sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Evolução das Consciências, Revolução Humanitária

A evolução das consciências colima na única e efetiva revolução da humanidade. Neste mundo, se quisermos elevar as condições sistêmicas concretas, deve-se ter algum tipo de força capaz de imprimir na atmosfera humana uma orientação suprema, que faça o pior da natureza humana ser superada definitivamente, sem retorno. Essa é a força do número, única capaz de fazer frente a uma agenda de regressão global - não apenas nacional - que só avança com firmeza devido à inércia dos seres humanos, que ainda, em larga medida, veem o problema supremo de forma relativa. Esse problema-mor - causa de todos problemas locais - é nada mais do que o baixo grau de consciência da atualidade.

Muito estudei (na escola e por conta própria) a História da humanidade. Vi filmes a respeito. Tive diálogos profundos com amigos(as). Tenho com minha esposa e meu pai. Realizo colóquios com o Ser Supremo nos recônditos dos parques, em horário de menor movimentação humana, para que de alguma forma algum conceito-mor - algo potente, espiritualmente genético - possa invadir todos meus canais humanos, do corpo à mente e desta ao espírito, arrebatando minha alma e trazendo inspiração suprema para que eu possa voltar à minha casa e imprimir esse conceito recém-revelado, da melhor forma possível, de modo a unificar os opostos que tanto de digladiam gratuitamente. Traduzir a substância para a forma. Pobre forma, mas alguma forma. Assim minha pobre alma em busca da resolução dos máximos problemas se aquieta um pouco, deixando o mundo externo em paz na sua guerra perpétua, e se debruça em seu trabalho incessante, silencioso, altamente potenciado, incompreendido e abstrato, para depois retornar à vida cotidiana mais calmo com o estado atual das coisas, pois a alma compreendeu um pouco mais da mecânica da Lei de Deus. Jorram conceitos, vocábulos, por vezes diagramas e símbolos. Recorre-se ao que esse pobre cérebro possui (pouco) para relacionar os mais diversos campos humanos através de experiências interiores dolorosamente belas. Apocalípticas. Sinceras. E de constatações exteriores de todos tipo, desde os olhares breves a atitudes repetidas, até o desdobramento das políticas internacionais e da lógica da civilização. Esse é o fenômeno inspirativo.

Evolução interior persistente para despertar o
Eu divino nos outros, levado-os a seguir o caminho
que noslevará à unidade. Depois, sem esforço,
revolução efetiva da humanidade.
O ano 2018 se inicia e ao invés de fazer votos formais e desejar melhoras mergulho mais intensamente nas questões mais cruciais do momento - que explodem devido ao descaso que demonstramos, sempre, às grandes questões da vida, da evolução, do destino, da dor e do amor. Trabalho é atividade independente do espaço (local em que se está), do tempo (horário, dia da semana, época) e das circunstâncias (o que o mundo reconhece e valoriza). Estamos diante de uma lógica completamente diversa. Ofensiva à psicologia humana hodierna. Tremendamente ameaçadora se se deseja que todos a apliquem no seu cotidiano - pois o mundo sabe perfeitamente que deixará de lado seus gozos. Ameaçadora porque está desconectada da superfície das aparências - que aprisiona quase todos - e portanto é capaz de inciar, se absorvida por outras almas, um verdadeiro processo de transformação, capaz de abolir as piores práticas humanas, por mais inocentes que a propaganda e marketing a apresentem. Os poderes veem o florescer de algo diferente e fazem uso de suas ferramentas: nós. Aciona-se uma série de mecanismos para que o canal para verdades mais vastas e belas seja amordaçado. Inicia-se oferecendo o gostoso, o belo, as posições invejáveis, a fartura material, a prosperidade, a fama,...o que mais satisfaça a natureza inferior do ser em busca de ascensão. Se isso não funcionar parte-se para o terror econômico, com ameaças das mais diversas: empobrecimento, vergonha, humilhação social, perda de bens e serviços básicos. O golpe fatal é encabeçado pelo terror psicológico, tão bem conhecido pelos meios de comunicação. Distorce-se uma verdade relativa. Revela-se só o que convém a um grupo, numa dada circunstância, de um determinado modo. Tantas maneiras de se apresentar um evento que a mente humana que começa a esmiuçar a lógica da mídia logo começa a se perturbar profundamente, adquirindo ataques de revolta tão logo lhe seja apresentada, com sinceridade e paciência, a mais profunda realidade: a de que estamos num lodaçal de lama tão sujo que precisamos de doses cada vez maiores de distrações (ilusões) para mantermos nossa sanidade mental. Não o digo com som pessimista nem para causar males. Quem "perde" seu tempo precioso aqui, neste espaço, o faz com um senso de convicção íntimo. Sabe que em meio a tantos vocábulos mal colocados, ideias ainda não unificadas em sua plenitude, jaz a força profunda da natureza, que aponta para um telefinalismo e traça um caminho claro, dominado por um fenômeno profundo: evolução. Em seu sentido lato (mais abrangente). Sente-se verdades que estão além das ideologias. Verdades biológicas, que por mais que tentemos camufla-las veem à tona e revelam qual eram as intenções por trás dos golpes e revoluções de superfície.

