As potencialidades que permitem a um ser se tornar angelical se encontram em todos seres do Universo. É intrínseco de toda criatura viva, independentemente de nosso julgamento da mesma. Características divinas em estado latente. E que assim permanecem por um longo período. E enquanto esse – digamos – despertar não se dá, muita coisa ocorre na trajetória de um indivíduo.
“Qual a finalidade da vida?”, muitos se perguntam nos momentos de solidão profunda. Para si mesmos. Em silêncio e timidamente. Alguns buscam durante toda a vida respostas a essa questão simples e profunda. Tão teórica quanto divina e cheia de mistério.
"Tão Perto, Tão Longe" (Wim Wenders) |
Os seres prestes a se tornarem anjos são, em sua essência, conscientes de suas limitações. Conscientes porque sua sensibilidade aos fenômenos naturais e humanos (e divinos!) atingiu um grau de maturação sem precedentes em sua existência: uma série de experiências fragmentadas, aparentemente sem sentido algum vistas no momento e de perto, mas que, com a expansão da mentalidade, – e consequentemente florescimento da compreensão por tudo à sua volta – passam a ser encaradas como apenas um serviço de edificação. Um serviço, ou melhor, uma série de serviços que, somados, começam a moldar uma obra monumental e indestrutível.
Todo momento que antecede o parto divino é permeado de dor intensa. Mas a partir de um momento, quando a dor já atinge um patamar que (aparentemente) levará a pessoa ao colapso, ela passa a ser sentida como um agente construtivo por quem a sofre. E aí as leis mudam. A barreira do som espiritual foi atravessada, e agora as leis para esse ser são completamente diversas.
Com uma percepção inédita dos fenômenos (sociais, afetivos, econômicos, naturais,...) estabelece-se uma nova psicologia de atuação. A lógica adotada é ilógica perante aqueles que estão num regime de vôo espiritual subsônico, mas cheia de embasamento para aquele que passou a adotá-la. Loucura ou Despertar? Queda ou Salvação?
Trata-se de um fenômeno altamente científico que no entanto nossa ciência atual, com todas suas teorias, metodologias e experiências, está começando a desvendar. Timidamente. E por isso muitos classificam o fenômeno como “irrealista”. Ou “bonitos” e (no máximo) “interessantes”, mas longe da realidade concreta. Mas lembremos: a racionalidade está um passo atrás da intuição.
O caminho mais rápido para a evolução não consiste em seguir rituais. Isso é forma. Não se trata nem sequer de leituras elevadas. Ou melhor, elas são importantes, mas devem ser feitas à luz da vivência.
Através de uma série de CONSTATAÇÕES no laboratório da vida é possível que um ser, ao longo de sua existência, encontre exemplos práticos para todas aquelas teorias “irrealistas” e “inaplicáveis” que vinha lendo. E que consequentemente essas teorias encontrem o embasamento de que elas tanto precisam para se perpetuarem – e alçarem o mundo a um novo patamar evolutivo. E com isso vem a APLICAÇÃO de um modo de vida elevado.
Mas as constatações dependem do nosso grau de sensibilidade.
E nosso grau de sensibilidade depende da abertura de nossa mente ao estudo.
E estudo não é apenas ficar sentado lendo pensamentos pré-formatados e parciais.
Estudo é vivência.
Estudo é qualquer atividade que agregue valor aos seres e permita um despertar da consciência.
Estudo é uma atividade interdisciplinar, vasta e não definida pelas aparências.
E estudo aplicado é trabalho.
E trabalho não é ficar trancado horas e horas fazendo uma ÚNICA atividade, e tendo todo seu ser avaliado e julgado unicamente pelo seu desempenho nessa atividade.
Trabalho é ajudar os outros e a si mesmo.
Trabalho é estabelecer relações duradouras e sustentáveis.
Trabalho é fazer analogias entre aquilo que você aprendeu e outras esferas do conhecimento.
Trabalho é se libertar e libertar os outros de prisões que você e eles julgam lares.
Trabalho é ajudar os outros a se tornarem independentes de coisas desnecessárias.
Trabalho é o único meio de evolução.
Como já disse Pietro Ubaldi, "o verdadeiro trabalho é julgado como uma coisa ingênua e sem utilidade nesse mundo."
Os anjos nascem depois de um INTENSO trabalho interior. Tão profundo quanto imperceptível para o meio em quem ele está inserido.
Se eu me esforçar muito, talvez daqui a algumas dezenas de milênios eu possa me tornar anjo (eu já me deparei com alguns prestes a se tornar ao longo da vida).
Mas sabendo o caminho toda batalha da existência se torna empolgante.
Porque as coisas passam a ter sentido.
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