terça-feira, 12 de abril de 2022

Unindo relatos de EQM com a Metateoria da Queda

Acompanho um canal sobre EQM's (Experiências de Quase-Morte) desde o início do ano passado (aproximadamente). Fiquei conhecendo o canal - e os detalhes dessas experiências - graças a meu pai, que em seu tempo livre e condições razoavelmente decentes de aposentado, vasculha a internet em buscas de respostas para as Grandes Questões da existência. 

Já comentei sobre a relação entre a Metateoria de Pietro Ubaldi e as múltiplas descrições, singelas e ricas, dos relatos, num dado momento, aqui, dando um panorama geral do porquê precisamos captar as experiências de pessoas comuns com essa visão de mundo abrangente, que tudo afirma e nada nega, albergando em seu seio as mais disparatadas correntes filosóficas, religiões - e mesmo teorias científicas - de forma poética e criativa. Num segundo momento, elegi uma EQM - a mais marcante até o momento, juntamente com aquela que irei apresentar nesse ensaio - para estabelecer uma relação profunda com toda a cosmovisão monista. Essa foi a experiência de Lucas.

Há inúmeras outras experiências 'do outro lado' que mereceriam ser observadas com mais cuidado. No entanto o tempo é escasso e há questões supremas martelando a alma de quem escreve. O autor vive um momento de febre intensa, caracterizada por um ímpeto de ascensão manifestado numa criatividade intelectual assombrosa e uma capacidade de expressão crescente - e envolvente. Sente-se que a hora é chegada. Não há mais tempo para cálculos, planejamentos, burocracias ou contar com algum auxílio ou reconhecimento terreno. Aliás, a ausência de percepção dos outros é o que mais estimula o autor a ascender nessa jornada.

Abro um parênteses.

Ontem, conversando com colegas de trabalho, quem aqui escreve assistiu um turbilhão de ideias desordenadas advindas de uma pessoa. Pessoa que busca escapar de uma realidade para adentrar em outra - que segundo o sujeito será melhor. Mas observando como esse indivíduo enxerga a realidade, percebe-se de antemão que o problema não é tanto exterior - mas interior. Essa mesma pessoa alega acreditar em Deus, mas em seu quotidiano sente-se muito pouco Dele em seus atos. Há um receio em permear toda a sua razão, seus dias, seu discurso, com as maravilhas do Campo Divino. É sem dúvida (apenas) uma crença em Deus - não uma sapiência de Deus e de Sua Lei. E uma crença fraca, vacilante, que não admite a expansão da consciência.

Enquanto eu fazia esforços de tentar fazer a pessoa enxergar o porquê de sua (calamitosa) situação, inserindo em sua psique as grandes diretrizes universais, a pessoa simplesmente não era capaz de perceber o quão concreto eram todos aqueles conselhos. Parta essa criatura, o abstrato, o intangível, o Espírito, o Absoluto, são coisas distantes...que não podem ser trazidas numa conversa do 'mundo real'. Muito menos permear os atos das pessoas. E assim a pessoa continuará sua jornada, tendo de passar por sendas tortuosas, traiçoeiras e áridas até perceber qual a mecânica de funcionamento deste universo. 

Eis uma pessoa que crê. E ainda crê de forma frouxa e vacilante.

Aqui não se trata de condenar, mas apenas de constatar a triste realidade em que o mundo se colocou. Quem aqui escreve não acredita em Deus. Aqui quem escreve sabe que Deus existe - e É. 

Há uma diferença infinita entre crer e saber. É o passo definitivo que demarcará a fronteira entre o ser que está preparado para a ascensão vertical (interior) e aquele que está se refestelando na movimentação circular horizontal das necessidades. Este último se julga mais realista e possui a última verdade. Tornou absoluto o seu pequeno relativo - ao invés de enquadrar seu relativo no Absoluto. E devido a isso ignora quem está alinhado com o Alto.

Isso tudo foi captado ontem, de relampejo, reforçando a visão do autor a respeito de Deus, do Universo, do fenômeno evolutivo, da evolução interior e da Técnica Funcional da Lei de Deus. 

Fig.1: Esse livro delineia, de maneira geral, sem entrar em pormenores ou diagramas, 
como funciona a Lei Moral que rege as relações humanas em nível profundo. Ignorá-la é continuar
 semeando sofrimento para si mesmo. Isso eu vejo em tudo a todo momento.
Vendo em mim, agora me oriento para construir no longuíssimo prazo. 
Pois como disse o Excelso Rabi, 
"quem perder sua vida para Mim salvá-la-á, mas quem quiser salvar sua vida perdê-la-á."

Voltemos ao que interessa - pois o mundo está imerso em trevas e merece atenção quem segue esse turbilhão de sentimentos pautados por uma diretriz de grandiloquentes pensamentos.  

Primeiro: é preciso compreender que todo o relato da Laura está enquadrado na Metateoria da Queda, sendo esta o elemento diretor que irá nos auxiliar a perceber o que ela está querendo dizer. O entrevistador, o físico Carlos, num dado momento confessa que toda aquela visão esboçada pela Laura é 'um pouco complicada'. Isso é natural para quem não leu, estudou e viveu (parcialmente) a Obra de Ubaldi - que nada mais é a expressão do Campo Divino em nosso mundo. O autor tentou entrar em contato com o físico, dizendo que a chave de grandes mistérios (para ele) estariam contidos na obra ubaldiana, tendo como elemento de apoio os livros básicos das correntes espiritualistas evolucionistas e da Bíblia. No entanto, devido à dificuldade de compreensão, não foi possível compreender o quão preciosa era aquela tentativa de unificação, estabelecendo uma relação profunda entre relatos e teoria geral. Mas isso não impede que o autor aqui faça uso do belo trabalho sendo feito - a compilação de diversas experiências que apontam para a sobrevivência da consciência após a morte orgânica - para reforças essa visão que tudo e a todos abrange em seu seio. 

Abaixo temos o diagrama gráfico do livro Queda e Salvação, que mostra a plenitude do Sistema (S), simbolizado pelo triângulo vermelho, e a do Anti-Sistema (AS), simbolizado pelo outro triângulo, verde. Quando se fala em Evolução, deve-se haver um transubstanciação do Ser, isto é, transformação em em sentido interior (= dimensão vertical na figura), em termos de superação de uma realidade através da expansão da consciência. Quando observa-se evolução (orgânica, das formas), percebemos transformações de aparências - mas não de essência. Nada no entanto nos permite desconectar completamente o movimento horizontal do vertical. Pois o segundo é pré-requisito (=dores, desilusões, traições, etc.) para que seja iniciado um movimento no primeiro (=aumento de paz, de percepção, de discernimento, de ousadia, de inteligência, etc.).

Por isso eu disse ao colega de trabalho que apenas a dor irá fazê-lo perceber uma realidade mais profunda. 

Fig.2: Diagrama gráfico Queda e Salvação do livro de mesmo título (Pietro Ubaldi).

Segundo: não basta assistir (no YouTube) e ler (aqui) e compreender mentalmente. É imperativo começar você próprio o movimento! À sua maneira e com ritmo todo seu, único. É mister continuar relacionando, a seu modo, essa visão de mundo, percebendo que tem a ver como todas suas angústias, com seus ímpetos criativos, com seus gozos e desejos e psique; com suas emoções; com a História das civilizações; com seu colapso; com sua perpetuação através de outras vias; com amor, com sexo e com arte; com lógica computacional e fenômenos da natureza; com o ímpeto de reconhecimento e com sede de vivência mais profunda. É preciso sentir tudo isso para que esse ensaio, essas experiências e esse Pensamento Diretor possam de fato fazer parte de nossas vidas. 

Dito isso podemos continuar.

A primeira parte aborda direto a questão da lei de causa e efeito. O mal que fazemos aos outros na verdade fazemos a nós mesmos - e o mesmo vale para o bem. Só que o ser humano, com seu limitado grau de consciência, mesmo que afirme isso por vago senso de verdade, não dirige sua vida baseado nesses preceitos, pois não consegue sentir essa realidade em sua vida - e na vida dos outros. 

