quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

D E U S

É infinitamente ousado da minha parte fazer uma tentativa de abordar uma questão que não é uma questão - pois trata-se Da Questão. É o ponto Ômega. Assunto Máximo em nosso universo. Tema que supera nosso concebível - e de criaturas muito mais elevadas do que nós. É algo tão arrebatador, tão fantástico, tão sublime, que a alma se despedaça apenas de início. Há uma sensação de destruição por querer adentrar em terreno tão fora de nosso grau vibratório. Aliás: um 'terreno' que não é 'terreno' (indo além de todos 'terrenos'). O conceito do Criador, que é inconceituável, indefinível e portanto indescritível. No entanto, não é possível avançar mais em todos outros assuntos (dos mais vastos e profundos aos mais particulares e cotidianos) sem se refrescar na Fonte da qual tudo emana.

Uma criação única que se faz contínua em nosso universo. Um evolucionismo profundo cujo motor genético está no âmago dos fenômenos, campo do pensamento puro, Reino do Espírito. A não-localidade nos físicos. O imponderável dos filósofos. O sagrado dos religiosos. Não interessa que termos são usados, quais métodos são adotados, quais rituais são seguidos (sim, a ciência também tem os seus): sempre, no fundo, estamos em busca de Deus. 

Logo, qualquer atividade nossa (qualquer) expressa essa ânsia pela ascensão, que se realiza através da evolução. 

Por isso começo falando um pouco sobre vórtices.

Fig.1: Está vendo Deus? Não? Sentindo-o pulsar nos motos fenomênicos? Não? Então você deve viver mais à fundo. 
Depois, ler mais textos aqui (e ali) e compreender o que vêm sendo mostrado. Você imaginava uma imagem de um velho barbudo? Esqueça. Fonte: corttombro studio (Pexels).

Os vórtices são fenômenos que assumem uma 'cara' muito peculiar. Em seu aspecto geométrico (=forma) nos lembra um funil. Se projetarmos num plano, teremos uma espiral. Em seu aspecto cinemático (=movimento) percebemos um movimento de assimilação e eliminação. Em seu aspecto dinâmico (=forças) percebemos um transformismo incessante que é regido por um princípio diretor - seu aspecto mecânico, no sentido de lei que rege o transformismo. Então, quando observamos o vórtice, estamos captando - consciente ou inconscientemente - a estrutura e funcionamento de nosso universo. 

O estudo de Deus nada mais é do que uma aberração para quem já percebe a verdadeira natureza Dele. Não é possível abordar o Criador a partir de referências bibliográficas, buscando o histórico das elucubrações feitas por 'autoridades' no 'assunto'. Isso seria reduzir o Infinito ao finito. Despedaçar a Eternidade no tempo; Relativizar o Absoluto. Tornar Deus objeto de estudos egoísticos. 

A aproximação das criaturas ao Criador deve ser individual, apoiada numa subjetividade que escapou das limitações de uma vida superficial, ditada pela objetividade em todas suas avaliações. Deve ser calcada num sentimento puro e num pensamento profundo

Pensamento que sintetizou a complexidade fenomênica numa simples equação. 

Sentimento que se depurou a tal nível que é capaz de fazer o ser se tranquilizar em meio aos infernos terrestres.

O modelo de abordagem mais adequado (até o momento), me parece aquele do Apóstolo de Gubbio. Por exemplo, em seu 10º volume (Deus e Universo), não há uma única referência bibliográfica envolvida na elaboração dos vinte capítulos. Nenhuma. Toda a visão, todos os conceitos e todas as exemplificações em nosso mundo 'real' são produto de um contato direto com o Absoluto, via intuição, através da própria experiência de vida na dor, unindo os conhecimentos do mundo para formar o quadro geral. 

Sem se deixar contaminar por uma receita de um teórico, ou por uma experiência particular de um ego, é possível atingir a verdade. Uma realidade profunda que explica de forma magistral todos os casos específicos. Uma realidade profunda que circunscreve a realidade superficial, plena de casos de estudo e carente de orientação universal.

Numa humanidade mais evoluída, prestes a nascer, Deus ocupará o primeiro lugar em todas as  atividades humanas. Não será objeto de crença ou refém de religiões, mas princípio supremo que embala o espírito científico, a direção de coletividades, a organização econômica, a produção, o consumo, as formas de expressão, as relações e a evolução do ser. 

Porque Deus não é objeto de um campo humano do saber, mas o Todo que anima Tudo.

Enclausuramos a Divindade em igrejas. Muitos vivem uma vida cindida, dualística, quebrada por completo em seu íntimo viver. Chaveiam do religioso para o científico e vice-versa, crendo com isso que conseguiram resolver o conflito entre ciência e fé. Mas o que fizeram foi apenas aprofundar o abismo entre o relativo (Anti-Sistema) e o Absoluto (Sistema), pois que o reino de satanás é justamente o da divisão bem definida, com dois extremos inconciliáveis, em agressão perpétua e feroz, ignorando-se mutuamente, numa pulverização em série que se prolonga até o aniquilamento completo do ser. Rompe-se assim a integridade (daí o termo des-integração). As relações não se dão, impossibilitando o fenômeno admirável e essencial de emergência (daí o termo des-conexão).

A respeito do termo 'emergência', um vídeo explicativo dará uma ideia de como ela tem tudo a ver com Deus.


Se tornar visível após ter sido escondida pode ser traduzido por restaurar o estado originário da substância após essa ter sido emborcada. De modo que se trata de um salto quântico no processo evolutivo contínuo do cosmos, em que uma combinação de fenômenos / seres gera algo que está além da mera soma de seus elementos constituintes. De repente é possível perceber que 1 + 1 = 3 ou mais (muito mais). Trata-se de uma soma qualitativa, não quantitativa - como nos acostumamos a perceber tudo.

