domingo, 6 de janeiro de 2019

Quanta dor é necessária?

Inicia-se o ano de 2019. O autor ascende em níveis materiais, intelecto-culturais e espirituais. Novas engrenagens (tangíveis e intangíveis) começam a girar. Outras são geradas conceptualmente. O estado de ânimo e saúde estão altos e estáveis. O currículo se avoluma. A personalidade se constrói. A comunicabilidade salta e a capacidade de enfrentamento aumenta. As ideias fervilham.

No momento, três grandes frentes: estudo (preparo) de um curso para engenharia e outro de extensão; elaboração de ideias e redação de textos; revisões da tese. Em paralelo, a leitura de uma obra espiritual-científica [1], às noites. Em breve iniciar-se-à a continuação do curso pedagógico. De restante, filmes alternativos visando despertar a consciência, vida em família, uma viagem simples, para repouso da mente, gastronomia, músicas elevadas, ginástica, e muita vontade de criar. Isso sem contar com as condições profissionais.

Figura 1: Universalidade e Imparcialidade.
O ordenado é satisfatório e constante - pois vive-se de forma simples. As condições, adequadas. A possibilidade de crescer na carreira, boa. Trata-se sem dúvida de uma vida abençoada. Todos esses fatores levam o autor a um estado de gratidão - que se manifesta na forma de intensidade espiritual - indescritível, em que a responsabilidade pesa tremendamente. Esta, aliada à vontade infinita em desenvolver-se, é o motor psíquico-orgânico que sustentará as formações subsequentes. A situação de dever só aumenta. Quando se percebe o desmoronamento iminente e  inexorável da sociedade contemporânea, em que tudo o que se conhece por decência está ruindo no mundo, o ímpeto domina. É imperativo fazer o que deve ser feito: alertar o mundo e apontar para os exemplos, desde Ubaldi e até Rohden; de Lammenais a Gilson Freire; de Francisco (de Assis) à Francisco (o Papa); de Boulos a Duvivier; de Dowbor a Safatle; de Tiburi a Manuela; e muitos outros(as). É no Brasil que essa forma mental (tamásik-rajásik) adquire a forma mais caricatural, violenta, hipócrita e ignorante.

A subida ao poder de uma série de criaturas desalinhadas com qualquer interesse de desenvolvimento cultural, artístico, científico, desenvolvimentista, social, humano, tributário, agrário, por moradia, etc, marca o esfacelamento do que se conhece por Nova República (1988-2016), pautada por conciliações de classes - e especialmente parlamentares - em todos governos eleitos após a Constituição de 1988 - também conhecida como Constituição Cidadã. Alguns delas foram piores que outros. Mas nenhum deles rompeu tão explicitamente com a onda de evolução (lenta e ineficiente, porém consistente) que vinha permitindo a inserção de certas camadas da população em ambientes antes só reservados a uma classe. O processo teve um grande defeito: criaram-se consumidores, não cidadãos [2].

Por outro lado, é difícil implementar-se um ideal no mundo concreto (leia-se, instituições de poder e cultura) sem sujar-se no lodaçal humano dos esquemas, vícios e violências [3]. Isso é tanto mais verídico quanto menor o número de indivíduos engajados em apoiar àqueles alinhados com sua visão, situados mais no topo da pirâmide do poder (influência) político-econômico. De tal forma que, se aquele grupo ou indivíduo se vê no poder sozinho - junto com grupos não-alinhados nos princípios -, sem o devido apoio, integral, constante, intenso e criativo, de uma boa parte da população (uma massa crítica), a tarefa é titânica e de difícil realização. Com o tempo ela tende a degradar. 

Quem crê na melhora, pautando-se nos movimentos inciais do novo governo, se ilude. Os motivos são vários. Vejamos alguns.