Huberto Rohden (1893-1981).
Mestre do saber, sintetizador do viver.
A quantidade de informações que vem (e por vezes saem) de nós cresce exponencialmente. Nosso conhecimento aumenta, mas lentamente, e com uma aplicação egoísta, desprovido de qualquer senso de unificação de áreas do saber, grupos humanos - sejam religiões, partidos políticos, empresas ou nações - e conceitos. Temos assim um intelecto desprovido de orientação. Um aprofundar-se na análise que tornará os especialistas mais especialistas, e muitos cada vez mais inundados de informação, tornando uma massa da humanidade obesa de vacuidades informacionais. Esse é um dos fenômenos modernos. E para escapar desse ciclo é preciso reconhecer-se dentro dele. O autor, por incrível que alguns possam achar, se considera nesse circuito. Ao menos até certo grau. Não se pode considerar 100% liberto se ainda se tem alguma expectativa com os métodos humanos, ou se altera-se ainda algumas ideias (mesmo que minimamente) ao longo do tempo. A fase atual é de ajuste fino e potenciação, buscada através de diálogos intensos - porém sinceros - com pessoas próximas e queridas. Trata-se sem dúvida, para todos, de um risco abissal, que parece loucura. Eu bem o sei. Mas as intenções são puríssimas, e ganha-se sempre uma nova visão quando se mergulha numa conversa profunda com paixão e orientação, fazendo uso dos conhecimentos na medida do necessário para esclarecer (nem abuso nem recusa do saber humano).

O mundo chacoalha aqueles que mais estão concentrados em atividades da verticalidade interior por julgar a atitude uma patologia desagregadora ou arrogante. Mal se sabe que o que mais se busca é unificação suprema através de mergulhos intensos na natureza do ser. Interpretações emborcadas permeiam as mentes. Inconformação com o modo de vida que não dá valor aos valores humanos, mesmo que bons. Superação é muito mais do que se imagina. Implica o ser em sua integridade. O nível das interconexões interiores cresce exponencialmente, gerando uma atividade psíquica-nervosa fora do comum, causando um cansaço fora do normal. Para as obrigações do mundo, uma concentração baixa, a nível basal, apenas para não se subtrair das necessidades materiais tão necessárias para a vida na Terra. O corpo se desgasta, a cabeça dói, as ações humanas repugnam - especialmente a neutralidade, que nada mais é do que servir de ferramenta passiva às forças maléficas. Estamos diante de verdades supremas que só tocarão corações sofridos e mentes ponderadas. Nada mais se pode dizer a respeito. O tempo, portador das experiências de dor, fará o resto do trabalho. Trata-se de uma obra que não visa resultados individuais nem imediatos. Ao contrário, ir além do campo das palavras escondidas em fendas da rede e desejar aumentar o público será perigoso e ao mesmo tempo um atestado de falência do conceito que está sendo jorrado aqui. O sentimento é tão intenso que os dedos mal conseguem acompanhar a atividade interior, que se esforça por organizar as palavras da melhor forma para ser compreendido pelo maior número de seres sedentos de conceitos mais vastos sobre a vida e as causas profundas de nossos males.

Pietro Ubaldi (1886-1972).
Apóstolo de Cristo, desbravador
dos mistérios do futuro.
Para resolver um problema que sempre nos assolou nada melhor do que ir na causa prima. Chegar à raíz. Radicalidade nesse sentido ganha uma conotação positiva e poderosa. Perigosa para todos que desejam avidamente permanecer estacionados no nível evolutivo presente, com seus gozos materiais diversíssimos, desde a aquisição de automóveis, desenvolvimento muscular, títulos acadêmicos, fama, mulheres, propriedades, itens de luxo, ornamentos, distrações e todos tipos de acompanhamentos. Estamos num momento histórico que demanda ir além da especialização. Buscar antes de tudo uma orientação suprema, situada no reino do abstrato, para abordar problemas mais concretos, cada vez mais tangíveis, cada vez mais locais, dentro de nosso horizonte de satisfação temporal. Somente assim poderemos resolver os problemas do mundo. O longo prazo exige fé (sintonização) com uma fonte superior, capaz de nos dar força e orientação ao longo da sofrida trajetória. Nada disso estaria sendo dito aqui, nesse blog que já conta com mais de 300 ensaios que versam sobre a multiplicidade dos conhecimentos e sentimentos humanos, se o autor não tivesse experimentado à fundo o fenômeno. Quando se percebe do milagre ocorrido em sua vida passa-se a atuar no mundo de forma completamente diferente. Torna-se outro. De certa forma, renasce-se. As mesmas coisas que lhes são apresentadas podem ter significado diversíssimo. Muito do que era importante deixa-se de lado; aquilo que era desinteressante entra na categoria do fascinante. Enriquece-se com os problemas; empobrece-se com os gozos. Assim ascende-se para um nível de consciência que encanta e dá paz. 