EQM – Nós criamos o nosso mal  

A questão é simples, porém exige uma maior percepção da Lei. A lei da ação e reação é um aspecto superficial dessa grande lei (de causa e efeito), que inclusive é um dos Sete Princípios Herméticos

O que ocorre é o seguinte: o campo moral - um plano superior. não-local, atemporal e intangível - é a arena em que ocorre a gênese e o desenvolvimento dos pensamentos de cada ser desse universo. Uma vez materializados em atos, essas ações acabam por trazer efeitos imediatos (visíveis), geralmente de acordo com aquele que os lançou. No entanto, a manifestação desse pensamento - animado por uma intenção, boa ou má - não para por aí: ela retorna para o campo moral em começa a se desdobrar numa série de efeitos concatenados, elaborando uma segunda reação que irá recair sobre o ser iniciou todo o processo. Nesse movimento - que ocorre numa não-localidade, o Campo Akáshico - há uma elaboração de consequências magistralmente orquestradas, cujo efeito final (materializado) irá recair não sobre quem recebeu os efeitos do primeiro ato, mas os efeitos (efetivos, poderosos e inexoráveis) dum segundo momento.

Para quem deseja se aprofundar no akasha, recomendo o vídeo do formidável canal Poder do Eu Superior, sobre Arquivos Akáshicos - fonte ilimitada de conhecimento.

Então, em suma, a relação entre o ato primordial, lançado por nós, e o efeito final e definitivo, recebido por nós também, é

1º) Não-linear;

Não linear refere-se a todas as estruturas que não apresentam um único sentido. Estrutura que apresenta múltiplos caminhos e destinos, desencadeando em múltiplos finais.
Fonte: [1]

Ou seja, não é simples ação-reação, mas ação que desencadeia uma multiplicidade de reações, não apenas no campo local, mas que se espraiam de forma inteligente no campo não-local - verdadeiro âmbito de dinamismo do Espírito. E cuja reação final, definitiva, que ficará marcada no imo do ser que causou, será manifestada na vida.

2º) Vem em outro ritmo;

movimento regular e periódico no curso de qualquer processo; cadência. 
"r. das ondas"
Fonte: [Google]

Ou seja, não segue a mesma cadência que a animou, mas adquire cadências diferenciadas, conforme a onda de manifestação dos efeitos, que estão sujeitos ao sábio determinismo da Lei. 

3º) Retorna através de outra(s) pessoa(s) em outro(s) momento(s);

Em outras palavras, pode vir através de um gesto de um terceiro, às vezes desconhecido no momento do ato causador. Ou via uma circunstância favorável ou não - que o ser constróis para si mesmo através de estímulos advindos de sua alma, sugestionados pela Lei. Estímulos que contém pitadas desses efeitos e que estão arquitetando silenciosamente, com muita maestria e elegância, o efeito final.   

4°) E também, de outra(s) forma(s).

O que significa que a as consequências finais (e fatais) não serão necessariamente de mesma espécie em seu aspecto sensório - porém sim em seu aspecto substancial. Por exemplo: se alguém agride fisicamente outra pessoa, caso haja perdão por parte do agredido, o segundo sofrerá o efeito da lei através de sua própria consciência, que o atormentará a afetará uma série de decisões subsequentes, causando equívocos no serviço, desentendimento nas relações, entre outros fatores bem concretos e sérios. 

Além disso, nessa primeira parte o processo reencarnatório é explicado como uma elaboração do organismo biofísico pelo Espírito - e de outras forças - que precede em muito o momento de concepção. Essa construção ideoplástica necessita de uma sintonização entre os genes dos, o meio em que irá se reencarnar o ser, além de uma relação preestabelecida com os espíritos que irão conviver carnalmente com o ser. O objetivo em geral é uma expiação (=reparação de um mal causado) ou uma prova (=teste para ver se um vício foi superado, dando lugar a uma virtude), em casos mais elevados, há uma missão (=tarefa de grande magnitude espiritual que visa manifestar no meio um aspecto da divindade...para quem tem 'olhos' para 'ver'). Essa missão pode ir do grau mais simples (ex.: cuidar de um parente que se torna deficiente) até o grau mais elevado (ex.: trazer ao mundo uma nova teoria, nova forma de amar,um novo invento, uma nova arte, um novo método, um novo pensamento, uma nova forma de viver ou expressar-se, um movimento social, entre outras).

A Laura atingiu a visão sistêmica, que percebe que tudo é interconectado, desde o nível material até o espiritual. E de que a evolução ocorre por (1º) diferenciação das unidades componentes de um sistema, que se expressa por especialização de habilidades, saberes, vivências e narrativas; e num momento subsequente (2º) por reorganização desse caldo de células especializadas (singulares, únicas!) através da elaboração de uma nova unidade coletiva - que em Ciência Sistêmica é conhecido como auto-organização

Outro ponto interessante tocado por ela foi a de que emanamos de Deus ("somos centelhas que partimos daquela Vida", em suas palavras). Somos, pois, deuses, como o Excelso Rabi nos informou há dois mil anos. Pois fomos criados à Sua Imagem e Semelhança.

Porém isso não significa que sejamos da mesma potência (=poder) de Deus, possuindo ciência absoluta (onisciência), mas de mesma natureza Divina. É nesse precioso conceito que está contido o fenômeno de Queda Espiritual, tão bem descrito por Ubaldi e esmiuçada por Gilson Freire. 

Para a Laura faltou apenas perceber o porquê dessa queda (que ela vê como um processo natural, mas de fato foi um processo antinatural, que gerou essa bolha de espaço-tempo na qual nos arrastamos há 13,8 bilhões de anos, em meio a sanguinolentas lutas e dores). Mas isso não é um mal irremediável, pois o S permaneceu no AS em seu aspecto Imanente. Então, como Gilson fala, nós somos um câncer no Seio da Eternidade. Mas um câncer que será completamente curado, restabelecendo seu estado original de Filhos do Altíssimo. 

Mas a cura que o S opera no AS não é o tipo de cura que há em nosso orbe, que envolve eliminação física ou extração do mal alojado no ser. A cura que o S perfaz em nosso Universo se dá através da reabsorção do mal, através de um transformismo evolutivo incessante regido por leis que delineiam suas trajetórias. É uma cura que restabelece a substância a seu estado original. Essa cura se dá através da esteira do tempo, pautado pelos diversos níveis evolutivos - e consequentes graus de organização. 

A cura do S tem a ver com A Arte de Curar pelo Espírito, de Joel Goldsmith.


Um último ponto (para não me delongar) é quanto à questão da frequência. A entrevistada acertadamente fala que a Terra está se passando por uma mudança de frequência, e que os seres aptos a viver nessa Nova Terra devem ter um grau mínimo de frequência - caso contrário não será possível a sua manifestação nesse orbe mais, o que implica na impossibilidade de se reencarnarem neste mundo. 

Quando ela diz "frequência mais elevada" não devemos traduzir isso por um maior grau de ciclos por minuto das ondas de matéria, de energia ou mesmo pensamento, e sim como uma redução dessa frequência energética - que expressa a elevação do grau de consciência do ser decaído. Ou seja, a amplitude da vibração decresce, juntamente com a frequência (=grau de agitação da substância) e a massa (= possibilidade de expressão pontual, na matéria). E o comprimento de onda tende ao infinito. Junte tudo isso e ter-se-á a "onda" da consciência, que é uma não-onda do ponto de vista do AS (ou da imensa maioria dos seres humanos), pois não se trata de algo vibracional, porém intrínseco, como Maurício Crispim tão bem explica em seus cursos. Numa palestra de 2015 sobre a consciência ele explica muito bem toda essa diferenciação entre o Universo Divino (Absoluto, Eterno, Infinito e Perfeito) e o nosso universo (relativo, temporal, finito e em evolução...portanto imperfeito). 

É claro que se melhorar - ou evoluir - significa frequência "mais elevada". Mas isso não significa que o ritmo de agitação medido pelos nossos instrumentos (e percepções integradas corpo-mente-alma, que é a trindade do ser enquanto no AS) é maior (maior frequência, ou ciclos por minuto).

Não se trata de erro, mas apenas de uma falta de formalização. E por que isso é importante?, alguém pode se perguntar, pois o que importa é sermos bons. Porque se não formos capazes de unir as preciosas teorias da ciência com a gloriosa metodologia do espírito, não haverá uma unidade do ser. Não se trata de complicar, mas de integrar para unificar; de unificar para ascender; de ascender para retornar ao Regaço do Pai. 

No livro A Física do Espírito (p.411), o Dr. Gilson Freire - após formular sua equação da consciência (que vocês podem assistir no início desse vídeo dele, sobre Física Quântica e Espiritualidade, aqui), ou, para quem capta na hora porque já está vibrando nos altiplanos do Espírito, vê-la na figura 3 - fala algo muito interessante que esclarece sobremaneira essa dúvida inquietante que jazia em minha alma.

