quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

11-12-14-17-...

"Por que a decadência da velhice, que vai chegando a todas as coisas? Também a vida é um ciclo, contendo a sua fase evolutiva e involutiva, com o inexorável retorno ao ponto de partida. Que mais poderia ser esta mecânica que reconduz tudo ao estado de germe, esse processo natural que opera através de contínuos regressos ao estado de semente, senão a expressão mais evidente da lei de evolução e involução cíclica"

"A ação é o primeiro grau de α, o qual, sendo contíguo a β, está, com efeito, cheio de energia, mas vazio de experiência e sabedoria."

"Quando algo se repete, resume e repousa, isto representa apenas uma retomada de forças, uma pausa com a finalidade de avançar mais para o alto. Esta é, em seu íntimo mecanismo, a evolução, que contém o significado mais profundo do universo. A verdade de minhas palavras está escrita em vosso mais poderoso instinto e aspiração, que é subir, subir sem medida, subir eternamente."

A Grande Síntese


Evolução-Involução. Numa proporção de 3:2. Três experiências ascensionais. Duas quedas. De forma a percorrer o mesmo caminho, no sentido evolutivo, 3 vezes; e o mesmo trecho, em sentido involutivo, 2 vezes. Por quê? Para fixarmos no âmago as experiências.

A ação é a inauguração do universo do espírito. Ela é o início da consciência. Da psique. No entanto é ação apenas. Cheia de energia, que traz ideias, teorias, fórmulas, movimentos, maquinações mentais. Mas tudo isso vêm oco, sem a experiência que preenche e sustenta. Sem o fermento dela a ação é ineficaz. Possui baixa eficiência e logo se exaure - sem resultados constatáveis à mente hodierna. 

Pergunta: Qual o Destino?
Reposta: Aquele que você forjar intensamente.
A personalidade faz o destino.
A Causa pacientemente orientada leva a efeitos
magneticamente influentes e conceitualmente sustentávei.s
A experiência vem com os choques causados pela ação. E depois do organismo se consumir com o tempo - ilusões - inicia-se a construção do alicerce. Alicerce da sabedoria. 

A sapiência, essa capacidade de focar no importante, superando as ilusões, é o que na Grande Síntese se chama de α. A energia, essa vontade e capacidade do talento humano, é o que recebe a denominação de β. No atual momento a humanidade inicia a transição β - α. O máximo grau de vida orgânica agora deve permitir o desenvolvimento de uma vida imaterial, mais voltada aos conceitos. Conceitos que dirigem a ação e a subsequente concretização. 

2011 foi um ano ruim. Agora, nesse momento, decorridos cinco anos, parece que o ruim se tornou útil. Libertador de certa forma. O simples choque desencadeou um processo cujos efeitos são sentidos como ciclos. 

O 1o Ciclo cobre o período de Agosto de 2011 até Dezembro de 2012.

O 2o Ciclo cobre o período de Dezembro de 2012 a Novembro de 2014.

O 3o Ciclo inicia-se em Novembro de 2014 e se desenvolve ainda - aparentemente.

O que caracteriza o início e fim desses ciclos? Por que eu defino-os? Que critério uso? Não sei ao certo. Mas a observação cuidadosa talvez valha o esforço. 

Na inauguração do 1o Ciclo, uma grande dor. Desestabiliza-se toda uma vida construída ao longo de 26 anos. Estava tudo muito tranquilo. Estabilidade. Tentativas de fazer parte do mundo. Tentativas intensas e portanto desgastantes. Traía-se o ser para parecer. Quanto mais se intensificava o processo, maior era a quantidade de esforço necessário para atingir um resultado igual. Como a energia era limitada - assim como a paciência e estabilidade emocional - o fim era certo. Restava saber em que momento, e de que forma.

O colapso veio não com o evento, mas com a negação dele somada à falta de pontos de apoio. Especialmente porque o ser que o sofreu não possuía nenhuma habilidade em lidar com o mundo. E com isso com ninguém podia contar. E dessa forma a única reação era desespero quieto, isolado e repetitivo. 

No final do mesmo ano ocorre algo: o primeiro contato com uma visão de mundo abrangente. Começa-se o estudo de fenômenos mais profundos que buscam a explicação das dores humanas e sua finalidade. Menos tensão, mais emoção. Tudo silenciosamente.

Enquanto na esfera financeira-profissional a situação melhora, o inconformismo se estabelece. A vida é menos dor, mas os questionamentos de antes tornam-se mais orientados. Reformula-se questões. Ganha-se uma visão mais vasta a respeito de tudo que existe. Apresenta-se ao ser conceitos além dos existentes. A potência de forças imponderáveis começam a fazer certo sentido. Mas atém-se muito à questões mais superficiais sobre a finalidade da existência. 

