sábado, 28 de março de 2015

SISTEMATIZAÇÃO DO PROCESSO EVOLUTIVO (parte 3)

Chegamos ao final dessa primeira aproximação sistemática do processo evolutivo que rege o ser humano, seja deste planeta ou de outras humanidades. Essa abordagem é ainda muito geral e provavelmente incompleta, podendo existir variações específicas.

Um detalhe importante para evitar confusões é: o diagrama não é em função do tempo.
Ele apenas mostra o conhecimento em função da consciência (e vice-versa, como expliquei no início).

Isso significa que enquanto um ser pode concluir as mesmas Fases 1 e 2 - ao longo de milênios e milênios, absolutamente, ou ao longo da vida, relativamente - num período menor do que outros. O porquê disso sou incapaz de explicar. Nem sequer me vem algo à mente no momento. Isso pode ser um tema de investigação futura.

Outro ponto: apesar de termos um ponto inicial comum (ignorância inocente), atingiremos perfeições relativas diferentes, inerentes ao nosso potencial divino individual. Por que? Porque a perfeição absoluta pertence a uma única entidade, mais conhecida como Deus. E nem poderia ser diferente se vivemos num monismo*, isto é, um Universo em que a ordem e a unidade governa as multiplicidades em constante transição. 

O mundo é mudança. A vida é transição, metamorfose, saída da posição de conforto, e portanto dor. Ás vezes diminuta, outras intensa. Intensa a tal ponto de gerar uma maturação da alma só percebida após um longo período. Ganha-se uma sabedoria profunda. Uma sensibilidade psíquico-nervosa que nenhuma escola ou universidade ou instituto - de qualquer área - deste mundo é capaz de fornecer. É tão assustador quanto fascinante. Depende da concepção do ser do seu universo metafísico interno - e do universo físico externo. 

Outra questão que talvez sonde a mente de alguma mentes investigativas: chegaremos um dia no nosso máximo? e chegando lá, acabou tudo?...isto é, a vida se torna perfeitamente estática? Ubaldi responde** que quando chegamos no infinito a evolução continua (indefinidamente). É estática para nós que ainda não o atingimos, mas magnificamente dinâmica para os que estão na perfeição (relativas ao nosso universo com espaço e tempo). O "local" conceptual em que tempo e espaço inexistem é extremamente difícil de conceber (eu não consigo), e portanto não ouso avançar nesse ponto - nem sequer Ubaldi detalhou. talvez por falta de tempo e forças...

Encorajo os anormais (para o supra-normais) a criticarem, detalharem, opinarem e, se possível, incrementarem essa ponte. E os normais a encontrarem alguma incoerência. Não negarem com base nos métodos do mundo, que só concebe o passado e o presente, mas tentar perceber o íntimo de toda a realidade que hoje pode (pode...pode...) se encaixar como uma peça nesse gigante mosaico dinâmico que rege a vida, os fenômenos e o destino de todo sujeito e objeto.  

Receber sem preconceito, estudar o fenômeno se tornando o fenômeno, amando-o.

Quando afirmamos a verdade do outro e mostramos uma verdade maior, que engloba aquela do outro, sem a negar, encaixando-a com maestria numa ordem universal permeada de transformismo e orientada para um fim comum, podemos nos declarar mais conscientes, independente de nossa bagagem intelectual. Isso nos torna mais humildes e calmos - jamais o contrário.

Repare o seguinte: as áreas em que conseguimos dar o máximo de nós são aquelas em que temos muita facilidade. Aquelas cujo saber é óbvio (para nós). Porque sentimos uma afinidade com aquele tema específico. Gostamos daquilo, amamos o estudo de tal tema, ou fazer tal atividade.

Mas tão logo saturamos e chegamos ao nível do conhecido fronteiriço daquilo, geralmente abandonamos e perdemos o gosto pela vida. Aquilo que nos interessava foi desvendado "por completo", enquanto o resto pouco nos interessa. Mas será que foi todo desvendado? E será que as outras coisas não tem um quê de profundamente interessante, que talvez só venha a despertar nosso interesse com as marteladas da vida e as circunstâncias adequadas?

Imagine aquele momento em que você está sozinho e não tenha nada de útil para fazer. Nada segundo seus valores. Nada realmente interessante. E que a rotina já esteja tão saturante em alguns setores que abandonar algumas coisas para se adentrar em outras - pessoais, suas...só suas - já seja uma possibilidade. Se você percebe alguma verdade em tudo que foi escrito e dito e concebido e sistematizado ao longo deste trabalho, encorajo você a começar um trabalho de observação, sem compromissos ou expectativas. Mas a fundo e intensamente. Há muito mais a ser melhorado e infinitamente mais a ser feito. Para ti e seu entorno. 

Esse blog (acredito) é o mais universal e imparcial possível. Os temas podem parecer elucubrações, mas eu andei 30 anos (e continuo andando) pelo mundo, na padaria, no trabalho, nas escolas, nas ruas, na família, entre amigos,...ouvindo os mais diferentes comentários e sonhos e etc das pessoas dos mais variados "backgrounds", e percebo que no fundo existe um fio condutor permeando as atitudes e sentimentos de cada ser. Um desejo ardente, mais consciente a cada ano, mais claro a cada existência. Uma linha comum em sua essência, e uma capacidade desejosa por se materializar nas atitudes do dia-a-dia. Isso me estimula a continuar este trabalho. 

Prefiro o sofrimento feliz ao gozo infeliz. 

E agora, neste momento, me sinto satisfeito, com sensação de dever cumprido. Algo que até hoje apenas uma curta experiência de 10 meses foi capaz de me dar em plenitude. 

Quando uma parcela expressiva do mundo atravessar a linha de amplitude intelectual máxima tudo isto ficará mais claro.

Assim espero, assim será...


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* http://www.monismo.com.br/TrechosGranSintese.html
** Queda e Salvação, capítulos finais

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