Paciência - Ela é o que eu chamo de "última virtude" a ser domada pelo ser idealista. É aquela que permitirá à pessoa vivente no infinito espiritual (e sofredora no finito cotidiano) estabelecer um retorno ao mundo prático, sem no entanto perder a singeleza abstrata e influente que ela tanto acreditou e chegou a vivenciar. É a virtude de salvação que atinge a todos que iniciam uma trajetória ascensional rápida, bem intencionada - mas sem orientação equilibradora.
Persistência - É a capacidade de continuar em atividade mental e emocional quando o mundo não responde da forma que esperamos.É não agigantar a importância das temporalidades materiais (o efêmero), percebendo que para atingirmos um mais efetivo devemos passar por um (vários) menos volátil.
Independência - Difícil de ter na dose ideal que faça merecer a essência do vocábulo. Um excesso dela não é ela de fato, e sim uma distorção que leva ao isolamento e falsa sensação de superioridade - se fôssemos seres tão evolvidos não estaríamos neste planeta. Uma carência dela nos deixa reféns de circunstâncias, instituições e pessoas. Pior: nos deixa prisioneiros de nossos instintos, inibindo dar asas ao intelecto racional e sentimento intuitivo.
O trinômio Persistência-Paciência-Independência, em equilíbrio, são as armas que devemos internalizar em nosso íntimo para seguir um processo de adaptação ao mundo que nos rodeia. Adaptação sem submissão. É viver no mundo sem ser do mundo nem se achar mais (ou menos) que o mundo. É permear os simples afazeres cotidianos - mesmo aqueles banais - com o misticismo sentido e vivido em pequenas doses em fases anteriores. É compreender em sua profundidade abissal o porquê do mundo ser assim e adorar isso - por agora ser claro!
O futuro não será melhor enquanto nosso passado doloroso não for visto como uma etapa necessária, sem a qual poderemos atingir um patamar mais consciente e portanto livre.
Seres conscientes guiam e conhecem suas trajetórias. |
Há momentos em que nosso presente parece ser produto de ações imprudentes, e portanto amargo. Mas ao mesmo tempo ele parece ser uma bênção. Isso mesmo: uma bênção, à medida que sentimos os pequenos milagres que começam a se esboçar um dia após outro. Percebê-los é difícil. Mas para isso não devemos usar o mundo como referência (o outro, os outros), e sim o nosso passado.
O que para nós era julgado inviável ou impossível ou ambos passa a ser menos disso depois das marteladas de dias anteriores. Eis a função da dor de antes!
Pensar, refletir e sentir o plano geral de sua vida começa a deixar cada acontecimento mais claro, cada repúdio ou negação mais aceitável, e cada gesto simples do outro mais cheio de significados - antes ocultos. É comprovada a sua sensibilidade. Em seguida, - e como consequência - suas atitudes são potenciadas e dirigidas para os alvos corretos nos momentos corretos. É o início de uma pequena salvação após uma pequena queda.
Nada se recupera sem o trinômio fundamental. Ele é causa de todas outras habilidades e feitos. Devemos desenvolvê-los em nós. Aceitá-los.
Precisamos transcender as barreiras do passado aceitando algumas coisas que não queríamos aceitar. Mas jamais devemos nos tornar reféns delas.
Devemos romper barreiras mentais sem mudar nossa essência.
Devemos permear o menos com o mais.
Devemos sentir sinceramente para pensar orientadamente.
Nada mais, nada menos.
Lembrem-se:
a independência deve ser mental
a persistência sólida e lenta
a paciência amorosa
Lembrem-se:
a independência deve ser mental
a persistência sólida e lenta
a paciência amorosa
Nenhum comentário:
Postar um comentário