Decorrido um ano - Ago/2012 - inicia-se a vida afetiva. Um ano após o choque. Uma perda, depois um laço de união. Essa vida afetiva seria considerada como tal apenas até o ponto em que a moça percebe ser impossível conduzir os acontecimentos de acordo com sua vontade. Uma vontade quase desesperada de se firmar no mundo sem afirmar nas ideias e nos sentimentos. Firmar às custas de outro. Não afirmar em prol das aparências. Isso o personagem não percebia. Ele era inocente no mundo afetivo. Ver filmes não o preparou para sentir os fenômenos da vida afetiva entre homem e mulher. Era necessário a vivência. A teoria estava sendo vista e sentida em prática. Era necessário absorver bem a situação amarga para a potência criadora se manifestar com toda sua magnitude e majestade. Estava findando o 1o Ciclo.

O avanço será em outro plano.
O plano atual está saturado e não é mais
capaz de conduzir à salvação.
Para esquecer as dores do primeiro choque todas energias foram empenhadas na criação de um trabalho com algum sentido. Como o meio profissional não oferecia essa oportunidade, buscou-se dar sentido à vida profissional através da criação acadêmica. E o sucesso de revelou antes do findar do ano. De Janeiro a Novembro de 2012 - em 9 meses - foi gestado um trabalho de importância reconhecida. Até hoje é difícil explicar como surgiu a vontade e determinação em realizar tal feito. Contra todas possibilidades, o irrealizável se realizou. A perda, os tormentos psicológicos, os atritos na relação,...tudo não foi suficiente para frear o progresso. Aliado ao fato do autor ter feito toda sua pesquisa e contornado todos os obstáculos sem auxilio nem compreensão de pessoas capacitadas para tal torna a explicação de seu sucesso ainda mais inusitada. Em Novembro desse ano veio a aprovação. Glória e alívio. Tanto sucesso não poderia vir desacompanhado de mais um golpe.

O segundo choque - de magnitude menor que o primeiro - chegou próximo ao Natal de 2012. Separação sem explicação. Tentativas de compreensão. Tentativas que deram como resposta a completa ausência de sentimento da outra parte. E uma ou duas semanas muito desesperadoras. Após isso, de tanto cansaço, o ser começa a focar em sua vida diária. Para esquecer? Não. Para poder iniciar a compreender o processo. E assim as coisas foram ficando mais claras.

Mais ou menos nessa época ocorre algo muito interessante. Ouve-se pela primeira vez, de alguém, em algum lugar, um nome. Um nome que estava associado a um ser de profundidade imensurável, com vivência intensa, orientada. Esse nome era (e é) Pietro Ubaldi. Em seguida foi apresentado outro, igualmente libertador: Huberto Rohden. Passados uns meses o interesse decaiu. Buscou-se algumas obras do primeiro. Leu-se um pouco. Mas logo largou-se tudo. O autor parecia repetitivo. No entanto, a Obra ficou na mente, inquietando.

Por volta de Junho de 2013, após 5 meses de maturação interior, pequenos ensaios são feitos. Ensaios que caracterizarão o início efetivo do 2o Ciclo. Nessa época nosso personagem aventura-se (não se sabe o porquê) na escrita. Começava a escrever o que sentia e colocava tudo em palavras. Ordenadas. Sinceras. Sérias. Textos caóticos mas com substância. Que foram se ordenando com o passar do tempo. 

A eclosão textual, com a geração de ideias, se harmoniza com a explosão coletiva pela qual o país passava. Em ambos os casos tratava-se de um grito de indignação que clamava por uma nova forma de conduzir os acontecimentos. O alinhamento não parecia ser ao acaso. O autor vibrava em ressonância com o país. Era uma época fantástica em todos aspectos. Cheia de possibilidades. O latente estava em erupção.

Paralelamente a essa criação inesperada, dentro de casa, que avançava com ímpeto titânico, houve um início tímido de vivência questionadora. 

A vivência se torna mais intensa. As cicatrizes do 2o golpe arrefecem. Ele foi um ganho no fundo. As do 1o são assimiladas e usadas como combustível para a tarefa de escavação interior. O meio que o personagem era forçado a viver a maior parte de seu tempo atentava contra sua natureza. No entanto, tudo ele fez para se adaptar e compreender o sentido profundo daquele modo de vida. Não o encontrou, e isso o decepcionou. 

A partir do momento em que as relações subjacentes se tornavam claras, os comportamentos se tornaram previsíveis, e tudo se torna sem graça. A vida que um ser considerado normal neste mundo tanto admirava era motivo de desespero para o nosso personagem. Mas ele não via saída. Todo seu tempo era varrido. Todas suas energias eram sugadas. O que sobrava era uma parcela ínfima (tempo-energia), que não possibilitava realizar qualquer tipo de criação que ele julgava útil, com algum sentido social, ambiental, cultural, para a vida. Para o espírito...

