somente assim o ser poderá atuar de modo efetivo nesse mundo - com o mínimo de esforço (leia-se desgaste) e máximo de resultados (leia-se conscientização). Quando digo esforço, me refiro a atritos desnecessários (internos e externos); quando digo resultados, aponto para mudança de perspectiva diante da vida.

Nossas palavras são limitadas - nossas visões são infinitas...