"Considerar que a consciência em seu estado de origem tem oscilação zero nos leva a deduzir que a evolução está nos conduzindo à redução e não ao aumento de frequência das energias que nos servem. Essa simples constatação parece chocar com afirmações de diversas escolas espiritualistas que nos ensinam que o Espírito superior estaria dotado de uma altíssima frequência. Acreditamos que se trata de uma simples alusão ao poder espiritual e não propriamente à frequência energética do Ser. Tais assertivas partem do errôneo pressuposto de que as energias de alta vibração são poderosas, ao contrário daquelas de baixa oscilação. Recordemos, não obstante, que as ondas de frequência elevada são capazes de atuar como dardos físicos, pelo alto grau de materialidade que possuem - como as radiações nucleares e os raios X e as ondas ultravioleta, que são de curto alcance e grande poder de interferir na matéria. Já as ondas longas são capazes de atingir enormes distâncias, por isso usadas nas comunicações radiofônicas, detendo menor capacidade de interagir com estruturas físicas."

A Física do Espírito, pag. 411. (grifos meus)


Fig.3: A equação da matéria e da energia (descobertas e aceitas pela nossa ciência) jungidas à equação da consciência,
elaborada por Gilson Freire, que acredito que se tornará uma equação oficial nas próximas décadas. 
Através dessas formulações, percebe-se que o denominador comum entre matéria, energia e Espírito é 
a frequência de vibração da substância divina. 

Como a ciência nos explica, um maior grau de frequência implica em mais concretude física ou irradiação dinâmica - mas menor consciência. Isso também pode ser constatado pela ciência ao observarmos sem muito esforço de que as ondas de altíssima frequência (ex.: gravitacionais, raios X e gama) são aquelas que mais influenciam a matéria, pois seu grau de 'materialidade' é muito alto, como podemos ver com a gravitação, que exerce sobremaneira influência sobre a matéria; enquanto as ondas de baixa frequência, como as eletromagnéticas, tem difícil poder de penetração na matéria, exercendo pequena influência - exceto nos casos mais sutis, como a gênese da vida, quando a matéria se sutiliza através de elementos relativamente leves, maleáveis e flexíveis, aliadas às ondas degradadas (eletricidade). 

Há ainda mais uma evidência de que estamos muito mais interessados na diminuição da frequência do que em seu aumento: as definições indicam que as ondas de menor frequência estão associadas ao estado de meditação profunda ou inspiração e relaxamento (ondas alfa e theta entre 3,5 e 13Hz), ao passo que o nosso estado normal (ondas beta, 13 a 33 Hz) se relaciona ao estado de ansiedade, estresse e pânico - algo que eu pude sentir ao conversar com colegas (de trabalho) que não compreendem o que quero dizer...especialmente quando chego ao cerne de suas inquietações.

Há no entanto, na mesma fonte, a descrição geral das ondas gama (25 a 100 Hz...parece haver uma região de transição entre cada nível), que está associada a tarefas que demandam alto poder cognitivo. Repasso a descrição da fonte na íntegra.

"As ondas Gama (ou Gamma) possuem a maior onda de frequência, numa vibração extremamente rápida. A ciência ainda não tem muito a dizer sobre esse tipo de onda, já que não é tão comum captá-las nos eletroencefalogramas.

Essa frequência de onda está associada a tarefas que demandam alto poder cognitivo, aprendizagem, memória, capacidade de registrar informações, percepções pessoais e sentidos (processamento de estímulos auditivos, táteis e visuais). Indivíduos com problemas mentais ou de aprendizagem geralmente apresentam atividades em ondas Gama abaixo da média das pessoas.

Esse tipo de onda apresenta picos elevados em estados de felicidade intensa. Estudos também têm demonstrado que, na meditação budista, as ondas Gama promovem um estado de gentileza e de amor profundo por todos os seres."

 (grifos meus)

Nesse ponto alguém pode afirmar: "Ahá! Então a ascensão está associada a um estado maior de frequência energética." 

Eu, no entanto, apesar de não negar os fatos (que são evidentes e chancelados pela ciência), acredito que a questão tem muito mais a ver com outras coisas. Não irei esmiuçar aqui o que tenho em minha alma, mas vou esboçar em linhas gerais como vejo a coisa.

Acredito que essa maior frequência tem a ver com uma intensificação das ondas beta que, ao contrário de aumentar a magnitude do estresse e da ansiedade, transforma esse dinamismo oriundo de desespero e falta de percepção em energia psíquica capaz de trabalhar com novos conceitos, ideias. E sentir de modo mais intensa. Cenas de filmes e séries tem mais impacto, inspiram o ser e o fazem chorar e se emocionar; a música elevada toca o imo do ser, que acaba encontrando inusitadas relações; há uma coragem irrefreável que permite ao ser concretizar o que todos julgam irrealizável. É intensificando a pequena loucura, fragmentada e em conflito com a paz das ondas alfa e theta, que se chega à "loucura plena", que transcende essa transição (ondas beta) para operar num nível de criatividade absurdamente alto. 

E para compensar esse alto desgaste energético (pois de acordo com a Fig. 3 o aumento de frequência aumenta o desgaste de energia, gerando cansaço) o ser altamente inspirado, criativo e sensitivo deve se alimentar bem e dormir bem. Além de ter uma enorme facilidade em adormecer, sendo inexistente insônia. Ele dorme um sono profundo, restaurador, para atuar na matéria preenchido de Espírito

Eu acredito que minha forma de operar nesse mundo se encaixa perfeitamente na descrição anterior (último e penúltimo parágrafo).

EQM – Enfrente o mundo 

Na segunda parte o ponto alto diz respeito à manipulação da matéria. Para realizar isso deve-se ter um conhecimento dos princípios da Mecânica Quântica, que atesta que é possível colapsar a função onda - isto é, tornar algo irreal, que "flutua" no campo akáshico, não-local, que é a interface entre o Plano Divino e o nosso universo espaço-tempo não-local, em algo concreto, perceptível a nós ou nossos instrumentos. Mas apenas quem atingiu um alto grau de depuração pode realizar essa manipulação no nível macroscópico, como Cristo fez ao multiplicar os cinco pães e os dois peixes para a multidão de cinco mil. Essas questões ficarão cada vez mais evidentes à medida que a ciência avançar em suas perquirições.   

O "transmitir com o olhar" também é interessantíssimo, pois nos remete ao entrelaçamento (ou emaranhamento) quântico, que ocorre quando

"duas partículas estão conectadas de forma a instantaneamente compartilharem seus estados físicos —, não importando quão grande seja a distância que as separa."

Fig.4: Conexão no mundo subatômico através do Campo-A (Akáshico). Informação que conecta partículas.
A transmissão de um pensamento gerando unidade entre os pólos do ser.

Tudo indica que um grau de evolução suficientemente elevado permite aos seres estabelecer - mesmo que de modo inconsciente - essa comunicação telepática, independente do campo espaço-tempo. Isso é um poder ainda desconhecido mas que já está sendo revelado por vários relatos fantásticos de vidas sensíveis. 

No momento do perigo (iminência do afogamento), toda a intuição de como se organizar e atuar durante o período de risco vêm à tona, sem necessidade de nenhuma aula de Mecânica dos Fluídos (uso de movimentos verticais alternados para permitir a respiração de todos, sentindo a relação entre empuxo, peso específico e volumes de corpos submersos) ou de Dinâmica (impulsos intermitentes ao bater no fundo, imprimindo momenum na horizontal para se aproximar da borda do rio).

A "ampliação da consciência", que ocorre quando se passa de um plano (que Laura chama de "dimensão") a outro, trata justamente da questão de sutilização momentânea do ser quando no plano extrafísico. Plano pertencente ao AS, portanto com forma e matéria - apesar desta ser diáfana - mas muito mais agradável aos espíritos que atingiram um grau de evolução que permite "desfrutar" de uma paz temporária nessas colônias. 

Quando o Carlos apresenta dúvidas quanto à criação das dimensões, fico imaginando o quão alegre ele ficaria se tivesse lido, estudado e vivenciado (só um pouquinho) dos grandes conceitos apresentados na obra de Ubaldi. 

Com A Grande Síntese, Deus e Universo, O Sistema e Queda e Salvação, fica explicada toda a fenomenologia universal, em linhas gerais, de maneira lógica, clara e coerente, numa linguagem cálida e poética, que toca o imo da criatura decaída - e sedenta por revelações. 