A progressão da personalidade torna-a mais sedenta da sinceridade, do amor, das coisas imateriais. Mas ao mesmo tempo permite que se lide com as coisas concretas de forma mais eficiente, dando o peso necessário a cada coisa, seja em forma de preocupações e de ânimos. Tende-se a um equilíbrio em relação aos acontecimentos externos - nem regozijo com as vitórias humanas, nem lamentações com os infortúnios humanos. Porque sabe-se que a Lei opera com uma organicidade diversa, além do espaço-tempo. Os prazos humanos, tão restritos, se tornam ridículos perante tão supremas forças da vida. Os objetivos humanos, tão prioritários, passam a ser cada vez mais secundários, a serem guiados por outros objetivos. Assim a ferramenta humana torna-se mais consciente de seu Eu divino, nem recusando as coisas do mundo, nem abusando das mesmas. Faz-se uso correto do que lhe foi dado. Essa é o sinal que indica o quanto se está enriquecendo. 

Enriquece-se quando se usa as coisas do mundo para despertar engrenagens interiores, orgânicas e psíquicas, a todo momento. Vigília constante é o que está escrito nos grandes livros Sagrados. Ditos proferidos por iluminados, que começam a ser compreendidos em sua profundidade. E aí, a partir desse processo formidável, podemos começar a nos debruçar sobre o mundo e esboçar algum diagnóstico com um valor efetivo. 

O mundo jaz em trevas devido à ignorância da espécie humana. Deixará de estar nesse lodaçal a partir do momento que houver uma massa crítica de almas capazes de atuar de forma a reverter um processo de regressão.

Luiz Marques (1952-).
Historiador da Arte. Professor da Unicamp.
Voz de luz.
Diversos especialistas - alguns muito iluminados a meu ver - apresentaram suas visões em programas  espalhados pela internet. Um deles me deixou muito contente. Não por satisfazer meus instintos, mas por comunhão de visão [1]. A personalidade do ser transpira seu grau de consciência. A forma de falar, o tom, o olhar, os gestos, e sua dedicação a ir além de seu tema, mergulhando num assunto universal, que interessa a todos nós, conjugando questões ambientais com política, economia e sociedade. Chega quase a apontar para a região do intangível, causa dos efeitos do mundo. Difundir essa visão é o melhor trabalho a ser feito nesse momento. Se cada um buscar colocar sua experiência num vórtice diretor que a tudo arrasta, iniciar-se-à um processo de sintonização a nível planetário.

A internet, último reduto de certa liberdade, começa a ser cercada por interesses escusos [2], [3]. Isso diz respeito à vida de todos, mesmo que alguns nem sequer tenham ciência disso. Podar a liberdade do que ver em virtude de uma padronização bestificante e plasticamente agradável é a palavra de ordem do poder para amputar qualquer possibilidade de membros do rebanho começarem a observar as coisas a partir de diversos pontos de vista. Esses movimentos vem em momento oportuno, uma vez que diversos cortes vem sendo feitos em nome da eficiência do mercado. Assim, com a amputação das possibilidades que a rede oferece, os seres ficam mais sedados, mais obedientes e menos questionadores. Um rebanho brigando entre si loucamente, mas jamais se organizando para superar a si mesmo - e consequentemente acabar de uma vez por todas com um império multimilenar: o do domínio das ideias e dos recursos, de uma forma ou outra. 

A humanidade sempre teve uma progressão na sua caminhada multimilenar. Desde 4 milhões de anos a.C. até os meados do século XX, nossa espécie pôde melhorar de vida, conquistando confortos e bem-estar, criando instituições e o Estado, desenvolvendo a Ciência e evoluindo as Religiões. Desde a década de 70 inicia-se um movimento firme que terá como resultado a reversão de todo progresso feito [4]. Ele inicia-se vagarosamente mas cresce cada vez mais. Finca suas garras nas mentes, se aproveitando dos instintos humanos. Muitos o chamam de neoliberalismo. Mas eu prefiro dizer que se trata de uma manifestação temporária de um espírito desagregador, voltado ao separatismo, à competição e ao consumo desenfreado de inutilidades (justamente o que move o sistema econômico presente). O produto disso tudo começa a brotar das entranhas da Terra.

Seremos nós suficientemente ousados e perseverantes para acordar e reverter esse processo?

Referências
[1] https://www.youtube.com/watch?v=P9opJcw2CtA
[2] https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Derrubar-a-neutralidade-da-rede-foi-o-pior-golpe-do-governo-Trump-contra-a-democracia-ate-hoje/4/38996&utm_source=emailmanager&utm_medium=email&utm_campaign=Boletim_Carta_Maior_Doa%C3%A7%C3%A3o_02012018
[3] https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Midia/-Precisamos-proteger-a-neutralidade-da-rede-e-a-liberdade-da-Internet-/12/38930&utm_source=emailmanager&utm_medium=email&utm_campaign=Boletim_Carta_Maior_Doa%C3%A7%C3%A3o_02012018
[4] https://www.youtube.com/watch?v=-fny99f8amM

Vídeo recomendado (ref. nº4)



Nenhum comentário:

Postar um comentário