Para quem atingiu um grau de maturação suficiente, o vídeo (fenômeno) por si só já é suficiente para constatar que Deus é não apenas uma realidade, mas A Realidade. Aquilo que tudo permeia, anima e dirige.

Mas...(infelizmente), do mesmo modo que 1+1 pode ser igual a 5 ou 8 ou 100, também pode ser o caso de ser menor do que 2, ou seja 1+1=1 ou 1+1=-5, por exemplo. Nesse caso temos uma relação destrutiva para o todo, para o íntimo do ser. Uma relação em que não há neutralidade (quantitativa) ou sinergia (qualitativa para o positivo), mas destruição de possibilidades (qualitativa para o negativo). Nesse sentido é importante darmos importância tremenda ao modo com o qual nos relacionamos com o mundo.

O que define o sucesso ou insucesso de um indivíduo não é a coletânea de suas vitórias momentâneas, mas o agregado de derrotas integralmente absorvidas e assimiladas, que preparam o ser para o momento mais decisivo de sua vida: o momento em que ele será alçado ao alto para dar seu máximo rendimento. No enanto, para realizar esse tipo de preparo, é imperativo que se saiba como opera a vida. É preciso estar sintonizado com algo que não seja deste mundo, ou seja, o sensório, o aparente, o efêmero, o barulhento. É necessário ter fé, que não é crença (algo cego, não compreendido) e sim essa sintonização (algo consciente, de alguém que sabe porque vive já parcialmente em outro plano de vida). 

Deus assim vai sendo compreendido com um relampejo de visões que se traduzem em ideias que explicam conceitos sofisticados de nosso mundo moderno. É com a vivência integral e contínua, exemplificada através de nossa vida e obras, que Deus se torna mais próximo dos outros. É um Deus mais compreensível do que aquele dos filósofos eruditos cheios de vazio interior; ou dos cientistas desorientados que só sabem sistematizar de modo complicado; ou dos religiosos ritualísticos tarados pelas tradições, regras e interpretações de seu grupo. Isso sem falar nos burocratas que nem sequer tem a coragem de tangenciar o Criador...

Há também outras barreiras que nos 'afastam' de Deus como, por exemplo, a misteriosa relação entre pensamento e realidade física, tão bem colocada por David Chalmers (ver vídeo abaixo)


Como algo que não faz parte do mundo físico (consciência) interagir com o mundo físico (matéria, energia)?

Por muito tempo a ciência vem se remoendo para responder a essa questão (sem sucesso). Mas o problema é que os cientistas ainda não foram capazes de perceber que, em sua essência, pensamento e matéria são constituídos da mesma substância (essência), sendo ambas manifestações extremas dessa substância. Isso é o que nos revela a Grande Equação das Substância (GES). A partir desa premissa será possível avançar nas pesquisas envolvendo pensamento e matéria. 

Puxo para a relação entre o físico (matéria) e o não-físico (consciência) porque apenas uma visão unitária será capaz de resolver esse problema. E apenas possuir essa visão já é uma afirmação de Deus. A partir daí, sob um novo paradigma, modificando as hipóteses de trabalho, o trabalho será cada vez mais fecundo. Porque orientado. E assim, estimulado.

Os avanços atuais (seja na ciência, nas religião, na política, nas relações humanas) são penosos. Há muito desgaste para pouco (ou nenhum) resultado efetivo. E cada vez menos se obtém. Porque a humanidade se apoia, majoritariamente, em premissas caducas. 

Exemplos: 
(1) interesses privados levarão ao bem coletivo (Adam Smith); 
(2) nossos mais elevados pensamentos são produto de um mero acaso, ou seja, uma fortuita interação de elementos inertes, a matéria (materialismo científico); 
(3) a humanidade é um perpétuo conflito entre classes sociais, e seu embate é um produto cultural, ditado por interesses limitados, e nada mais (materialismo histórico); 
(4) o ensino técnico não deve ter em seus componentes curriculares e seus métodos elementos contextualizantes, rotinas diferenciadas, o fator humanístico e filosófico, o aspecto intangível e transcendente, a arte e as diversas relações entre o evoluir e o desenvolver (cegueira do sistema educacional); 
(5) ciência e religião são como óleo e água: não se misturam jamais (dualismo férreo que impede a cooperação).

Poderiam ser citados muitos outros casos, mas estes já dão uma boa ideia das travas do mundo moderno.

Observa-se um mundo despedaçado que, repleto de criaturas perdidas, buscam afanosamente por gozos de todos os tipos. Burocracias sem fim, falatórios vazios, fofocas imbecis, teorias dogmatizadas, vivências superficiais, aparências virtuais, movimentos sem sentido e buscas por vitórias falsas.

Isso o autor tem constatado nos ambientes em que vagueia. No trabalho, que deveria ter um mínimo de orientação, não há muita diferença. Aqueles que possuem renda boa, cargos, títulos, experiência profissional, responsabilidades e tempo de vida, vacilam. Só que, fazendo isso em grupo - e estando alinhado com instituições caducas - têm-se a sensação de tudo estar indo bem. 

Isso me lembra um bando de cegos se conduzindo mutuamente rumo a um abismo.

Deixo esse clarão num universo de trevas para que aqueles que buscam, no futuro, possam se tranquilizar e perceber que estão no caminho rumo à perfeição, reconstruindo o que foi despedaçado, ou desemborcando a grande nave de seu universo interior - e de todo universo.

Abaixo, mais um vídeo que revela Deus em seu aspecto imanente - acessível à nossa compreensão.


A criação é contínua - assim como o trabalho daqueles que tem uma missão a cumprir neste mundo.

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