Trata-se de compreender como foi nossa Criação Original (no S), que ninguém é capaz de explicar por se situar fora da arena do relativo, que nos alberga. E por que havia possibilidade da Queda Espiritual. Além disso, não podemos nos esquecer de que a estrutura de nosso universo se baseou (às avessas) na arquitetura do Universo Divino - pois não é possível criar algo diferente do Todo, mas apenas oposto a Ele.

Acredito que um dia ele chegará a essa visão. 

Mas continuo batendo na tecla: as pessoas possuem grande medo em falar em erro da criatura, ou queda, porque desejamos uma causa leve, que nos tranquilize e nos permita não remexermos em nossos traumas mais profundos. Eu no entanto sou da escola de Gilson Freire, estudioso de Ubaldi, que afirma que caímos e agora estamos nos reerguendo através da estrada da dor. Dor que diminui à medida que tomamos conhecimento da Lei e da necessidade de saber sofrer (nas palavras de Rohden).

Vamos à última parte (senão nunca terminarei o ensaio).

EQM – O medo é a fé ao contrário

A última parte trata da questão do livre-arbítrio e do determinismo. Nessa parte a Laura explica ao Carlos que tudo que está acontecendo aqui não foi escolha nossa. No entanto essa afirmação se baseia (inconscientemente) no fato de que a Lei sabe qual é a natureza de um conjunto de seres de grau de consciência relativamente baixo, e portanto não poderia ser evitada por nós. No entanto há uma armadilha aí - que ambos não perceberam.

O fato de uma criatura ser ignorante - como o ser humano em seu estágio atual, em termos de média planetária - não significa que ela esteja isenta de sofrer as consequências de seus atos. A criança desconhece o fogo, mas se machuca ao encostar nele; ela desconhece as forças gravitacionais, mas cai quando escorrega pela janela; ela desconhece a incapacidade de respirar embaixo d'água, mas não deixa de se afogar se cair numa piscina; etc. Um adulto inteligente e culto - porém ignorante dos princípios gerais - é como um infante que não sabe usar suas ferramentas (intelecto) para atingir um estado de felicidade mais duradouro e sustentável. Mas, ao contrário de uma criança, por possuir livre-arbítrio em seu estágio evolutivo (=capacidade de pensar), ele se torna responsável por seus atos. 

Responsabilidade.

Trata também sobre a preparação de um outro planeta (inferior) que deverá albergar as almas que não atingiram a "nota de corte" nesse período em que vivemos. Ou seja, não foram capazes de quitar suas dívidas mais pesadas e persistiram no caminho emborcado. Serão removidos, sofrendo uma queda planetária que será salutar para sua evolução. O autor está se esforçando para obter a nota de corte para permanecer nesse mundo. 

Há outras questões de suma importância. Estas serão abordadas futuramente, pois cada ponto levantada pela entrevistada exigem verdadeiras contemplações pelo espírito e análises da mente. 

Foi uma EQM (ou melhor, EQV) muito interessante. 

Assistam com uma perspectiva monista - uma oniperspectiva.

segunda-feira, 11 de abril de 2022

A Primavera do Espírito

Há mundos ocultos sob o véu da ignorância das ações humanas. Há verdadeiros universos de possibilidades, plenos de novidades, nas recônditas profundezas de cada ser que habita esse Universo. Esses universos são interiores e infinitos, superando a dimensão limitada e limitante do espaço e do tempo. Essa potência interior, verdadeira riqueza que jamais perece, - apenas floresce e cresce - vence gradativamente, de modo sutil e elegante, cirúrgico e definitivo, o infindável, contraproducente e sanguinolento embate entre os relativos desgastados pelas vergas do tempo.

Esse Absoluto contido em nosso íntimo alberga o Eterno e as chaves do Reino. Um Novo Continente, situado num 'não-local'. Tão perto e tão longe...

Fig.1: Só está habilitado quem vive o impossível, quem versa o infinito, 
quem vê o invisível, quem cria suas pontes ao invés de se limitar pelos caminhos do mundo.

O inverno frio e estéril do materialismo está desgastado pelas repetições cada vez mais infrutíferas do ego evanescente, que exigem doses crescentes de negações - do evidente. Para isso, a tara de nossos tempos: o desenvolvimento (apenas) tecnológico. Os aplicativos, as fofocas, as sensações intensas que impressionam os sentidos e trazem em seu bojo a promessa de gozo imediato, sem pensar nas consequências e no retardamento do despertar do verdadeiro Ser. Vivemos em tempos líquidos (Zygmunt  Baumann), mas também de descrença e superstição. Esta acaba colocando no pedestal a ignorância. Só que nos tempos modernos, ela tem ares de erudição e criatividade, pois está adornada com argumentações sustentadas por diversas referências (vazias em essência); com perspectivas advindas de fontes novas (porém não-pensantes). Fontes apenas expressam um conjunto de micro-verdades, rearranjadas de modo monstruoso, formando uma verdadeira ode à ignorância, ao gozo e à irresponsabilidade. Tudo deve ser visto nas entrelinhas, pois a sofisticação do intelecto luciférico atingiu um grau de inteligência que apenas uma intuição iluminadora é capaz de perceber o labirinto em que nos inserimos. Labirinto horrível e desesperador. Eu já muito dissertei sobre isso aqui, estabelecendo uma relação entre o conhecimento humano e a sabedoria divina. 

O que era (e deveria ser) um meio se tornou fim supremo. Está cada vez mais evidente que não sairemos desse cipoal de parafernalhas (informações, tecnologias, redes sociais, fofocas, consumo de sensações, 'obrigações', reuniões, comissões, normalizações, etc.) através do paradigma (modo de ver o mundo e nosso papel nele) que o criou. A forma mental humana criou a própria armadilha da qual é incapaz de sair. Dela só sairemos abraçando uma realidade que já se faz presente - e se difunde aos poucos, mas com ímpeto, coragem e criatividade ímpar. Exemplos abundam pela internet. Basta saber buscar. 

Vejam por exemplo um depoimento (de 2009) de Jim Carrey a respeito dessas questões:

Ou pegue um filme como Matrix (o primeiro e único que vale a pena assistir, de 1999), em especial a cena final, quando assistimos a Ressurreição de Neo. É puro cristianismo sob vestes modernas. Ou melhor, o aspecto da ressurreição tratado pelo Monismo Substancial - que Ubaldi nos trouxe de modo poético, lógico e científico. 

Peguemos um trecho do O Show de Truman (1998), quando o personagem principal percebe que toda sua vida é uma encenação para entreter o mundo - que deve permanecer em sua ignorância e não enfrentar questões civilizatórias. A pessoa desperta para a realidade. Percebe que está sendo usada - assim como todos espectadores, que são marionetes nas mãos da indústria do entretenimento. Marionetes enclausuradas numa vida limitada e limitante, de escravidão e misérias, sem possibilidade de expressar as verdadeiras potencialidades de sua genialidade, seja na ciência, no pensamento, na arte, na vivência, na liderança ou no amor. 

Temos ainda Pleasantville - a vida em preto e branco (1998), que trata também da importância de passarmos por uma fase caótica, de incertezas, 'líquida', cheia de diversidades e perspectivas conflitantes (porque limitadas). O choque causado nos outros, de vida ordenada porém limitada, ao expandir a forma de expressar-se e viver, é algo que merece ser visto com olhos espirituais. 

Voltando um pouco no tempo (1994), Um Sonho de Liberdade, que no fundo fala sobre a fuga de nossas prisões internas. Nossa forma mental, que acaba por nos prender no mundo concreto - às vezes de forma bem cruel. Uma fuga que só pode ser realizada com a assimilação de novos aspectos da realidade. Que por sua vez trarão uma liberdade muito maior do que aquela que tínhamos anteriormente - ou julgávamos possuir. Fala sobre a natureza do ser que é capaz de se libertar das tristes amarras de um mundo cruel e de visão estreita. Mundo em que impera um misoneísmo impiedoso. E numa cena muito tocante, quando  Andy, o personagem principal, interpretado por Tim Robbins, dá aos prisioneiros uma perspectiva do paraíso (através de uma bela soprano que canta divinamente), sentimos que viemos a esse mundo para expressar a Vontade de Deus. Viemos para brilhar e iluminar. 

Podemos avançar um pouco e extrair aspectos muito profundos a respeito de pensamento (e revolução) sistêmica, processo de despertar, e o fenômeno intuitivo, ao assistirmos - com olhos espirituais - V de Vingança (2006). Abaixo a intuição (=clarividência) do detetive obediente porém perspicaz, interpretado por Stephen Rea - dos eventos subsequentes.

