sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

OS TRÊS PILARES

Três são os pilares capazes de sustentar integralmente um ser humano. Possuímos cada um deles potencialmente. Isto é, temos a semente que viabiliza o desenvolvimento de cada um. Está em nossa essência. No entanto, poucos são aqueles que os tem atualizados - desenvolvidos ao máximo.

Para enfrentarmos e atravessarmos os áridos desertos das sucessivas existências de modo construtivo precisamos ter o trinômio corpo-mente-espírito operando em harmonia, com o último (espírito) guiando os outros dois (corpo e mente). Tem-se assim um ser consciente e orientado.

Para uma harmonia integral devemos estar com nossa vida em ordem em três aspectos:

1. Econômico-financeiro
2. Social-afetivo
3. Psicológico-espiritual

Por que esses três aspectos?

Em nosso mundo atual, para que a mente possa prosperar e o espírito se manifestar, a realidade material deve estar garantida. Isso inclui casa, comida, saúde, segurança, vestimenta, etc. Esses itens são imprescindíveis para que possamos canalizar nossas energias e criatividade para esferas mais elevadas. E para ter isso, no presente mundo, com suas lógicas e métodos, precisa-se estar numa situação econômica confortável. Até o ponto de garantir o que realmente importa. Ir além é ilusão traiçoeira que se torna desperdício e atrasa a verdadeira ascensão.

Os tripés feitos hoje em sia tem apenas uma perna
sólida em sua essência (finanças). Mas precisamos
do social e ambiental tanto ou mais que.
Com os meios materiais garantidos deseja-se ir além na horizontalidade do mundo: nos abrimos para programas diferentes e assim conhecemos pessoas diversas. Desenvolvemos as habilidades comunicativas entre amigos, na escola e no trabalho. Queremos nos manifestar mas devemos respeitar. A nossa verdade relativa se expande quando nos deparamos com outras verdades relativas, e estamos abertos para nos melhorar e (automaticamente) melhorar aos outros. E vice-versa.

As características biológicas complementares entre o masculino e o feminino revelam uma necessidade de se ir além da sociabilidade. Salvo casos de gênios, santos, místicos ou heróis, é natural do ser humano se associar num grau mais profundo com outro, formando um casal. O que se perde em quantidade se ganha em qualidade. A horizontalidade visível-atuante cede um pouco de espaço à verticalidade invisível-sensível. E experimentando as duas facetas da interação humana é possível se conhecer melhor em todos aspectos. No trabalho e em casa haverá um sentido.

Existe ainda um pilar de fundamental importância que ainda tem pouco valor na prática. Geralmente nos limitamos a pregar sua importância sem no entanto ouvirmos nosso Ser profundo - desenvolvê-lo.

A mente quando atuante é canal para o mundo social e mesmo afetivo.

A mente quando reflexiva é canal para o mundo espiritual.

O fato da mente ser canal não significa que ela seja.

A mente em si é um recurso material que melhor exprime o intelecto, nos tornando seres capazes de analisar, ponderar, comparar, planejar. No entanto ela não é causa primária e sim efeito de algo mais poderoso. Tão poderoso que ainda está no campo do imponderável.

Quando estamos em equilíbrio com nossos bens, saúde garantida, uma ocupação (razoavelmente) gratificante, amigos bons e um relacionamento saudável, ainda paira um vazio sob nossa mente. Queremos algo a mais, mas não deste mundo. Nesse estágio e aqui só encontramos mais quantidades daquilo que já temos. Mas queremos uma qualidade nova e imprescindível, que muitas vezes não sabemos definir. Queremos resolver os problemas últimos.

Somos seres integrais: matéria, energia, espírito.
Precisamos tomar consciência disso. E igualmente
permitir que o mais guie o menos.
Quando o nosso psicológico chia - apesar tudo aparentemente estar bem - o espírito começa a traçar um novo ciclo evolutivo. Esse ciclo, para a grande maioria com condições (individuais e ambientais) boas, se inicia em estágios adiantados da vida - alguns, ainda muito imaturos, nem iniciam esse processo, enquanto raríssimos, reais evolvidos, iniciam isso ainda na infância ou adolescência. Começar-se-à a edificação do pilar psicológico-espiritual. Esse pilar, diferentemente dos outros dois, depende única e exclusivamente de nós. Ou seja: desse ponto em diante, ninguém poderá nos ajudar (exceto Deus).

Quem já se encontra em estágio evolutivo adiantado, tendo sofrido e compreendido as mais altas realidades da vida em inúmeras existências, possui uma essência suficientemente plena para se conscientizar do sentido da vida logo nos primeiros anos.

O jovem já de pronto tem intuição de que o mais importante é o desenvolvimento interior. São as riquezas que ninguém nos pode roubar. São absolutas, eternas, adimensionais. E com esse ímpeto ele inicia sua breve jornada nesse mundo, se orientando pelo seu sentimento interior. Nele o espiritual consolida o psicológico, que garante uma atitude reta e perseverante que lhe colocará próximo a pessoas boas (social-afetivo) e a uma situação de segurança material mínima (econômico-financeiro). Segurança necessária para que ele possa realizar sua missão.

Um ser com esses três pilares consolidados estará imune a qualquer mal. Sua integridade é alta. Tudo nele opera harmonicamente, sendo imune a vícios.

Abandono, demissão, morte, doenças,,,tudo que ocorre que lhe afete diretamente será visto com uma visão cósmica e utilizado como meio de ascensão do Eu interior. Ele sabe que esses "males" são temporários e a verdadeira tragédia está em não ascender com os próprios problemas

Melhor sofrer hoje para alterar um caminho estagnante, se elevando e sendo feliz amanhã,
do que gozar na inércia relativa de hoje para (fatalmente) amanhã sofrer com seus gozos transitórios.

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