No ensaio anterior terminei citando a necessidade de adicionarmos dimensões adicionais ao estudo de nosso Universo. Aqui irei continuar do ponto em que parti, tendo por norte o ensaio-referência de Gerald Baron.
O que nos interessa inicialmente é a questão das dimensões. A física estadunidense Lisa Randall aborda essa questão de um ponto de vista estritamente materialista. De modo bem simplificado, ela atesta a necessidade de uma quinta dimensão para explicar os fenômenos que a ciência desconhece. Sabemos que existem três dimensões espaciais (x,y,z) e uma dimensão temporal (t). Elas formam o nosso tecido espaço-tempo. Mas muitos fenômenos que ocorrem nesse palco dualístico tem uma natureza misteriosa. Por exemplo: por quê duas das forças fundamentais, a gravitacional e a eletromagnética, possuem magnitudes tão diferentes, da ordem de 10^40 (dez elevado a quarenta)?
Sua Voz em A Grande Síntese (AGS) nos dá orientações supremas para abordar esse desafio. A ciência ainda não considera esse livro como algo sério, digno de conduzir toda a Física Quântica e Relativística. Apenas um ou outro grande cientista teve contato com a obra e (ao menos) percebeu que se tratava de algo fora do normal. Algo maravilhoso do ponto de vista espiritual e moral e ao mesmo tempo a ser levado em consideração pelas mentes mais científicas. Um desses grandes nomes da ciência foi Enrico Fermi, conterrâneo e contemporâneo de Pietro Ubaldi, que chegou a escrever três longos e aprofundados artigos sobre os três primeiros livros do Apóstolo de Cristo. Um deles sobre AGS, cujo trecho transcrevo abaixo.
"No caso de Ubaldi, resta explicar um fato estranho. Um homem que, depois de haver estudado leis, de má vontade, de ter viajado para ver o mundo e aprender línguas, dedica-se a ensinar inglês num pequeno ginásio de província, e deixa de ocupar-se com estudos e leituras científicas; este homem, de improviso, toma a pena e escreve Mensagens impressionantes, que ele assevera que lhe foram sugeridas por seres superiores. Dois anos depois, e sempre acusando a mesma proveniência, escreve um volume de 400 páginas — do qual fiz a apreciação — perfeitamente orgânico e coerente, que, pode dizer-se, enfrenta todos os problemas mais delicados pertinentes à ciência e à vida, e se mostra bem informado (mas por caminhos extraordinários) dos últimos resultados seus, acha conexões inéditas e antecipa descobertas teóricas. Tudo isso, numa forma literária irrepreensível, lúcida e elegante; com um tom elevadíssimo, uma espiritualidade cálida e pura, e uma humanidade palpitante."
Enrico Fermi, da revista Gerarchia. Milão, abril de 1938. (grifos meus)
O volume em questão pode ser lido aqui. Para quem realmente vê e sente o que eu (sinto e vejo), os outros livros de Ubaldi se encontram nessa página aqui.
Voltando à questão das dimensões, o que se percebe é que o trabalho da Dra. Lisa Randall é muito importante do ponto de vista intelectual-científico. No entanto (e aqui relembro que sou leigo em alta física), eu não posso deixar de sentir em meu íntimo que o caminho sendo esboçado é um beco sem saída. Por quê? Simplesmente porque ela tenta explicar uma realidade mais profunda sem sair do âmbito da matéria e das dimensões conhecidas. Ela quer, pelo que vejo, encontrar mais dimensões no espaço - sendo que elas inexistem, de acordo com Sua Voz.
O aspecto ternário continua guiando minhas investigações, pois me parece o mais coerente - apesar de eu não saber demonstrar o porquê disso com todo ferramental intelectual. É uma questão de intuição.
Quando falamos de outras dimensões além do espaço-tempo, é comum encontrarmos na ciência hipóteses que apontam que essas dimensões ocultas estariam empacotadas de tal forma que é dificílimo identificá-las. Como as ondas gravitacionais, que por ter comprimento de onda infinitesimal, só foram detectadas em 2015 (sendo que AGS falou sobre sua existência em 1932, quando a ciência nem aventava a possibilidade delas existirem).
A questão é: por que estariam essas dimensões dobradas, ocultas, escondidas, em nosso universo? Elas parecem não se manifestar plenamente, se interpretarmos todas as averiguações da ciência.
Será, então, que isso é natural?
Será que houve um processo responsável por essa contração (dessas dimensões)?
Será que nosso universo espaço-tempo seria um resultado (manifestação) dessa contração?
Será que todas essas perguntas tem algum sentido?
E quando falamos em tudo isso, não podemos deixar de lado as escrituras sagradas quando se fala na Queda. Vejamos um trecho do artigo em questão.