E como não falar (nesse mesmo filme) do momento culminante de catarse de Evey (Natalie Portman) que, prestes a surtar com o que V lhe fez, compreende o sentido da dor. 

Voltando na Era Clássica do Cinema, podemos pinçar o belíssimo Lawrence da Arábia (1962), em especial a cena de conquista de Aqaba, cidade considerada inexpugnável por mar, devido aos seus canhões de 14 polegadas. E (especialmente) por terra, devido à 'proteção' do grande deserto de Nefud.

Essa conquista tem a ver com o que chamo de ousadia inteligente, que já tratei algures

Nesse filme temos também questões históricas; do livre-arbítrio vs. fatalidade; da sagacidade política; da natureza dos povos; dos futuros desenvolvimentos econômicos através das politicas presentes; das desilusões de grandes almas; entre outros temas fascinantes. É muito (mas muito) revelador para quem tem olhos para ver. 

Meu amigo...eu posso continuar por dias e dias citando filmes e cenas marcantes que remetem ao Absoluto que anima o relativo. Porque agora eu vejo a essência e com isso tudo tem significado. 

Voltando aos nossos tempos. 

O inverno do culto à matéria está terminando. Será um fim muito cruel para quem está preso às novidades mundanas, focado no que a mídia diz ser progresso. Mas aqueles que estão ancorados no Espírito, percebendo que a destruição da forma nada mais é do que um necessário (e salutar) processo de renovação, ficarão serenos e determinados. Esses irão expressar de modo cada vez mais destemido, criativo e enérgico a Vontade de Deus. Essa Vontade nos diz: Evolução!

E com isso tudo que o tipo médio (astuto) mais estima será destroçado pelo vendaval das consequências naturais, tendo suas fantasias varridas pelos fenômenos que desejam conviver com uma civilização um pouco mais madura. Civilização capaz de aceitar a realidade do Espírito, da unicidade permeando a diversidade, da ciência religiosa e da fé raciocinada. Uma civilização de equilíbrio material e evolução íntima, liberta das burocracias estafantes e das reuniões mórbidas. Liberta de medos agudos e de esperanças fúteis. Uma civilização focada no aspecto substancial. Nova civilização. Do terceiro milênio...

Mas antes de florescer essa primavera nesse planeta, é necessário haver uma limpeza interior. A oportunidade está dada. Quem decidir preencher seus atos de significado, poderá continuar e fazer parte desse novo mundo, mais simples porém muito mais pacífico. E será muito bom. Essa é a nota dez que devemos buscar a todo custo. Não agredindo ninguém nem gozando demais. Buscando a paz dentro de nós em meio ao desespero dos inconscientes. E o fim 'desse mundo' (não do mundo, nem da espécie, nem das possibilidades...) está próximo. É o fim da civilização materialista, egoísta ao extremo, dos argumentos com fins de gozo individual, das aparências, da astúcia que governa e do coração que agoniza. E quem afirma isso, de forma muito clara e lógica, é Noam Chomsky, um dos Profetas dos Tempos Modernos. 

Um artigo bem elucidativo pode ajudar os bem intencionados (porém ainda perdidos)a despertar para o verdadeiro problema de nossos tempos. 

Quem persistir na ignorância, será varrido e terá de nascer e renascer em orbes cruéis, mais adaptados ao seu nível. 

E em meio à destruição do velho, nada melhor do que se preparar para o novo. A Ciência do Espírito irá superar a ciência materialista - não negando-a, mas ordenando-a numa ordem mais vasta. Transcender o paradoxo, a forma mental, superando os instintos mais baixos. Deixar a mente ser guiada pela intuição ao invés dos instintos. Essa é a meta e devemos expressá-la através de qualquer coisa que façamos. Eu o faço ao ministrar todas minhas aulas.

Nos textos, nas conversas com os amigos, com a família, em meus estudos de ciência e espiritualidade, ao assistir séries e vivenciar dimensões do amor. Ao caminhar nas ruas e contemplar a vida. 

Chegará a Primavera do Espírito para todos - mas apenas quem souber reconhecê-la irá abraça-la, permanecendo reencarnando seus ciclos multimilenares de existências num mundo de regeneração. Um mundo que será muito mais convidativo para almas sinceras e sérias.

Esse novo mundo, a meu ver, deve ser, em seus primeiros séculos ou milênios, um mundo de baixa tecnologia e consumo energético (em relação ao presente). Os motivos podem ser encontrados em muitos locais, mas gostaria de recomendar os textos de B, o site de Gail Tverber  e de Erik Michaels

Outra característica desse mundo: ele será pautado pelo monismo substancial - se não explicitamente, implicitamente, nos atos e pensamentos e sentimentos, que é o que conta. Porque trata-se de uma Metateoria que alberga o melhor de tudo que descobrimos e desenvolvemos até o presente momento. Da ciência, da filosofia e da religião, perpassando por toda a fenomenologia universal - inclusive os setores da vida humana. Esse blog tem por escopo difundir, explicar, relacionar, debater esse grandiloquente pensamento, ajudando almas já despertas a buscar seu próprio caminho nesse período de transformação abrupta - e como jamais vista antes na história humana. 

Fig.2: O fim clama por um novo início. Assim como este conduzirá a um novo fim. Há repetições em muitos aspectos.
Porém, a tendência é ascender. Isso significa ciclos abertos, belamente representado pela figura de uma espiral. 
Espiral oscilante ou rugosa em seus pormenores. Espiral que contém diversas outras, menores. 
É o caminho do regresso. E assim chegaremos ao Reino, albergados no Regaço de nosso Pai. 

Estamos no fim de um grande ciclo, que pode ser descrito como o (ciclo) de expiações e provas, das quais o nosso planeta participou. E juntamente com esse ciclo, uma miríade de ciclos menores, em todos níveis e escalas, também se completam. Agora é momento de ascender. A natureza já recebeu os golpes de nossa ávida e impávida ignorância, e as leis morais (ainda desconhecidas pela ciência e, consequentemente, pela nossa espécie) encerram a coletividade humana num estreito e inexorável determinismo que deve servir como um batismo de fogo para a Nova Civilização - e os seres que irão participar de seu desenvolvimento.

Essa será a Primavera do Espírito.

quinta-feira, 7 de abril de 2022

Existimos para evoluir

Nós nascemos por algum motivo. Nós surgimos como um salto quântico de uma longa concatenação de uma cadeia contínua da elaboração da forma. Como indivíduos e como unidades coletivas. 

Quando digo 'nascemos' não me refiro ao fato de um espermatozóide ter fecundado com sucesso um óvulo, atingindo seu núcleo e iniciando o processo de elaboração orgânica. Me refiro ao fenômeno do nascimento como um princípio que governa o nosso Universo e está imerso de modo muito profundo no campo daquilo que se denomina vida. 

Por quê nascemos para depois morrermos? Tudo que foi realizado nesse intervalo valerá de alguma coisa se todo nosso ser estiver contido nesse intervalo finito e tremendamente diminuto? Será que o que interessa na vida é reproduzir pensamentos, fugir da dor, gozar o máximo possível e acumular ilimitadamente? Isso é fazer algo? Ou será que (isso) é apenas seguir uma tendência instintiva, que no âmago aponta para uma inércia espiritual - que não deseja expandir a única coisa que, se expandida, jamais retorna ao seu estado anterior (contraído) e subsiste após a morte (física)? Essa 'coisa' seria a consciência.

Então podemos definir 'evolução' como a elaboração da substância própria do ser (Espírito) através de sua manifestação na esteira do espaço-tempo, tanto no plano físico quanto no plano extra-físico - sendo ambos os planos pertencentes ao domínio do AS, e o último composto de matéria muito mais sutil do que aquela capturável pelos nossos instrumentos.

E para realizar de modo fidedigno essa elaboração, é imperativo usar os recursos terrenos (status, habilidades, competências, saberes, energia, emoções, conhecimento, recursos, ocasiões) em prol da expansão da própria consciência - que por efeito irá transbordar numa vivência mais ousada e inteligente, que avança a passos largos sem medo de cair, pois sabe que sempre será capaz de se reerguer, de modo cada vez mais majestoso. Isso é a característica dos sistemas naturais: se destruírem para renascerem de modo cada vez mais belo. Ou seja, na natureza a destruição só ocorre sem 'preocupações' porque ela sabe (inconscientemente, de modo automático) que sempre haverá uma reconstrução. Isso é renascer.

