Palavras proferidas num átimo. Grito de paixão, anseio por transformação.
Quando a quantidade prevalece sobre a qualidade, a catástrofe é certa - mesmo que apenas percebida no final, quando a grande peça intitulada "civilização" chega ao fim.
A pressa apaga pequenos (e inúmeros) incêndios locais, dando a impressão de progressiva solução dos problemas. No entanto, é técnica superficial, que consolida, gradativamente, o emborcamento total do sistema. A solução é mudar a forma mental: passar do intelecto volátil e ágil à consciência intensa e certeira. Essa mão sábia (consciência) guiará a ferramenta (intelecto) - órfã no momento.
O grito de dor é diferente para cada ser: Alguns são bestiais e desesperadores. Muitos são intermitentes e violadores. Poucos são corajosos sublimes... |
Mover-se caoticamente se tornou regra e imperativo; código de ética e dever de todos; ação única e inquestionável. Mas quando falta orientação aos atos, o barco da civilização navega sem leme. E a tempestade se anuncia..
Assim, para construir nossa obra na eternidade, imprimindo na psique do aluno um senso de paixão (pelo saber), fé (nas potencialidades do belo e desconhecido) e autonomia (perante os dilemas da vida), é imprescindível frear o desmesurado avanço dos meios sobre os fins; da forma sobre a substância; do finito sobre o eterno; das aparências sobre a essência; do relativo sobre o absoluto; do desespero sobre a reflexão. O trabalho é pensar e agir sabiamente. Isso os alunos (e nós) devem(os) perceber e sentir.
Tudo se estrutura para conduzir o indivíduo e o coletivo ao caminho do desgaste e das pseudo - soluções. Quanta dor será necessária para fazer aflorar os sentidos que captam as sutilezas da evolução?
O drama é simples: os desesperos se nutrem, causando desequilíbrios sem solução. O jogo de forças afasta as pessoas da sensatez, que aderem, por falta de senso investigativo, à solução pronta, manufaturada em série. Assim todos se irmanam num grande movimento - rumo a dores descomunais.
A falta de ousadia inteligente engessa a mente.
O excesso de conforto implica no aborto.
Aborto de métodos transformadores e oportunidades.
Assim como a energia degradada se volta sobre a matéria, animando-a, a vida, se desgastando, deve forjar a psique de profundidade (consciência, intuição).
A pressa adia a construção da perfeição.
O barulho obscurece a voz da razão.
O medo paralisa com precisão.
E assim perde-se a condução...
Quem decide não sofre as consequências imediatas de suas decisões.
Quem vive o drama do ensino, da condução de personalidades, da construção de almas, não decide.
Esse é o mundo emborcado. O Anti-Sistema.
Para mudar é preciso antes enxergar.
É isso que deve conduzir os planejamentos.
Nada mais, nada menos...
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