"The first humans who became aware they had the gift of mind lived in a cosmos that included the full dimensions of the created universe. They were given charge over it by the Spirit/God but in willful disobedience to the directions of the Spirit, they lost their access to the full dimensions. The cosmos did not change, but their senses and abilities were changed so that only four dimensions of space and time were accessible to them."
Fonte: BARON (grifos meus)
Vejam: está sendo dito que tínhamos acesso a todas as dimensões do universo criado (que não seria este aqui exatamente). Mas desobedecendo as diretrizes do Espírito, que poderíamos traduzir por Lei de Deus, acabamos perdendo o acesso pleno às dimensões (trecho grifado). Então o cosmos original, pleno ou infinito, não mudou, mas sim nossos 'sentidos' e 'habilidades', de tal modo que apenas quatro dimensões (espaço e tempo) fossem acessíveis a nós, diz Baron.
Mitologicamente, anjos com espadas foram colocados na fronteira entre nosso mundo limitado, ilusório, em perpétua transformação (AS) e o mundo original, livre, infinito, ilimitado, perene (S). Esses anjos podem ser vistos como o mecanismo de proteção imanente no ser decaído que o impede de viver num 'local' melhor devido ao seu estado decaído. Ou seja, nos tornamos não-merecedores de viver plenamente. A vida que era una foi despedaçada em incontáveis existências, nas palavras de Ubaldi.
"The Unus Mundus lies outside time and space including the full dimensions of creation. It is creation but not the same as our cosmos. Eden and heaven are interchangeable. These are ancient names of the full dimension of the cosmos intended for humans, the world which they were charged with the responsibility to steward or manage on behalf of the creator-king. The Unus Mundus is not heaven because it is the dynamic movement of the whole from which all creation emerges. Heaven is also created but, unlike the four dimensional cosmos we experience, heaven is the unlimited dimension where God has chosen to rule directly."
Fonte: BARON (grifos meus)
O 'Unus Mundus' está fora do espaço e do tempo. Ele é criação, mas não a mesma de nosso cosmo (1° grifo). Seria ele então o Sistema de Ubaldi. Logo depois, ele afirma que Céu e Terra são intercambiáveis. Isso nos remete à Grande Equação da Substância (GES), que mostra que Espírito, energia e matéria são contíguos. Isto é, estão presente em tudo e todos em nosso universo, a todo momento. E se transformam um no outro (ou seja, possuem uma natureza comum).
Logo depois ele afirma que o 'Unus Mundus' não é o Céu porque ele é o 'movimento dinâmico do Todo a partir do qual a criação (nosso universo, o AS) emerge'.
Interessante...
Talvez ele esteja querendo dizer que O 'Unus Mundus' seria o S-AS, isto é, o Universo Divino (S) em coexistência com o (nosso) universo decaído (AS).
Ele também diz (último grifo) que o Céu também foi criado. Seria então o momento em que se deu a 1ª criação, na qual Deus, sozinho e homogêneo, se particionou em infinitas individuações - porém permanecendo no centro, no controle - que denominamos criaturas, de mesma natureza porém potência inferior à do Criador. Cada criatura com um 'tamanho', gerando uma diferenciação que aponta para um sistema hierarquizado. Foi criado assim o Sistema (ou Céu). Essa é a dimensão na qual Deus rege tudo diretamente. E indiretamente, ele rege o nosso universo, fazendo-se imanente.
"In all versions of the Unus Mundus we reviewed, this unitary world of energetic and informational reality stood outside time and space. The fifth dimension as explained by physicist/philosopher Tim Andersen requires timelessness. This fits the definition of heaven particularly if eternity is considered timeless versus endless time. One of the consequences then of the Fall, the restriction of humans to four dimensions, was the loss of timelessness and the imposition of time on the four dimensions. Andersen pointed out that entropy is different or missing in the fifth dimension so it may be that entropy is the meaning of death in the punishment meted out to the disobedient early humans. They and the entire cosmos they were limited to were subjected to entropy and therefore certain death."
Fonte: BARON (grifos meus)
A quinta dimensão (consciência) requer ausência de tempo (1° grifo). Usando a GES sabemos que o Espírito puro (alfa) pertence ao universo em que o movimento é não-vibracional, ou seja, intrínseco. Como ele opera a partir da consciência pura, então essa dimensão não necessita da dimensão tempo - característica da energia (beta). Nossas três dimensões espaciais, que formam o volume ou espaço, são o palco em que a matéria (gama) existe. E também, graças ao tempo, se transforma.
Referências
BARON, Gerald B. Personal reflections on the concept of dual aspect monism. Link: <https://medium.com/top-down-or-bottom-up/personal-reflections-on-the-concept-of-dual-aspect-monism-95500891b97c>
Ciência Hoje. Lisa Randall: muito além das tres dimensões Link: <https://cienciahoje.org.br/artigo/entrevista-lisa-randall-muito-alem-das-tres-dimensoes/>
Nenhum comentário:
Postar um comentário