Fig.1: Seja conservador na matéria, porém progressista no Espírito. Isto é, viva de modo simples e frugal; 
não ostente nem aparente ser o que você não é; valorize os singelos momentos da vida; se associe com pessoas 
que querem se melhorar.

Então, a partir dessa definição, que aliada a uma perspectiva vasta que transcende as questões humanas e éticas, podemos afirmar seguramente que existimos para evoluir. Porém, não basta entender isso mentalmente: é preciso viver isso a cada momento da vida. E para isso é imperativo: 

1º) já ter passado por certas experiências (dolorosas) de vida e; 
2º) a partir delas, ter absorvido o seu significado.

Sem essa queda (caracterizada por uma des-ilusão das coisas) inexiste aquele impulso que irá nos levar a um novo patamar de compreensão da realidade suprema. Sem esse golpe da vida dificilmente será possível adquirimos novos poderes - que são percepção, autocontrole, coragem e criatividade. Poderes que ninguém pode tirar de nós. Poderes que são conquistas eternas. Conquistas do Espírito. Frente as outras coisas do mundo como posição social, quantidade de bens, aparência, profissão, fama e dinheiro, não há parâmetros para comparação: o infinito e independente Ser vence o finito e mendicante ter.

Tenho grande afeição por pessoas que atingiram uma visão profunda da vida. Uma dessas pessoas é o famoso ator Russell Brand, comediante, escritor, apresentador de rádio, colunista e ativista britânico. Através de sua privilegiada posição social ele faz um esforço homérico para expressar da forma mais eloquente, dinâmica e viva essa visão espiritual do universo exterior e (especialmente) interior. O vídeo abaixo contem excertos de participações dele em programas televisivos. Recomendo as várias entrevistas feitas a várias personalidades em seu podcast.


Meu amigo...é preciso ter estofo espiritual para conquistar efetivamente uma vida (realmente) plena, de significado. Uma vida que seja digna de ser vivida e consiga extrair o melhor de cada situação que seja apresentada - seja ela boa ou ruim. Porque quem foi infectado pelo vírus da evolução substancial se dá conta de que a Lei de Deus tem pressa em fazer com que a criatura retorne ao Seio do Pai. A pessoa se lança em novos projetos de vida. Há um frêmito advindo das abissais profundezas da alma que aponta para novos caminhos, feitos de atitudes revolucionárias e simples. Simultaneamente. Um comportamento inusitado, ousado, criativo, com quedas e ascensões, dando ritmo à subida evolutiva do ser, que acaba por contagiar lentamente o meio em que ele vive e se expressa. Essa é a evolução (do conceito e prática) da revolução. O resultado: uma revolução evolutiva, ou seja, que aponte para o Alto através do alinhamento completo do ser com a Lei, que através das Forças do Alto irá dar todo auxílio para o cumprimento da missão suprema. 

O íntimo movimento frenético da psique só tem sentido se embalado por um senso de destino supremo. É imperativo um Absoluto que guie os relativos. Que ampare toda a multiplicidade fenômenica. Especialmente as criaturas - que lutam, sofrem, sangram, pensam, sentem e amam. 

A lição que Russell Brand nos passa é salutar. Por um lado (primeiro momento), há a questão dos golpes da vida, das decepções, da depressão, que é sintetizado pela queda. Ele era dependente químico (drogado), teve uma vida sexual muito desordenada, a fama lhe veio de supetão e o dinheiro chegava em fluxos massivos: drogas, sexo, dinheiro e fama. Nada disso lhe trouxe felicidade - como ele mesmo afirmou veementemente numa de suas entrevistas. Num segundo momento, há uma re-orientação da vida. Você percebe o que aconteceu. Através da experiência, foi assimilada a lição de que a forma é apenas ilusória e desviadora do Caminho. O Caminho (The Way, como Garrett John Lo Porto diz). Assim surge uma re-significação de tudo e todos. E isso embala todos os atos da pessoa. Atos preenchidos de Espírito Santo. 

Devemos cuidas das coisas materiais somente para que aprendamos a nos desapegar delas - pois se nos apegarmos demais às coisas terrenas, elas nos trairão. E a traição será amarga. 

Isso é o mais fantástico da Metateoria da Queda: essa visão de mundo consegue fundir, coordenar e dinamizar tudo que existe em nosso universo. Junto a ela, a Grande Equação Monista, que é a base de uma nova civilização, deverá forjar o mais completo modelo de toda realidade.

A fusão ocorre pela sua incrível capacidade em eliminar paradoxos de religiões, correntes filosóficas - e mesmo da ciência, estimulando esta a se tornar uma ciência do espírito, aberta ao campo da metafísica e da subjetividade, apontando para o reino do Espírito: o único que subsistirá a tudo. Eliminar no sentido de resolver (não se esquivar).

A coordenação se dá graças a sua rica base conceitual, capaz de fornecer os princípios gerais de funcionamento de nosso universo (para saber mais à fundo, estudar AGS ou, para iniciar, um artigo interessante sobre os Sete Princípios Herméticos). 

A dinamização é viabilizada pela sua eloquente e cálida linguagem, que inspira aqueles já despertos a se tornarem a melhor versão de si mesmos. É o combustível espiritual

Fig.2: A real necessidade do mundo não é proferida pela boca das pessoas. Ela somente pode ser 
percebida através dos sutis gestos de desespero das pessoas, que anseiam por algo incrível, para além deste mundo
mas fortemente atuante nele. O mundo necessita ser alimentado com a Vivência do Espírito

Esses três elementos são essenciais |às nossas instituições; aos nossos projetos de vida (sejam pessoais ou profissionais); às nossas metodologias; a tudo. À humanidade como um todo. Porque atualmente as pessoas / grupos de trabalho / religiões / narrativas / etc. estão pulverizadas entre si (e em si!), numa separatividade desesperadora. Igualmente, há uma desorientação completa (=descoordenação, ou falta de direção suprema), o que dá portas ao desespero. E finalmente (e talvez mais duro de ouvir), constata-se que há uma ausência de vida nas coisas que as pessoas fazem. É como se todo dia - quem já tem essa visão e vivência íntima - a pessoa devesse interagir com uma massa de mortos-vivos: mortos de Espírito, vivos na carne. 

Pois vida é dinamismo! Dinamismo que transforma. Transformação que cria novas formas, e com isso ascendemos - rumo ao Infinito da vivência, à Eternidade da felicidade e ao Absoluto do amor.

terça-feira, 5 de abril de 2022

Sonhar um pouco é perigoso? Então sonhe o tempo todo!

Há fenômenos muito interessantes na natureza. Ao estudar para ensinar as disciplinas de engenharia, vou me inteirando de detalhes que numa primeira passagem pareciam invisíveis - à nossa percepção. Imperceptíveis à nossa varredura sensorial do ambiente. Mas eles sempre estiveram aí, como Deus sempre esteve no imo de Santo Agostinho - que O encontrou após muito percorrer por estradas dúbias e lamacentas. 

São ciclos. Um ritmo universal de contração e expansão; sístole e diástole; involução e evolução, que dá tom ao transformismo do ser. É, em seu aspecto mais geral, o grande ciclo de Queda e Salvação da criatura. No entanto, ao contrário do que parece, esses ciclos são repetições num aspecto e progressões em outro - dando no geral uma trajetória espiralada aos fenômenos de nosso universo.

Sempre que passamos por uma experiência repetida (seja tópico de estudo, abordagem de uma nova metodologia, conversa com amigo, um fracasso ou vitória, um livro, escutar uma música ou ver um grandioso filme, entre outros), ela não é igual em todos aspectos. Há um delta (um diferencial) que dá todo um novo significado àquilo. Há uma interpretação ligeiramente diferente daquilo. O conceito, a teoria, a ideia, a expressão, se torna mais palatável. Nos familiarizamos com ela. No caso da engenharia, percebemos a lógica por trás de todos aqueles cálculos e conceitos. Porque segue-se um determinado método e quais seus limites? Como ele surgiu? A partir de que situação grandes almas contribuíram para formalizá-lo? 

Para amadurecer, é necessário contrair. Os regressos, por mais desagradáveis que sejam, são um fato e como tal devem ser compreendidos em sua natureza. Devemos seguir o ritmo do transformismo evolutivo imposto à substância em nosso universo para sermos capazes de ascendermos com o mínimo de sofrimento possível. É preciso se libertar das amarras das convenções para avançar em outros planos. Sim: nos libertarmos. Isso não significa desrespeitar normas e práticas consolidadas (=bom senso), mas superar os formalismos extenuantes que se tornaram um ritual moderno, com roupagem lógico-argumentativa, que embala - ou melhor, engessa - a ciência. 