Após várias chances dadas, o nosso personagem se cansa: um acontecimento marcará para sempre a imagem do local que ele precisou frequentar - por motivos materiais - durante 30 meses. Não era possível compactuar com algo que era diametralmente oposto à sua mais íntima natureza, que ressoava com um Universo ainda desconhecido. Fora expulso sem explicação satisfatória. 

O fato não o impediu de continuar criando. Ao contrário, a produção de textos se tornou mais vulcânica. O vocabulário enriqueceu e se articulava mais elegantemente. A intensidade das palavras, das frases, dos parágrafos, eram mais perfurantes. A capacidade de síntese assombrava-o após ver a obra concluída.  

Paralelamente, Ubaldi já era interesse central em sua vida. 

O que ocorrera nesse meio tempo? Tudo e nada. Tudo em termos de vivência interior. Nada em torno de sinceridade e seriedade no mundo.O nada reforçava o Tudo. O Tudo compreendia o nada. Logo a lógica deste mundo torna-se sem graça. Era preciso encontrar um meio minimamente compatível com a sua natureza.

O que mais espanta é o fator monetário. 

Em nenhum momento, antes ou depois do segundo golpe (Nov/14), desde sua formatura, deixou de cair dinheiro na conta do ser. Após receber bolsa do INPE ele passa para o PEE. Depois entra na empresa como funcionário. E tudo finda nesse (pseudo-) fatídico mês. Mas a inquietação momentânea logo é preenchida por uma confiança fora do comum: o ser revela estar disposto a enfrentar tudo, desde a superfície de suas palavras até a raiz de seu espírito. Isso pode ter sido a causa-prima de sua Salvação.

Seguro-desemprego: janeiro a maio de 2015.

Nesse período toda a Obra de Ubaldi (24 volumes) é terminada e assimilada. Num jato engole-se todo o conhecimento que irá satisfazer incontáveis gerações. Assimila-se Rohden paralelamente. É a coisa mais fantástica que ocorrera em sua vida. Indescritível...

A vida afetiva renasce. Desta vez com uma pessoa que melhor compreende os tipos de dores do personagem. Sente-se amor e sinceridade. A relação revela-se séria e com isso inicia-se um caminhar em dupla. Mas de nada adianta o desenvolvimento afetivo sem o sustento material.

Em junho de 2015 o personagem retorna ao meio acadêmico, agora como estudante de doutorado. Nenhum projeto de pesquisa à vista. Apenas a vontade de começar algo. Contra todas expectativas minhas, a bolsa é aprovada. E as disciplinas são cursadas. Em grande quantidade. Era preciso ocupar a mente...

Paralelo a isso está ocorrendo outro estudo. Um estudo mais importante. Feito com paciência e de forma serena, perseverante. Afinal, é assim que o personagem agia quando sentia uma determinação férrea. 

Em Novembro de 2015 - exato 1 ano após o choque profissional - é aberto um email com uma mensagem de nomeação. Fora aprovado no concurso público. Em sua cidade. Em sua especialidade. Numa área que julgava mais adequada a sua personalidade. E assim, em dezembro desse ano, recebe sua última bolsa de doutorado e inicia a vida de professor em instituição pública. Abrem-se as portas para a união definitiva com aquela que seria sua esposa. 

Explicar tudo à luz da razão atual é muito difícil. O momento histórico era apropriado. Sua idade, sua formação profissional, seu ímpeto em negar a natureza corruptora do meio em que se encontrava, sua reação ao acontecimento, o tempo disponível, a circunstância ímpar que lhe permitiu estudar e se preparar, a compreensão de sua companheira,...tudo foi vital para permitir o resgate glorioso. Não há outra palavra que descreva o acontecimento: MILAGRE.

Essa história se desenvolve a passos largos. Ela parece se impulsionar por choques. O 1o foi familiar; o 2o afetivo; o 3o profissional. Tudo indica que haverá um 4o. E daí em diante. Não se sabe de que tipo nem em que momento exato. Mas o desenvolvimento do universo pessoal e as circunstâncias em formação no mundo e no país podem indicar algo. 

Quanto ao momento, temos uma sequencia:

2011 - 2012 - 2014 -...

O intervalo que separa o 1o do 2o choque é aproximadamente 1 ano (2011-2012). Do 2o ao 3o temos 2 anos (2012-2014). Como o período foi de relativa tranquilidade em 2015 e 2016, é possível que algo esteja para eclodir em 2017Se isso se confirmar, o próximo intervalo terá sido de 3 anos (2014-2017).

1, 2, 3,...

Me vem à cabeça Fibbonacci

1+1=2   
    1+2=3    
        2+3=5
            3+5=8
                5+8=13
                   ...

Só o tempo revelará...

Mas uma coisa é certa: 
A de que todo benefício exige um sacrifício de elevação. 

Tudo posso. 
Nada quero. 
Pois sei que tudo devo.

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