terça-feira, 9 de abril de 2019

O melhor Presidente que o Brasil não teve

Existe um homem que deixou um rastro luminoso de exemplo e dedicação. Um homem que eu , como muitos, somente tomei conhecimento há pouco tempo, quando a crise econômica brasileira começou a se agravar e o golpe jurídico-parlamentar-midiático se deu - e continua se desdobrando. Esse indivíduo possui competência, honestidade e equilíbrio. E com sua história, construiu um protótipo de sujeito ideal para ocupar o cargo de presidência de um dos países mais desiguais (agora o mais) do mundo, mas com potencialidades enormes em termos de cultura, religiosidade, vontade popular e riquezas naturais. Esse homem se chama Roberto Requião.

Prefeito de Curitiba, Governador do Paraná e Senador pelo Paraná,  Secretário de Desenvolvimento Urbano de seu estado e Deputado Estadual. Formado em Jornalismo (PUC-PR) e Direito (UFPR), com Pós-graduação em Planejamento Urbano (FGV), possui um apurado senso de dever, e uma perseverança inusual que lhe permite continuar em plena atividade, aos 77 anos, decifrando as complexidades, questionando as imposições, afirmando uma realidade mais concreta, sem rodeios.

Esse homem, de índole séria e sincera, não foge de debates - nem que estes sejam com uma criança que muito sabe manipular mas pouco compreender integralmente [ver vídeo abaixo].


Ele reconhece Guilherme Boulos como um "cara porreta", que admira muito em sua trajetória. Não tem visão preconceituosa de movimentos sociais. 

Apesar de ter atuado toda sua vida no tapete dos poderes, nunca se esqueceu das necessidades reais daqueles que só podem batalhar no asfalto das ruas.

Seus discursos são impecáveis, seu ímpeto é admirável, seu profissionalismo é inigualável, seu destemor é estimulante. Possui visão sistêmica do país, dialogando com todas as realidades, desde os movimentos sociais até as taxas de juros; da cultura à soberania tecnológica; da democracia aos sindicatos; do sistema financeiro às atividades econômicas. Ele não se deixou engessar por uma forma mental que não reconheça os novos sujeitos políticos, tampouco permitiu que as conveniências dos poderes lhe influenciassem. Seu trabalho sempre consistiu em trazer o progresso social com um crescimento inclusivo e sustentado, aberto a questões mais avançadas - além de seu tempo - como os limites do crescimento, reconhecendo a voz ecológica que se torna a cada ano mais impetuosa e visível.


Requião, ao estilo de François Mitterand (1916-1996), assistimos ao que podemos denominar de último estadista, no estilo clássico do termo. Um homem que constrói o conceito de cidadania, implementando-o. Hoje, o meio político se rendeu, quase em sua totalidade, à contabilidade da finança e gerenciamento do caos. Raras exceções não caem no lodaçal da pseudo-democracia e desejam construir algo mais avançado do que esses dois homens desenvolveram. Guilherme Boulos, Jean Wyllys, Luiza Erundina, entre outros. Um punhado, frente à multidão que se rende aos interesses do comodismo e das convenções. Convenções essas obedientes ao paradigma econômico. 

O que um homem desses faz no PMDB? (agora MDB)

Faz o que ele veio fazer: representar os verdadeiros interesses daqueles que o elegeram, sem se desprender excessivamente da realidade por saber (intuitivamente) de que o ideal deve ser implementado em doses pequenas, evitando rupturas e desordens. Se firma nos aspectos positivos da retaguarda para conseguir se lançar de forma controlada e firme na vanguarda do progresso. É o ponto de equilíbrio entre o bom e seguro conservadorismo e o empolgante e criativo idealismo - ambos representado por poucos, pouquíssimos. 

Seus discursos trazem aulas de História, análises econômicas e observações políticas pertinentes, raríssimos em termos de precisão conceitual e construção verbal - tornando-os assim raridades raras, que nada mais são do que a manifestação da sua essência. Aquele que busca um líder, um condutor de povos e administrador inteligente de recursos, encontra-o nesse homem de estatura imponente e voz proeminente, de trajetória pública ímpar e impecável

Roberto Requião tem o perfil de condutor de povos.
Ele é o nosso Mitterand. Mas a França o elegeu.
No Brasil, colocamos 
Ao visitar Lula na prisão em Curitiba, ouviu do ex-presidente de que ele (Requião) é que deveria ser presidente do Brasil. Possui todas as qualidades positivas para o cargo. A intuição do líder popular é o que o bom senso de cada vez mais gente diz. 

Temos atualmente o pior governo de nossa História republicana. Diversamente de Collor, FHC, Lula e Dilma, nos deparamos com um líder e uma equipe (em sua maioria) completamente despreparada, que vivem a falar disparates, descontentando todos os setores do poder. Destroem a imagem do Brasil no exterior, fazendo erodir uma imagem que o Itamaraty construiu ao longo de mais de um século. Desde o Barão de Mauá o país goza de uma boa reputação Diplomática. O atual presidente a destrói, sistematicamente, prejudicando paralelamente a possibilidade de fortalecer o comércio exterior (economia) e as alianças em setores estratégicos (ciência, tecnologia, cultura,...) [1].

Num mundo minimamente apontado para o ideal, saberíamos o homem ideal a ocupar o cargo público número 1 do país em 2019. Mas vivemos num mundo emborcado, no qual o Brasil parece tomar a dianteira no processo involutivo. Logo, permite-se que um incompetente e inexperiente, sem inteligência alguma, atinja o poder. E assim vemos um país em crise que não apenas se mantém preso à mazela histórica de subdesenvolvimento, desigualdade e divisão, mas piora no pouco que melhorou nos últimos 60 anos.

Não é possível ser mais claro do que Requião quando o assunto é o rumo que o Brasil vem tomando (inconscientemente) com o novo (des)governo [2]. Se colocar no lugar de outro é imprescindível para governar com sabedoria. 

As reformas vem com mais ou menos força a depender da sensibilidade do tipo médio às mudanças. O que se vê claramente como prejudicial a si mesmo é mais resistido - o que não, é menos. Não à toa a reforma da previdência é mais crítica do que a reforma trabalhista. Esta atinge majoritariamente os pobres (70-80% da população, que também possui menos voz na política); aquela fere quase todos (99%, tocando a classe média, que se preocupa com sua velhice). A PEC 95 (do fim do mundo), que congela gastos sociais, não sensibilizou o povo de modo a torná-lo um agente de resistência feroz. Por que? Pelo simples fato de que no Brasil existe uma ausência de cultura dos Serviços Públicos (Bens Públicos), que na Europa foi muito bem desenvolvida - para padrões planetários do nível terrestre. Logo, saúde e educação públicas, junto com segurança, seriam para 'fracos' e estimularia a vadiagem. No Brasil não se desenvolveu o Espírito de 1945 [3] no imo de seu povo. Por isso a dificuldade ter representantes interessados em construir uma estrutura com instituições que forneçam segurança social - em termos de saúde, previdência, educação, assistencialismo, etc.

Muitos, uma imensa maioria, está perdida em suas ideias. Isso inclui setores da classe média com muito estudo e razoáveis recursos. Requião pode iluminá-los um pouco. 

Referências:

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