Se você sonha um pouco e se vê em perigo devido a isso, está na hora de mudar: sonhe demais! Sonhe o tempo inteiro! Mas sonhe sinceramente e seriamente. E relacione seu sonho com a realidade mais árida,  amarga e impiedosa. 

Fig.1: Não sonhe de vez em quando. Se for assim, melhor nem sonhar. Se você decidir iniciar
a percorrer O Caminho, que seja de corpo e alma. Sem medo ou vergonha. Sem vacilar ou hesitar. 
Errando às vezes, mas sempre se levantando. Cada vez mais majestosamente. 

Por toda minha vida sempre esperaram que eu cumprisse o papel 'destinado' a mim. Devido a configurações genéticas, classe social, tendências neurológicas e fisiológicas, meio em que cresci e cultura do meio. E sempre que eu vinha com ideias diferentes, que transcendiam a triste realidade que nos arrasta (e afoga), me diziam (e ainda me dizem): "Cuidado com o que você fala rapaz...Isso é perigoso...". E essas mesmas pessoas que davam esses 'sábios' conselhos vivam de um modo contraído. Seres Infinitos encolhidos em conchas diminutas, moldáveis pela quantidade do meio e sem uma orientação suprema. Seres com capacidade de operar no campo da Eternidade, numa segurança e paz Infinitas, mas que optaram pelas restrições dos cronogramas, das convenções, das opiniões dos 'superiores' e dos 'especialistas', tendo suas vidas completamente definidas a cada momento - o que provavelmente dava a eles grande segurança em meio ao oceano das quantidades barulhentas.

Mas e diante dos grandes dilemas da vida? E quando reina o silêncio? E quando a incerteza do mundo quântico se revela a base de toda nossa realidade fenomênica? E quando estamos diante da doença e da morte, e da traição, e do abandono? E quando percebemos que o tempo e o espaço não são absolutos, mas sim relativos, e ainda por cima estão jungidos numa estreita interconexão? E quando não sabemos como lidar com uma situação que nos abraçará cada vez mais forte, inexoravelmente nos envolvendo num amplexo de dor? E quando, com toda essa tecnologia e informação e parafernalhas e gozos materiais, nos vemos impotentes para resolver os problemas mais fundamentais de nossos irmãos (e nossos)? Fome, violência, poluição, catástrofes, acidentes tolos, deslocamentos desnecessários, fofocas viciantes e coisas do tipo. 

Nesses momentos os 'sábios conselheiros' fogem. Eles lançam mão de todos seus aparatos, de todos barulhos, para escapar das grandes questões, dizendo que se tratam de coisas distantes. Ou seja, que não tem relação alguma com nosso mundo caótico e em perpétuo estado de alucinação. 

Quando ia visitar parentes sempre reparava que, assim ao adentrar em seus recintos cavernosos - por mais dinheiro e aparência que houvesse em alguns casos - era um movimento quase automático (eu até diria irresistível) o apertar de botões para acionar equipamentos. Som, celulares, televisão, rádio...Todo o conjunto das últimas novidades eletroeletrôncias formando uma cacofonia sem igual. Era perturbador...

Que diabos tudo aquilo significava, eu pensava? Será que eles não conseguiam viver com menor ruído? Ou se ao menos fosse um som mais agradável (boa música), e programas que nos fizessem pensar ou sentir um pouco sobre a condição humana. Mas não...eram coisas de nível baixo. Meu espírito sempre se sentia perturbado. E eu não sabia exatamente o porquê. 

Mas talvez não fosse apenas isso. Se tratava de uma incapacidade de conviver com o semelhante num grau que fosse desfraldar novos horizontes. E assim a caminha a humanidade, aos trancos e barrancos, num manancial de dores e dissabores infindáveis - pois a todos momentos são recriados e realimentados. 

A partir de um ponto comecei a me distanciar desse mundo (mas não do mundo). Comecei a trilhar um caminho que inicialmente parecia arriscado, com resultados incertos. Os atos era frouxos, pois o que via do Absoluto era difuso. Estava seguro da realidade factual do Princípio da Incerteza (causado pelas forças caóticas e egoístas do AS), mas estava titubeante quanto ao aspecto ascensional, ordenador e unificador, revelado pelo Princípio da Certeza (forças ordenadoras do S). 

Assim caminhei pela Sétima Arte (Cinema), pela apreciação musical, pela escrita e pela contemplação na (e da) natureza. Estudava mas não entendia o porquê exatamente. Emprego? Dinheiro? Títulos? Bem-estar? Reconhecimento social? Um potencial consumidor. Me parecia vazio e sem sentido a partir de um ponto - que se situava nos primeiros passos. Parecia que o mundo queria introjetar em minhas veias uma mentalidade que era insuportável para mim.

Fig.2: Sublimação é a palavra-chave. Abandonar o plano humano para viver plenamente no plano
 supra-humano. Abandonar as armas no campo das argumentações sem fim, dos esquemas de interesses
restritos, dos pequenos gozos e dos conflitos incessantes. Abandonar uma forma mental para se libertar.
Viver num plano superior para se tornar invulnerável 
Fonte da imagem: 123rf NejroN.

Eu queria o quê, afinal de contas?

Sonhar...Mas o sonho sem concretude, sem a coragem de se expressar e de enfrentar o mundo, nada valia. Mesmo enfrentando e caindo, era preciso se reerguer - de forma cada vez mais potente, bela e eloquente. Para ir reforçando o sonho, dando-lhe um estofo espiritual e uma couraça material. Então percebi eu que o único jeito de viver os meus sonhos era sonhar continuamente e integralmente (com a realidade).

Esses sonhos foram alimentando minha vida. Cada ato de meu quotidiano seria um ato em homenagem ao Absoluto - e portanto registrado com louvor na Eternidade. Um ato de Amor a um Princípio Superior. E assim comecei a ser embalado por outros princípios. E comecei a sentir as coisas de forma diferente. Gratidão invadia meu Ser. E em certos momentos, em cumes de criatividade e gratidão combinadas, atingia o Inefável, tendo a visão de Seu Reino. E nesses breves momentos saboreava as excelsitudes do Sistema, louvando as maravilhas da Lei de Deus.

Eu queria me entregar e ser entregue, de corpo e alma, a esse sonho abstrato que sentia como a mais concreta realidade. Era um Ato de Entrega ao Absoluto.

Deliver me, out of my sadness.
Deliver me, from all of the madness.
Deliver me, courage to guide me.
Deliver me, strength from inside me.
All of my life I've been in hiding.
Wishing there was someone just like you.
Now that you're here, now that I've found you,
I know that you're the one to pull me through.
...
[Música 'Deliver Me']

E assim venho vivendo. A mesma vida exterior - uma nova vida interior. Mas a íntima absorção dos meus sonhos começa a transbordar numa poderosa vivência de meus atos. Atos preenchidos de Espírito Santo, usando a terminologia cristã. 

A posição que lhe dará todo poder (ou seja, liberdade) é aquela em que você está disposto a cumprir integralmente a Lei.

"Em meu sistema, o comando supremo é apenas o trabalho da função suprema, correspondendo à máxima capacidade psíquica e volitiva, com responsabilidade, perigo e peso máximos. Em meu conceito, a posição de mando só é tal enquanto é posição de dever, como obediência aos princípios dirigentes da Lei. As hierarquias humanas são apenas uma pequena zona de uma estrutura que, ultrapassando os limites humanos mínimos e máximos, prolonga-se além da Terra."

AGS, Cap. 96 (grifos meus)

É isso. Agora só nos resta absorver esses magníficos conceitos embalados por esplendorosa visão (advindas de sonhos sublimes).

segunda-feira, 4 de abril de 2022

A fonte de energia inesgotável

O que move as coisas (=transformação) não é a energia. Pelo menos não de modo direto. A causa primária do transformismo evolutivo que anima as formas e materializa as ideias é a vontade. Essa pode ser vista como uma 'energia' psíquica, não-local, pertencente a outro plano, que causa e sustenta o transformismo das formas e materializa os grandiloquentes conceitos - sejam bons ou ruins. Não se trata de uma visão proferida por inspirações místicas ou especulações filosóficas, mas também de interpretações profundas de grandes mentes da ciência dadas às suas descobertas científicas.

Fig.1: A maior capacidade de transformação parte do âmbito intangível, não-local. 
Ela cria as condições (=contexto) para que as causas físicas ocorram.