(a) Estar preso ao grande aparato midiático por muitos anos e/ou décadas, que (de)formou a capacidade de selecionar informações e (des)construir conhecimentos;

(b) Temer se destacar do meio em que se vive, optando pelas "garantias" do mundo, tão tangíveis quanto imediatas. Desse modo a consciência é sufocada em prol do bem-estar, seja este psicológico, material ou social;

(c) Estar aprisionado aos instintos em grau muito alto, construindo uma racionalidade argumentativa que oculte os vícios e justifique os engessamentos mentais, sejam eles de indivíduo ou de grupo;

(d) Ter se tornado refém da digitalização e dos aparatos eletroeletrônicos, hoje tão abundantes quanto chamativos, indispensáveis às operações mais obrigatórias da vida, como pagar contas, declarar imposto, arranjar empregos e oportunidades, entrar em círculos sociais, entre outros.

Figura 2: Partidos com mais fichas sujas.
Extraído de: Folha de S. Paulo.
A onda anti-corrupção é uma cortina de fumaça que engana os incautos - e estes são muitos. Existem dados que comprovam os graus de corrupção por partido (dos inúmeros) e por setor (público ou privado). Mas as coberturas do horário nobre focam determinados acontecimentos, envolvendo usualmente o mesmo personagem e grupo(s), geralmente relacionados de alguma forma. Estudos comprovam isso de forma cristalina, mostrando que a grande mídia é tendenciosa [4]. Mas afinal de contas, por que afirmo categoricamente que ela é tendenciosa?

Vamos considerar o número de políticos, por partido, barrados pela Lei da Ficha Limpa (Figura 2). Se observarmos os dez maiores (do PSDB ao PDT), cuja quantidade de membros destoa mas não de forma gritante, percebe-se que o PT possui 18, que é 1/3 do PSDB, primeiríssimo colocado, com 56. E que o PMDB, que sempre controlou o legislativo, vem na sequência, com 49. Em seguida PP, PR, PSB, PTB,...Isso leva o leitor mais ponderado a se perguntar o porquê da mídia (e de tanta gente, a reboque da mesma) dedicar uma quantidade de tempo tão grande em detalhar e repetir (exaustivamente) as mazelas e defeitos do PT - que existem sim e não são poucos - ao passo que deixam em paz todo o restante do espectro político do país. Não é preciso ser muito inteligente para perceber que existe uma manipulação sendo orquestrada. Nessa trama, não se sabe exatamente o porquê disso - sabe-se apenas que ela existe, tamanho o descalabro entre informações factuais e sugestões que colimam em condenações fanáticas.

Figura 3: Participação percentual de cada base de incidência
na receita tributária total, 2013. Fonte: OCDE.
Uma outra informação pode dar ideia das causas da desigualdade em nosso país (Figura 3). Nela observa-se que o Brasil destoa do mundo, taxando pesadamente bens e serviços, pouquíssimo patrimônio e pouco a renda - que ainda se dá de forma desigual, com poucas faixas e teto pequeno, com atesta a Figura 4. Isso significa que aqueles que menos recebem (os pobres) devem pagar mais impostos, ao passo que a classe média também é prejudicada, tendo que pagar o mesmo percentual daquele que ganha muito. POr exemplo, um engenheiro que ganha 5 mil/mês já paga o teto do IR; um juíz que ganha 30 mil/mês paga a mesma proporção; um CEO de uma multinacional que ganha 400 mil/mês idem, e por aí vai...Isso significa que acumula-se cada vez mais quanto mais se ganha. Quem ganha mais acaba viabilizando ganhos ainda maiores no futuro. Porque aplicações financeiras possuem tributação baixa e não demandam nenhum esforço - por não produzirem nem bens, nem serviços, sejam eles tangíveis (comida, geladeiras, casas) ou intangíveis (cultura, conhecimento).

