Nessa nova empreitada, novos rostos, novas mentes, novos comportamentos. Melhores comportamentos. Turma pequena. Reduzida ao número - eu diria - ideal para o desenvolvimento e troca de ideias.
O que descobri sobre mim ao iniciar esse curso de extensão? A primeira coisa: falo bastante quando tenho a liberdade de desenvolver um assunto que me agrade. Um assunto que englobe vários aspectos e exija um dinamismo. O tempo voou - para mim pelo menos. A turma parece ter se interessado pelo que apresentei. Mas reparei que a minha fala foi um pouco além. Na próxima semana pretendo dar atividades.
A segunda coisa interessante foi ter conhecido parte do corpo discente do curso de Licenciatura em Química do IFSP. São alunas e alunos muito interessados, concentrados e maduros - comparados às turmas que ensino, de modo geral. Isso me permite seguir uma linha de pensamento de forma construtiva, relacionando e exemplificando. Sem medo. Sem rupturas. Explicação integral.
Me pergunto se o curso foi uma boa ideia. O fato é que gostei de falar para um público o assunto que julgo tão importante para uma humanidade desorientada. Mas mais impressionante é não ter feito brincadeiras. Elas não cabem nesse curso - a não ser que sejam muito construtivas. E acho bom.
A maturidade das moças me deixa aliviado quanto ao andamento do curso. Acredito que não haverão problemas. Quem se matriculou deve estar interessado - pelo menos a princípio. A ideia agora é seguir um ritmo, divagando um pouco menos, e abrindo espaço para que todos façam atividades e exponham suas dúvidas e opiniões.
Minha vontade de fazer algo útil (doutorado) também aumentou. No momento não há forças me auxiliando. As buscas e tentativas não estão sendo úteis. Navego sem rumo no mar da formação continuada. Busco a tempestade para me superar superando-a - mas não a encontro. Ela foge de mim. E assim nenhum projeto à vista. Eis um dos motivos de ter dispendido tantas forças na criação desse curso de extensão.
Todo ser humano quer ser mais. Expansão da consciência. O correr das areias da ampulheta do tempo se somam às dores das experiências intensas e das atividades diluídas na extensão dos desertos de repetições. Mas daí surgem as ideias, os conceitos, a vontade.
O espírito cria sempre. A todo momento. Mas especialmente na dor. Ele ordena a matéria, hierarquizando-a. Torna-a mais resiliente. E com isso pode vesti-la e transmitir seu modo de vida ao entorno.
Pela primeira vez desde que substituí, na emergência, um professor, estou novamente falando sobre um assunto que me interessa. Dessa vez de forma oficial, com quinze encontros, com um curso montado e esquematizado. Esse me parece o melhor momento para manifestar tudo que puder, da melhor forma possível, com máxima responsabilidade e criatividade.
Foi um dia bom. Valeu a pena sair de noite para trabalhar. O espírito foi alimentado.
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