Sendo assim, a pergunta que deve ser feita é: como gerar ou aumentar essa vontade criadora? 
Eis a questão. 

Estamos diante da mais intrigante - e ao mesmo tempo capciosa - questão metafísica de todos os tempos. Uma dúvida que vem assolando as grandes almas. Almas sedentas por unificação de conceitos, de vivências e de seres. É o sonho de construir uma grande sinfonia universal com uma orquestra que reconhece seu Regente e se deixa guiar por Ele. Com músicos orientados que se ajudam como se fossem células de uma mesmo organismo do qual dependem - e amam. Essa é uma sinfonia que deve ser tocada em conjunto. E para isso, é preciso ter uma visão comum. Uma visão unitária.

Como atingir essa visão? Ela é possível? 

Por vezes nos esforçamos tanto para conseguir algo, mas jamais atingimos o objetivo almejado. Isso ocorre nas grandes tentativas de convencer uma pessoa sobre uma visão de mundo. E depois de uma ou duas grandes (e desgastantes) empreitadas, deixamos as chuteiras de lado e passamos a atuar como a massa da sociedade atua: nos desgastando o mínimo possível para obter as pequenas recompensas. Gozando dentro do possível e de acordo com os parâmetros da média. E a vida continua de modo incompleto e limitado.

Essas tentativas decepcionam. E justamente por isso, comprimem o indivíduo em termos de possibilidades de atuação, ousadia de concepção e inteligência de coordenação. Passamos a desacreditar na transformação - e logo, em nosso poder de realizá-la. Isso é tão triste que a pessoa enterra definitivamente essa dimensão de seu ser, deixando-a no passado. Porém, há alguns que insistem e persistem, indo mais longe, apesar das dores e dissabores causados pela rigidez e brutalidade do mundo.

Para caminhar num deserto devemos estar munidos de itens essenciais a essa travessia. Eu diria que esse itens são características - que não estão vinculadas aos nossos genes, à nossa formação cultural ou vivência geográfica. São intrínsecas ao nosso Ser (Espírito). Para esses fins, antes de tudo, devemos estar cientes da magnanimidade do Criador, que permaneceu no imo de cada criatura decaída apesar das escolhas altamente equivocadas destas. E com esses itens saberemos como servir a Ordem.

Quem se nos tornar o servo mais humilde da Ordem Suprema sobrepujará sem esforço os que se servem da desordem humana.

O ditado está errado ao dizer que é melhor ser caolho numa terra de cegos do que sê-lo numa terra de pessoas que veem plenamente com ambos os olhos. Não: É (infinitamente) melhor ser o menor numa hierarquia Ordem e Bela, 'situada' no Absoluto, do que ser o maior numa hierarquia desordenada e feia, presa ao relativo e constantemente se desfazendo e refazendo.

Fig.2: Do início das descobertas às sistematizações intelectuais sem fim e limitadas. 
Desse intermédio desesperador, um mergulho na essência, através de uma forma mental
liberta das amarras das referências e estatísticas, do consenso das massas e dos conselhos 
dos eruditos. Um mergulho na mais profunda metafísica, chegando à espiritualidade.

O Absoluto possui uma hierarquia igualitária e justa, cujos movimentos são intrínsecos, ordenados e jamais atritam entre si - dando uma ideia de estar completamente imóvel para nós, pobres criaturas presas no redemoinho vorticoso o relativo. É um tipo de movimento que inexiste em nosso universo. Para nós, uma ausência de movimento. Algo estático, parado, sem vida. Mas não o é. Muito pelo contrário: trata-se de um tipo de Dinâmica do Absoluto, cuja base é não-vibracional, feita de essência - e não existência.

À medida que grandes almas forem desfraldando, através de uma vivência contemplativa e psique progressista, essa realidade, via intuição, ficará cada vez mais claro o que de fato é um movimento situado fora da dimensão espaço-tempo. Ficará possível compreender como pudemos ser criados num dado 'instante' no Absoluto ('onde' inexiste a dimensão tempo característica da fase energia). Trata-se de um tempo universal, que serve de medida (se é que assim podemos dizê-lo) de todos os seres. Um tempo que não se baseia nos ritmos. Um tempo que a mente racional jamais irá compreender. Daí a necessidade de desenvolvermos a intuição...

Voltando aos itens essenciais. Quais são eles?

1º) Possui a capacidade de sintonização com fenômenos superpsíquicos;
2º) Ser grato a tudo que a vida lhe apresenta;
3º) Saber que no final tudo dará certo;
4º) Saber relacionar os fenômenos, saberes e seres mais díspares;

Como se vê, são 'itens' que não podem ser compradas nos sites de compra e venda. Para adquiri-las, apenas por via da conquista interior. Isto é, de nossos instintos e medos, cujo ápice resulta na subjugação de nosso eu pequeno pelo nosso Eu Superior. 

Ser capaz de se sintonizar com ondas superpsíquicas está relacionado às constatações da Mecânica Quântica, que aponta para um emaranhamento quântico entre as partículas fundamentais e - também - entre todos seres e fenômenos nas escalas macroscópicas, passando pela humana e cósmica. No entanto, para a nossa parca razão analítica, apenas é possível perceber isso nas escalas reduzidíssimas (espaço e tempo de Planck). Esse entrelace afirma que é possível uma comunicação e materialização de partículas (constatado) e seres (ainda por se realizar) a partir de um campo informacional que permeia todo o universo. Nos Upanishads, esse campo foi batizado de campo akáshico

Fig.3: O campo informacional são os resquícios (ou princípios) do S que interconectam todos os fenômenos
e seres no AS (e não do AS). Seria o substrato imaterial, não-local, na qual o alfa (= Espírito) da 
Grande Equação da Substância 'opera' em nosso Universo decaído. É o campo no qual a consciência pura 'nada'.
Os antigos já o sabiam através de outras vias...

A gratidão, conforme dito algures, é uma via intermediária de valorização do Divino. Seu equivalente inferior é o pedir, isto é, usar o transcendente como um prestador de favores; e seu equivalente superior é o louvar, isto é, entrar em êxtase com a Perfeição Absoluta da Lei de Deus, indo além da gratidão pelas coisas terrenas através de uma imersão no Campo Divino, fazendo com o não vivamos mais - pois o Cristo Cósmico passa a viver em nós. 

Saber que tudo dará certo (e que tudo é justo) representa uma fé amadurecida pelas experiências de vida. Significa a absorção integral de grandes princípios universais: a de que a Lei de Deus circunscreve o livre-arbítrio da criatura. E a de que "Deus escreve certo por linhas tortas". Ou seja, a Lei (S) atua em nosso Universo (AS) respeitando suas particularidades decaídas, adaptando-se a cada nível conforme as mais proeminentes teorias evolucionistas demandam. Esse sentimento dá um conforto imenso; uma segurança inviolável; uma coragem destemida; uma criatividade poderosa; e uma energia fora do comum. O ser não mais passa a ser refém das forças (ambientais, sociais, ideológicas) que o circunscrevem, mas senhor de seu destino, forjando os grandes contextos que serão seu meio de expressar suas mais sublimes potencialidades. 

"Isso é muuuuuito bom.", digo eu em sala de aula após explicar esses excelsos conceitos, de modo um pouco mais popularizado, é claro.

Relacionar tudo é uma arte mais do que uma ciência. Quando jungimos conhecidos que possuem vibrações elevadas (porém distintas), estamos praticando a arte de jungir almas, preparando o terreno para uma comunhão futura. Quando estabelecemos analogias entre fenômenos, ou entre algo abstrato e concreto, estamos elaborando bases para uma nova ciência, pautada no pensamento sistêmico e embalada pelo senso de unidade na diversidade

Quando unimos ideias, formando um novo campo conceitual - ou pessoas, formando novas possibilidades coletivas que intensificam potencialidades individuais - estamos realizando os pequenos saltos quânticos da evolução humana. 

Quanto mais evoluído é o ser, maior o seu desejo de unificação. Isso não implica em suprimir as diferenças (=homogeneidade), mas sim valorizá-las e, através do exemplo e da ousadia inteligente, coordená-las na hierarquia cósmica, impulsionando o desejo do ser em evoluir. Isso é Salvação!

Deixo um vídeo do canal Poder do Eu Superior a respeito do campo quântico - arena na qual a Ordem do Absoluto digladia com a desordem do relativo. A vitória final será Daquele que tudo encampa: Deus. E isso será a nossa vitória também - e salvação.