Figura 4: Rendimentos isentos e não-tributáveis dos
declarantes do IRPF tendo como base o salário mínimo
de 2013. Fonte: Receita Federal do Brasil.
Me é muito desagradável dedicar tempo e energia em descer a nível de assuntos tão elementares (e polêmicos, considerando o grau de cegueira que domina boa parte da população brasileira). Mas é preciso fazer o esforço de acordar os bem-intencionados em sono profundo. Convocar mentes e corações ao bom senso não equivale a cooptá-las a seguirem suas ideias- ou melhor, fazer os outros  pensarem como você ou eu. É simplesmente torná-los aptos a pensar. Portanto há duas maneiras de encarar os (poucos) fatos e informações inseridos aqui: como um ataque do grupo A (dos maus) contra o grupo B (dos bons); ou como um convite à reflexão. Neste último caso, não se nega a verdade do outro, mas adicionam-se novas informações, igualmente consistentes, destacando o contexto e revelando as nuances da natureza humana. Eis a proposta do Blog.

Pietro Ubaldi, Huberto Rohden, Albert Einstein, Allan Kardec, Isaac Newton, Ludwig Van Beethoven, Victor Hugo, Benedito Spinoza, Blaise Pascal, Giordano Bruno, e muitos outros iluminados que os antecederam, começaram a busca por esse monismo, seja através da astronomia, da matemática, da física, da música, dos espíritos, da filosofia,... de Deus. Adiciono a estes uma alma muito bondosa e competente, difusor e assimilador da Obra de Ubaldi: Gilson Freire, espírito de grande capacidade de discernimento, como sua jornada de vida pode atestar [6]. Por que cito esses grandes?

Aqui tento, através das dores sofridas e de uma vivência intensa, permear todos os assuntos que afetam de alguma forma minha psique e espírito, visando forjar minha personalidade. E como consequência, é natural apontar para os verdadeiros vetores do progresso, recém-citados.

É importante se dar conta de que as dores da atualidade somente cessarão com um novo rumo. É preciso admitir as verdades relativas (todas) para haver diálogo e compreensão. 


Figura 5: discernimento é manifestado pelo olhar da pessoa.
Eles são a janela da alma.
No momento estou fazendo uma viagem fantástica, formidável e prazerosa. Uma viagem no espaço, no tempo e na consciência [1]. Todas as noites me deleito e revivo os dramas e glórias da ciência, da filosofia e da religião, encarnadas em criaturas de personalidade ímpar, cujos feitos assombram em termos de magnitude e determinação. Fico confortado ao saber que os espíritos atrasados serão expelidos desta orbe ao terminarem suas vidas, ao longo desse século, para habitarem mundos atrasados e assim dar condições para que as boas almas deste planeta Terra possam trabalhar em paz para o progresso do mundo. Essa realocação será natural e inexorável, obedecendo leis do intangível, superiores a todas que conhecemos até o momento. Aqueles que dominam o mundo (megacorporações e bancos) e ditam as regras do jogo para seus capatazes (governos) tem pouco tempo. Não estão fazendo o seu trabalho, optando por confundir e distorcer a realidade para extrair os meios de vida da humanidade, enaltecendo a ideologia mais nefasta e destrutiva que esse mundo já viveu: o neoliberalismo.

Essa sim, é a verdadeira corrente mental que deve ser combatida. E os meios de vencê-la terão de ir além dos convencionais, pautados na argumentação e no materialismo científico...

A intuição, o amor e a vivência querem despertar.

Quanta dor mais será necessária para acionar essas engrenagens superiores?

Referências:
[1] FREIRE, Gilson. Arquitetura Cósmica. Editora INEDE, 2006. 
[2] https://www.bbc.com/portuguese/brasil-46624102
[3] UBALDI, P. A Descida dos Ideais. FUNDAPU. 1965. Disponível em: https://teilhardianos.files.wordpress.com/2012/06/a-descida-dos-ideais-pietro-ubaldi.pdf
[4] Lula e o Massacre do Jornal Nacional. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/politica/lula-e-o-massacre-do-jornal-nacional/
[5] O Ranking dos Fichas Sujas. Disponível em: http://domacedo.blogspot.com/2012/09/o-ranking-dos-fichas-sujas.html
[6] http://www.gilsonfreire.med.br/

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